Quarta, 31 Julho 2019 09:26

Com app para popularizar ciência e astronomia, aluno de escola pública na BA conquista 1º lugar em m

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Por Itana Alencar, G1 BA.

Maicon Douglas dos Santos, de 17 anos, apresentou o game na Mostra Nacional de Feiras de Ciências, que fez parte da programação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) — Foto: Jorge Lúcio Rodrigues das Dores

 

Com um projeto para popularizar a ciência e a astronomia, um estudante de escola pública do bairro de Cajazeiras IV, na periferia de Salvador, conquistou o primeiro lugar na área de "Ciências Exatas e da Terra", na Mostra Nacional de Feiras de Ciências, que fez parte da programação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) deste ano.

Maicon Douglas dos Santos tem 17 anos e cursa o 3º ano do Ensino Médio. Ele criou o aplicativo "Razão celeste: um jogo sobre Astronomia”, que deve ser lançado a partir de agosto, quando Maicon completa 18 anos – idade necessária para lançar um app nas plataformas.

O estudante conta que o projeto foi criado para tratar astronomia e ciência de uma forma acessível. Para desenvolver a ferramenta, ele contou com a orientação do professor Jorge Lúcio dos Santos.

"O projeto fala sobre astronomia e trata dos astros de uma forma que instiga a curiosidade nos jovens e até adultos. Normalmente, não se fala de astronomia na sala de aula, então eu pensei em criar algo para ajudar os professores a terem também boa abordagem. Para fornecer ferramentas no processo de ensino da astronomia e da física, que motivassem o aprendizado por parte do aluno", explica Maicon.

 Para desenvolver a ferramenta, Maicon Douglas contou com a orientação do professor Jorge Lúcio dos Santos. — Foto: Arquivo pessoal

Para desenvolver a ferramenta, Maicon Douglas contou com a orientação do professor Jorge Lúcio dos Santos. — Foto: Arquivo pessoal

O projeto tem interface em 2D e 3D, traz representações do sistema solar e das relações entre os astros, de forma lúdica e com conteúdo.

Para chegar no projeto como está hoje, Maicon participou de vários eventos da área de tecnologia e ciência, ouvindo avaliações e conselhos de especialistas, sobre como poderia melhorar a ferramenta, como o Encontro de Jovens Cientistas da Universidade Federal da Bahia (Ufba).

"Analisamos diversos pesquisadores, entendemos também sobre como o jogo influencia direta e indireta na motivação dos jovens em aprender. Aí, com as novas críticas, melhoramos o projeto e levamos para a Mostra Nacional de Feiras de Ciências", explicou Maicon.

Entre os desenvolvimentos que o estudante fez está a representação de vários tipos de personagens diferentes, como mulheres e outras minorias.

 Maicon Douglas dos Santos, de 17 anos, apresentou o game na Mostra Nacional de Feiras de Ciências, que fez parte da programação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)  — Foto: Jorge Lúcio Rodrigues das Dores

Maicon Douglas dos Santos, de 17 anos, apresentou o game na Mostra Nacional de Feiras de Ciências, que fez parte da programação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) — Foto: Jorge Lúcio Rodrigues das Dores

 

Inicialmente, o projeto será lançado nas plataformas de sistema operacional Windows e Android, em agosto. Maicon conta que o Razão Celeste será totalmente gratuito.

"A intenção do jogo é popularizar a astronomia e temas de física, então, a gente não pode cobrar em cima de um aplicativo desse, porque cobrando por ele estamos excluindo pessoas de terem acesso à ciência", argumenta.

Além da satisfação de ver o projeto em breve lançamento, o estudante também fala sobre a conquista do prêmio na mostra de ciência da SBPC.

"Foi um projeto muito árduo, a gente não tinha as melhores ferramentas, são poucos recursos que a gente tem no colégio público. Agora, a gente sabe a responsabilidade de estar representando a escola pública. Fomos agraciados com esse prêmio e temos orgulho de representar a Bahia".

 Para desenvolver a ferramenta, Maicon Douglas contou com a orientação do professor Jorge Lúcio dos Santos — Foto: Arquivo pessoal

Para desenvolver a ferramenta, Maicon Douglas contou com a orientação do professor Jorge Lúcio dos Santos — Foto: Arquivo pessoal