Quinta, 26 Março 2020 21:46

Portador de vitiligo, caculeense é destaque em desfile no Osasco Fashion Week, em São Paulo

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por Informecidade.
Desfilando para a Agência FW Express (@fw.express), Thiago fez sua estreia nas passarelas.
Caculeense faz sua estreia como modelo no Osasco Fashion Week, um dos maiores eventos de moda de Osasco. Foto: Divulgação.

Morando em São Paulo há seis meses, o caculeense Thiago Lima da Rocha (@thiagolimacle), 26 anos, viveu sua primeira experiência como modelo os desfilar no OS-FW / Osasco Fashion Week, evento de moda realizado entre os dias 12 e 15 de março no espaço Borborema, em Osasco, na região metropolitana de São Paulo.

O Informe Cidade conversou com Thiago e ele nos contou um pouco de como foi a sua experiência na passarela e as expectativas de novos trabalhos neste seguimento.

Segundo Thiago tudo começou assim que ele chegou em São Paulo, em setembro do ano passado, quando foi convidado a fazer um Casting para a agência de modelos FW Express (@fw.express), em Osasco.

A oportunidade de desfiar no Osasco Fashion Week, um dos maiores eventos de moda da cidade, surgiu justamente por ele ser portador do vitiligo, uma doença cutânea que causa a perda gradativa da pigmentação da pele, geralmente com o surgimento de manchas em todo o corpo.

Como o foco do desfile era abordar a diversidade e promover a inclusão, o que poderia ser um problema (o vitiligo) acabou sendo “a porta de entrada” para que o caculeense tivesse sua primeira experiência nas passarelas.

Além de portadores do vitiligo, o evento também contou com a participação de cadeirantes, queimados, portadores de hemangioma, paraplégicos, portadores da síndrome de Down e deficientes visuais.

Thiago, que atualmente trabalha em um restaurante na zona sul de São Paulo, disse ao Informe Cidade que depois de sua participação nos desfiles da OS-FW, tem “pintado” alguns trabalhos na área, mas ainda são só “bicos”. Ele não descarta a possibilidade de se dedicar exclusivamente à profissão de modelo.

Thiago também nos contou como foi que superou o preconceito e a discriminação no início da doença.

“Meu vitiligo começou aos 17, 18 anos, com uma pequena mancha do tamanho de um caroço de feijão no pulso. Aí, com o passar do tempo, meio que da noite pro dia, se espalharam nas duas mãos e daí pra frente não tive mais controle. No início foi difícil, cheguei a ter pouquinho de depressão, até porque eu não sabia do que se tratava essas manchas.” Relembra Thiago.

“Posso te dizer que isso mudou muito a minha autoestima, totalmente. No início foi difícil ver o olhar das pessoas que pareciam julgar sua aparência, mas a gente vai convivendo com a situação e, querendo ou não, caba aceitando, como foi o meu caso.”

Thiago conta que com o tempo aprendeu a deixar os preconceitos de lado e continuou vivendo a sua vida normalmente, sem se preocupar mais com o vitiligo. “Hoje posso te falar que não me reconheço mais sem o vitiligo.”

Thiago revelou para o Informe Cidade que depois do desfile a sua autoestima se elevou ainda mais e que isso fez com que ele se visse como exemplo para outros portadores da doença.

Thiago não descarta a possibilidade de seguir com a carreira de modelo. Foto: Divulgação. 

“Depois do desfile muitas pessoas me mandam mensagens perguntando como foi pra mim superar tudo isso. Tipo, são pessoas que têm o vitiligo também, mas ainda não conseguem se superar, entende? Têm vergonha de mostrar o que é de verdade. E agora, contando a minha história, eu acabo ajudando elas a também superarem as dificuldades como eu superei.”

Thiago finaliza a conversa revelando que já há um bom tempo curtia “essas coisas de modelo” e achava que tinha um pouco disso em sua genética.

“Então surgiu o vitiligo e foi aí que eu acreditei mesmo que um dia eu poderia estar estampando um outdoor ou estar em uma passarela ou em algum desses comercias.”