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07/02/2022 - Jornada Pedagógica 2022
Quais cuidados devem ser tomados com a volta das aulas das crianças em meio ao crescimento de casos
Em mais um episódio do Eu Te Explico, Igor Araújo, infectopediatra, Jorge Tadeu, diretor do Sindicato das Escolas Particulares da Bahia, e Manoel Calazans, Superintendente de Planejamento Operacional da Rede Escolar do Estado, falam sobre a preocupação dos pais e protocolos que devem ser cumpridos.
Por g1 BA.
O governo da Bahia e a prefeitura de Salvador confirmaram a volta às aulas 100% presenciais para o mês de fevereiro. O retorno em meio ao crescimento de casos de infectados pela Covid-19 tem preocupado os pais das crianças, que têm aumentado o uso de leitos de enfermarias e UTIs pediátricas.
A Bahia é o segundo estado com mais mortes de crianças de 5 a 11 anos por Covid-19, ficando atrás apenas de São Paulo. Os dados fazem parte do Portal da Transparência do Registro Civil , registrados entre março do ano passado e a primeira semana de janeiro deste ano.
Números que acendem um alerta, principalmente depois que cidades como Salvador chegaram a 100% de ocupação de leitos de UTI pediátricos.
Um dos momentos mais delicados desde o início da pandemia, afinal, o estado nunca teve uma ocupação total dos leitos de UTI infantil em Salvador. Situação preocupante também até para leitos de enfermaria pediátrica.
Na primeira semana de janeiro, a ocupação chegou a 93% no estado. E com o aumento dos casos de Covid-19 entre as crianças, a esperança é a vacina, que finalmente chegou para o público entre 5 e 11 anos.
O infectopediatra Igor Araújo falou sobre os sintomas que as crianças podem apresentar caso estejam com Covid-19 e o risco de levá-la para uma emergência, que pode aumentar a exposição à doença principalmente se ela não estiver com a doença.
"Com surgimento das variantes, principalmente da Ômicron, que a transmissibilidade dela é maior e a agressividade tende a ser menor. O lado positivo é que o vírus pode estar perdendo a força dele, mas em compensação as pessoas que não estão vacinadas se torna mais suscetíveis, que são as crianças", disse.
Já Manoel Calazans, Superintendente de Planejamento Operacional da Rede Escolar do Estado, contou qual é o maior desafio do governo para o retorno das aulas e falou sobre os protocolos que serão usados.
"As aulas retornam 100% presencial, essa é a nossa expectativa. Em 2021 nós tivemos ainda um momento híbrido, depois nós iniciamos a presencialidade e a gente tem expectativa de que no dia 7 [de fevereiro] a gente retorne e comece o ano letivo de 2022", afirmou.
Jorge Tadeu, diretor do Sindicato das Escolas Particulares da Bahia, falou sobre os desafios que as redes têm enfrentado para conseguir se adaptar ao "novo normal".
"No seio das escolas privadas, as famílias querem voltar, elas já acreditam que esse cuidado existe, que esse cuidado é real e eles experimentaram esse cuidado ano passado".
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Brincadeiras adaptadas, intervalo intercalado e protocolos sanitários: escolas se ajustam para o iní
Goiânia iniciou o ano letivo no dia 19 de janeiro e a maioria das outras redes de ensino se preparam para receber os alunos a partir de fevereiro. Medidas como uso de máscara serão mantidas.
Por Emily Santos, g1 — São Paulo.
Enquanto o ano letivo de 2021 ainda não foi finalizado em algumas redes de ensino, como na municipal de Natal, outras iniciaram o ciclo de 2022 ainda em janeiro, como no caso de Goiânia, que abriu as escolas no dia 19, ou devem iniciar em breve, como em São Luís, que recebe os estudantes a partir de 1º de fevereiro.
Tudo isso acontece no mesmo momento em que as crianças de 5 a 11 anos recebem, em ordem decrescente de idade, a primeira dose da vacina contra a Covid-19, e que a variante ômicron causa um pico nos casos da doença pelo mundo.
Apesar de a imunização ser considerada efetiva a partir de 15 dias da segunda dose da vacina, especialistas defendem que o melhor é não esperar e mandar as crianças para a escola no começo do ano letivo. A psicóloga infantil e doutora em psicologia escolar Sabrina Pani faz parte deste grupo.
"Já tivemos um momento em que a população inteira não estava imunizada. Agora, os professores e funcionários das escolas estão vacinados, muitos até já tomaram a dose de reforço. Os adolescentes também estão em processo de imunização. Tudo isso contribui para que o ambiente escolar se torne mais seguro para receber crianças ainda não vacinadas", explica.
Para ela, o benefício de frequentar aulas presenciais é inquestionável.
"Somos seres sociais, culturais, coletivos. Precisamos estar estar perto dos nossos pares, de pessoas da mesma idade, que têm os mesmos interesses. As crianças e adolescentes precisam viver isso de uma maneira concreta, real, e o lugar de fazer isso é na escola".
Segundo a profissional, a experiência de começar um ano letivo presencialmente na escola pode ser muito benéfico para as crianças que tiveram dificuldade para se adaptar ao momento dramático de pandemia.
Enquanto conviver com os amigos pode ser benéfico para a saúde mental, é preciso resguardar também a saúde física. Por isso, para manter a segurança daqueles menores de 12 anos que ainda não se vacinaram contra a Covid, é preciso reforçar os cuidados já conhecidos em todos os momentos durante a estadia no ambiente escolar.
Na sala de aula
Ainda em 2021, as escolas estabeleceram protocolos sanitários baseados nas orientações dos órgãos de segurança. Este ano, os protocolos devem ser mantidos e até reforçados como tentativa de conter o avanço da variante ômicron.
Usar máscaras o tempo todo e fazer trocas quando necessário e lavar as mãos ou higienizá-las com álcool em gel são alguns deles.
O distanciamento não é mais um protocolo exigido pelo Colégio QI, do Rio de Janeiro (RJ), que vai receber os alunos do ensino fundamental 1 e 2 e ensino médio em modelo de aulas presencial para o ano letivo de 2022, conforme explica Cláudia Cristina Guedes, supervisora pedagógica dos anos iniciais.
"O distanciamento já não é necessário, mas conversamos constantemente com as crianças sobre ainda não ser a hora de abraçar e a respeito da importância da utilização do álcool em gel. O uso da máscara continua sendo obrigatório e o compartilhamento de objetos e não será permitido".
Eliane Faravelli, coordenadora da educação infantil da Escola Ipê diz que o reforço a esses cuidados faz parte até do conteúdo aplicado em sala para os alunos da educação infantil. "Mais do que nunca, os conteúdos sobre higiene e saúde estão reforçados diariamente, de forma lúdica e expressiva, pois os primeiros anos de vida escolar desenvolvem habilidades e competências essenciais para a formação de nossos alunos".
Na hora do lanche
O único horário em que as máscaras podem ser removidas nas escolas é na hora do lanche durante o intervalo. Para garantir maior segurança e evitar aglomeração, algumas escolas vão fazer revezamento entre as turmas.
No Colégio QI, o intervalo já é feito por nível de ensino e vai ser mantido assim. Outro cuidado é que os alunos não têm permissão para dividir alimentos e utensílios entre si.
No intervalo
No tempo de intervalo restante, as máscaras devem ser mantidas e as brincadeiras com contatos físicos devem ser evitadas. Pais e responsáveis e os profissionais das escolas já orientam os alunos sobre a importância de respeitar este cuidado alunos nessas horas.
Julia Ferreira é uma dessas pessoas. Ela é mãe de João Pedro, de 9 anos, que estuda na Escola Municipal Anísio Teixeira, em Belo Horizonte.
"Eu falo para o João não abraçar os amigos, não brincar de pega ou trocar brinquedos. É difícil porque os amiguinhos dele são os da escola, mas eu expliquei que ainda não dá para brincar como antes".
A carioca Ana Paula Carvalho, mãe de Arthur, de 7 anos, e Miguel, de 10, diz que conta com a ajuda da escola particular onde os filhos estudam para mantê-los seguros no momento das brincadeiras. "Lá, a hora das brincadeiras foi adaptada para o momento. Em vez de brincar de pega-pega, eles brincam de amarelinha, que não precisa de contato", explica.
Para ela, este cuidado básico dá mais segurança para levar os filhos para a escola quando as aulas começarem. "Quando a hora chegar, vou vacinar meus filhos e eles vão estar seguros, mas, até lá, vou fazer o possível para garantir a saúde e a educação deles", finaliza.
Cuidados necessários
- Usar máscara o tempo todo e trocar quando necessário
- Lavar as mãos com sabão
- Usar álcool em gel
- Não trocar material escolar
- Não trocar brinquedos
- Não dividir alimentos
- Não pegar na mão ou abraçar os amigos
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Jovem que gabaritou matemática no Enem dá dicas para estudos na reta final antes da prova
Carolina Casagrande recomenda rever resolução de questões que a pessoa costuma errar. Ela foi aprovada no curso de medicina na UFSC e tirou 980 na redação do Enem.
Por Carolina Fernandes e Joana Caldas, g1 SC.
Os últimos dias antes de uma prova como a do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) podem ser de aflição para os candidatos. Por isso, o g1 pediu algumas dicas à estudante Carolina Casagrande, que gabaritou a prova de matemática na edição passada, tirou 980 na redação e passou para o curso de medicina na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Primeiramente, Carolina deu conselhos para os dias que antecedem a prova.
"Na reta final, eu fiz revisões dos assuntos mais recorrentes no Enem, como geometria plana, análise combinatória, eletrodinâmica. Mas nada muito puxado, só revisar as principais fórmulas e ver a resolução de questões que eu sabia que tinha errado durante o ano", afirmou.
Ela recomendou que os estudantes prestem atenção nos próprios pontos fracos. "Acho que rever a resolução de questões que costumam errar é uma ótima estratégia, acaba reforçando conhecimentos de uma forma passiva, sem precisar de muito esforço, já que cansar não é o ideal nos dias finais", disse.
Carolina também tem conselho para o dia do exame.
"No dia da prova acho que a melhor dica relaxar, não tentar ficar fazendo questões ou revisões intensas, ir tranquilo, confiar que o que fez durante o ano foi suficiente", declarou.
Antes do início do exame, ela recomenda que o candidato procure se acalmar. "Naqueles 30 minutos parado dentro da sala, fazer exercícios de respiração e relaxamento. Assim, quando chegar a prova, a calma prevalece e os pensamentos ficam mais claros. Eu fiz isso e com certeza me ajudou muito, principalmente zerando meus erros por atenção na prova de matemática, que eram frequentes", disse.
'Apaixonada pela medicina'
Carolina, que mora em Criciúma, no Sul catarinense, e agora tem 18 anos já começou o curso na UFSC. "Estou apaixonada pela medicina! Mas tudo à distância, por enquanto", afirmou. As aulas presenciais voltam em abril na universidade.
Foi com a terceira prova do Enem que a jovem conseguiu obter a aprovação no curso sonhado. O processo seletivo da instituição em 2021 disponibilizou 2.516 vagas, em que os estudantes tiveram que optar por serem selecionados via nota do Enem ou de provas de vestibulares da UFSC de anos anteriores.
10/08/2013 - Maratona Escolar no Estádio Municipal Donatão
Conheça o brasileiro de 8 anos considerado uma das pessoas mais inteligentes do mundo
Feito o resultado, é preciso saber interpretá-lo. A neuropsicóloga explica os valores encontrados: “Quando uma pessoa se submete a testagem de QI e alcança resultado entre 115 e 129 ele está acima da média. Superdotado de 130 a 144 pontos e gênio acima de 144 pontos”.
27/05/2013 - Conferência Nacional das Cidades
11/05/2013 - Baile Havaiano do Dia das Mães do Pingo de Gente
27/04/2013 - Seminário de Alfabetização e Letramento
Sem ampliar vagas, MEC quer dividir institutos federais já existentes para ‘criar’ novas unidades
Objetivo da pasta é melhorar gestão de institutos que têm campi distantes da reitoria. Mudança exigiria contratação de novos servidores e terceirizados, com custo de R$ 8 milhões por ano para cada unidade. ‘Não temos dinheiro nem para volta às aulas’, afirma IFBA.
Por Luiza Tenente, G1.
O Ministério da Educação (MEC) tem o objetivo de "criar" 10 novos institutos federais, a partir da divisão dos que já existem - sem aumentar o número de vagas ou de cursos oferecidos.
A proposta foi apresentada pelo ministro Milton Ribeiro, em 30 de agosto, aos reitores das unidades que podem sofrer essa "cisão". Eles têm até 20 de setembro para responder com um posicionamento acerca do projeto.
Segundo a pasta, o objetivo é melhorar a gestão das unidades cujos polos ficam distantes do prédio da reitoria.
No caso do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), por exemplo, sete de seus 16 campi atuais passariam a fazer parte do novo Instituto Federal do Agreste de Pernambuco (IF Agreste-PE).
Embora o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) admita que há casos pontuais de dificuldades administrativas, afirma também que a "criação" de novos institutos exigiria a contratação de servidores e terceirizados, e traria gastos extras para um setor que vem sofrendo reduções orçamentárias desde 2016.
Segundo o Conif, o MEC declarou que haverá despesas obrigatórias (aquelas que não podem ser cortadas) de R$ 8 milhões por ano para cada nova unidade. Procurada pelo G1, a pasta não confirmou esse valor.
"Entendemos a legitimidade dessa ação, mas questionamos a forma [de colocá-la em prática]. Defendemos que, primeiramente, devam ser sanadas as limitações da rede", afirma Sônia Fernandes, presidente do Conif.
"Não temos todos os professores e técnicos liberados, o orçamento está caindo, há a crise sanitária, existem reitorias que pagam aluguel e que não têm sede própria. Isso precisa ser reparado."
Entenda mais sobre o projeto do MEC abaixo:
O que os próprios institutos dizem sobre a proposta?
O Instituto Federal de Rondônia (IFRO), por exemplo, não havia sido convidado para a reunião com o ministro, mas pediu para participar do encontro, por ter um campus a mais de 760 km da reitoria. "De forma imediata, [a divisão do instituto] traria um aumento na capacidade de gestão", afirma o comunicado enviado ao G1.
Em São Paulo, o IFSP, com 37 polos no estado, também declara que "uma menor distância até a reitoria economizaria tempo e gastos com deslocamento".
No Ceará, por outro lado, "as distâncias físicas entre algumas unidades nunca atrapalharam o funcionamento do IFCE".
"Usamos sistemas computacionais que trazem agilidade nas ações administrativas. Com o uso massivo de tecnologias de comunicação que viabilizaram reuniões, encontros e demais eventos, minimizou-se drasticamente a necessidade de deslocamentos físicos", explica o instituto.
O Instituto Federal do Piauí (IFPI) segue o mesmo posicionamento: "a distância não é um problema".
Na avaliação da gestão da reitora Luzia Mota, do IFBA, não se trata de uma proposta de caráter técnico. “É uma mudança estrutural que (...) tem uma dimensão política evidente."
Segundo ela, o projeto apresentado pelo MEC pode gerar a “sensação” de que estão sendo criadas novas instituições. No entanto, "não há previsão de criação de novas matrículas, cursos ou campi. A proposta se resume ao desmembramento de estruturas já existentes apenas com a criação de reitorias”, diz.
O instituto ainda expõe um exemplo que não faria sentido sob o argumento geográfico. Pelo projeto do MEC, o campus de Barreiras, do IFBA, passaria a fazer parte do Instituto Federal Baiano, cuja reitoria fica em Salvador, a 900 km de distância.
Quais os problemas apontados pelas instituições?
Fernandes, do Conif, diz que a criação das novas reitorias não traria, neste momento, benefícios à sociedade.
"Se você não amplia matrículas nem cursos, não amplia o que a gente chama de oportunidade", diz.
A preocupação manifestada pelos reitores também passa pela questão orçamentária: em maio de 2021, a rede de institutos federais, Cefets e do Colégio Pedro II afirmou que poderia "parar" por falta de verba. Desde que o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) foi para o Congresso Nacional até a sua sanção, houve uma perda de R$ 500 milhões.
Reitores dizem que:
- o número de alunos cresce, mas os investimentos só caem;
- faltam professores e servidores nos quadros de funcionários;
- há obras inacabadas;
- os esforços para evitar a evasão depois da pandemia exigem gastos extras;
- as aulas presenciais demandam compra de equipamentos sanitários e adaptação de infraestrutura.
"Os cortes praticamente inviabilizam o retorno das atividades presenciais em 2021, porque devem demandar investimento anual de R$ 3,5 milhões para intervenções na estrutura física, despesas com terceirizados, aquisição de insumos de limpeza e higienização", afirma o comunicado do IFBA.
"Não é a geografia que determina os problemas de gerir instituições de ensino com mais de um campus, e sim as condições orçamentárias que viabilizam investimentos. Neste quesito, a proposta apresentada pelo MEC ainda não transmite segurança para a comunidade."
Não ficou claro, segundo os envolvidos, de onde sairão os R$ 8 milhões anuais para cada um dos 10 novos institutos.
O que acontecerá com os alunos e professores desses institutos?
Caso o projeto do MEC seja levado adiante, um aluno do campus do IFBA em Santo Antônio de Jesus, por exemplo, passará a estudar no mesmo endereço, mas com outro nome de instituição: IF-Sul da Bahia.
Também seria necessário realocar professores e contratar técnicos. Segundo Fernandes, do Conif, um instituto pequeno exige pelo menos 50 pessoas na reitoria. "De onde sairiam essas vagas?", questiona.
Quais seriam os institutos afetados?
O MEC afirma que focará em institutos com mais de 15 campi e com distâncias superiores a 300 km em relação à reitoria.
Na reunião da pasta, foram convidados os reitores do:
- Instituto Federal da Bahia (IFBA);
- Instituto Federal Baiano (IF Baiano);
- Instituto Federal da Paraíba (IFPB);
- Instituto Federal do Piauí (IFPI);
- Instituto Federal de São Paulo (IFSP);
- Instituto Federal do Paraná (IFPR);
- Instituto Federal do Ceará (IFCE);
- Instituto Federal do Pará (IFPA);
- Instituto Federal de Pernambuco (IFPE);
- Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE);
- Instituto Federal do Maranhão (IFMA).
- Instituto Federal de Rondônia (IFRO - a próprio pedido).
Quem definirá os novos reitores?
Nada indica, por enquanto, que a forma de nomeação dos reitores mudará (deve continuar como indicação da comunidade acadêmica, com aprovação do presidente da República).
Como e quando a mudança dos institutos pode acontecer?
A mudança, se aprovada em 20 de setembro, ocorrerá por meio de um projeto de lei.
Fernandes, do Conif, afirma que o ministro Milton Ribeiro tem pressa. "A ideia que ele nos apresentou é de que o PL tramite até outubro de 2021, para efeitos a médio e longo prazo. Perguntei a ele o que isso significaria. A resposta: em 2022", relata.
Em nota, o MEC afirmou que "aguarda a resposta das instituições para seguir com a avaliação técnica, que envolve preparação das justificativas e a consolidação da proposta do projeto de lei, que também incluirá as funções e cargos necessários".
Volta às aulas em Licínio de Almeida
22/03/2013 : Passeio ecológico em Licínio de Almeida
08/02/2013 : Festa do Professores de Licínio de Almeida
24/11/2012 : Formatura da Escola Municipal Julieta Cardoso David
Licínio de Almeida.: Educação é Destaque no Seminário +IDEB no Município de Mata de São João.
A Secretária de Educação de Licinio de Almeida, município mais bem avaliado do Estado da Bahia pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, Professora Mychely Teles, esteve nesta última quarta feira ( 18/08/2021) na Cidade de Mata de São João no Balneário de Praia do Forte para participar de um Seminário Intitulado + IDEB, por uma Educação Pública de qualidade para TODOS.
O Seminário contou com a participação de profissionais da Educação, além de autoridades locais, entre eles o Secretário de Educação Alex Carvalho e o Prefeito João Dagoberto de Mata de São João.
Acreditar na Educação é o primeiro passo para transformar uma sociedade.
11/10/2012 - 12º FEMAD da Escola Estadual Duque de Caxias (2º dia)
Rede estadual: aulas semipresenciais do ensino fundamental são retomadas na Bahia
Alunos voltaram às salas de aula esta segunda-feira (9). Turmas foram divididas, com metade dos alunos frequentando as instituições na segunda, quarta e sexta, e outra irá na terça, quinta e sábado.
Por G1 BA..
As aulas semipresenciais do ensino fundamental da rede estadual foram retomadas nesta segunda-feira (9), na Bahia, em sistema híbrido. Os cerca de 175 mil alunos estavam sem ir para a escola desde 18 de março de 2020, por causa da pandemia da Covid-19.
Assim como está ocorrendo com as aulas do ensino médio, as turmas do ensino fundamental foram divididas em 50%. Metade dos alunos frequenta as instituições na segunda, quarta e sexta, e a outra metade na terça, quinta e sábado. Nos demais dias, os estudantes participam das aulas e atividades remotas.
Segundo a Secretaria de Educação, as unidades escolares que ofertam o ensino fundamental de forma compartilhada ou exclusiva em toda a Bahia foram preparadas com todos os protocolos sanitários recomendados, como termômetros para a aferição da temperatura, disponibilização de pias e álcool 70% para higienização das mãos e distanciamento entre as carteiras, dentre outras medidas de biossegurança.
Além disso, os estudantes receberão kits contendo máscaras de proteção e uma nova camisa da farda. A alimentação também já está sendo reforçada com a oferta de duas refeições por turno letivo.
Nova parcela do vale-alimentação estudantil no valor de R$ 55 será paga no dia 15 de julho
Nesta terça também foi confirmado que terceiro crédito do Programa Bolsa Presença será efetivado no próximo sábado (10).
Por G1 BA.
Os estudantes matriculados na rede estadual de ensino vão receber mais uma parcela do vale-alimentação estudantil no dia 15 de julho. O pagamento do auxílio, no valor de R$ 55 por estudante, foi confirmado pelo governador da Bahia, Rui Costa, na noite desta terça-feira (6), durante o Papo Correria, programa do gestor nas redes sociais.
Segundo o governo da Bahia, com este novo crédito totalizam-se R$ 316 milhões já investidos pelo Estado, com recursos próprios, no programa.
Nesta terça também foi confirmado que o terceiro crédito do Programa Bolsa Presença será efetivado no próximo sábado (10). Com o benefício, cada família recebe, mensalmente, um crédito de R$ 150, totalizando mais de R$ 200 milhões em investimentos.
“Somando os dois benefícios, são mais de R$ 500 milhões investidos pela Bahia, com recursos próprios, para colocar comida na mesa das pessoas. Isso significa apoio a quem mais precisa. Estamos indo no limite das possibilidades financeiras do Estado para dar esse apoio para a educação de nossos estudantes", disse o governador.
"Além desses dois, temos o programa Mais Estudo, que concede bolsas de R$ 100 para 52 mil estudantes, que dão monitoria em Língua Portuguesa, Matemática e Educação Científica aos colegas. Vamos continuar fazendo cada vez mais”, afirmou.
O vale-alimentação é usado exclusivamente para a compra de alimentos, como feijão, arroz, marcarão, ovos, carne e leite, sendo de livre escolha do estudante. Os alimentos podem ser comprados com o cartão Alelo em mais de 20 mil estabelecimentos credenciados nos 417 municípios baianos, além de distritos e povoados, movimentando também a economia do estado.
Em caso de dúvida sobre o vale-alimentação, o estudante deve entrar em contato com a escola onde está matriculado ou pelos canais da Ouvidoria (0800 284 0011 e e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.).
Jovem que estudou em casa sem energia elétrica na BA e tirou 980 na redação do Enem passa em medicin
Jovem morador de Feira de Santana estudou em uma casa simples, emprestada da amiga, sem energia elétrica e internet, foi aprovado após quatro anos de preparação.
Por João Souza, G1 BA.
O jovem morador de Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador, que estudou em uma casa simples, emprestada da amiga, sem energia elétrica e internet, foi aprovado em medicina na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) após quatro anos de preparação.
Matheus de Araújo Moreira Silva, de 25 anos, quase atingiu a nota máxima na prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2020 com 980 pontos. As aulas do tão sonhado curso de medicina já começaram na segunda-feira (28), inicialmente de forma remota.
“Para mim foi surreal, foram oito anos fazendo Enem. Há quatro anos que eu tento fazer medicina, então é um bom tempo estudando", disse o jovem em entrevista ao G1.
Matheus de Araújo Moreira Silva fez o processo seletivo da UFRB por quase um mês e agora, com o resultado positivo, o jovem vai realizar o maior sonho: vai ser o primeiro médico da família e da comunidade quilombola à qual faz parte.
“Eu só vou acreditar quando passar essa pandemia e eu poder me mudar para Santo Antônio de Jesus, que é onde tem o polo que eu vou fazer medicina”, contou.
“Minha família e minha comunidade quilombola de Antônio Cardoso estão super felizes, porque é o primeiro médico da família, então eles estão em êxtase, em festa, por isso tudo, porque eles viram o meu esforço durante esse período todo. Estão muito, muito alegres”.
Com a aprovação desejada, Matheus Silva agora pensa em conseguir formas de se manter no curso e conseguir se formar. A primeira estratégia pensada foi a realização de uma "vaquinha" virtual. Ele também procura um estágio para conseguir uma fonte de renda.
“Eu pretendo agora montar uma vaquinha para a manutenção do curso até eu conseguir uma residência universitária e, nesse momento que eu vou ter aulas remotas, quero achar um horário para eu conseguir um estágio, para conseguir um dinheiro e me manter”.
Entretanto, os problemas futuros, embora pensados agora, ficam em segundo plano, quando o jovem lembra que vai lutar para salvar vidas.
“Eu estou bastante honrado em poder fazer o curso que eu irei possibilitar mudanças de vida de várias pessoas. É um sonho se concretizando”, afirmou Matheus Silva.
Estudante de escola pública, o jovem sempre desejou estudar medicina desde que concluiu o ensino médio, em 2013.
Em 2015, ele foi aprovado no curso de enfermagem na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Mas, depois de dois anos, trancou a faculdade, o que ele considera uma “uma decisão da vida”, e desde 2018 se dedicou a estudar para passar em medicina.
Desafios para aprovação
O jovem, morador de um bairro periférico de Feira de Santana, filho de pais analfabetos, sonhava cursar medicina. Para o vestibular, Matheus precisou superar algumas barreiras.
- Em julho do ano passado, uma amiga de Matheus emprestou uma casa simples para que ele pudesse estudar. Porém, o local não tinha energia elétrica e ventilação adequada. No novo local de estudos, também não havia internet. Ele precisou assinar um pacote de internet pelo celular.
Para o Enem, Matheus estudou sozinho, cerca de seis horas por dia, de segunda a sexta, e também nos finais de semana, por meio de apostilas e videoaulas online.
Há cerca de dois anos, ele passou a dar aulas de reforço escolar para pessoas do próprio bairro, para gerar renda e pagar as apostilas e plataformas de preparação para o Enem.
Com a pandemia dando sinais de que não iria passar, o jovem passou a estudar de máscara, mesmo sozinho na casa emprestada, para simular o cenário encontrado pelos candidatos no dia da realização da prova.
Bandidos invadem escola em Barreiras, agridem vigilante e roubam equipamentos; diretora estima preju
Caso aconteceu na madruga do domingo (9). Suspeitos levaram notebooks, celulares, tablets e uma televisão.
Por TV Bahia.
Bandidos invadiram o Colégio Estadual de Barreirinhas (CEB), na cidade de Barreiras, oeste da Bahia, renderam e roubaram equipamentos da unidade. O caso aconteceu na madruga do domingo (9).
Durante a ação, o grupo rendeu e agrediu o vigilante que estava no local. Apesar disso, ele não sofreu ferimentos graves.
Os bandidos tiveram acesso ao colégio através do teto, após quebrarem o forro de PVC. Eles passaram pela diretoria da escola e por algumas salas de aula. Foram roubados notebooks, celulares, tablets e uma televisão de 50 polegadas.
Segundo a diretora da unidade, o prejuízo ficou estimado em cerca R$10 mil. Além disso, ela informou que os equipamentos eram utilizados pelos alunos do colégio. No entanto, a unidade está fechada por causa da pandemia da Covid-19.
Jovem invade escola e mata três crianças e duas funcionárias no Oeste de SC
Assassino entrou no local com um facão. Ele deu golpes contra o próprio corpo e foi levado em estado gravíssimo a um hospital da região. Crime ocorreu no município de Saudades, que fica próximo de Chapecó.
Por G1 SC e NSC.
Três crianças e duas funcionárias de uma escola infantil de Saudades, no Oeste de Santa Catarina, morreram após um ataque à faca nesta terça-feira (4). O assassino, um jovem de 18 anos, deu golpes contra o próprio corpo e foi levado em estado gravíssimo para um hospital da região após o crime.
O delegado regional de Chapecó, Ricardo Newton Casagrande, afirmou que o jovem entrou no local e atingiu as vítimas com um facão.
O que se sabe até agora:
- Um jovem de 18 anos entrou na escola Aquarela com um facão.
- A creche fica na cidade de Saudades (SC) e atende crianças de 6 meses a 2 anos.
- O ataque deixou cinco mortos: três crianças e duas funcionárias.
- O assassino foi preso e levado a um hospital após dar golpes contra o próprio corpo.
Quem são as vítimas
- Keli Adriane Aniecevski, de 30 anos, era professora e dava aulas na unidade havia cerca de 10 anos
- Mirla Renner, de 20 anos, era agente educacional na escola
- Sarah Luiza Mahle Sehn, de 1 ano e 7 meses
- Murilo Massing, de 1 ano e 9 meses
- Anna Bela Fernandes de Barros, de 1 ano e 8 meses.
A identidade das crianças foi confirmada pelo delegado Jerônimo Ferreira.
Uma professora da escola, que não estava na unidade no momento do ataque, disse que, segundo relatos, funcionárias esconderam os bebês quando o assassino começou o ataque. Assista ao vídeo do começo da reportagem.
O prefeito da cidade, Maciel Schneider, chorou ao falar do caso: "Tenho filho pequeno". Veja o vídeo abaixo.
De acordo com o 2º Batalhão da PM de Chapecó, que prestou apoio à ocorrência, a corporação começou a receber várias ligações de moradores e funcionários pedindo socorro por volta das 10h35. Segundo os relatos, uma pessoa que entrou na escola estava golpeando alunos e professores com um facão.
A secretária municipal de Educação, Gisela Hermann, afirmou que as cenas no local eram de terror.
“Chegamos lá, uma cena de terror. Consegui entrar na escola. Tinha um cara deitado no chão, mas ainda vivo, uma professora morta, uma criança morta também. A sala estava fechada, não deixaram a gente entrar."
O Corpo de Bombeiros foi ao local para isolar a área (veja fotos abaixo). O suspeito tentou suicídio após o ataque e precisou ser levado a um hospital de Pinhalzinho.
O município tem 9,8 mil habitantes e fica a cerca de 70 quilômetros de Chapecó, a maior cidade do Oeste catarinense, e a 600 quilômetros de Florianópolis.
O que se sabe sobre as vítimas
Uma prima da professora Keli Adriane Aniecevski contou que a vítima trabalhava na creche há cerca de 10 anos. "Ela era uma pessoa alegre, sempre disposta, simpática, carismática sempre, ajudando o próximo quando ela podia. Então, assim, é uma tristeza que eu não sei explicar, eu não tenho explicação para isso", disse Silvane Elfel.
Já Mirla Renner era agente educacional na creche. De acordo com o assessor jurídico de Saudades, Luiz Fernando Kreutz, ela chegou a ser levada ao hospital, mas não resistiu.
Repercussão
A governadora do estado, Daniela Reinehr, decretou luto oficial de três dias.
"Manifesto profunda tristeza e presto minha solidariedade. Determinei que o Governo dê todo o amparo necessário às famílias", escreveu a governadora em uma rede social.
O prefeito da cidade, Maciel Schneider, afirmou que todas as aulas foram canceladas nesta semana.
“É um momento muito triste na nossa pequena cidade. Colocamos todas nossas equipes para dar esse apoio, decretamos luto oficial, cancelamos todas as aulas essa semana. Colocamos nossas equipes de saúde [a disposição], psicólogos estão acompanhando as famílias", afirmou.
"A gente nem sabe muito como agir. Também sou um gestor de primeiro mandato, de 35 anos, também tenho filho pequeno. Começa a passar um filme na cabeça da gente."
Depósito do valor do 'Bolsa Presença' para famílias de alunos da rede estadual é feito nesta terça-f
Será realizado nesta terça-feira (27) o depósito do valor referente ao "Bolsa Presença", benefício que concede R$ 150 mensais a famílias de alunos da rede estadual de ensino da Bahia que se enquadram em situação de pobreza ou extrema pobreza. O valor será pago ao longo de seis meses, e as famílias precisam ter cadastro no CadÚnico.
Segundo o governo do estado, o benefício do Bolsa Presença é por família, mas o aluno pode acumular com os demais benefícios que recebe: Parcela de R$ 55 do vale-alimentação estudantil e os R$ 100 se for monitor do programa "Mais Estudo".
Cada beneficiário possui um cartão específico para utilização. O valor poderá ser utilizado para a aquisição de gêneros alimentícios, artigos de limpeza e compras em farmácias ou para outra destinação de interesse da família, como material escolar, por exemplo.
Ainda de acordo com o governo, além da família estar cadastrada no CadÚnico, as condições para que o aluno matriculado receba o auxílio Bolsa Presença são: assiduidade nas aulas ministradas pela unidade escolar em que esteja matriculado, com frequência mínima de 75%; participação do estudante e da sua família nas atividades e avaliações escolares; desenvolvimento do projeto de vida e intervenção social; e manutenção atualizada dos dados cadastrais na unidade escolar e no CadÚnico.
A Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) disponibilizou um site onde as famílias podem consultar se têm direito ao "Bolsa Presença". Quem não tem acesso à internet poderá ligar para a escola e solicitar a consulta no sistema.
'Nossa luta é diária', diz indígena na Bahia que já venceu prêmios de empreendedorismo feminino.
No dia do índio, Luena Maria Ferreira dos Santos, de 38 anos, fala sobre desafios da vida e também como líder de associação de pescadores no sul do estado.
Por Danutta Rodrigues, G1 BA
Luena Maria Ferreira dos Santos, 38 anos. Indígena da etnia Pataxó, atualmente lidera uma associação de pescadores em uma tribo urbana de Coroa Vermelha, distrito de Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia. A luta pela sobrevivência que está no DNA de Luena reverbera a situação de abandono histórica dos povos indígenas, que resistem a conflitos, violação de direitos e ao estereótipo reproduzido até hoje sobre os povos que deram origem à nação brasileira.
Única mulher de uma família com cinco filhos, Luena perdeu os pais quando ainda era muito nova. Aos 9 anos, ficou órfã de mãe, e aos 15 perdeu o pai. Mãe de Margarida [16], Íris [15], Iasmin [6] e Lívia Vitória [3], de dois casamentos, a história de Luena é diretamente associada ao mar e os negócios. O trabalho começou cedo, aos 13 anos, apesar da desaprovação do pai, que defendia que apenas os irmãos de Luena deveriam trabalhar.
"Sempre tive um espírito livre, sempre quis minha independência", afirma a Pataxó.
Aos 21, ela casou com um belga e eles decidiram comprar um barco, que levou o nome da primeira filha. "Eu e ele começamos a pescar, eram tempos de fartura. Só que quatro anos depois ele faleceu. Eu passei a comprar os camarões e a tratar", disse Luena.
Apesar de ter parado de estudar aos 21 anos, por causa do casamento e trabalho, ela chegou a cursar o último ano do ensino médio. Mas, como ela mesma se orgulha em dizer, Luena já fez curso "de gente formada".
"Eu não paro de fazer curso, sou curiosa e meu sonho é ainda poder estudar com minhas filhas. Tenho mais de 13 cursos na parte de gestão financeira, contabilidade, administração", conta.
Anos depois da morte do marido, já em 2010, ela foi trabalhar na Associação dos Pescadores de Coroa Vermelha, onde já tinha uma equipe de mulheres que atuavam por lá.
Protagonismo feminino
Em duas gestões distintas, Luena assumiu a função de tesoureira. Depois, após conversa com o então presidente da associação, ela pediu, e convenceu, que ele passasse a liderança da associação para ela, mesmo com dívidas com contas de luz, água, entre outras. Porém, ele não imaginava que a composição da diretoria seria formada apenas por mulheres, o que foi contestado entre os pescadores.
"No início deu ciúme, eles começaram a questionar por não ter homens, mas aceitaram. Na minha diretoria só tem mulher. Fizemos uma votação e deu tudo certo. Eu que escolhi a equipe, que é só de mulheres", orgulha-se Luena.
"Não colocamos só indígenas, mas não indígenas também, que são esposas de pescadores. Temos o nosso grupo, da nossa diretoria. É o grupo das tigresas. Temos o nosso espaço", conta.
A indígena foi em busca de parcerias para quitar os débitos da associação e ainda conquistou melhorias para o grupo, que vive da pesca de peixes e, principalmente, do camarão.
"A gente conseguiu rádio para os pescadores. Foi uma luta de dois anos, conseguimos esse rádio e uma base completa também, que mantém a segurança no mar e o contato entre todos os barcos", conta Luena.
Foi com esse trabalho na Associação dos Pescadores Indígenas Pataxós de Coroa Vermelha que Luena conquistou o primeiro lugar na etapa estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, em 2014, na categoria Produtora Rural. E, o segundo prêmio, veio na etapa nacional, que ela conquistou o terceiro lugar.
Além disso, ela faz parte do comitê do extremo sul da Bahia do setor da pesca. Segundo ela, todas as colônias e associações do extremo sul, que vai de Belmonte a Canavieiras, onde tem todos os presidentes, estão dentro desse comitê, onde há diálogo direto com uma empresa grande da região.
"Sempre falei de colocar a casa em ordem e temos parcerias para conquistar melhorias sempre. Ganhamos um projeto em 2019 no valor de R$ 270 mil, que é do governo. Participamos desse edital e conseguimos ganhar esse projeto, que é de uma cozinha industrial, onde vamos trabalhar com o resto do peixe, que já aprendemos a fazer isso, que é o bolinho do peixe, a linguiça do peixe, o espetinho do peixe", conta Luena.
Porém, com a pandemia, o projeto ainda não saiu do papel. A associação reduziu bastante o volume de pesca e o volume de venda, e agora fechou por causa do defeso do camarão. "Então, desde o ano passado que vinha em queda por causa da pandemia, mas ainda trabalhávamos, porque o foco é o camarão. E agora tem o defeso", disse.
Além disso, Luena conta que desde 2019 que a situação tem complicado para as marisqueiras e pescadores. "Teve o derramamento de óleo, depois falaram da doença que estava no peixe, o que ajudou a prejudicar ainda mais o pescador e a marisqueira. A pandemia só veio para piorar”, conta.
Desafios da pandemia
Segundo Luena, antes da pandemia, a visita para a venda dos peixes e do camarão era sempre presencial, além do marketing por telefone e até virtual. Porém, com o novo coronavírus, tudo mudou. "Nunca vi uma semana santa tão ruim de vendas [com a desse ano]. Tiveram as medidas de restrições, as pousadas todas fechando, vendemos bem pouco, só para os nativos aqui da aldeia. Foi um impacto muito grande", afirma.
"Fica difícil porque não tem trabalho. Às vezes tem uma ou outra que vai pegar, mas as vendas caíram muito. A gente vem vendendo, mas tem pouco", conta.
Luena conta que só tem ficado na associação durante a manhã. "Eu faço muitos contatos com os clientes, fico postando nas redes sociais sobre o trabalho também, que aí já passo os preços. Agora, com o defeso do camarão desde 1º de abril, não tem com o que trabalhar", afirma.
"Eu peço que a gente não venha sofrer tanto como a gente vem sofrendo. Tanta humilhação para conseguir seguro, conseguir auxílio. E não temos quem brigue por nós também", diz Luena.
Segundo ela, as mulheres da comunidade que são chefes de família têm entrado em depressão. "É uma doença que tem atingido muito os povos indígenas, as mulheres indígenas. Precisamos que olhem o nosso lado", alerta Luena.
“Eu espero que as autoridades, a comunidade em si, venham olhar para os povos indígenas, eu não me vejo trabalhando em outro lugar, a não ser nesse meio da pesca. Queria muito que olhassem pelos pescadores, e os indígenas...é muito impacto, é complicado, e com a pandemia só vem piorando", alerta Luena.
Luena tem um sonho, que é ensinar às filhas sobre os apetrechos da pesca, rede, é passar os ensinamentos que possui adiante. E sempre com consciência ambiental.
"A nossa luta é pela pesca artesanal, não aceitamos a pesca industrial, nada que venha maltratar o meio ambiente. Nós, que somos moradores, aprendemos a pescar, a sobreviver do nosso trabalho, da nossa profissão. Quando eu falo isso, vem uma tristeza na minha alma. Isso dói. Nós somos pescadores artesanais e estamos sofrendo muito", conta.
Os desafios impostos pela pandemia, e também por outras questões sociais que atingem as comunidades indígenas, não fazem com que Luena desanime. “Eu sempre fui uma pessoa que sempre aprendi a lutar, guerrear. Então, todas as mulheres indígenas têm um espírito muito guerreira, elas não abaixam a cabeça, elas correm atrás mesmo", afirma.
"Eu admiro muitas mulheres aqui. Eu nunca deixei ninguém me abater. Vinha uma coisa dentro de mim muito mais forte. Eu acho que esse espírito de guerreira, de indígena que nós temos, falava mais alto dentro de mim. Eu falo muito para minhas filhas: mesmo que muitos que não deem o valor, não se abatam”.
Além de todos os prêmios, todas as honras e o respeito que adquiriu na comunidade, Luena também foi escolhida para carregar a tocha olímpica por uma marca que patrocinou as Olimpíadas de 2016. Memórias que ela guarda até hoje, se orgulha e ostenta como exemplo.
"Nossa luta é diária. Onde eu for, eu represento a minha cultura. Ela faz parte do dia a dia da minha vida. Uso acessórios de pena. Quase todos os dias eu uso. E é repassado para minhas filhas também, que estudam em uma escola indígena. Eu vivencio dessa forma".
Já vacinada contra a Covid-19, apesar de ter ficado com receio da vacina em um primeiro momento, Luena faz um alerta sobre a imunização: "É muito importante para todos".
Indígenas e vacina
A Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento da Bahia (SJDHDS) informa que 18.737 mil indígenas aldeados na Bahia já foram vacinados com a 1ª dose de vacina contra a COVID-19 até o dia 11 de abril. Os dados são do Boletim Informativo da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), atualizados diariamente.
Ainda segundo o boletim da Sesab, 16.655 mil indígenas aldeados também já receberam a segunda dose da vacina contra o novo coronavírus.
Dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, apontam que a Bahia registrou, até o dia 9 de abril, 1.007 casos de COVID-19 e 8 óbitos entre a população indígena. Atualmente, 78 indígenas estão com infecção ativa na Bahia.
A SJDHDS atuou junto à Sesab na articulação junto às comunidades indígenas com o objetivo de garantir o atendimento à todas as comunidades do território baiano.
Dados da Coordenação dos Povos Indígenas da SJDHDS apontam que a Bahia tem hoje 33.045 mil indígenas de 26 etnias, localizados em 192 comunidades de 39 municípios baianos.