Ministro da Justiça comentou ranking, divulgado na semana passada, que apontou o Brasil em 106º lugar na percepção de corrupção. Para Moro, é preciso 'fazer mais'.
Por Luiz Felipe Barbiéri e Gabriel Palma, G1 e TV Globo — Brasília.
O ministro Sergio Moro discursou no lançamento de um canal direto entre o governo e a Câmara Internacional de Comércio para combate à corrupção — Foto: José Cruz/Agência Brasil
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse nesta quarta-feira (29) que recebeu com "certo pesar" o resultado dos indicadores da Transparência Internacional que medem a percepção sobre corrupção no mundo todo.
Todo ano, a instituição faz um levantamento em 180 países. Os pesquisadores ouvem empresários, estudiosos e executivos sobre a atuação do setor público no combate à corrupção.
O resultado, divulgado na semana passada, mostrou que o Brasil caiu uma posição e atingiu o 106º lugar, a pior colocação desde 2012.
“Eu vi com certo pesar na semana passada os resultados dos indicadores da Transparência Internacional, que revelam algo que já vinha de outros anos, que apesar de todos os esforços que o Brasil tem realizado contra a corrupção nos últimos anos, esforços significativos (...) Mas apesar de todos os esforços, é com uma certa tristeza que a gente vê que a percepção pouco mudou”, afirmou Moro.
Ele participou, no Ministério da Justiça, do lançamento de um canal direto entre governo e a Câmara Internacional do Comércio no Brasil para facilitar o combate a crimes como lavagem de dinheiro e corrupção.
Para o ministro, a percepção de que o combate à corrupção no Brasil se estagnou mostra que é preciso tomar novas iniciativas na área.
“Acho que a reação em relação a esse tipo de pesquisa não deve ser de resignação, deve ser ao contrário, nós percebemos que temos de fazer mais, muito mais”, disse Moro. “Nós temos que tirar desse episódio a lição correta. Temos que fazer mais”, ressaltou Moro.
O ministro disse que “poucos países no mundo fizeram o que o Brasil fez” para diminuir a corrupção. Ele citou como exemplo prisões e condenações da operação Lava Jato.
Moro afirmou ainda que o presidente Jair Bolsonaro rompeu com o loteamento político de cargos na alta administração.
"O presidente teve esse grande mérito de romper com isso. Aliás isso que explica a minha presença no ministério”, concluiu.