Morando em São Paulo há seis meses, o caculeense Thiago Lima da Rocha (@thiagolimacle), 26 anos, viveu sua primeira experiência como modelo os desfilar no OS-FW / Osasco Fashion Week, evento de moda realizado entre os dias 12 e 15 de março no espaço Borborema, em Osasco, na região metropolitana de São Paulo.
O Informe Cidade conversou com Thiago e ele nos contou um pouco de como foi a sua experiência na passarela e as expectativas de novos trabalhos neste seguimento.
Segundo Thiago tudo começou assim que ele chegou em São Paulo, em setembro do ano passado, quando foi convidado a fazer um Casting para a agência de modelos FW Express (@fw.express), em Osasco.
A oportunidade de desfiar no Osasco Fashion Week, um dos maiores eventos de moda da cidade, surgiu justamente por ele ser portador do vitiligo, uma doença cutânea que causa a perda gradativa da pigmentação da pele, geralmente com o surgimento de manchas em todo o corpo.
Como o foco do desfile era abordar a diversidade e promover a inclusão, o que poderia ser um problema (o vitiligo) acabou sendo “a porta de entrada” para que o caculeense tivesse sua primeira experiência nas passarelas.
Além de portadores do vitiligo, o evento também contou com a participação de cadeirantes, queimados, portadores de hemangioma, paraplégicos, portadores da síndrome de Down e deficientes visuais.
Thiago, que atualmente trabalha em um restaurante na zona sul de São Paulo, disse ao Informe Cidade que depois de sua participação nos desfiles da OS-FW, tem “pintado” alguns trabalhos na área, mas ainda são só “bicos”. Ele não descarta a possibilidade de se dedicar exclusivamente à profissão de modelo.
Thiago também nos contou como foi que superou o preconceito e a discriminação no início da doença.
“Meu vitiligo começou aos 17, 18 anos, com uma pequena mancha do tamanho de um caroço de feijão no pulso. Aí, com o passar do tempo, meio que da noite pro dia, se espalharam nas duas mãos e daí pra frente não tive mais controle. No início foi difícil, cheguei a ter pouquinho de depressão, até porque eu não sabia do que se tratava essas manchas.” Relembra Thiago.
“Posso te dizer que isso mudou muito a minha autoestima, totalmente. No início foi difícil ver o olhar das pessoas que pareciam julgar sua aparência, mas a gente vai convivendo com a situação e, querendo ou não, caba aceitando, como foi o meu caso.”
Thiago conta que com o tempo aprendeu a deixar os preconceitos de lado e continuou vivendo a sua vida normalmente, sem se preocupar mais com o vitiligo. “Hoje posso te falar que não me reconheço mais sem o vitiligo.”
Thiago revelou para o Informe Cidade que depois do desfile a sua autoestima se elevou ainda mais e que isso fez com que ele se visse como exemplo para outros portadores da doença.
“Depois do desfile muitas pessoas me mandam mensagens perguntando como foi pra mim superar tudo isso. Tipo, são pessoas que têm o vitiligo também, mas ainda não conseguem se superar, entende? Têm vergonha de mostrar o que é de verdade. E agora, contando a minha história, eu acabo ajudando elas a também superarem as dificuldades como eu superei.”
Thiago finaliza a conversa revelando que já há um bom tempo curtia “essas coisas de modelo” e achava que tinha um pouco disso em sua genética.
“Então surgiu o vitiligo e foi aí que eu acreditei mesmo que um dia eu poderia estar estampando um outdoor ou estar em uma passarela ou em algum desses comercias.”