O índice de infestação do mosquito na cidade é seis vezes maior que o tolerado pelo Ministério da Saúde.
Por G1 BA.
O crescimento da incidência de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti vem causando preocupação em toda a Bahia. Em Vitória da Conquista, no sudoeste, o índice de infestação do mosquito é 6,6%, seis vezes maior que o tolerado pelo Ministério da Saúde, que é de menos de 1%. Há bairros onde este número chega a ser 20 vezes maior. Os dados são do Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) realizado em fevereiro deste ano.
Desde o começo deste ano, Vitória da Conquista registra 3.938 notificações de dengue, chikungunya e zika. São 547 casos confirmados de dengue e três mortes por dengue hemorrágica, além de sete casos de zika e 11 de chikungunya.
Para o coordenador de Endemias de Vitória da Conquista, Eliezer Almeida, esse aumento tem uma explicação:
"Há um novo vírus da dengue circulando na região [sudoeste]. Isto desencadeou uma série de novos casos de dengue, zika e chikungunya. Ninguém na cidade havia tido contato com ele, por isso todos estão expostos a essas doenças, a partir deste novo vírus", explica.
Para combater o mosquito, estão sendo realizadas ações na cidade. Um carro fumacê está sendo utilizado e agentes de endemias estão fazendo trabalho de conscientização de porta em porta. No entanto, os agentes não podem entrar nas casas devido à pandemia de Covid-19.
"Estamos fazendo um trabalho voltado para os imóveis desabitados e terrenos baldios. Nossos agentes também estão falando com as pessoas, mas mantendo uma distância segura, de, no mínimo, dois metros. Ele passa informações, mas não está podendo entrar nos imóveis", completa Eliezer Almeida.
Na Bahia, até o mês de março, 16.459 pessoas foram diagnosticadas com alguma das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, de acordo com o último levantamento divulgado pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Foram 13.162 diagnósticos de dengue, 2.867 casos prováveis de chikungunya e 430 casos prováveis de zika.