Quinta, 24 Setembro 2020 21:40

Há 7 anos sem ver filha, baiana relata que pai levou menina para Canadá e não voltou: 'Disse que que

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Por TV Subaé.

Uma moradora de Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador, relatou que está sem ver a filha desde 2013, depois que o pai da menina, que é peruano, levou a criança para o Canadá e não a devolveu mais para mãe.

"Dói muito porque eu tenho as lembranças dela, a agendinha dela. Lembro de todas as palavras que ela me dizia e dói. Só que eu não tenho o que fazer, sozinha, com uma pessoa que aparentemente está bem respaldado lá e eu aqui sem condições de ir, nem psíquica e nem financeira", relatou a corretora de imóveis, Suzane do Nascimento.

Suzane contou que tudo começou quando o pai da filha dela levou a menina, supostamente, para passar as férias nos Estados Unidos. A viagem foi feita em novembro de 2013. Na época, a menina, que se chama Anny, tinha 5 anos. A promessa do pai da criança era de que a menina estaria de volta ao Brasil após três meses.

"[Pai da menina] Ele disse que queria passar férias com ela e se eu não deixasse, ele iria recorrer na Justiça para ter a guarda compartilhada e era pior para ela", disse Suzane.

De acordo com a corretora, após os três meses de férias, o ex-companheiro não cumpriu o combinado e levou a menina para o Canadá, onde mora atualmente. Durante todo esse tempo, ela disse que enfrenta dificuldades até para ter contato com a criança. A última foto da mãe e da filha foi tirada em novembro de 2013, no aeroporto de Salvador.

 

A história do ex-casal começou pela internet, segundo Suzane. Entre indas e vindas, eles passaram cerca de três anos juntos morando em alguns lugares, como o estado do Paraná e o Peru.

"Nos conhecemos pela internet, [ex-companheiro] ele morava nos Estados Unidos e veio com a proposta de, nos casando, eu poderia ir também para lá. Em 2008, eu descobri que estava grávida e minha filha nasceu em 13 de novembro do mesmo ano, em Londrina, no Paraná. Em 2009, eu viajei para o Peru para tentar, mais uma vez, a vida com ele. Retornei em 2011 porque não deu certo", contou Suzane.

A corretora passou quase um ano sem ter nenhum contato com a menina. Ela contou que teve inúmeras conversas com o pai da criança pelas redes sociais, apelando para falar com a filha e nunca teve resposta. Quando finalmente conseguiu conversar com Anny, descobriu que ela não falava mais português.

"Ele disse que se eu quisesse que ela falasse comigo, ele não iria colocar ela em um curso de português, nem iria ensiná-la. Ele disse que se eu quisesse, fizesse um curso. Baixei um aplicativo e fui praticando para ter pelo menos um contato básico, que é o que eu tenho hoje", relatou.

 Mulher conta que teve inúmeras conversas com pai da criança pelas redes sociais apelando para falar com filha — Foto: Reprodução/TV Subaémulher conta que teve inúmeras conversas com pai da criança pelas redes sociais apelando para falar com filha — Foto: Reprodução/TV Subaé

Segundo Monique Caroline Rodrigues, advogada que está acompanhando o caso, dois crimes foram cometidos pelo pai da criança: subtração internacional de menores e alienação parental.

"Quando você subtrai a criança do seu país de origem para viagem e não retorna, pode ser configurado como subtração internacional de menor. A alienação parental ocorre porque a Suzane tem uma comunicação muito limitada com a sua filha. O genitor fez questão que ela não continuasse aprendendo português, então toda comunicação da Anny é mediada pelo genitor, que fica do lado interpretando e filtrando o que a menor vai ouvir da mãe", explicou a advogada.

Em entrevista à TV Subaé, o pai da menina, de identidade não revelada, disse que tem custódia total da filha e nunca colocou dificuldade para a mãe ter contato com a criança. Ele afirmou, ainda, que se Suzane quiser ver a menina pessoalmente, basta conquistar a confiança dela.