Josenita José da Silva, de 71 anos, é técnica de enfermagem aposentada e mora no Nordeste de Amaralina, em Salvador, há mais de 50 anos. Ela prestou os primeiros socorros à menininha.
Por TV Bahia e g1 BA.
A técnica de enfermagem aposentada Josenita José da Silva, de 71 anos, relatou, nesta sexta-feira (3), como encontrou e prestou socorro à bebê encontrada no lixo, no bairro Nordeste de Amaralina, em Salvador. Ela contou que varria a porta de casa quando viu o saco plástico onde estava a recém-nascida.
Conhecida como "Joca", a aposentada é moradora do bairro há mais de 50 anos. Segundo ela, o material estava fechado e molhado, já que choveu em Salvador na madrugada desta sexta. Como escutou murmuros, teve a curiosidade de averiguar o pacote.
"Parecia uma caixa, não tinha como a criança respirar. Quando eu abri, a criança estava toda cianótica [com insuficiência respiratória]", detalhou.
"A criança estava toda suja. Aí chamei a vizinhança, pedi para trazer uma roupa limpa. [Em seguida], levei ela para minha casa, dei um banho, corte o cordão umbilical e fiz o curativo", complementou.
Segundo os moradores, a dona de casa Ana Paula Silva foi responsável por alimentar a criança com leite materno. Em entrevista ao Bahia Meio Dia, telejornal da TV Bahia, ela comenrou o ocorrido.
"Dei mama, botei [o leite] dentro de um potinho e doei. A criança estava com fome, toda suja, dentro do lixo, coitadinha".
Após os primeiros cuidados feitos pelos moradores, a Polícia Militar foi acionada e os agentes levaram a recém-nascida para o Hospital Geral do Estado (HGE). De lá, a recém-nascida foi regulada para a Maternidade José Maria Magalhães, no bairro do Pau Miúdo. Não há detalhes sobre o estado de saúde dela, contudo, aparentemente, a menininha estava bem.
Essa foi a primeira vez que Josineta encontrou uma criança nessa situação. "Já fiz parto na rua, mas nunca tinha encontrado uma criança dentro do saco. É desumano", desabafou.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que a Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca) tenta localizar os responsáveis por abandonar a garotinha. O g1 entrou em contato com o Conselho Tutelar, para obter mais informações a respeito do caso, no entanto, o órgão afirmou que ainda não foi notificado.