Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), até esta segunda-feira (25), 48 armas deste tipo foram apreendidas.
Por g1 BA
O número de fuzis apreendidos entre janeiro e setembro deste ano na Bahia mais que dobrou em relação ao comparado durante todo 2022.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), até esta segunda-feira (25), 48 armas deste tipo foram apreendidas. Entre janeiro e dezembro do ano passado, foram apreendidos 22 fuzis.
Nesta segunda, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), disse ao Blog da Andréia Sadi que o governo Lula (PT) pretende criar uma política conjunta entre Forças Armadas e Polícia Federal para combater a presença de fuzis e outras armas pesadas no Brasil.
A declaração foi feita em meio à onda de violência na Bahia – estado governado por Costa de 2015 a 2022 – que, em agosto, levou o governo federal a firmar um acordo com o estadual para combater o crime organizado.
No domingo (24), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, descartou a possibilidade de uma intervenção federal no estado para conter a onda de violência. Segundo o líder da pasta, esse tipo de intervenção só deve ser feita quando há falta de atuação do governo do Estado.
“Não se cogita por uma razão: o governo do estado está agindo. A intervenção federal só é possível quando de modo claro, inequívoco, o aparato estadual não está fazendo nada”, disse.
A declaração foi dada após a cerimônia que concedeu a medalha da Ordem do Mérito, no grau de Grã-Cruz, ao Padre Júlio Lancellotti. O evento aconteceu na cidade de São Paulo.
Ainda de acordo com Dino, o ministério está em diálogo com o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e com o secretário de Segurança Pública do Estado, Marcelo Werner. O objetivo é que haja o aperfeiçoamento das operações, já que as organizações criminosas se fortaleceram na Bahia nos últimos anos, tendo aumentado, inclusive, o acesso a armas.
Foi nesse cenário que, no mês de agosto, o acordo foi assinado pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) e a Polícia Federal, criando a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), dos governos estadual e federal.
Após a criação do força integrada, operações em conjunto passaram a ser feitas no estado. Uma delas, realizada em 15 de setembro, em Salvador, deixou cinco pessoas mortas - dentre elas, o policial federal Lucas Caribé.
Depois da morte do agente federal, veículos blindados e policiais vindos do Distrito Federal foram enviados para a Bahia. Apesar disso, o ministro afirma que a situação não se trata de uma intervenção federal, mas sim "apoio financeiro e material".
"É um quadro muito desafiador. O que nós fizemos foi fortalecer a presença da Polícia Federal, sobretudo visando a pacificação. No sentido amplo da palavra 'intervenção', claro que há, no sentido da presença. A presença está sendo ampliada, mas em parceria com o governo do estado", disse.
Mais de 40 mortes em confrontos
"Somos contra mortes em confrontos e que sejam externas ao confronto e essa é a orientação que estamos transmitindo", afirmou o ministro Flávio Dino.
Entre 1º e 24 de setembro, já foram registradas pelo menos 46 mortes em confrontos policiais em todo o estado. A proporção é de quase duas mortes por dia em setembro. Segundo o ministro, as forças de segurança pública recebem tanto acusações de excessos, como de omissões.
A maior parte das mortes foram registradas em bairros periféricos de Salvador, como Alto das Pombas, Calabar, Valéria e Águas Claras.
As corporações afirmam que, dos 46 mortos, 45 eram integrantes de facções criminosas ou suspeitos de outros crimes, como homicídios, e houve troca de tiros em todas as situações. Apenas uma vítima, o policial federal Lucas Caribé, não teria ligação com a criminalidade.
O g1 pediu à Secretaria de Segurança Pública a identificação dos mortos na operação realizada no bairro de Valéria e nas ações que se sucederam, e o órgão disse que aguardava retorno do Departamento de Polícia Técnica, que fez a identificação dessas pessoas. Apenas parte dos nomes foi divulgada pela pasta.
Neste último final de semana, seis pessoas foram mortas em Feira de Santana, a segunda maior da Bahia, localizada a 100 km de Salvador. Segundo a Polícia Civil do município, 37 homicídios foram registrados nos 25 dias dias de setembro, uma média de mais de um crime por dia.
Uma mulher e três filhos foram mantidos reféns por homens armados desde a noite de domingo (24), no bairro de Dom Avelar, na capital baiana. As vítimas foram resgatadas após oito horas, sem ferimentos no início da manhã desta segunda-feira (25). Seis suspeitos foram presos e um adolescente apreendido.