Espécie foi desenvolvida na Espanha, e começou a ser cultivada na região sul em 2016.
Por G1 BA.
Uma espécie de melancia que tem menos semente, é menor e possui a casca mais escura vem crescendo no mercado do extremo-sul da Bahia. Além dessas características, a melancia pingo doce possui sementes comestíveis.
No país, apenas 20 produtores plantam esse tipo de melancia, que foi desenvolvida em 2016, na Espanha. Na Bahia, apenas um: o agricultor Pedro Orita, da cidade de Teixeira de Freitas, no sul do estado.
Para ele, a espécie de melancia possui maior valor agregado e, desta forma, ele espera alavancar as vendas.
“A gente está no projeto, logicamente no intuito de ter mais qualidade no mercado e um preço agregado melhor. O preço dela não varia. Até o momento é um preço fixo. Estabelecido o preço, então não tem variação”, afirmou Orita.
A produção da espécie é mais trabalhosa, por ser uma planta triploide, que só tem fêmeas. Por isso, precisa ser plantada junto com outras variedades, para fazer o cruzamento, enquanto as abelhas se carregam da polinização.
O resultado do trabalho é uma fruta com casca escura e menor, pesando entre 6 Kg a 8 Kg, e com menos sementes, que são comestíveis. Isso faz com que a fruta demore a estragar. Além disso, o sabor da melancia é bem doce.
A produção chega a 60 toneladas por hectare, e a safra vai de janeiro a março. Da produção de Orita, a fruta vai para o mercado interno e para as regiões sudoeste, sul e centro-oeste do país. Na Bahia, a espécie é encontrada nas cidades do extremo-sul, onde é vendida por cerca de R$ 15.
"[A espécie] está se direcionado para as grandes capitais, para os mercados grandes, Ceasa também. A gente vê que o consumo está cada dia melhorando”, afirmou o agricultor.
Condições climáticas
De acordo com a Associação de Produtores de Melancia do Extremo Sul, o clima da região favorece o cultivo do fruto.
“Nosso clima é diferenciado, é propício para o cultivo da melancia, além da alta tecnologia utilizada pelo produtor”, afirmou Elissandra Teobaldo, produtor da região.
“É um produto que está vindo para o mercado para fazer diferença. Como é um produto diferenciado, ele veio para agregar valor para todos, não só para o consumidor, mas também para o produtor. O produtor também precisa de um produto que traga estabilidade", completou.
A cidade de Teixeira de Freitas está entre os cinco maiores produtores de melancia do país. Concentra 600, dos 300 mil hectares do extremo-sul, onde são colhidas em média 150 milhões de toneladas da fruta por safra. A cidade é a primeira do estado em produtividade, uma média de 60 toneladas por hectare.
O extremo-sul conta, aproximadamente, com 60 produtores de melancia. As principais variedades são Manchester e Melancia 21.
Melancia pingo doce vem se destacando no mercado do extremo-sul da Bahia — Foto: Reprodução/TV Bahia