Nesta sexta-feira (10), feriado da Semana Santa, a movimentação no local começou por volta das 3h da manhã.
Por G1 CE.
O comércio de peixes na faixa de areia da Praia do Mucuripe, em Fortaleza, registrou nova aglomeração na madrugada desta sexta-feira (10), mesmo após a prefeitura instalar grades para controlar o fluxo de pessoas e permitir um distanciamento mínimo de 1,5 metro entre elas. A ação tem como objetivo mitigar a transmissão do novo coronavírus, de acordo com a Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis), responsável pela instalação dos grades.
Até as 17h desta sexta-feira (10), o Ceará registrou 67 mortes por coronavírus, de acordo com a plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Estado. Os casos confirmados da doença, no estado, chegam a 1.558.
Devido à Semana Santa, a demanda pelo pescado é tradicionalmente maior e, devido ao feriado desta sexta, a procura pelo produto fresco começou cedo, por volta das 3h da manhã. No local, havia funcionários da Agefis para organizar o acesso às banquinhas de venda de peixe, formando grupos de 20 consumidores por vez, mas o grande número de pescadores e demais visitantes se aglomeraram na faixa de areia da praia.
Mesmo com a presença dos fiscais da Agefis, além de guardas municipais e homens da Polícia Militar, a movimentação continuou intensa no início desta manhã.
Com o feriado da Semana Santa, nesta sexta-feira (10), o fluxo de pessoas à procura de peixe se intensificou na Praia do Mucuripe — Foto: José Leomar/SVM
Aglomerações recorrentes
Nestas últimas semanas que antecedem a Semana Santa, um dos períodos do ano mais rentáveis para os pescadores, vêm sendo recorrentes os registros de aglomerações de comerciantes, consumidores e profissionais do ramo na Praia do Mucuripe.
A situação pode gerar multa e reclusão, de acordo com o decreto assinado no último dia 19 de março pelo governador do estado, Camilo Santana. No documento, uma medida para impedir aglomerações foi tomada e determina o fechamento do estabelecimentos comerciais no Ceará até o próximo dia 20 de abril.
A permanência do comércio na região, mesmo durante a pandemia da Covid-19, se deve porque "o pescador precisa sobreviver e não pode ser proibido de pescar", justificou em outra ocasião o presidente da colônia de pescadores Z-8, do Bairro Vicente Pinzón, Possidônio Soares.
A movimentação de pescadores e consumidores na faixa de areia começou ainda na madrugada — Foto: Halisson Ferreira/SVM
Queda nas vendas
Apesar da movimentação nesta sexta-feira, a expectativa é que as vendas cheguem a apenas 50% do esperado no Mercado dos Peixes.
Segundo a tesoureira da Associação dos Permissionários do Mercado de Peixes do Mucuripe, Luzia Lourenço do Nascimento, a baixa demanda e os cuidados para impedir que haja concentração de pessoas diminuíram o potencial de vendas.
“Teve uma baixa muito grande. As pessoas estão com medo de sair de casa para evitar as aglomerações e o mercado não está abastecido porque os pescadores estão evitando ir pro mar”, completa.
Outra consequência é o aumento dos preços. Os peixes mais procurados, como pargo, cavala e sirigado, custam de R$25 a R$ 32 o kg. Por ser mais perecível, o camarão sofre com a baixa procura e, por isso, acabou entrando em promoção.