Sexta, 24 Abril 2020 07:38

Aumento de mortes por coronavírus no RJ deixa rotina mais difícil em cemitérios

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Por Pedro Bassan, Arthur Guimarães, Leslie Leitão, Felipe Freire e Marco Antônio Martins, TV Globo e G1 Rio.

O aumento de morte de vítimas do coronavírus no Rio de Janeiro tem deixado a rotina mais difícil nos cemitérios. Os coveiros, que agora trabalham cobertos por várias camadas de materiais diferentes, relatam que têm medo de contaminação.

“A gente também tem medo, com certeza. Somos seres humanos”, comentou o coveiro Leandro da Silva Gomes.

O medo sofrido por quem trabalha nos cemitérios e nos hospitais também atinge os agentes funerários, que passam o dia transitando várias vezes entre esses locais.

O cuidado com os caixões foi redobrado pela memória do morto e para preservar a saúde dos vivos. A pandemia mudou até a cor da roupa dos agentes, que trocaram o preto pelo branco e andam totalmente cobertos.

“A gente vai ficando preocupado, tem família, filhos, então a gente está sentindo esse dia a dia na pele, vendo a demanda aumentar”, explica o agente Marcos dos Santos.

São esses profissionais que têm a difícil missão de explicar para as famílias que os enterros não podem ter muita gente. A despedida das vítimas da Covid-19 é rápida e solitária.

“É muito triste. A minha mãe, na vida dela, era uma pessoa muito alegre, muitas amizades. Todos queriam vir, mas infelizmente ....era uma pessoa muito alegre, professora de matemática, deu aula, eu era conhecida como a filha da Dona Ivone. E é triste a gente ver a pessoa desse jeito”, lamentou a médica Marize, única pessoa presente no enterro da mãe.

 

Aumento nos enterros e cremaçōes

Num período de 25 dias, de 20 de março a 13 de abril, a prefeitura do Rio registrou em todos os cemitérios da cidade 164 enterros ou cremações de vítimas da Covid-19 ou de casos suspeitos.

Em média, seis por dia. A partir dessa data houve um aumento nos números. De 13 até 21 de abril, em 9 dias, foram 298 enterros ou cremações, média de 33 por dia.

Somente no dia 21 de abril, último dia com dados registrados, foram 49 enterros e cremações.