Maior cemitério da América Latina recebeu dois contêineres. Eles serão usados quando local registrar 400 sepultamentos por dia. Por conta da pandemia, também foram instaladas torres de iluminação para viabilizar enterros noturnos.
Por Marcel Lopes, TV Globo — São Paulo.
A Prefeitura de São Paulo instalou duas câmaras frigoríficas no cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste, para dar apoio na preservação de corpos para sepultamentos durante a pandemia de coronavírus. Como revelou o G1, houve aumento de 18% nos enterros na cidade.
O Complexo da Vila Formosa é o maior cemitério da América Latina e um dos que mais recebe vítimas de Covid-19.
O local ficou conhecido internacionalmente após estampar a capa do jornal norte-americano "Washington Post" com uma imagem aérea que mostrava uma imensidão de covas abertas e, em 30 dias depois, todas ocupadas e fechadas.
Cada uma das câmaras terá capacidade para manter 20 urnas. A equipe técnica está terminando de instalar as ligações elétricas e as prateleiras que vão acomodar os caixões.
Os dois contêineres ficam próximo à área de velório, ao lado de uma tenda montada e que será o centro de logística pra sepultamento de casos suspeitos de morte por coronavírus.
A prefeitura diz os contêineres serão usados quando o cemitério passar a registrar 400 sepultamentos por dia, independente da causa dos óbitos.
Cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste de SP — Foto: Marcel Lopes/G1
Na última terça-feira (12), 338 pessoas morreram na capital paulista.
A gestão municipal não descarta a possibilidade de disponibilizar a mesma estrutura nos cemitérios Cachoeirinha, na Zona Norte, e São Luiz, na Zona Sul. A instalação vai depender da necessidade e quantidade de manejo de corpos em cada um deles.
Torres de iluminação para viabilizar sepultamentos noturnos — Foto: Marcel Lopes/TV Globo
Antes das câmaras, o Vila Formosa já tinha recebido torres de iluminação. Como o cemitério não fazia enterros após 18h, a prefeitura alugou torres de iluminação para que seja possível ampliar os enterros para o período noturno, o que evitaria que muitos corpos aguardassem de uma vez só a reabertura do cemitério para, só então, os corpos serem sepultados.
São cinco torres móveis que funcionam com abastecimento a diesel que serão ligadas caso o número total de enterros na cidade ultrapasse 400 por dia. Com isso, Cachoeirinha e São Luiz também poderão receber esse tipo de iluminação.
De acordo com o Serviço Funerário da capital, a médica histórica de sepultamentos é de 240 por dia na primavera/verão e costumava a chegar a 300 no outono/inverno.
Prefeitura coloca contêineres refrigerados pra atender demanda de enterros na Vila Formosa