Máxima anterior era de 521 mortes confirmadas em 24h no estado. Coordenador do Centro de Contingência contra Covid-19 do governo de SP prevê recorde de mortes pela doença 'em alta escala', e vice-governador do estado diz que Doria não descarta lockdown, mas que medida precisa ser coordenada nacionalmente.
Por G1 SP — São Paulo.
O estado de São Paulo registrou 679 novas mortes provocadas pela Covid-19 nesta terça-feira (16), o maior total em 24h desde o início da pandemia. O número equivale a uma nova morte confirmada a cada 2 minutos e 6 segundos. Ao todo, o estado chegou a 64.902 óbitos causados pelo coronavírus.
O recorde anterior, registrado na semana passada, era de 521 mortes em um dia, e representava pouco mais de uma morte a cada 3 minutos.
Os novos registros não significam, necessariamente, que as mortes aconteceram de um dia para o outro, mas que foram computadas no sistema neste período. As notificações costumam ser menores em finais de semana, feriados e segundas-feiras, por conta do atraso na contabilização.
A média móvel de mortes, que considera os registros dos últimos sete dias, também foi recorde nesta terça-feira (16) e chegou a 400 óbitos diários. O valor é 50% maior do que o registrado há 14 dias, o que para especialistas indica forte tendência de alta da epidemia.
Como o cálculo da média móvel leva em conta um período maior do que o registro diário, é possível medir de forma mais fidedigna a tendência da pandemia
O estado teve ainda 17.684 novos casos da doença confirmados nas últimas 24h. No total, São Paulo chegou a 2.225.926 casos de Covid-19 confirmados desde o início da epidemia.
A média móvel de casos foi recorde nesta segunda-feira, e chegou a 13.129 casos por dia, um número 39% maior do que o verificado 14 dias atrás, o que também indica tendência de alta.
Explosão da Covid-19 em SP
Mais cedo, em entrevista à GloboNews, o vice-governador do estado, Rodrigo Garcia, disse que João Doria não descarta decretar um lockdown, mas afirmou que o governo não tem condições de determinar o fechamento do estado sem que tal medida seja coordenada nacionalmente.
Levantamento feito pelo G1 e pela TV Globo aponta que ao menos 75 pessoas com Covid ou suspeita da doença morreram na fila de espera por leito de UTI no estado.
O colapso da saúde também atinge a rede particular da capital paulista. Nesta terça, o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, disse que os hospitais privados estão solicitando leitos do SUS porque não conseguem atender a demanda. “Algo inédito”, afirmou Aparecido.