País registra cinco dias seguidos de recorde no número de novos casos de Covid: são mais de 350 mil infectados diariamente e o sistema de saúde já está colapsado. Crise indiana pode comprometer o fornecimento de vacinas para todo o mundo.
Por Renata Lo Prete.
Um número diário de novos casos sem precedente em qualquer outro país, já tendo superado 350 mil. Variantes do vírus alimentando o contágio. Colapso dos hospitais, pacientes morrendo por falta de oxigênio, disparada de sepultamentos e cremações. E desconfiança generalizada de que a contagem de óbitos - na casa dos 200 mil - esteja seriamente subestimada. “Não dava para imaginar que ficaria tão grave. No dia a dia, a mensagem era de que o pior já havia passado”, conta o repórter da Globo Álvaro Pereira Jr., que esteve nas cidades de Nova Délhi e Pune no início de março, como parte das gravações para o documentário “A corrida das vacinas”. De fato, a situação saiu de controle em poucas semanas, disparando alerta global, porque o país é grande produtor do que o mundo inteiro quer. “Se o Brasil ainda esperava receber vacinas prontas da Índia, pode tirar o cavalo da chuva”, alerta o jornalista. Isso porque a prioridade do país, agora, será acelerar a imunização de sua população -inferior em tamanho apenas à da China. Também neste episódio, Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV, explica por que o país asiático está recebendo ajuda internacional em escala a que o Brasil nem de longe tem acesso: “Ela é aliada dos EUA para conter a China e peça-chave na distribuição global de vacinas”.