Governo aponta que 27 membros de delegações participantes do torneio tiveram testes positivos
Por Leonardo Lourenço - GE - São Paulo.
Os dados de casos confirmados de Covid-19 na Copa América, disputada no Brasil desde domingo, divergem bastante de acordo com a fonte.
Nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde informou que 53 pessoas relacionadas ao torneio testaram positivo – dessas, 27 são jogadores e demais membros das 10 delegações participantes, outros 26 de prestadores de serviços contratados em Brasília, Goiânia e Rio de Janeiro.
São números bem superiores – 50% maiores – aos contabilizados pela Conmebol, que não comenta a situação. O ge apurou, porém, que a confederação sul-americana admite um total de 18 casos – e considera apenas os positivos nas delegações. São 11 atletas e sete membros do estafe das equipes.
Essa diferença foi maior na terça-feira, quando o Ministério da Saúde divulgou dados diferentes: eram 52 casos no total, sendo 33 jogadores ou membros das delegações com resultados positivos – esse último número foi revisado para baixo um dia depois.
Questionado sobre essa mudança de um dia para outro, o Ministério da Saúde comunicou que recebe as informações da Conmebol e que diminuição no número de casos entre atletas e demais oficiais das seleções se tratava de uma "dinâmica de atualização" dessas informações.
Na entidade com sede no Paraguai, os dados do Ministério da Saúde causaram surpresa. A hipótese na Conmebol, que banca os testes, é de que o órgão tem incluído prestadores de serviços contratados pelas seleções nessa conta.
Até agora, quatro seleções informaram publicamente casos de Covid em suas delegações, três delas já em solo brasileiro.
A Venezuela teve um surto com 13 casos – desses, oito seriam jogadores. A Bolívia registrou quatro casos, com três jogadores. A Colômbia isolou dois membros da comissão técnica. O Peru informou um diagnóstico na comissão técnica, mas o profissional ainda estava em Lima e não viajou ao Brasil.
O ge também pediu ao Ministério da Saúde que detalhasse os casos confirmados por delegação presente para a disputa da Copa América, se entre eles todos eram de estrangeiros ou se algum brasileiro contratado por essas equipes para prestar serviços também estava infectado, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.
Na terça, o atacante Marcelo Moreno, da Bolívia, publicou um desabafo em uma rede social em que afirma que à Conmebol “só importa o dinheiro”.
– A vida do jogador não vale nada? – questionou o atacante, que não jogou contra o Paraguai, na estreia, e, segundo a imprensa boliviana, é um dos infectados da delegação – a federação não divulgou os nomes das pessoas contagiadas.
A manifestação rendeu a Moreno um procedimento administrativo da Conmebol, que pode punir o jogador pelas críticas.