Relatos de pilotos e moradores da região indicaram rompimento de fios perto da pista de pouso de Caratinga. Aeronave teria perdido motor.
Por g1 MG.
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) disse nesta sexta-feira (5) que o avião que transportava Marília Mendonça e outras quatro pessoas atingiu um cabo de uma torre de distribuição da empresa, em Piedade de Caratinga, no Vale do Rio Doce.
A Aeronáutica apura diversas hipóteses para o acidente aéreo que matou a cantora Marília Mendonça, de 26 anos.
O avião, um bimotor King Air da Beech Aircraft, fabricado em 1984, decolou de Goiânia e caiu em uma cachoeira a 2 quilômetros da pista onde faria o pouso, segundo informou a Polícia Militar mineira. A aeronave tinha capacidade para 4,7 mil quilos e podia levar até 6 passageiros.
Informações preliminares relatadas por pilotos que sobrevoaram a região próximo ao momento do acidente e também de testemunhas são de que o avião "rasgou" fios de alta tensão ligadas a uma torre próximo ao local.
Relatos indicavam riscos em região
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião de Marília Mendonça estava com a documentação em dia e tinha autorização para fazer táxi aéreo.
Nos meses anteriores ao acidente, outros pilotos já haviam relatado aos órgãos aéreos da região que os fios elétricos atrapalhariam o pouso no aeródromo de Caratinga. São relatos chamados Notam (Notificação Aeronáutica), e que indicam dados sobre riscos e alertam outros pilotos que se dirigem à região sobre perigos para operar no local.
Uma testemunha do acidente, que também é piloto, relatou às autoridades que o avião da cantora teria perdido um dos dois motores após colidir contra os fios, e o impacto fez com que a aeronave perdesse sustentação.
Para confirmar os fatores que podem ter contribuído para o acidente, a FAB terá de tomar as seguintes ações:
- fazer uma perícia nos destroços do avião;
- ouvir testemunhas da decolagem e pouso;
- recuperar documentos, dados de inspeções técnicas e de manutenção;
- e checar a qualidade do combustível usado na operação.
Em nota, a Aeronáutica informou que "investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA 3), localizado no Rio de Janeiro (RJ), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA)" foram deslocados para o local da tragédia para apurar o acidente.
As causas do acidente serão apuradas. Peritos foram enviados ao local pela Aeronáutica e pela Polícia Civil de Minas Gerais.