Segunda, 24 Janeiro 2022 15:31

Brincadeiras adaptadas, intervalo intercalado e protocolos sanitários: escolas se ajustam para o iní

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Por Emily Santos, g1 — São Paulo.

Enquanto o ano letivo de 2021 ainda não foi finalizado em algumas redes de ensino, como na municipal de Natal, outras iniciaram o ciclo de 2022 ainda em janeiro, como no caso de Goiânia, que abriu as escolas no dia 19, ou devem iniciar em breve, como em São Luís, que recebe os estudantes a partir de 1º de fevereiro.

Tudo isso acontece no mesmo momento em que as crianças de 5 a 11 anos recebem, em ordem decrescente de idade, a primeira dose da vacina contra a Covid-19, e que a variante ômicron causa um pico nos casos da doença pelo mundo.

Apesar de a imunização ser considerada efetiva a partir de 15 dias da segunda dose da vacina, especialistas defendem que o melhor é não esperar e mandar as crianças para a escola no começo do ano letivo. A psicóloga infantil e doutora em psicologia escolar Sabrina Pani faz parte deste grupo.

"Já tivemos um momento em que a população inteira não estava imunizada. Agora, os professores e funcionários das escolas estão vacinados, muitos até já tomaram a dose de reforço. Os adolescentes também estão em processo de imunização. Tudo isso contribui para que o ambiente escolar se torne mais seguro para receber crianças ainda não vacinadas", explica.

Para ela, o benefício de frequentar aulas presenciais é inquestionável.

"Somos seres sociais, culturais, coletivos. Precisamos estar estar perto dos nossos pares, de pessoas da mesma idade, que têm os mesmos interesses. As crianças e adolescentes precisam viver isso de uma maneira concreta, real, e o lugar de fazer isso é na escola".

Segundo a profissional, a experiência de começar um ano letivo presencialmente na escola pode ser muito benéfico para as crianças que tiveram dificuldade para se adaptar ao momento dramático de pandemia.

 

Enquanto conviver com os amigos pode ser benéfico para a saúde mental, é preciso resguardar também a saúde física. Por isso, para manter a segurança daqueles menores de 12 anos que ainda não se vacinaram contra a Covid, é preciso reforçar os cuidados já conhecidos em todos os momentos durante a estadia no ambiente escolar.

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Na sala de aula

Ainda em 2021, as escolas estabeleceram protocolos sanitários baseados nas orientações dos órgãos de segurança. Este ano, os protocolos devem ser mantidos e até reforçados como tentativa de conter o avanço da variante ômicron.

Usar máscaras o tempo todo e fazer trocas quando necessário e lavar as mãos ou higienizá-las com álcool em gel são alguns deles.

O distanciamento não é mais um protocolo exigido pelo Colégio QI, do Rio de Janeiro (RJ), que vai receber os alunos do ensino fundamental 1 e 2 e ensino médio em modelo de aulas presencial para o ano letivo de 2022, conforme explica Cláudia Cristina Guedes, supervisora pedagógica dos anos iniciais.

"O distanciamento já não é necessário, mas conversamos constantemente com as crianças sobre ainda não ser a hora de abraçar e a respeito da importância da utilização do álcool em gel. O uso da máscara continua sendo obrigatório e o compartilhamento de objetos e não será permitido".

Eliane Faravelli, coordenadora da educação infantil da Escola Ipê diz que o reforço a esses cuidados faz parte até do conteúdo aplicado em sala para os alunos da educação infantil. "Mais do que nunca, os conteúdos sobre higiene e saúde estão reforçados diariamente, de forma lúdica e expressiva, pois os primeiros anos de vida escolar desenvolvem habilidades e competências essenciais para a formação de nossos alunos".

 

Na hora do lanche

O único horário em que as máscaras podem ser removidas nas escolas é na hora do lanche durante o intervalo. Para garantir maior segurança e evitar aglomeração, algumas escolas vão fazer revezamento entre as turmas.

No Colégio QI, o intervalo já é feito por nível de ensino e vai ser mantido assim. Outro cuidado é que os alunos não têm permissão para dividir alimentos e utensílios entre si.

No intervalo

No tempo de intervalo restante, as máscaras devem ser mantidas e as brincadeiras com contatos físicos devem ser evitadas. Pais e responsáveis e os profissionais das escolas já orientam os alunos sobre a importância de respeitar este cuidado alunos nessas horas.

Julia Ferreira é uma dessas pessoas. Ela é mãe de João Pedro, de 9 anos, que estuda na Escola Municipal Anísio Teixeira, em Belo Horizonte.

"Eu falo para o João não abraçar os amigos, não brincar de pega ou trocar brinquedos. É difícil porque os amiguinhos dele são os da escola, mas eu expliquei que ainda não dá para brincar como antes".

A carioca Ana Paula Carvalho, mãe de Arthur, de 7 anos, e Miguel, de 10, diz que conta com a ajuda da escola particular onde os filhos estudam para mantê-los seguros no momento das brincadeiras. "Lá, a hora das brincadeiras foi adaptada para o momento. Em vez de brincar de pega-pega, eles brincam de amarelinha, que não precisa de contato", explica.

 

Para ela, este cuidado básico dá mais segurança para levar os filhos para a escola quando as aulas começarem. "Quando a hora chegar, vou vacinar meus filhos e eles vão estar seguros, mas, até lá, vou fazer o possível para garantir a saúde e a educação deles", finaliza.

Cuidados necessários

  • Usar máscara o tempo todo e trocar quando necessário
  • Lavar as mãos com sabão
  • Usar álcool em gel
  • Não trocar material escolar
  • Não trocar brinquedos
  • Não dividir alimentos
  • Não pegar na mão ou abraçar os amigos