Marina Alves, da TV Verdes Mares, descobriu um câncer no ano passado e estava na fila para receber um transplante. Uma irmã, que ela não conhecia até então, trabalha no banco de sangue do mesmo hospital onde a repórter faz o tratamento desde que recebeu o diagnóstico.
Por Fantástico.
A repórter Marina Alves, da TV Verdes Mares, afiliada da Globo no Ceará, precisava de um transplante de medula óssea. Ela conseguiu uma doadora compatível – e ainda ganhou uma irmã.
Quem ligava a TV no Ceará já estava acostumado a ver o rosto de Marina nas reportagens. Até o dia em que ela mesma virou notícia.
Em agosto de 2021, descobriu um linfoma, um câncer raro que se origina no sistema linfático. Marina precisava fazer um tratamento de quimioterapia e, principalmente, de um transplante de medula óssea. Na TV, foi iniciada uma campanha para encontrar um doador para a repórter.
"A Marina não tem irmãos. Por isso, nós pedimos a autorização da família para fazer então essa campanha", anunciou o apresentador da TV local.
A história comoveu muita gente. Em setembro, já era grande a mobilização para doação de sangue, plaquetas e pelo cadastro de medula óssea.
"À medida que o tempo ia passando e eu não ia encontrando um doador compatível, eu ia ficando cada vez mais triste, mais desanimada", conta.
Algumas pessoas da região já haviam notado semelhanças entre Marina e a jovem Lumara Sousa.
"Falavam assim: ‘Lumara, você se parece com aquela repórter. Até que eu comecei a seguir ela nas redes sociais e aí comecei a ver fotos e tudo. A semelhança realmente foi chegando mais", afirma a irmã.
Lumara é técnica em enfermagem e trabalhava no banco de sangue do mesmo hospital onde Marina faz o tratamento desde que recebeu o diagnóstico. Em setembro, em dia comum de trabalho, ela foi chamada para auxiliar na transfusão de plaquetas de uma paciente com câncer.
Ela foi até a UTI e descobriu que quem estava sendo atendida era Marina. Foi a primeira vez em que elas se viram pessoalmente, sem imaginar a ligação que tinham.
Dias depois, Marina convidou Lumara para visitá-la no quarto do hospital. As duas conversaram muito - e foram ligando os pontos.
"A mãe da Lumara cuidou de mim quando eu era criança e, nessa época, ela teve um envolvimento rápido com meu pai", explica Marina.
"Foi nesse momento que despertou: será que existe alguma possibilidade de um parentesco?", conta a Lumara.
A essa altura, Lumara já tinha se cadastrado como doadora de medula. A amostra de sangue dela foi analisada junto com a de Marina para checar a compatibilidade.
"Meu médico me ligou e disse que a Lumara era 50% compatível comigo. E que, até então, ela seria a minha doadora. Nós éramos irmãs. Então, além da doadora, eu descobri que tinha uma irmã naquele momento", conta a jornalista.
"Quem faz um tipo de doação dessa, eu acho que é escolhida por Deus. Eu faria tudo de novo se fosse necessário e se a Marina precisasse. Até porque é muito gratificante você ajudar uma vida, salvar uma vida, principalmente quando corre seu sangue. Não tem palavras", conta a irmã doadora.