Ao menos 17 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nesta quarta-feira (8) após o descarrilamento de um trem de passageiros que bateu em uma escavadeira na região central do Irã.
"Dezessete pessoas morreram e 37 dos 86 feridos foram levados para o hospital", anunciou o porta-voz do serviço nacional de resgate, Mojtaba Khaledi.
"O número de mortos pode aumentar porque alguns feridos estão em condição crítica", acrescentou, antes de informar que 24 ambulâncias e três helicópteros foram enviados ao local.
O acidente aconteceu em uma área desértica próxima de Tabas, a 900 km ao sudoeste de Teerã, na linha que percorre o trajeto entre as cidades de Mashhad e Yazd. Tabas fica na província de Khorasan do Sul.
Imagens divulgadas pela agência estatal Isna mostram um vagão tombado na ferrovia e outros quatro arrastados pelo acidente.
"O trem, que transportava 348 passageiros, descarrilou depois de bater em uma escavadeira que estava próxima da via", disse Mir Hasan Musavi, vice-presidente da empresa estatal de ferrovias.
O acidente aconteceu às 5h30 locais (22h00 de Brasília, terça-feira). O comandante das operações de resgate, Mehdi Valipur, confirmou que cinco dos 11 vagões do trem descarrilaram no acidente.
Investigação
O presidente Ebrahim Raisi expressou condolências às famílias das vítimas e ordenou uma investigação rápida das causas do acidente, anunciou seu gabinete.
O ministro de Rodovias e Desenvolvimento Urbano, Rostam Ghasemi, pediu desculpas aos iranianos pelo Twitter e afirmou que sua pasta é responsável pelo incidente.
O procurador de Tabas visitou o local do acidente e anunciou a abertura de uma investigação.
O acidente acontece duas semanas depois do desabamento de um edifício em construção na região sudoeste do Irã, uma tragédia que deixou 43 mortos.
Em 23 de maio, o edifício Metropol em construção em Abadan, uma das principais cidades da província de Khuzestan, desabou parcialmente em uma rua de grande movimento.
A catástrofe, uma das mais letais dos últimos anos no Irã, provocou manifestações em todo o país em solidariedade com as famílias das vítimas e contra as autoridades, acusadas de corrupção e incompetência.
Em Abadan e outras cidades, especialmente no centro do país, manifestações noturnas foram organizadas para homenagear as vítimas e exigir o julgamento dos responsáveis.
A justiça anunciou a detenção de 13 pessoas, incluindo o prefeito de Abadan e dois ex-prefeitos, acusados de responsabilidade na tragédia.
Em 2016, 44 pessoas morreram e 82 ficaram feridas quando dois trens colidiram e pegaram fogo no norte do Irã, entre Teerã e Mashhad.
O acidente mais violento aconteceu em 18 de fevereiro de 2004, quando um trem de mercadorias explodiu com sua carga de enxofre, gasolina e fertilizantes no meio de vilarejos próximos da cidade de Nishapur, uma tragédia que deixou 328 mortos e centenas de feridos.
Em janeiro de 1993, uma colisão entre dois trens a dois quilômetros de Pishva, na linha Teerã-Mashhad (nordeste), matou 24 pessoas e deixou 45 feridos. O acidente, oficialmente, foi provocado por "erro de sinalização".