Quarta, 21 Setembro 2022 16:38

Dia Mundial do Alzheimer: 4 coisas que aprendemos nos últimos 4 anos

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Por Paul Organe e Andrew Webb, BBC — BBC World Service.

Um novo medicamento, exames de sangue e uma vila especializada estão entre os quatro avanços que deram esperança às pessoas que vivem com Alzheimer nos últimos quatro anos. E mais progresso pode estar a caminho para ajudar todos — jovens e idosos — em famílias que lidam com demência.

Houve avanços significativos nos últimos anos, quatro dos quais listamos abaixo para marcar o Dia Mundial de Alzheimer, em 21 de setembro.

O que é Alzheimer?

A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência em idosos, afetando mais de 55 milhões de pessoas, de acordo com a Alzheimer's Disease International.

O nome é uma referência a Dr. Alois Alzheimer. Em 1906, ele notou mudanças no tecido cerebral de uma mulher que havia morrido com sintomas que incluíam perda de memória e problemas de linguagem.

Sara Imarisio, chefe de pesquisa da Alzheimer's Research UK, disse à BBC: "A pesquisa está melhorando a forma como diagnosticamos, prevenimos e tratamos a doença de Alzheimer. Muitos anos de financiamento de pesquisas pioneiras, apoiando pessoas brilhantes com ideias ousadas nos levaram a este ponto, com vários tratamentos potenciais de Alzheimer no horizonte".

 

1. 'Grande salto' da pesquisa de influência genética (2022)

Um estudo marco, divulgado neste ano, vinculou pela primeira vez 42 genes extras à doença de Alzheimer.

Cientistas de oito países, incluindo França, Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, analisaram o material genético de 111 mil pessoas com Alzheimer.

Eles identificaram 75 genes associados a um risco aumentado de desenvolver a doença, incluindo 42 não previamente implicados na condição.

Suas descobertas, publicadas na Nature Genetics, sugerem que a doença de Alzheimer é causada por muitos fatores, com evidências de que existe uma proteína específica envolvida na inflamação.

A coautora do estudo, Julie Williams, descreveu o trabalho como "um grande salto em nossa missão de entender a doença de Alzheimer e, finalmente, produzir vários tratamentos necessários para retardar ou prevenir a doença".

"Os resultados apoiam nosso crescente conhecimento de que a doença de Alzheimer é uma condição extremamente complexa, com múltiplos gatilhos, vias biológicas e tipos de células envolvidos em seu desenvolvimento."

Outra pesquisa mostrou que fatores de estilo de vida — como tabagismo e certas dietas — influenciam quem pode desenvolver a doença de Alzheimer. Mas os pesquisadores acreditam que a genética representa o maior riiscos.

2. Aldeia de Alzheimer (2020)

Uma nova abordagem para cuidar e tratar a doença de Alzheimer são as vilas construídas especificamente para os pacientes viverem uma vida aparentemente normal, mas com a vigilância dos cuidadores.

A França criou uma vila dedicada à doença de Alzheimer em 2020, inspirada em uma "vila de demência" na Holanda.

Está localizada em Dax, no sudoeste da França, e oferece uma mercearia, salão de cabeleireiro e recitais de música. Foi projetada para se parecer com a tradicional "bastide" medieval — uma cidade fortificada comum na área local de Landes — para manter um senso de normalidade.

O arquiteto responsável disse ao jornal Le Monde que a vila não teria qualquer cerca visível, e sim caminhos seguros, bem integrados na vida social e cultural da cidade.

Madeleine Elissalde, de 82 anos, foi uma das primeiras a se mudar.

"É como estar em casa", disse Elissalde. "Somos bem atendidos."

Aurore, neta de Elissalde, disse: "Sua perda de memória é menos grave". "Ela está feliz, ela redescobriu seu prazer de viver."

Um resultado desta vila de Alzheimer é que as pessoas que vivem perto dela parecem estar mudando suas opiniões sobre aqueles que vivem com Alzheimer.

Uma pesquisa com pessoas na cidade anfitriã da vila foi publicada pela Associação de Alzheimer em agosto de 2022. E mostrou uma classificação mais baixa no sentimento de aversão por pessoas com Alzheimer após a abertura da vila, em comparação com outra cidade sem vila de Alzheimer, onde as atitudes permaneceram as mesmas.