Maioria dos bolsonaristas radicais foi para Complexo da Papuda. Representantes da Defensoria Pública inspecionaram local e relataram superlotação.
Por Bruna Yamaguti, g1 DF.
Um mês atrás, em 8 de janeiro de 2023, bolsonaristas radicais invadiram a Esplanada dos Ministérios e vandalizaram os prédios dos três poderes, em Brasília. Após os atos terroristas, mais de mil pessoas foram presas e transferidas para presídios do Distrito Federal.
A maioria dos homens foi para os blocos 4 e 6 do Centro de Detenção Provisória II, no Complexo Penitenciário da Papuda. Quando os presos chegaram ao local, no dia 10 de janeiro, representantes da Defensoria Pública do DF (DPDF) e da Defensoria Pública da União (DPU) fizeram uma inspeção para avaliar as condições do presídio, que está superlotado:
- Os blocos 4 e 6 da Papuda têm capacidade para 196 presos
- Já havia 287 presos no local
- A lista de presos chegou a ter 1.138 nomes
Segundo a DPU, foram colocadas 12 pessoas em cada cela que tem capacidade para 8 presos.
Como são as celas?
Segundo o relatório da Defensoria Pública, as celas onde estão os bolsonaristas radicais têm:
- Uma pia
- Um chuveiro com água fria
- Um vaso sanitário
O banheiro fica à vista de quem passa no corredor, sem privacidade para os presos realizarem suas necessidades.
As portas das celas são chapeadas e há algumas ventanas, que permitem iluminação e ventilação "mediana". Há camas de concreto e colchões, no entanto, o tamanho das celas não foi divulgado "por questões de segurança".
Os bens pessoais dos manifestantes foram inicialmente alocados em um banheiro desativado pois, segundo a administração da penitenciária, "não havia outro local adequado para guardar o grande volume de objetos". Uma etiqueta identificava o dono das bagagens..
Quais são as acusações?
O último relatório da Procuradoria Geral da República, divulgado em em 4 de fevereiro, mostrava que 653 suspeitos já tinham sido denunciados à Justiça.
Eles são acusados de:
- associação criminosa (um a três anos de prisão);
- e de incitar a animosidade entre as Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais (três a seis meses).
O Ministério Público pede que, além da punição criminal, os vândalos sejam condenados a indenizar o Estado pela destruição do patrimônio.