Defesa Civil confirmou até agora 84 mortos e 276 desaparecidos. Vale diz que vai doar R$ 100 mil a famílias de vítimas da tragédia e que dinheiro estará disponível em três dias.
Por G1 MG.
As buscas às vítimas da tragédia provocada pelo rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), entraram pelo sexto dia nesta quarta-feira (30). O trabalho de resgate, a partir de agora, deve ser mais intenso, já que a lama está mais seca. As equipes passam a poder usar equipamentos mais pesados, como escavadeiras.
Mais corpos foram encontrados na região do Parque das Cachoeiras, nesta quarta, mas o número oficial ainda não foi informado pelas autoridades. Dos 84 mortos confirmados até agora, 51 já foram identificados, segundo a Defesa Civil de Minas Gerais. Há ainda 276 desaparecidos – 106 funcionários da Vale e 170 terceirizados ou moradores da região Brumadinho. O número de pessoas desalojadas subiu de 135 para 175, segundo o governo de Minas Gerais.
A barragem de rejeitos, que ficava na mina do Córrego do Feijão, se rompeu na sexta-feira (25). O mar de lama varreu a comunidade local e parte do centro administrativo e do refeitório da mineradora. Entre as vítimas, estão pessoas que moravam no entorno e funcionários da mineradora. A vegetação e rios foram atingidos.
Números da tragédia
- 84 mortos confirmados – 51 identificados
- 276 desaparecidos
- 192 resgatados
- 391 localizados
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Desde sábado (26) não são achados sobreviventes. Para os bombeiros, é muito pequena a possibilidade de achar alguém vivo em meio ao mar de lama.
As buscas
Neste sexto dia, as buscas são feitas em todos os pontos atingidos pela lama. Ao todo, 15 helicópteros são usados pelas equipes de resgate. Há 320 militares brasileiros trabalhando no operação, incluindo reforços de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Alagoas e Maranhão. Também são esperadas tropas de Santa Catarina e do Espírito Santo.
A equipe enviada pelo governo de Israel deve continuar nos trabalhos até a sexta-feira (1º).
Em entrevista no início da tarde desta quarta, o porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tenente Aihara, afirmou que a população não precisa se preocupar com o risco de intoxicação.
A barragem 6, que transbordou após o rompimento da barragem 1, é monitorada 24 horas por dia. Segundo a Defesa Civil. Mesmo sem risco de novo rompimento, há necessidade de informar a população quanto a um eventual plano de contingência.
Segundo o tenente Pedro Aihara, em razão da acomodação do relevo da área, a barragem 6 é esvaziada para eliminar a possibilidade de uma nova tragédia.
Ela tem cerca de 110 mil litros de água, mas o nível pode aumentar em decorrência de chuvas e aquíferos que desaguam ali. Por isso, a água é bombeada para fora da barragem, principalmente durante a noite, quando não há militares trabalhando em área de lama.
Tropas militares
Em nota, o governo de Minas Gerais informa que as tropas militares em Brumadinho receberam o reforço de 400 policiais para proteger o perímetro da chamada "área quente" (onde deve estar concentrado o maior número de vítima.
O objetivo também, é, segundo o comunicado, garantir a segurança da área rural, que tem 400 km quadrados de extensão. Os policiais ficam em 16 pontos de patrulhamento.
O porta-voz da Polícia Militar de Minas Gerais, major Santiago, afirma que tropas só deixarão o local "depois que as condições de segurança voltarem à normalidade".
Depoimentos
Nesta quarta-feira, Luis Carlos Ferreira, delegado da Polícia Civil de Minas Gerais, afirmou que cinco pessoas resgatadas da lama com vida devem prestar depoimento sobre o rompimento da barragem. Ele não afirmou, no entanto, quando e nem onde essas pessoas serão ouvidas.
Ainda de acordo com o delegado, os corpos resgatados da lama estão chegando ao Instituto Médico Legal (IML) em estado avançado de decomposição. Por isso, a identificação é feita prioritariamente por meio de arcadas dentárias e exames de DNA.
Doação da Vale
As famílias de vítimas da tragédia vão receber R$ 100 mil da Vale, independentemente de eventuais indenizações.
Em entrevista na manhã desta quarta, o porta-voz do Comitê de Respostas Imediatas da empresa, Sérgio Leite, afirmou que este valor é por vítima. Ou seja, famílias que perderam mais de um parente receberão proporcionalmente.
Segundo ele, o dinheiro deve estar disponível nos próximos três dias. As famílias que têm direito à doação devem ir a um dos postos de atendimento criados pela Vale, a Estação de Conhecimento e o Centro Comunitário de Feijão, a partir das 14h da quinta-feira (31). Além destes dois pontos, a mineradora diz que criou um canal de atendimento telefônico para tirar dúvidas das famílias de vítimas da tragédia.