Mordores relataram que policiais torturaram e mataram um homem e prometeram matar ao menos 60 pessoas em comunidades da cidade. Suspeito de matar agente da Rota foi preso neste domingo (30).
Por Gustavo Honório e Isabela Leite, g1 SP, TV Globo e GloboNews — São Paulo.
A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo afirmou que policiais em Guarujá, no litoral paulista, mataram mais de 10 pessoas durante a Operação Escudo, iniciada na sexta-feira (28) após o assassinato do PM Patrick Bastos Reis, que era soldado das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (ROTA).
Segundo o ouvidor Claudio Aparecido da Silva, moradores do Guarujá relataram que policiais torturaram e mataram um homem e prometeram matar ao menos 60 pessoas em comunidades da cidade. O número exato de mortes não é claro pois depende da confirmação de mais casos que foram relatados à Ouvidoria da Polícia.
"A gente tem informação de que talvez no fim [deste domingo, 30] outras duas mortes tenham ocorrido [além de outras 10 que já estavam confirmadas]. Não temos, ainda, a confirmação, que a gente só faz após verificar o boletim de ocorrência dessas mortes", disse ele em entrevista à GloboNews.
"A Polícia Militar, ao que nos consta, tem dito que os policiais têm atuado com câmeras corporais. Diante disso, vamos pedir essas imagens para que nada fique escondido nisso tudo e a gente possa verificar, através das imagens, se houve ou não ilegalidades nas ações da polícia naquele território", completou.
Um vendedor ambulante estaria entre os mortos na operação policial de sexta-feira. Ele levou 9 tiros na sexta (28). A família dele teria encontrado o rapaz com queimaduras de cigarro e um corte no braço.
Erickson David da Silva, apontado como responsáveis pelos disparos que mataram o soldado Patrick Reis, foi preso neste domingo (30), em São Paulo.
O governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou uma entrevista coletiva para falar sobre a prisão do suspeito. A reunião está marcada para as 9h desta segunda-feira (31), no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
Patrick patrulhava uma área próxima à comunidade da Vila Zilda na noite de quinta-feira (27) quando foi atingido a tiros no tórax, por um sniper. Ele chegou a ser atendido no Pronto Atendimento da Rodoviária (PAM), mas não resistiu. Um outro policial foi baleado na mão esquerda e encaminhado para um hospital da região.
O g1 procurou a Secretaria da Segurança Pública para obter mais informações e aguarda retorno.
Suspeito foi capturado
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou, por meio das redes sociais, que o suspeito foi "capturado na Zona Sul de São Paulo". O político acrescentou que três envolvidos já estão presos, após trabalho de inteligência da Polícia Militar.
"A justiça será feita. Nenhum ataque aos nossos policiais ficará impune", declarou Tarcísio de Freitas.
O crime aconteceu em uma comunidade em Guarujá, no litoral paulista, no último dia 27 de julho. Erickson teria atirado em direção ao soldado da Rota de uma distância de mais de 50 metros.
Segundo informações da polícia, Erickson tem 28 anos, é solteiro e era o 'sniper' utilizado pelos traficantes.