O enterro está marcado para as 16h, no cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Ex-jogador e ex-técnico, lenda colecionou títulos e feitos inesquecíveis na história do futebol mundial.
Por g1 Rio — Rio de Janeiro.
O velório de Mário Jorge Lobo Zagallo, que morreu na sexta-feira aos 92 anos, vai ser realizado a partir das 9h30 de domingo (7) e será aberto ao público.
O local será a sede da Confederação Brasileira de Futebol, na Avenida Luiz Carlos Prestes, na Barra da Tijuca.
O enterro está marcado para as 16h, no cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.
Zagallo estava internado desde o fim de dezembro em um hospital do Rio de Janeiro. A causa da morte foi a falência múltipla dos órgãos.
"Comunicamos com pesar o falecimento do Sr. Mário Jorge Lobo Zagallo, aos 92 anos, as 23:41h horas de 05/01/2024, em decorrência de falência múltipla de órgãos, resultante de progressão de múltiplas comorbidades previamente existentes", diz a nota do hospital Barra D’Or, que afirmou que se solidariza com a família e amigos pela perda.
"É com enorme pesar que informamos o falecimento de nosso eterno tetracampeão mundial Mario Jorge Lobo Zagallo", diz a nota publicada pela família.
"Um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, amigo fiel, profissional vitorioso e um grande ser humano. Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas."
"Agradecemos a Deus pelo tempo que pudemos conviver com você e pedimos ao Pai que encontremos conforto nas boas lembranças e no grande exemplo que você nos deixa", conclui a nota.
Em agosto de 2023, Zagallo ficou 22 dias internado para tratar uma infecção urinária. Já em 2022, ele foi hospitalizado com um quadro de infecção respiratória.
Carreira
Zagallo nasceu em Atalaia (AL) e foi para o Rio de Janeiro logo aos 8 meses de vida. Foi morar na Tijuca, bairro da Zona Norte com o qual desenvolveu uma relação próxima durante toda a vida.
Das peladas no Maracanã – antes mesmo da inauguração do estádio –, Zagallo passou pelas categorias de base do América, que tinha sede na Tijuca, antes de ir para o Flamengo.
Aos 18 anos, foi convocado para servir o Exército e deu início à sua relação com copas do mundo. Começou com um revés. Fez a segurança das arquibancadas do Maracanã na derrota do Brasil para o Uruguai na final da Copa de 1950. Foi testemunha, portanto, do fatídico Maracanazzo.
Tornou-se tornando profissional como ponta-esquerda e foi tricampeão carioca pelo Flamengo, de 1953 a 1955.
Em 1958, conquistou junto com a seleção brasileira a primeira Copa do Mundo da história do país, com direito a gol na final contra a Suécia (5 a 2). Era apelidado de Formiguinha, por correr muito e ajudar na marcação do meio-campo – algo raro para atacantes à época.
Quatro anos depois, já como atleta campeão pelo Botafogo, foi bicampeão mundial com a seleção como jogador na Copa da 62.
Em 1964, se aposenta como jogador e começa a carreira de treinador, começando pelo Botafogo.
Meses antes da Copa de 70, assume a seleção no lugar de João Saldanha. Acabou comandando Pelé e companhia para o tricampeonato mundial. Para muitos, foi a melhor seleção de todos os tempos.
O tetra veio em 1994. Como coordenador técnico de Carlos Alberto Parreira, Zagallo participou da campanha na Copa dos Estados Unidos.
Por pouco, não foi penta: como técnico da seleção, chegou à final da Copa de 1998, mas a equipe foi derrotada pela França de Zidane.
O visual do Zagallo treinador de 1998, aliás, foi o escolhido para a homenagem no Museu da Seleção, na sede da CBF, no Rio. No ano passado, o Velho Lobo foi conferir – e aprovou – seu boneco de cera Veja no vídeo abaixo.
"Tá bom demais (...) Quer trocar comigo?", brincou. "Jamais pensei em poder bater um papo com o Zagallo."
Zagallo ainda foi treinador no Rio dos outros três times grandes (Flamengo, Vasco e Fluminense) e do Bangu, além das seleções de Kwait, Emirados Árabes e Arábia Saudita – onde também comandou o Al Hilal, o atual time de Neymar.
'Vão ter que me engolir!'
Em 1997, ao vencer a Copa América, Zagallo disparou uma de suas frases célebres, em ataque aos críticos da seleção: "Vocês vão ter que me engolir".
As brincadeiras com o número 13 eram rotineiras. Quando tinha a oportunidade de citar uma frase com 13 letras, não perdia a chance.