Quinta, 21 Março 2024 09:10

Por causa de quadro de dengue, mãe só reencontra filho 10 dias após parto

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Por Larissa Schmidt, RJ2.

Por causa da dengue, uma moradora do RJ só conseguiu reencontrar o filho 10 dias depois do parto. O encontro, mostrado pelo RJ2, foi marcado pela emoção.

A gravidez de Taiane Souza Costa, de 33 anos, ia bem até a 39ª semana da segunda gestação. Mas, na reta final, ela sentiu um mal-estar que foi além do que é esperado para o fim de uma gravidez.

Ela teve entre os primeiros sintomas febre baixa, muitas dores nas articulações e dificuldade de caminhar.

Taiane procurou um hospital municipal em Nova Friburgo, onde vive com o marido e a primeira filha e, de lá, foi transferida às pressas para o Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião, dentro do Hospital dos Servidores, no Rio.

“A suspeita era dengue grave numa paciente gestante”, conta a infectologista Ana Luiza Martins de Oliveira.

A mãe tinha hipertensão e diabetes gestacional, mas com quadros controlados. Com a dengue, a pressão de Taiane se descontrolou, ela teve muitas dores, e uma pré-eclâmpsia grave.

“As plaquetas começaram a cair, efeito da dengue. Tive medo [e pensei]: ‘Vão morrer eu e a criança’.

No Centro de Referência no Atendimento a Gestantes com dengue no estado, ela recebeu o suporte que precisava.

“Fizemos transfusões de plaquetas, transfusões de fatores de coagulação, pra evitar sangramento durante a cesárea. E ela foi então levada ao centro de cirurgia’, contou a médica.

Taiane tomou uma anestesia geral e não viu o filho Gabriel nascer. Mãe e filho foram do parto direto para a UTI.

“Quando estava na UTI e pensava no Gabriel começava me dar aflição porque tudo que a mãe quer é ter o filho do colo, e eu não tinha isso. Eu ficava aflita, agoniada, chorava o tempo inteiro, pedindo para alguém me levar lá pra ver ele mas eu não podia”, lembrou.

Foram 10 dias longe um do outro até o momento do encontro emocionado: “Oi, meu filho, a mamãe chegou", disse Taiane.

"Quando descobri que o Gabriel estava bem, que ele não soropositivo dengue apesar deu ter apresentado, aí veio aquela sensação de alivio, criança saudável de 50 com 3,8kg quase", lembra Taiane.

"Nesse instante o que eu mais desejo é que a gente está estabilizado e que a gente volte pra casa e vai viver nossa vidinha", diz ela.

O Gabriel já teve alta, mas continua no hospital para ficar juntinho da mãe enquanto ela ainda se recupera.

Alerta para as mamães

O caso de Taiane levanta um alerta para gestantes com suspeitas de dengue, como observa a médica: “A gestante com sinais e sintomas compatíveis com dengue deve se dirigir a qualquer unidade básica de suade para realizar avaliação e exames necessários para acompanhamento”", observa Ana Luiza.

Taiane também reforça aquele alerta para as futuras mamães que esperam seus bebês em meio a uma epidemia de dengue.

"Para as mulheres grávidas agora ao final , com essa epidemia de dengue que a gente está sofrendo no Rio, meu principal conselho é a prevenção, é a gente realmente eliminar todos os focos possíveis e imagináveis, usar o repelente mais do que tudo. Não tem jeito, aplicar reaplicar porque só assim que a gente vai ficar imune dessa questão e aí a gente avança para uma situação mais tranquila se Deus quiser", acrescenta.