Por John Wlliam e Vanessa Martins, TV Anhanguera G1 GO.
Recém-nascido levado de maternidade em Goiânia e resgatado em casa de prima de técnica em enfermagem do hospital — Foto: Polícia Civil/Divulgação
A Polícia Civil apurou que o bebê levado da Maternidade Nascer Cidadão viajou 30 km dentro do baú de uma motocicleta pilotada pela técnica em enfermagem presa pelo crime, em Goiânia. O delegado Wellington Lemos, que investiga o caso, disse que a funcionária, a tia dela, a prima e o marido foram presos e devem responder pelo crime de subtração de incapaz.
O hospital é gerido pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que informou que vai demitir a funcionária. A empresa disse que colabora com as investigações e que a técnica trabalhava na unidade de saúde há cerca de 9 meses, e não havia apresentado problemas antes.
O G1 não conseguiu descobrir quem é responsável pela defesa das pessoas presas para pedir um posicionamento sobre o caso.
O neném nasceu no último dia 25 de maio. Segundo a Polícia Civil, a mãe dele queria colocá-lo para adoção e fugiu do hospital. Na quinta-feira (30), o garoto sumiu e, após 10 horas de buscas, foi encontrado na casa da prima da técnica e levado de volta para o hospital.
“Ela não trabalha naquele setor. Ela foi lá por livre e espontânea vontade e solicitou a uma das enfermeiras para segurar a criança para fazê-la arrotar. A enfermeira percebeu um vulto passando pela porta e notou que ela não estava mais lá”, explicou o delegado.
De acordo com as investigações, as câmeras de segurança da unidade não gravaram o momento porque, justamente o cabo da UTI Neonatal, onde o bebê estava, foi cortado.
O delegado contou ainda que, ao ser retirado do hospital, o bebê foi levado para a casa da tia da técnica em enfermagem, e depois para a casa da filha dela. A investigação apontou que a intenção da família era deixar a criança com a prima da técnica em enfermagem, porque ela havia perdido um bebê no sexto mês de gestação e não poderia mais engravidar.
Todos os envolvidos foram presos e devem responder por subtração de incapaz, que é um crime cuja pena vai até 6 anos de prisão.
O Conselho Tutelar assumiu a responsabilidade pelo bebê e, depois que ele receber todo o tratamento necessário no hospital , irá para adoção, como explicou o conselheiro Ismael Carvalho.
“O juizado vai encaminhá-la para uma unidade acolhedora institucional e dai a família que tiver em primeiro na fila do cadastro nacional de adoção vai receber esse presente”, disse.