Com ventos de 165 km/h, ele continua sendo ameaça para o sudeste americano. Número de mortos subiu para 20 nesta quarta-feira.
Por France Presse.
Os esforços para resgatar sobreviventes do Dorian foram redobrados nesta quarta-feira (4) nas Bahamas, com o apoio dos Estados Unidos e do Reino Unido, em meio à grande devastação causada pelo furacão no arquipélago.
O ministro da Saúde das Bahamas, Duane Sands, informou que 20 pessoas morreram, mas as autoridades trabalham com a possibilidade de que o número aumente.
Motos aquáticas e botes estão sendo usados para retirar as pessoas presas em suas casas inundadas e destruídas pelas intensas chuvas e ventos de um dos ciclones mais potentes de que se tem registro.
Reprodução de imagem da TV da Nasa mostra furação Dorian no dia 4 de setembro de 2019 — Foto: Nasa TV/AFP
A Guarda Costeira americana e a Marinha Real britânica se somaram às equipes de resgate com helicópteros, conduzindo evacuações médicas e avaliações aéreas para ajudar a coordenar os esforços de alívio, assim como voos de reconhecimento para avaliar os danos.
A Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC) disse estar preparando "um grande esforço de emergência" para aliviar a situação de cerca de 76 mil pessoas afetadas pelo ciclone em Grand Bahama e nas ilhas Ábaco.
O primeiro-ministro Hubert Minnis qualificou a situação como "uma das maiores crises da história de nosso país".
"Há inundações graves, danos graves nas casas, comércios, outras edificações e infraestrutura", acrescentou.
Voluntários ajudam no resgate de famílias que chegaram em pequenos barcos durante a passagem do furacão Dorian perto da ponte Causarina em Freeport, nas Barramas — Foto: Ramon Espinosa/AP
'Não nos restou nada'
Imagens aéreas mostram a destruição nas Bahamas após a passagem do furacão Dorian
Imagens aéreas mostram cenas de danos catastróficos, com centenas de casas sem teto, carros virados, enormes inundações e escombros por todos os lados.
No aeroporto de Nassau, as ambulâncias aguardavam a chegada de feridos para levá-los aos hospitais, enquanto as pessoas se aglomeravam para obter notícias de familiares e amigos.
Entre a multidão, há três estudantes cujas famílias vivem em Ábaco.
"Tudo o que temos - que tínhamos - está nessa ilha", disse Meghan Bootle, de 21 anos. "Não nos restou nada".
Sua irmã Raevyn, de 18, indicou que muitos residentes feridos estavam esperando sair de Ábaco. "Esperamos que o governo habilite a aterrissagem de aviões, que envie barcos e ajude as pessoas a saírem da ilha".
Martysta Turnquest, 25 anos, prima das irmãs Bootle, afirmou que é de uma parte de Ábaco da qual não se tem notícias desde domingo, quando Dorian tocou terra na ilha como furacão de categoria 5, com ventos de pouco menos de 300 km/h.
Julia Aylen atravessa as ruas alagadas carregando seu cachorro de estimação enquanto é resgatada de sua casa inundada durante passagem do furacão Dorian, em Freeport, nas Bahamas — Foto: Tim Aylen/AP
"Ainda há um monte de gente de outros assentamentos das quais não se sabe nada", disse Turnquest. "Não têm serviço de telefonia móvel".
Stephen McAndrew, diretor regional adjunto para as Américas da IFRC, afirmou que "a velocidade é essencial" na condução das operações de resgate.
"Agora que Dorian está de afastando das Bahamas, há uma janela de oportunidade para salvar vidas e começar a aliviar o sofrimento destas comunidades", acrescentou em um comunicado.
Companhias de cruzeiros, como Royal Caribbean e Disney Cruise Line, prometeram milhões de dólares em fundos para ajudar as operações de emergência nas Bahamas, um de seus destinos mais visitados.
Enquanto os esforços de resgate ganhavam força, Dorian se deslocava a 15 km/h em direção à costa sudeste dos Estados Unidos -- ameaçando em particular a Flórida, Geórgia, Carolina do Sul e Carolina do Norte -- como furacão de categoria 2, disse o Centro Nacional de Furacões (NHC) americano, com sede em Miami, em seu boletim de 12h (hora de Brasília).
Acrescentou que, com ventos de 165 km/h, continua sendo um "poderoso furacão".
Em Folly Beach, Carolina do Sul, George Hubbard, de 41 anos, diz acreditar que os ventos "não serão muito fortes" e que está "mais preocupado com as inundações".
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu prudência.
"Pode ser que os Estados Unidos tenham um pouco de sorte a respeito do furacão Dorian, mas, por favor, não baixem a guarda", tuitou o presidente.
"Enquanto segue para a costa, podem acontecer coisar muito ruins e imprevisíveis", completou.
As autoridades declararam estado de emergência em grande parte da costa leste do país, onde milhões de habitantes poderiam estar na trajetória de Dorian.
O Pentágono informou que 5 mil membros da Guarda Nacional e 2.700 militares estão prontos para atuar em caso de necessidade.