Fiscais suspeitam que madeira foi retirada da Terra Indígena Areões onde 219 mil hectares foram destruídos por queimadas. Ninguém foi preso.
Por Denise Soares, G1 MT.
Ibama flagrou madeira ilegal e aplicou R$ 4,7 milhões em multas em 20 fazendas em Mato Grosso — Foto: Ibama/Divulgação
Uma operação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) apreendeu madeira ilegal, maquinários e aplicou mais de R$ 4,7 milhões em multas em 20 propriedades entre os municípios de Cocalinho e Nova Nazaré, a 765 km e 800 km de Cuiabá, respectivamente.
Os fiscais suspeitam que a madeira tenha sido extraída da Terra Indígena Areões. É a mesma terra que foi devastada por uma queimada entre maio e agosto. Naquela ocasião, o Ibama tentou identificar os responsáveis pela destruição de 219 mil hectares da reserva indígena.
A ação, que é um seguimento da Operação Siriema, começou nos últimos dias e deve ser realizada até sexta-feira (20). Ninguém foi preso até o momento.
O Ibama informou ao G1 que a operação, até essa terça-feira (17), vistoriou mais de 8,8 mil hectares em 20 propriedades. Dessas, 17 foram autuadas, receberam termos de embargo e apreensão e outras penalidade.
Maquinários foram apreendidos pelo Ibama em Mato Grosso — Foto: Ibama/Divulgação
Foram embargadas 4,5 mil hectares de área e um total de R$ 4,7 milhões em multas por crimes ambientais.
A continuação da operação tentava localizar quem comprou a madeira ilegal e quem financiou o desmatamento.
Imagem mostra resultado das queimadas na Terra Indígena (TI) Areões, no município de Nova Nazaré (MT) — Foto: Ibama/Divulgação
Em uma das fazendas, especializada em criação de animais e exploração florestal, os agentes encontraram 110 mil hectares desmatados ilegalmente. A área de mais de mil hectares foi embargada e o dono recebeu multa de mais de R$ 1 milhão.
A multa é tanto pelo desmate quanto pelo depósito da madeira. Maquinários usados no desmatamento também foram apreendidos e levados para prefeituras. Já a madeira foi apreendida e doada às autoridades de segurança.
Foto mostra desmatamento ilegal encontrado pelo Ibama em Mato Grosso — Foto: Ibama/Divulgação
O material deve ser leiloado e o recurso, futuramente, usado para instalações de combate aos crimes ambientais.
De acordo com o Ibama, a região de Cocalinho é uma área considerada de extrema importância por ser a principal região da planície aluvial, ou seja, onde os sedimentos dos rios são rapidamente despejados. A gestão do território repercute diretamente na vazão do Rio Araguaia.