Francisco Paulo da Silva, de 61 anos, capinava em Vicente de Carvalho quando foi atingido.
Por Bom Dia Rio
“Era muito tiro, parecia a Guerra do Iraque”, lembra a florista Rose Morais, amiga de Francisco Paulo da Silva — o gari morto por uma bala perdida na Zona Norte do Rio nesta quarta-feira (13).
Francisco estava bebendo água, em uma pausa no serviço de capina na Rua Cambuci do Vale, em Vicente de Carvalho, quando foi atingido na cabeça.
Rose afirma que não havia policiais na hora do tiroteio. “Teve tiroteio muito forte, mas não era com polícia”, disse.
Segundo a PM, bandidos roubaram uma moto e, logo depois, atiraram no motociclista.
Os tiros acertaram Seu Francisco, que morreu, e também Mateus Fernandes Félix da Silva, atingido nas costas. O motociclista foi levado para o hospital e passa bem.
Em nota, Comlurb lamenta morte do gari Francisco Paulo da Silva — Foto: Reprodução
Região conflagrada
A florista lembra ainda que pediu a Francisco para mudar de lugar, pois os tiros estavam cada vez mais constantes.
“Aquela área de Vicente está muito perigos. Eu falei: ‘Francisco, essa [área] não é boa, tá sempre saindo tiroteio aqui.’ Aí ele falou para mim: ‘A gente só vai quando Deus quer.’”
Rose deu a entrevista na porta do Hospital Getúlio Vargas, antes de Francisco morrer.
“Ele falava: ‘Haja o que houver, não olhe para trás, quem manda é Jesus, porque a gente não sabe quando a gente vai embora’”.
Francisco foi a terceira vítima de bala perdida no RJ em menos de 24 horas. Além dele, foi morta a menina Ketellen Gomes, de 5 anos. Cláudia Parreira Santos, de 49 anos, foi alvejada no Jacarezinho.
Rose, amiga do gari Francisco — Foto: Reprodução/TV Globo