Por G1 BA.

"Muita gente passou mal depois que anunciaram sobre o explosivo. Uma senhora chorou. Minha filha teve náuseas. Foi muito desconfortável", disse a enfermeira aposentada Valéria Barreto, de 57 anos, sobre a reação dos passageiros da aeronave onde ela estava, após serem avisados de uma suspeita de bomba no Aeroporto Internacional de Salvador.

A situação ocorreu por volta das 20h da quinta-feira (22). Valéria e a filha, Larissa Barreto, de 26 anos, estavam em uma aeronave da empresa Air Europa, que partiu de Madrid com destino à capital baiana. Além do voo delas, outros dois internacionais tiveram o desembarque atrasado em mais de 1h por conta do risco de explosão no terminal aéreo.

De acordo com a concessionária Vinci Airports, que administra o aeroporto, o risco de bomba foi levantado depois que um objeto suspeito, que não foi detalhado, foi encontrado em uma bagagem, durante vistoria de rotina. A mala estava em um avião diferente dos que tiveram o desembarque atrasado. O alerta foi suspenso após o material ser avaliado.

Contudo, Valéria conta que o período em que ficou dentro do avião foi de grande preocupação. A enfermeira voltava de uma viagem de 21 dias a passeio em Israel. Segundo Valéria, o piloto da aeronave em que viajou avisou sobre a suspeita de bomba pouco tempo depois de pousar em Salvador.

"O avião pousou normalmente, as pessoas se levantaram, começaram a pegar a bagagem. Em seguida, o piloto reclamou e pediu para que a gente sentasse, porque a aeronave ainda não estava estacionada. Depois de uns 15 minutos, ele comunicou que o aeroporto não tinha autorizado o desembarque, porque estava em suspeira de bomba, exatamente nessas palavras", disse.

Após 9h de voo entre Madrid e Salvador, a enfermeira chegou no aeroporto às 20h40, mas só conseguiu ir para casa às 22h20. Valéria contou que, entre o anúncio, a liberação do desembarque e a chegada ao saguão do aeroporto, se passaram cerca de 1h40. Os passageiros desceram na área de carga do aeroporto e foram levados até o terminal de desembarque em um ônibus.

 

"Vinha um ônibus de cada vez, mas parecia até que só tinha um, e ele ia lá e voltava. Foi demoradíssimo. Tinham mais duas aeronaves, as duas internacionais, uma de cada lado da nossa. Quando eu passei pela PF [Polícia Federal], eu perguntei se estava tudo tranquilo, e me disseram que estava tudo bem. Depois que eu vi as notícias", contou.

Caso

Após suspeita de bomba, o objeto estranho encontrado na bagagem foi levado para um local que não oferecesse risco aos passageiros e outros usuários do aeroporto.

No local, que não foi detalhado pela Vinci, autoridades especializadas fizeram avaliação e, em seguida, identificaram que o objeto não oferecia perigo, suspendendo a suspeita de bomba.

Segundo a Vinci, apesar do atraso nos desembarques, não houve impacto em pousos e decolagens e nenhum voo foi atrasado.

Ainda em nota, a empresa informou também que o Aeroporto de Salvador "obedece a todas as regulamentações cabíveis de segurança e tomou as medidas recomendadas em situações excepcionais". A Vinci disse ainda que "a administração está trabalhando em conjunto com as autoridades para esclarecer o ocorrido".

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Por G1 BA.

Quatro dos 12 presos foram apresentados na coletiva — Foto: Phael Fernandes/G1 Bahia

 

Quatro das 12 pessoas que tiveram mandados de prisão cumpridos nesta quarta-feira (21), em Salvador e Lauro de Freitas, na região metropolitana, durante operação da Polícia Federal para combater quadrilhas especializadas em assaltos a carros-fortes na Bahia, foram apresentados à imprensa, em coletiva realizada pela tarde, na sede da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), no bairro da Pituba, capital baiana.

Os suspeitos foram identificadas como Altalice Santos de Jesus, 48 anos; Wenderson Rodrigues Ramos, 34 anos; Emanuel Amorim, 43 anos; e Carlos Alberto, 64 anos. De acordo com a polícia, eles davam suporte às quadrilhas durante as ações criminosas, entretanto não detalhou como era a atuação deles. Os suspeitos presos fazem parte de três quadrilhas envolvidas com assaltos a carros-fortes.

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Coletiva foi realizada na tarde desta quarta-feira — Foto: Phael Fernandes/G1 Bahia

Na coletiva, a polícia ainda destacou que a Operação Yasaí começou em julho deste ano, quando Polícia Federal, Polícia Civil e Polícia Militar começaram a investigar crimes do tipo "calçada", que é quando o dinheiro é subtraído das mãos dos vigilantes no momento em que eles estão recolhendo os valores junto aos clientes, ou fazendo a entrega dos valores.

Durante o período da operação, segundo a polícia, dois homens morreram em confronto com a polícia. O primeiro caso foi em outubro, quando Delcimar Alves, que se passava por cadeirante para informar a movimentação das lotéricas, foi morto em tiroteio com policiais. O segundo caso ocorreu na manhã desta quarta, quando um suspeito de prenome Fabiano também morreu em confronto com PMs, no bairro de Cajazeiras, na capital baiana.

 

Ao todo, nesta quarta-feira, a operação visava cumprir 15 mandados de prisão e 12 de busca e apreensão. Dos 12 mandados de prisão cumpridos, dois foram realizados no Presídio Salvador.

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Por G1 BA

Um delegado da Polícia Civil do Pará que está de férias na Bahia foi detido por desacato a policiais militares baianos, na noite da terça-feira (21), na cidade de Glória, no norte do estado.

De acordo com a Polícia Civil da Bahia, os agentes contaram que teriam sido ofendidos pelo delegado após ele ter o carro parado em uma abordagem policial. Contudo, a ofensa não foi detalhada pela polícia.

Após a ação, o delegado, que não teve o nome divulgado, foi levado para a Delegacia de plantão de Paulo Afgonso, na mesma região do estado, onde o caso foi registrado.

Segundo a polícia, em depoimento, o delegado alegou abuso de autoridade por parte dos policiais militares e denunciou que foi agredido no pescoço por um deles durante abordagem. A mulher do delegado, que estava com ele no veículo, também foi ouvida e confirmou a versão do marido.

Conforme a polícia, após a denúncia, foi expedido uma guia para exame de corpo de delito. Em seguida, o delegado assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foi liberado. O caso está sob investigação.

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Por Rita Torrinha, G1 AP — Macapá.

O amapaense Vinícius Chagas Maciel, de 32 anos, foi assassinado de forma brutal na segunda-feira (19), no povoado de San Julián, a 150 quilômetros de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Ele foi linchado e enforcado por populares na principal praça da cidade. Informações preliminares apontam que ele foi cobrar uma dívida de um casal, que o acusou de roubo.

O Consulado Geral do Brasil em Santa Cruz de La Sierra informou ao G1que acompanha o caso e que mantém contato com as autoridades locais e com familiares para prestar a assistência consular cabível.

Jornais bolivianos repercutiram o caso informando que o brasileiro foi enforcado por uma multidão que o alcançou depois que um casal denunciou ter sido cobrado por uma suposta dívida por dois homens armados. O outro brasileiro conseguiu fugir do lugar em uma caminhonete. Ainda segundo a imprensa local, a polícia tem dificuldade de entrar na cidade de San Julián.

Maciel deixou o Amapá há cerca de sete meses, em busca de trabalho na Bolívia. Lá, segundo a família, ele estava se planejando para estudar medicina.

A família contesta a versão do assalto. Irmãos e a mãe dele moram no município de Santana, onde ele nasceu. A cidade fica a cerca de 17 quilômetros de Macapá.

“Meu irmão saiu daqui de Santana para ir trabalhar na Bolívia em uma oficina de carros e, pelo que soubemos de conhecidos de lá, ele foi fazer a cobrança de um casal e a mulher saiu gritando que estava sendo assaltada, aí a população o pegou e fez isso. Disseram para a gente que lá é comum linchamento”, conta Vitória Maciel, irmã da vítima.

 
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Irmã de Vinícius manifestou indignação em uma rede social, com pedido de ajuda para o traslado do corpo — Foto: Reprodução

 

Ainda segundo a irmã, a família ficou sabendo da morte de Vinícius pelas redes sociais e todos estão em choque.

“Soubemos da pior forma, através do Facebook, que foi como repercutiu o caso lá. Foi uma tortura e uma barbárie o que fizeram e eles ficavam postando no 'face'. Como ele foi a trabalho, muitos conhecidos começaram a nos marcar nas postagens. Foi horrível. Minha mãe e todos nós estamos em choque. Desde terça-feira [20], às 18h, quando ficamos sabendo, ela está sedada”, relata.

Sem condições financeiras para arcar com o traslado do corpo, a família pede ajuda. A irmã diz que são necessários R$ 15 mil para trazê-lo de Santa Cruz até o Amapá.

“Não temos recurso nenhum. O meu marido é mototaxista, minha mãe vende comidas típicas, é ambulante, a minha irmã faz bolos e é cobradora de ônibus e eu estou desempregada. A gente precisa de ajuda. Por favor!”, suplica Vitória.

 
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Vinícius deixa uma filha de seis anos, irmãos e a mãe — Foto: Imagem cedida pela família

Ainda segundo Vitória, horas antes do assassinato, Vinícius Maciel enviou mensagens para o WhatsApp da mãe, falando de saudade. Ele também enviou uma foto tirada na praça onde, mais tarde, foi morto.

“Ele sempre entrava em contato com a mamãe e comigo. Ele ajudava financeiramente a família. A mamãe mora de aluguel e ele sempre mandava uma quantia em dinheiro. No dia do ocorrido, ele mandou mensagem para ela [a mãe], falando que queria passar o Natal aqui, que estava com muita saudade dela”, disse a irmã.

 
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Família diz que amapaense trabalhava em uma oficina mecânica na Bolívia e queria cursar medicina — Foto: Inagem cedida pela família

Vinícius era casado, mas estava em processo de separação. Ele deixa uma filha de seis anos, três irmãos e a mãe.

Na Bolívia, os casos de linchamento são comuns, segundo a imprensa internacional. Os moradores alegam que atuam em nome da “justiça comunitária”, reconhecida na Constituição aprovada em 2009 no país. O governo, entretanto, explica que o sistema não permite castigos brutais e nem a pena de morte.

Para garantir os trâmites da vinda do corpo de Vinícius para o Amapá, a família pediu uma certidão de "Nada Consta" no nome dele, onde não foi identificada qualquer passagem criminal.

 
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Certidão 'Nada consta' não apresenta crimes em nome de Vinícius — Foto: Imagem cedida pela família

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