Mundo tem 828 milhões de pessoas com diabetes e mais da metade não recebe tratamento, diz pesquisa
A taxa global de diabetes (tipo 1 e 2) dobrou entre os anos de 1990 e 2022. Pesquisadores apontam obesidade e má alimentação como causas para o aumento. O Brasil é o sexto país com maior número de pessoas com diabetes (22 milhões).
Por Rayane Macedo*, g1 — São Paulo.
Dos 828 milhões de adultos com diabetes (tipo 1 e 2) no mundo, 445 milhões deles, mais da metade (57%), não receberam tratamento em 2022. É o que aponta uma pesquisa global divulgada, nesta quarta-feira (13), pela revista científica "The Lancet".
No total, foram registradas taxas de tratamento estagnadas em muitos países de baixa e média renda. “Em 2022, apenas 5% a 10% dos adultos com diabetes em alguns países da África Subsaariana receberam tratamento, deixando um grande número em risco de complicações graves de saúde", disse o professor Jean Claude Mbanya, da Universidade de Yaoundé, em Camarões.
Os sete países com os índices mais baixos de cobertura para diabetes foram: Índia (133 milhões), China (78 milhões), Paquistão (24 milhões), Indonésia (18 milhões), Estados Unidos (13 milhões), Bangladesh (13 milhões) e Brasil (10 milhões).
A pesquisa mostra que a taxa global de pessoas com diabetes dobrou de aproximadamente 7% para cerca de 14%, entre 1990 e 2022. Em 1990, o número era de 198 milhões, enquanto em 2022 o número passou a 828 milhões. Desse total, é estimado que 22 milhões vivem no Brasil, o que torna o país com o sexto maior número de pessoas com diabetes no mundo.
Os pesquisadores apontam que a obesidade e a má alimentação são os principais fatores para o aumento da diabetes em nível global. Só no Brasil, é estimado que 75% dos adultos brasileiros terão obesidade ou sobrepeso em 20 anos.
"Prevenir o diabetes por meio de uma dieta saudável e exercícios é essencial para uma saúde melhor em todo o mundo. Nossas descobertas destacam a necessidade de ver políticas mais ambiciosas, especialmente em regiões de baixa renda, para que restrinjam alimentos não saudáveis, tornem alimentos saudáveis acessíveis e melhorem as oportunidades de exercícios, por meio de medidas como a entrada gratuita em parques públicos e academias de ginástica", afirma o Dr. Ranjit Mohan Anjana, da Fundação de Pesquisa de Diabetes de Madras, na Índia.
??Veja mais destaques da pesquisa:
- Os seis países com os maiores números de pessoas com diabetes são: Índia (212 milhões), China (148 milhões), Estados Unidos (42 milhões), Paquistão (36 milhões), Indonésia (25 milhões) e Brasil (22 milhões).
- De 1990 a 2022, as taxas globais de diabetes dobraram tanto em homens (6,8% em 1990 para 14,3% em 2022) quanto em mulheres (6,9% para 13,9%).
- As taxas mais altas de tratamento contra diabetes foram encontradas na Bélgica, com 86% de cobertura para mulheres e 77% para homens.
- O estudo, realizado pela NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), usou dados de mais de 140 milhões de pessoas com 18 anos ou mais de mais de mil estudos em populações de diferentes países.
O que é diabetes
Diabetes é uma doença crônica (que não tem cura e não se resolve em um curto período), que resulta do aumento da glicose (açúcar) no sangue.
? Quando a glicemia (concentração de glicose) está alta, a capacidade do corpo de eliminar os radicais livres (moléculas liberadas pelo organismo que podem causar morte celular) é reduzida, o que compromete o metabolismo de diversas células.
? Por essa razão, pessoas com diabetes podem sofrer com dificuldade de cicatrização, já que as células responsáveis por esse processo são afetadas pelos radicais livres e não conseguem atuar como deveriam. Além disso, a má circulação sanguínea também prejudica a cicatrização.
Existem quatro tipos principais da doença: pré-diabetes — que acontece quando o nível de glicose está alto, mas ainda é anterior ao quadro de diabetes —, diabetes tipo 1, diabetes tipo 2 e diabetes gestacional.
Mãe realiza bazar beneficente para custear medicamentos usados pela filha de 1 ano com condição rara
No Brasil, existem apenas 50 casos registrados da síndrome. Somente um deles é na Bahia, e tem como paciente a pequena Maria Sol, de Feira de Santana.
Por Valma Silva, Milena Brandão, Ketheleen Serra, g1 BA.
Aos 25 dias de vida, Maria Sol Oliveira Andrade Queiroz, de 1 ano de idade, foi diagnosticada com uma condição rara: a síndrome de Aicardi. [Veja detalhes abaixo] Desde então, a família tem se mobilizado para arcar com os alto custos do tratamento. Neste sábado (8), a mãe dela realiza um bazar em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador, para arrecadar recursos e ajudar a filha.
No Brasil, existem apenas 50 casos registrados da síndrome, e somente um é na Bahia: o da pequena Maria Sol, que se tornou "objeto" de estudo científico. Trata-se de um distúrbio neurológico que afeta majoritariamente meninas e é caracterizado por ausência parcial ou completa do corpo caloso (estrutura que conecta os dois hemisférios do cérebro), anomalias na retina ocular e convulsões do tipo espasmos.
Para lidar com essas questões, Maria Sol precisa usar três anticonvulsivantes, dos quais dois são de alto custo. Um deles é o cannabidiol, pago pela própria família.
"Ela ainda tem quatro frascos, mas as doses têm aumentado gradativamente. Se ela não toma, a frequência de convulsões é maior", explica a mãe da criança, Estrela Maria dos Anjos.
A garotinha precisa de dois frascos de cannabidiol por mês. O valor de cada um varia entre R$ 900 e R$ 1.200, o que representa um custo alto para família, que não tem renda fixa. Estrela Maria precisou sair do emprego para cuidar da filha, que tem quadros convulsivos frequentes. O pai da criança é trabalhador autônomo.
Segundo Estrela, Maria Sol tem desenvolvimento geral compatível com o de uma criança de três meses. Ela é acompanhada por uma equipe multidisciplinar e faz atendimentos com fisioterapeutas e fonoaudiólogos, por exemplo, cinco vezes por semana. Com os estímulos adequados, a menina começou a balbuciar e a manter o pescoço firme, entre outros pequenos avanços.
Além da síndrome rara, a criança tem microcefalia - malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Atrasos no desenvolvimento, problemas de alimentação, problemas de audição ou visão, de movimento ou equilíbrio, hiperatividade e incapacidade intelectual podem afetar crianças com esse diagnóstico.
Por causa das necessidades específicas da filha e das dificuldades financeiras, a mãe decidiu realizar um bazar beneficente, que acontece das 8h às 17h, no estacionamento da prefeitura de Feira de Santana, no Centro da cidade. Roupas, acessórios, calçados masculinos e femininos estão à venda por preços entre R$ 5 e R$ 20.
Ação na Justiça
Em junho deste ano, Estrela deu entrada no Benefício de Prestação Continuada para Maria Sol, mas na época ainda recebia o seguro-desemprego e o pedido foi negado. Segundo ela, o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) alegou que o caso não atende ao critério de renda mensal familiar de 1/4 do salário mínimo. A última parcela do seguro foi depositada em outubro e agora Estrela não tem fonte de renda.
Ela recorreu através da Defensoria Pública da União (DPU), que informou, em nota, que ajuizou uma petição na Justiça Federal solicitando a concessão do benefício, com pedido de tutela de urgência. A ação tramita no Juizado Especial Cível e Criminal adjunto à 1ª Vara Federal de Feira de Santana.
No comunicado, a DPU argumenta "que os documentos apresentados comprovam a vulnerabilidade econômica e social da família, além de evidenciar que a situação da criança atende aos requisitos de pessoa com deficiência previstos para a concessão do benefício".
Síndrome de Aicardi
A condição foi identificada pelo neurologista francês Jean Aicardi na década de 1960. A literatura reconhece cerca de quatro mil casos em todo o mundo, e sua incidência é estimada entre 1 a cada 105.000 nascidos.
A neuropediatra Emmanuelle Vasconcelos, diretora técnica do Instituto Pupa e preceptora da residência de Pediatria do Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador explica mais detalhes a respeito.
“A síndrome é composta basicamente por alterações oculares, então ele chamam de lacunas coriorretinitianas. Seriam alterações de córnea e de íris, onde você vai ter também espasmas infantis e você vai ter alteração do desenvolvimento”, disse a médica.
Por isso, Maria Sol enfrenta, ainda duas questões sensíveis no âmbito ocular:
- coloboma de nervo ótico, uma doença congênita que pode aparecer na íris, retina, pálpebras ou nervo óptico ainda nos primeiros meses de vida;
- microfitalmia, malformação ocasionada por ruptura no desenvolvimento de tecidos e células especializadas.
A neuropediatra informou que, em geral, os pacientes com esse diagnóstico morrem entre a segunda e a terceira década de vida, "por complicações da própria regressão neurológica, pois a síndrome vai causar epilepsia de difíceis controle, que aumenta o risco de infecções”
Quanto ao tratamento, segundo Emmanuelle, é basicamente voltado para conter os sintomas, crises convulsivas, e exigem várias medicações, além do suporte com fisioterapia, fonoaudiologia e oftalmologia, por exemplo.
Hérnia de disco: saiba em qual idade os sintomas começam a aparecer
Em entrevista ao podcast Bem-Estar, ortopedista alerta que casos de dores na coluna em crianças e adolescentes podem ser sinais de 'tumores benignos'; entenda.
Por Bem Estar.
Com mais de 80% da população relatando dores na coluna em algum momento da vida, a hérnia de disco está longe de ser um diagnóstico raro.
A condição acontece quando os discos invertebrais, que funcionam como amortecedores entre as vértebras, desgastam-se com o tempo.
Mas em que idade os sintomas começam a surgir? De acordo com especialistas, como o ortopedista Ricardo Meirelles, os primeiros sinais geralmente aparecem a partir dos 20 anos.
Embora a ocorrência em crianças e adolescentes seja rara, casos de hérnia de disco já foram relatados em idades mais precoces, geralmente associadas a outras condições como lesões ou problemas congênitos.
" A hérnia de disco acontece quando a gente vai se aproximando da vida adulta", alerta Meirelles em entrevista ao podcast Bem-Estar.
O especialista destaca ainda que, no caso de crianças e adolescentes, as dores persistentes na coluna podem ser sinais de tumores benignos, que costumam causar dor intensa, especialmente à noite, mas que aliviam com anti-inflamatórios comuns.
Assim, é fundamental que pais e cuidadores fiquem atentos a queixas frequentes de dor e busquem avaliação médica para descartar essas condições, que podem ser identificadas por meio de exames de imagem.
Por que Brasil importa cadáveres para treinar harmonização facial
O uso de cadáveres para observação e dissecção é o melhor método para o estudo da anatomia e o treinamento de habilidades médicas e cirúrgicas.
É o que defendem as principais instituições de ensino e sociedades médicas ao redor do mundo.
Mas no Brasil, o uso acadêmico dos corpos pós-óbito não é tão popular, e a decisão de doar o corpo para ciência ainda não é amplamente abraçada.
➡️ A falta de peças anatômicas é a realidade para maioria das universidades públicas no país, o que a BBC News Brasil mostrou em uma reportagem publicada em 2023.
Por isso, a divulgação de cursos que usam cadáveres ainda frescos para o treinamento de técnicas de harmonização facial (como aplicação de toxina botulínica e preenchimento com ácido hialurônico), causou um debate intenso recentemente na rede social Bluesky (que funciona de forma semelhante ao X).
➡️ O uso foi considerado algo fútil por muitos usuários da rede. Como faltam corpos para as universidades, mas estão disponíveis para harmonização facial?
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil explicam que o treinamento em cadáveres para estética faz sentido, já que os procedimentos incluem estruturas sensíveis da face.
Além disso, que os corpos não são provenientes das mesmas fontes das universidades federais — e por isso, os cursos não estariam competindo com elas por recursos.
➡️ Nos cursos de harmonização facial, não são quaisquer cadáveres, mas sim corpos ainda frescos por terem passado por uma técnica de congelamento logo após o óbito, que foram doados em outros países e são importados para o Brasil.
Chamada de ‘fresh frozen’, essa é considerada uma alternativa superior à técnica tradicionalmente usada para conservar os corpos com formol (geralmente usada nas universidades públicas), porque permite preservar mais as características do corpo humano.
Enquanto substâncias químicas como o formol degradam parte das estruturas e diminuem a semelhança com uma pessoa viva, os cadáveres preservados com a técnica fresh frozen ficam praticamente intactos.
➡️ Quem opta por doar o corpo para a ciência compreende que essa doação será usada para o estudo de diversas áreas da saúde, abrangendo estruturas anatômicas, tecidos e sistemas do corpo humano.
Ao fazer essa escolha, o doador não tem a possibilidade de restringir o uso de seu corpo a uma disciplina específica, como neurologia, ortopedia ou qualquer outra área.
A legislação brasileira proíbe a comercialização de cadáveres e partes de corpos. Por isso, tanto as universidades públicas quanto os cursos de centros privados, como é o caso dos que oferecem treinamento para harmonização facial, o material usado deve ser proveniente de doação.
A diferença está no caminho que esses cadáveres fazem até chegar a uma sala de aula — e também nos custos que isso implica.
As universidades públicas que usam cadáveres para aulas os recebem principalmente por meio de doações voluntárias — quando a pessoa decide ainda em vida que quer dar aquele destino aos seus restos mortais.
➡️ Em casos menos frequentes, indivíduos que morreram sem identificação e que não tiveram seus corpos reclamados em até 30 dias também podem ter seus corpos encaminhados para instituições de ensino.
Nos centros de estudo que utilizam a técnica de conservação fresh frozen, os corpos são provenientes principalmente de doações nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, como a Holanda.
Caso o doador decida que não quer que seus restos mortais sejam enviados para um país diferente, ele pode declarar isso na documentação que preenche ao fazer a escolha de doar.
Empresas especializadas são responsáveis por conectar os doadores às instituições de ensino interessadas que possuem condições de custear os gastos com a importação.
Mas ainda que os cadáveres importados sejam provenientes de doações, o processo de congelamento e manutenção dos corpos é caro e exige não só cuidados extensivos durante a importação, mas também um laboratório com câmaras específicas para a preservação.
Isso se torna uma barreira para universidades públicas com fundos limitados. Para os cursos privados, significa que o valor gasto será refletido na matrícula — o que faz com que não seja acessível para todos.
"Se temos dificuldade de fazer um programa voluntário de doação e montar uma estrutura básica de rede para receber os corpos e outras tarefas que são bem mais baratas, imagine a importação de corpos congelados", disse José Aderval Aragão, coordenador do Programa de Doação Voluntária de Corpos da UFS (Universidade Federal de Sergipe), em entrevista à BBC News Brasil.
Ricardo Eustáquio da Silva, professor de anatomia da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), diz que, na instituição, a possibilidade de importar corpos ‘fresh frozen’ sequer chegou a ser cogitada.
"É uma alternativa muito cara. No passado, países como os Estados Unidos, a Espanha e o Canadá também passaram pela dificuldade de não ter cadáveres suficientes, mas isso foi resolvido com a conscientização da população sobre a importância da utilização de material humano para o ensino dos futuros profissionais da área da saúde."
A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) é a única universidade pública no Brasil que dispõe de câmaras adequadas para a preservação de corpos.
No entanto, os cadáveres utilizados pela instituição são provenientes de um programa de doação já consolidado em Minas Gerais, o que torna desnecessária a importação desses corpos.
O treinamento de harmonização em cadáveres faz sentido?
"Harmonização facial é uma área que tem crescido exponencialmente em todo o Brasil. E, logicamente, você precisa treinar, se aperfeiçoar e melhorar o máximo possível para que tenha a menor chance de erro na hora de tratar o seu paciente", diz Henrique Barros, presidente da Sociedade Brasileira de Anatomia.
"Nenhum boneco ou simulador chega nem perto da veracidade de um treinamento com cadáver fresco. Ao fazermos alguns procedimentos, ele ainda pode sangrar, é muito similar a um paciente vivo", complementa.
➡️ A legislação atual prevê que harmonização facial pode ser feita por médicos dermatologistas, cirurgiões plásticos, dentistas especialistas na área (ao menos 500 horas de especialização, de acordo com norma do Conselho Federal de Odontologia), biomédicos e farmacêuticos — ambos com pós-graduação na área de Saúde Estética reconhecida pelo Ministério da Educação.
''No caso de procedimentos cosmiátricos invasivos, apenas profissionais com formação em Medicina devem realizá-los, uma vez que os mesmos oferecem riscos de danos temporários e permanentes e até óbitos devido às falhas na indicação, na técnica e por aplicação de procedimentos realizada de modo inseguro'', diz Heitor de Sá, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Entre as alternativas para os profissionais que estão treinando em harmonização facial, destacam-se o uso de bonecos, modelos digitais 3D, que permitem simulações dos procedimentos, e o oferecimento de tratamentos a preço de custo para pacientes que aceitam ser atendidos por profissionais ainda em formação.
Com cadáveres frescos, defendem os especialistas, o treinamento ajuda os profissionais a terem uma melhor noção de como preservar as regiões nobres e evitar lesionar tecidos importantes, como grandes artérias e nervos.
"Embora não seja possível observar o resultado completo, como o inchaço e a resposta inflamatória que ocorrem em pacientes vivos, cumpre-se o objetivo de aprender a localizar as camadas e lacunas corretas e prevenir complicações como necrose ou embolia", explica Mohamad Abou Wadi, formado em odontologia e parte do Instituto de Treinamento em Cadáveres.
A dissecação do cadáver mostra as estruturas anatômicas, como vasos arteriais e venosos, nervos sensitivos, nervos motores e músculos que, se lesados durante qualquer procedimento, podem trazer complicações graves.
"No estudo do cadáver fresco é possível demonstrar o trajeto destas estruturas anatômicas, assim como o plano de profundidade onde se encontram. Os vasos arteriais e venosos podem ser injetados com corantes que o destacam, o que permite observar seus trajetos" descreve Sergio Serpa, médico dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Professor de Cirurgia Micrográfica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Quanto custa um curso com cadáver fresco?
➡️ O custo dos cursos que utilizam cadáveres ‘fresh frozen’ varia significativamente.
Um curso de harmonização facial oferecido por um centro chamado HAC (Human Anatomy Center), localizado em Bauru e Alphaville (ambas localizações próximas à cidade de São Paulo), que inclui módulos que passam por temas como teoria e prática de anatomia de cabeça e pescoço, técnicas anestésicas, histofisiologia (estudo da estrutura e função dos tecidos), toxina botulínica e mais, custa R$1.500.
Mas o corpo — ou apenas partes dele — pode ser utilizado em diversas áreas da Medicina, da Ortopedia à Neurologia, geralmente para profissionais já graduados que querem aperfeiçoar técnicas cirúrgicas.
"A peça anatômica é apenas um material didático, e o valor final pode ser influenciado também pelo prestígio da instituição e o renome do professor que irá ensinar a técnica. Em alguns casos, a indústria patrocina cursos para médicos, por exemplo, como forma de divulgar novas técnicas. Considerando esses fatores, os valores podem variar de R$ 3 mil a R$ 15 mil", diz Mohamad Abou Wadi.
Após os treinamentos, conta Wadi, o corpo passa por dissecação para que os profissionais possam analisar erros e acertos, o que contribui para o aprendizado.
"Essa sequência de uso maximiza o aproveitamento da peça, que só depois desse processo completo é destinado à incineração."
A cultura de doação de corpos
O Brasil ainda tem um caminho longo até que cadáveres se tornem materiais didáticos acessíveis para profissionais de saúde em formação em diferentes áreas.
"No Brasil, já é muito difícil incentivar as pessoas a doarem sangue ou órgãos, e a doação de corpos é ainda mais complicada. É importante ressaltar a importância de as pessoas se preocuparem em doar porque reflete diretamente na formação dos futuros profissionais", diz o presidente da Sociedade Brasileira de Anatomia.
Quando não há cadáveres suficientes para a dissecção, professores buscam as opções mais próximas para oferecer uma experiência mais fiel nas aulas de anatomia.
"A prática de dissecação, que é primordial para a anatomia topográfica, fica deficitária em nossas aulas. Temos alguns modelos sintéticos e usamos peças cadavéricas", afirmou Célia Regina de Godoy Gomes, professora de Anatomia Humana do Departamento de Ciências Morfológicas da Universidade Estadual de Maringá (UEM), em reportagem da BBC publicada no ano passado.
Quem deseja doar seu corpo especificamente para fins de estudo pode se registrar ainda em vida em programas do tipo mantidos por universidades ou informar parentes sobre seu desejo de participar para que eles façam a doação.
O levantamento mais recente feito pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) aponta que existem hoje 39 destes programas no Brasil.
"Ainda é pouco para a quantidade de instituições com cursos da área de Saúde, mas, se observarmos que a maioria surgiu nos últimos anos, considero que é um dado positivo", diz Andrea Oxley, professora de Medicina da UFCSPA.
Esses programas são considerados hoje a melhor forma de suprir a escassez de cadáveres, mas professores de Medicina ouvidos pela BBC News Brasil dizem que o número de doações ainda é baixo. Nos primeiros cinco anos do programa de doações de corpos da Universidade Federal do Espírito Santo, por exemplo, apenas seis cadáveres foram doados.
Para muitas universidades, o desafio de tornar seus programas conhecidos — e bem aceitos — entre a população local continua.
Motorista de aplicativo faz parto de passageira no banco de trás do carro na porta de hospital
Caso aconteceu em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Emilson Cipriano tem formação como técnico de enfermagem e conseguiu fazer o parto quando o carro que conduzia chegou ao Hospital da Posse.
Por Luana Alves, Bom Dia Rio.
Um bebê nasceu em um carro de aplicativo, em um parto feito pelo motorista. Antes dele, outros 2 condutores haviam cancelado as corridas. A criança nasceu na porta do Hospital Geral de Nova Iguaçu, o Hospital da Posse, na última segunda-feira (14).
Emilson Cipriano estava na 3ª corrida do dia quando atendeu a passageira Luzimary dos Reis. Ela enviou uma mensagem ao motorista explicando a situação e pedindo que ele não cancelasse.
“Eu aceitei e veio no chat: ‘Moço, por favor, não cancela!’ Porque ela estava em trabalho de parto. Eu acelerei meu carro e fui em direção a ela. Vi que o portão da casa dela demorou a abrir. Eu fiquei ansioso. E ela veio devagar, já com a bolsa rompida e molhada”, explicou Emilson.
O motorista tem formação como técnico de enfermagem, mas não exerce a profissão atualmente. Atualmente, ele cursa Arquitetura e Urbanismo. Mas, graças ao conhecimento adquirido, ele conseguiu realizar o parto.
“Ela falando: ‘Vai nascer! Vai nascer!’ E eu perguntei as contrações, e estava em menos de 5 minutos. Ia nascer e eu fiquei com medo de acontecer alguma coisa com a mãe e a bebê”, contou.
O motorista parou na 58ª DP (Posse) e pediu a ajuda dos policiais, que lhe conseguiram luvas e abriram caminho até o hospital.
Na porta do hospital, quando não dava mais tempo, Emilson colocou as luvas e ajudou a criança a nascer.
“Quando olhei para trás, o bebê estava nascendo, só deu tempo de puxar o frio de mão, calçar a luva, correr para trás, fazer o parto e o Vitor [policial civil que o ajudou] correu para chamar as enfermeiras”, disse Emilson.
Em seguida, chegaram os profissionais de saúde. A mãe e a bebê passam bem e foram transferidas para a Maternidade Mariana Bulhões.
Pré-treinos à base de cafeína entregam queima de gordura e a disposição prometidas?
Bebidas com cafeína e outros ingredientes naturais podem envolver riscos, pois o consumo excessivo por pessoas sensíveis pode levar a sintomas como insônia, ansiedade, taquicardia, dor no estômago e refluxo. Mas o uso ocasional é seguro para a maioria das pessoas.
Por Silvana Reis, g1.
Já experimentou usar bebida pré-treino a base de cafeína? Batizado de Supercafé, o produto da vez combina este e outros ingredientes naturais e promete benefícios como melhora na cognição, concentração, queima de gordura e disposição. A estratégia já é uma tendência conhecida no mundo fitness e há quem curte ou dispense.
Além dos energéticos naturais a base de cafeína, o mundo fitness está inundado de outros produtos, como o whey protein e a creatina.
Abaixo, nesta reportagem, você vai entender melhor quando eles também podem ser usados.
Especialistas ouvidos pelo g1 afirmam que energéticos à base de cafeína podem ser eficientes na ação energética, mas não substituem uma dieta balanceada e um estilo de vida saudável. E eles precisam ser usados com moderação, pois a quantidade de cafeína não pode ultrapassar os 400g diários.
Algumas opções disponíveis no mercado incluem na composição:
- Cafeína: principal ingrediente, com efeito energético;
- Termogênicos naturais: chá verde, pimenta caiena e gengibre;
- MCT (Triglicerídeos de Cadeia Média): tipo de gordura que é rapidamente convertida em energia pelo corpo;
- Adaptógenos: Ashwagandha e o cogumelo reishi, que auxiliam no estresse;
- Vitaminas e minerais
Vale usar?
A indicação depende dos objetivos e do estilo de vida, segundo o médico nutrólogo e professor de Pós-Graduação da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) Fabiano Robert.
“Se você busca por mais energia e foco, e está confortável com o preço, ele pode valer a pena. No entanto, ele não substitui uma dieta balanceada e um estilo de vida saudável", afirma Fabiano Robert.
Segundo Robert, consultar um profissional de saúde é um passo importante antes de decidir.
"(A bebida) pode ajudar na concentração, principalmente devido a cafeína, mas a combinação de seus componentes tem efeito sinérgico para esse objetivo, inclusive por poder melhorar o estresse. No entanto, seus efeitos dependem de uma sensibilidade individual”, alerta o médico.
? ? Os suplementos que contêm cafeína têm sido chamados de pré-treino porque a cafeína tem um papel de estimular o sistema nervoso central.
“É uma droga psicoativa que posterga a fadiga, deixa o sujeito mais alerta e em estado de atenção. Existem evidências boas de que a cafeína de fato melhora o rendimento esportivo. O ganho que é da ordem de 3% de melhora de desempenho e parte desse efeito se deve também ao efeito placebo”, explica o professor do Centro de Medicina do Estilo de Vida da FMUSP Bruno Gualano.
⚠️Riscos envolvidos: se for usar, controlar o consumo de cafeína
Suplementos a base de cafeína podem não ser indicados para todas as pessoas. Por isso, é importante ter uma orientação profissional.
O uso de pré-treinos a base de cafeína pode envolver alguns riscos, dependendo das especificidades do paciente. A maioria das intercorrências está associada à cafeína e aos demais estimulantes, pois o consumo excessivo por pessoas sensíveis pode levar a sintomas como: insônia, ansiedade, taquicardia, hipertensão arterial, arritmia, palpitação, sobrecarga no sistema nervoso central (agitação, irritabilidade e até convulsões em pessoas susceptíveis), ansiedade, dor no estômago, tremores, dor de cabeça, náusea, refluxo, gastrite, azia, desidratação e sobrecarga dos rins.
Pré-treinos a base de cafeína podem ser contraindicados ou usados com moderação em casos de:
- Problemas cardiovasculares, como hipertensão e arritmias
- Transtornos de ansiedade: TAG, bipolaridade, depressão
- Distúrbios do sono
- Gestação e amamentação
- Problemas gastrointestinais, como gastrite, úlcera e síndrome do intestino irritado
- Glaucoma
- Uso de antidepressivos e anticonvulsivantes
- Doença renal crônica
Algumas bebidas e cápsulas de pré-treino têm numa dose menos de cafeína do que uma xícara de café, mas outras podem ter 300 mg de cafeína por dose, quase o limite diário recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de 400 mg - o equivalente a 3 ou 4 xícaras de café. Para quem tem problemas cardíacos, o excesso de cafeína pode ser fatal.
Esses produtos são vendidos sem prescrição médica e, na internet, há milhares de vídeos sobre seus efeitos 'milagrosos'.
Bebidas à base de cafeína podem ser mais arriscadas no pré-treino do que em outros momentos do dia por conta do aumento da frequência cardíaca.
No cérebro, ela estimula a produção de adrenalina, que é uma substância vasoconstritora. Com isso, ela estreita os vasos sanguíneos e eleva a pressão arterial e a frequência cardíaca.
Ao ingerir energéticos naturais com cafeína, é importante não esquecer que elas precisam entrar na cota de cafeína diária para saber se é possível ainda consumir um cafezinho por fora. ☕
Atenção ao horário de consumo
Além da quantidade, é preciso ficar atento ao horário do consumo, uma vez que o estímulo provocado pela cafeína pode durar até seis horas. Em gestantes, o efeito pode permanecer de 12 a 15 horas. Logo, é recomendável não ingerir este tipo de bebida menos de 6 horas antes de dormir.
O café pode ser tanto benéfico quanto prejudicial ao trato gastrointestinal. Isso depende da quantidade ingerida e da predisposição individual. Como ele estimula a produção de ácido gástrico e pode causar desconforto em pessoas com estômago mais sensível. Por outro lado, ele pode aliviar a constipação.
A vantagem dos energéticos naturais a base de cafeína (com concentração equilibrada) é que eles são versáteis para consumir fora de casa e é possível encontrá-los em embalagem de dose individual. A maior lata de um dos produtos disponíveis no mercado tem 380g, custa em média R$ 180 e rende 38 doses, o que dá cerca de R$ 4,70 por dose. Mas quem já tem uma alimentação balanceada e hábitos saudáveis pode não precisar dessas bebidas.
Entre possíveis substitutos, podem ser citados: óleo de coco, cacau em pó ou chá verde, entre outros.
“Devemos focar em uma mudança de estilo de vida, buscar uma boa alimentação, abandonar o sedentarismo, melhorar a qualidade de sono e gerenciar o estresse. Isso sim deve ser nossa prioridade. Além disso, não devemos esquecer de consultar um médico antes do uso de qualquer suplemento”, defende Robert.
A opinião de quem usa ou já usou
A empresária e influenciadora digital carioca Rafhaela Saadi, que tem uma rotina intensa de treinos, revela que já usou um dos energéticos naturais a base de cafeína disponíveis no mercado e não sentiu diferença na queima de gordura, nem tanta diferença na disposição, porque já tem o hábito de tomar café.
Saúde Mais Perto Atende o Município de Licínio de Almeida
Licínio de Almeida! A Feira Saúde Mais Perto está chegando.
Ajuda Urgente: Gislaine Santana Ainda Precisa de Apoio para Tratamento Médico Crucial.
Conselho proíbe internação de crianças e adolescentes em comunidades terapêuticas
Entidades recebem pessoas com transtornos devido ao uso ou dependência de drogas. Governo deverá identificar e redirecionar para atendimento menores de idade que estão em instituições do tipo.
Por Wesley Bischoff, g1 — São Paulo.
O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente publicou, nesta sexta-feira (12), uma resolução proibindo a internação de crianças e adolescentes em comunidades terapêuticas. O órgão é ligado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
As comunidades terapêuticas são entidades privadas, sem fim lucrativos, que acolhem pessoas com transtornos devido ao uso ou dependência de drogas. Com a resolução, apenas adultos poderão ser recebidos nessas instituições.
O conselho levou em consideração denúncias de violações em comunidades terapêuticas, como trabalhos forçados, contenções físicas e casos de intolerância.
Além disso, o órgão também analisou relatórios de inspeções que identificaram violação de direitos básicos, como o contato com a família e a restrição do acesso à educação.
Na resolução, o conselho cita ainda que:
- a internação em comunidades terapêuticas, segundo a decisão, representa uma ação de privação de liberdade, "infringindo os direitos à liberdade, participação e convivência familiar" de crianças e adolescentes;
- o acolhimento desse público viola proteções previstas na Constituição;
- as comunidades terapêuticas possuem estrutura "baseada no isolamento, violência, abstinência e não transitoriedade".
O conselho determinou também que, em casos de atendimento de urgência e emergência, o acolhimento ocorra preferencialmente em Centros de Atenção Psicossocial (Caps), hospitais ou em uma Unidade de Acolhimento Infanto-juvenil de Saúde (Uais).
O Poder Executivo também terá de identificar todas as crianças e adolescentes que estão internados em comunidades terapêuticas. Após isso, o governo deve elaborar um plano para reencaminhá-los para atendimento em uma unidade adequada.
11-06-2024 - Conferência Municipal de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.
Bom para a memória: os alimentos que ajudam na saúde do cérebro
Peixes gordos, oleaginosas, frutas e vegetais escuros contêm propriedades importantes para o nosso cérebro. Alimentação rica em açúcar, em gorduras e em sódio tem o efeito oposto.
Por Mariana Garcia, g1.
Gisele Haiek, nutricionista funcional especializada em emagrecimento feminino e saúde da mulher, lembra que um intestino "ruim" prejudica a produção de neurotransmissores, essenciais para o funcionamento do cérebro.
"Há uma conexão muito importante entre o cérebro e o intestino. Cuidar do ambiente intestinal, das bactérias e microrganismos que habitam por ali é muito importante", ressalta Gisele Haiek.
Para isso, as nutricionistas dão orientações simples: ter uma alimentação rica em nutrientes, em substâncias anti-inflamatórias e substâncias antioxidantes para evitar o excesso de produção de radicais livres.
"Grande parte da serotonina, que traz a sensação de prazer e bem-estar, é produzida no intestino. Quando a alimentação não está boa, podemos prejudicar diversos neurotransmissores do cérebro, porque não teremos nutrientes suficientes. Precisamos de um intestino regulado, com as bactérias equilibradas. Quando não temos isso, o humor é prejudicado e a saúde mental também", alerta Lara Natacci.
Peixes, oleaginosas e gorduras boas
Cerca de 60% do cérebro é feito de gordura. Parte dessa gordura é composta por ácidos graxos ômega-3, importante para a memória e melhoria do humor, além de proteger contra o declínio cognitivo.
"A gordura tem alta afinidade por toxinas (agrotóxicos, poluição, aditivos químicos, cosméticos). Não tem como não ter contato com esses itens, então o ideal é tentar ter uma alimentação o mais natural possível em 80% do tempo para que o sistema de limpeza do nosso corpo faça com que as toxinas não se acumulem no cérebro", diz Gisele Haiek.
Na lista dos alimentos "bons" para o cérebro estão os peixes gordurosos (como o salmão), oleaginosas, chocolate 70% ou mais, além de frutas e vegetais coloridos.
"A alimentação mais saudável vai prevenir doenças, trazer mais disposição, vai manter o metabolismo funcionando corretamente e vai manter a saúde do cérebro, melhorando a comunicação entre os neurônios, a capacidade cognitiva. E alimentação saudável não é proibitiva, você pode ter de tudo, mas precisa de alguns componentes no dia a dia, importantes para manter o organismo bem", esclarece Lara Natacci.
Inimigos do cérebro?
O alimento não é inimigo do nosso corpo, o problema está no nosso comportamento em relação a ele, lembram as nutricionistas. O ideal, então, é saber "equilibrar os pratinhos".
"Se você está bem de saúde, tem uma alimentação adequada e bebe uma taça de vinho, seu corpo vai responder bem e segue o jogo", exemplifica Gisele Haiek.
Entretanto, alguns alimentos em excesso podem impactar negativamente a função cerebral, como o açúcar, os carboidratos refinados e os alimentos ricos em sal. Por isso, é importante ter atenção ao excesso de açúcar, gordura e de sódio. Outro ponto de atenção é o álcool, que também pode afetar a saúde neurológica.
‘Barco-hospital’ e 'ambulancha': como funciona o atendimento a bordo realizado no Pará
O Profissão Repórter desta terça-feira (28) embarcou em uma viagem pelas comunidades ribeirinhas do Pará, onde falta acesso à saúde básica.
Por Profissão Repórter.
O Profissão Repórter desta terça-feira (28) embarcou em uma viagem pelas comunidades ribeirinhas do Pará. O programa mostrou que a maioria delas não acesso à saúde básica e o atendimento é realizado a bordo em equipamentos como um "barco-hospital" e uma "ambulancha". Saiba mais abaixo:
'Ambulancha'
Na embarcação, detalhes como usar o banheiro de uma balsa ou se proteger do vento gelado dificultam ainda mais a viagem para quem está com dor.
Existem apenas três ambulanchas para atender as 144 comunidades ribeirinhas de Aveiro. Por essa razão, a embarcação só faz o transporte de pacientes em casos de emergência.
"Uma remoção dessa daqui chega a custar R$ 2 mil como um todo, com combustível, piloto, técnico de enfermagem, em geral", relatou o técnico de enfermagem, Nauberg Vieira.
Licinio de Almeida: Gislaine Santana Realiza Vaquinha Solidária para Custear Tratamento Médico Urgen
‘Geração ansiosa’: transtornos mentais em crianças que vivem grudadas no celular aumentam no mundo t
Psicólogo americano Jonathan Haidt diz que houve ‘reprogramação da infância’ e propõe quatro medidas urgentes, como só ter acesso a redes sociais depois dos 16 anos.
Por Fantástico.
Crianças e adolescentes do mundo todo estão em perigo. É o que diz o livro “A geração ansiosa”, do psicólogo social Jonathan Haidt, que estudou durante décadas o colapso da saúde mental entre os jovens, principalmente desde a criação dos smartphones.
“O que aconteceu é o que eu chamo de ‘grande reprogramação da infância’. Em 2010, os adolescentes tinham um telefone apenas para fazer ligações, se encontravam mais com outras crianças e se divertiam mais. Mas em 2015, tudo mudou. Eles trocaram o telefone celular comum por um smartphone com câmera e internet. E as crianças passaram a ter uma infância no celular com efeitos na vida social e no desenvolvimento cognitivo”.
Jonathan Haidt, autor de 'A geração ansiosa' — Foto: Reprodução/Fantástico
Haidt lista erros cometidos pelos adultos.
“Em primeiro lugar, mantivemos nossos filhos superprotegidos na vida real. Ao mesmo tempo, na vida online, os jovens ficaram totalmente desprotegidos. Os pedófilos, por exemplo, migraram para as redes sociais e conseguem entrar em contato com as crianças sem que os pais desconfiem”, enumera.
“Quando seu filho é pequeno e você quer um pouco de sossego, acaba dando ao seu filho um telefone ou um tablet. Agora, vemos as consequências disso. Uma geração que está muito mais ansiosa e deprimida. Com mais casos de automutilação e suicídios”, afirma o autor.
Heidt afirma que celular demais também atrapalha o desenvolvimento cognitivo. O psicólogo tem relatos de jovens que mesmo quando percebem que estão ansiosos por causa das redes, não conseguem sair desse círculo vicioso.
Ele propõe quatro ações urgentes:
- Nada de smartphones antes dos 14 anos
- Não ter redes sociais antes dos 16 anos
- Escolas têm que ser espaços completamente livres de celulares
- Substituir a dependência do celular por uma infância mais independente, com mais brincadeiras e riscos
Ações urgente propostas por Jonathan Haidt, autor de 'A geração ansiosa' — Foto: Reprodução/Fantástico
Para o pediatra Daniel Becker, essas mudanças são necessárias:
“A gente tem já movimentações de dados que mostram que há um aumento de transtornos psíquicos, transtornos emocionais na infância e na adolescência nos últimos anos. A reprogramação cerebral deve ser feita na vida, e não numa tela quadrada, onde ele vai estar hipnotizado, recebendo passivamente conteúdos. Então, é desproteger um pouquinho na vida real, e proteger mais e supervisionar na vida online.”
Após DIU e laqueadura falharem, casal com quatro filhos pensa em vasectomia para evitar nova gravide
Obstetra Marina Neves explica que, embora sejam seguros, nenhum método contraceptivo é 100% eficaz. Casos como este são raros, mas podem acontecer.
Por g1 Centro-Oeste de Minas — Nova Serrana.
Após engravidar com DIU, fazer uma laqueadura e descobrir a 4ª gestação, o casal Brenda Nathielle Teixeira e Lucas Lopes avalia uma possível vasectomia para evitar "novas surpresas".
Segundo Brenda, de 29 anos, a laqueadura foi o segundo método contraceptivo que ela tentou e que falhou. Sua terceira gravidez também não foi planejada, já que, na época, ela usava o DIU.
A médica de Brenda, a obstetra Marina Neves, explica que, embora sejam seguros, nenhum método contraceptivo é 100% eficaz. Casos como este são raros, mas podem acontecer. Veja a explicação mais abaixo.
"A nova gestação caiu como uma bomba. Demorei muito tempo para acreditar que estava vivendo isso de novo. Precisei de muita terapia para superar tudo", disse a influenciadora.
Inicialmente, a notícia não foi bem recebida pelo marido de Brenda, Lucas Lopes, que, além do susto, ficou preocupado com a nova dinâmica de vida com quatro filhos.
"Ficou dias sem comer, sem conseguir conversar, super preocupado. Eu entendo a reação dele. A vida não é um conto de fadas. Nós, que temos três filhos, sabemos muito bem das responsabilidades de todos os dias".
O que diz a médica
A obstetra ressalta que a falha de um método contraceptivo não significa que houve erro do médico ou do hospital onde foi realizado o procedimento.
"O DIU tem uma taxa de falha menor que 1%. Mesmo ele estando dentro da cavidade uterina, ele não impede todas as implantações. Então, uma vez ou outra, podemos encontrar casos de gravidez com o DIU", disse Marina.
"Em relação à laqueadura, ela envolve cortar as trompas, não apenas amarrá-las. Mas o óvulo é uma célula muito pequena, pode cair na cavidade pélvica e ser levado pelo fluido peritoneal até a ponta cortada. Então, mesmo cortando, existe essa possibilidade. A taxa de falha é de 0,5% ou 1 para cada 250".
Ovo na dieta: entenda a relação do alimento com o colesterol e qual o 'limite' saudável de consumo p
O ovo é rico em proteínas, vitaminas, minerais, antioxidantes e gordura. Quantidade pode variar de pessoa para pessoa, mas estudos recentes apontam número "ideal" para pessoas saudáveis.
Por Mariana Garcia, g1.
Um alimento saudável, acessível, que contém proteínas, vitaminas, minerais, antioxidantes e gordura. Estamos falando do ovo. Mesmo com tantos benefícios, ele já foi visto como um vilão. Isso porque a gema do ovo é rica em colesterol — e o colesterol pode contribuir para doenças cardíacas.
No entanto, diversos estudos já demonstraram que não há necessidade de descartar a gema para controlar o colesterol. A parte amarela, inclusive, é rica em diversos nutrientes.
"O ovo é uma boa fonte de proteína. Na gema, encontramos gordura, mas também carotenoides, que trazem benefícios principalmente para a saúde dos olhos. São componentes que trazem benefícios além da nutrição, além da questão proteica", explica a nutricionista Heloísa Theodoro, membro do Departamento de Nutrição da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).
?Veja alguns benefícios dos ovos:
- Ricos em carotenoides (luteína e zeaxantina): antioxidantes que reduzem o risco de doenças oculares, como degeneração macular e catarata.
- Ricos em colina: nutriente que desempenha papel essencial em todas as células.
- Ricos em proteínas animais de qualidade: benefícios incluem aumento de massa muscular e melhor saúde óssea.
- Pode aumentar a sensação de saciedade e ajudam a perder peso.
Quantos ovos por dia?
A quantidade de ovos vai variar de pessoa para pessoa. Fatores como genética, histórico familiar, como você prepara os ovos e a dieta podem influenciar nesse limite.
Estudos sugerem que comer de 1 a 2 ovos inteiros (clara e gema) por dia não provoca alteração do colesterol LDL (entenda mais abaixo sobre colesterol). A indicação é válida para pessoas saudáveis, com níveis normais de colesterol e sem fatores de risco significativos para doenças cardíacas.
Já para os amantes de ovos que querem uma quantidade maior, Heloísa orienta que essas pessoas consultem um profissional de saúde para obter uma orientação personalizada.
"Acima de dois ovos por dia é preciso analisar como está a alimentação como um todo, quais outros alimentos compõem a dieta, além da atividade física e histórico familiar. Existem outros fatores que vão condicionar ou não um consumo maior de ovos por dia", afirma a nutricionista.
A especialista reforça que o ovo é ótimo para a alimentação e lembra que, como todos os alimentos, é preciso evitar os excessos. "Ele pode fazer parte da sua rotina alimentar. O prejuízo está no excesso ou na forma equivocada de preparação".
A relação com o colesterol
O colesterol é uma substância essencial para o funcionamento do nosso corpo — produz hormônios, vitamina D e ácidos biliares, que ajudam na digestão das gorduras. Nosso organismo já faz essa produção naturalmente, mas ele pode ser obtido por alimentos também.
Como ele é um tipo de gordura e não é solúvel em água, ele precisa de "alguém" para transportá-lo no sangue. É aí que entram lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e lipoproteínas de alta densidade (HDL), chamados de colesterol ruim e bom, respectivamente.
- LDL (colesterol ruim): responsável por transportar o colesterol das células do fígado para outras partes do corpo. Em excesso no sangue, pode se acumular nas paredes das artérias, formando placas. Isso pode levar à aterosclerose, que pode aumentar o risco de doenças cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC).
- HDL (colesterol bom): faz o movimento inverso, transportando o colesterol das células de volta para o fígado, para ser eliminado do corpo. Essa molécula remove o excesso de colesterol das artérias, onde ele não deveria estar depositado.
"Temos evidências inquestionáveis de que, quanto mais alto os níveis de LDL, maior o risco de doenças cardiovasculares, principalmente o infarto agudo do miocárdio, que é a maior causa de morte no mundo", alerta o endocrinologista Rodrigo Moreira, diretor do Departamento de Diabetes Mellitus da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Para controlar os níveis de colesterol, vale a receita básica: atividade física e alimentação balanceada e saudável.
Vale lembrar que de todo colesterol que o corpo tem, entre 15% a 20% vem da alimentação. O restante vem do fígado. Nesse caso, pode ser necessário o uso de medicamentos.
??E onde entra o ovo? Um ovo inteiro pode conter cerca de 200 mg de colesterol (a maior parte na gema). Isso levou à preocupação de que o consumo de ovos pudesse aumentar os níveis de colesterol no sangue, mas estudos recentes sugerem que que essa relação pode não ser tão direta.
"As principais fontes do colesterol ruim são as gorduras saturadas ou trans. O ovo tem gordura saturada. Se você comer uma quantidade muito grande por dia, você vai aumentar a quantidade de colesterol. Mas não precisa tirar o ovo da alimentação se for uma ingestão normal. O ovo é um componente saudável da dieta", explica o endocrinologista.
Heloísa ressalta que é preciso atenção aos alimentos que são consumidos junto aos ovos e ao modo de preparo. "A forma como o ovo é consumido também é importante. Foi na frigideira, mas sem gordura? Qual o acompanhamento? Bacon?", diz.
Em resumo, o alimento está liberado para o dia a dia. Adultos saudáveis podem incluir de um a dois ovos por dia, desde que consumidos em uma alimentação balanceada. Atividade física é essencial para a nossa saúde e para o controle do colesterol. E na hora de preparar seu ovo, evite óleo e fique de olho nos acompanhamentos.
Hemofilia: entenda o que é doença que impede sangue de coagular
17 de abril é o Dia Mundial da Hemofilia. Doença é hereditária e considerada rara. Segundo entidade, no Brasil há 14 mil pessoas diagnosticadas com hemofilia.
Por Poliana Casemiro, g1.
Quando você se machuca, o seu corpo age para estancar o sangramento e impedir que você tenha uma hemorragia. No entanto, para 14 mil pessoas no Brasil, qualquer ferimento pode ser um risco grave à saúde porque o corpo não tem essa capacidade. Eles têm hemofilia.
? A hemofilia é uma doença rara, sem cura e hereditária que afeta a coagulação. As pessoas com a doença têm deficiência de proteínas que atuam nesse processo.
Nesta terça-feira (17) é Dia Mundial da Hemofilia e o g1 conversou com especialistas no cuidado de pacientes e com quem convive com a doença.
Como a doença se desenvolve e como é diagnosticada?
A coagulação é essencial para a proteção da vida. Isso porque ela age em traumas, quando por exemplo, nos cortamos, impedindo que o sangramento se prolongue até a morte. Mas também porque ela estanca as microlesões do dia a dia.
Um dos casos ocorre mesmo durante as caminhadas. Enquanto você anda, as articulações se movimentam e podem causar pequenas lesões que chegam a sangrar, mas o corpo age automaticamente e, sem que você perceba, o sangramento é estancado.
No caso de hemofílicos, isso não acontece e essas lesões causam sangramentos constantes que podem, inclusive, debilitar as articulações.
Para entender melhor, é preciso compreender como a coagulação acontece:
- ? Quando alguma parte do corpo começa a sangrar, as proteínas, que são os elementos responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento de todos os tecidos do corpo, entram em ação para estancar o sangramento.
- ? No primeiro momento, as plaquetas do sangue criam uma espécie de tampão para estancar o sangramento inicial.
- ? Depois, precisa começar o processo de coagulação, que mantém o sangue estancado até a cicatrização.
Na hemofilia, esse processo é interrompido e a coagulação não acontece. A hematologista do hospital Sírio Libanês, Martha Arruda, explica que a coagulação acontece em cascata, na qual um fator genético é dependente do outro. Nos hemofílicos, essa cascata é interrompida por dois tipos específicos de proteína, uma chamada de fator de coagulação VIII e outra de fator de coagulação IX.
“Quando o paciente não tem os fatores disponíveis, não consegue produzir o coágulo. O processo de estancar o sangue começa, mas não termina. Esses sangramentos podem ter consequências graves”, explica.
A hemofilia é resultado de uma mutação nos genes ligados à coagulação. Esses genes estão no cromossomo X, que é o feminino, e por isso a doença é sempre passada de mãe para filho e é mais comum em homens que em mulheres.
? Ela é dividida em dois tipos: a hemofilia A e a hemofilia B. A classificação está relacionada ao tipo de proteína que a pessoa não consegue produzir. O tipo A é o mais comum entre os pacientes, responsável por 80% dos casos.
Geralmente, o diagnóstico acontece já na primeira infância. Isso porque os pacientes são sensíveis e qualquer batida pode gerar inchaços e hematomas grandes, que acabam chamando a atenção e levando à investigação. A doença é confirmada por exames de sangue que detectam a dificuldade na coagulação.
Quais são os riscos?
Quem tem a doença corre o risco com cortes, traumas (batidas) e quedas. Qualquer ferimento interno, por menor que seja, pode levar a um sangramento de alto volume – o que coloca a vida em risco.
Além disso, há ainda um risco maior, que são o que os médicos chamam de sangramentos espontâneos.
? Eles acontecem como resultado das lesões do dia a dia. Enquanto nos movimentamos, nosso corpo se lesiona por dentro e estanca automaticamente – processo que não acontece com os hemofílicos. Com isso, esse tipo de sangramento pode comprometer a articulação, levando até à deficiência motora.
“Quando nos movimentamos, fazemos pequenas lesões que não são estancadas nos hemofílicos. Isso pode comprometer a articulação. Além disso, eles precisam de muito cuidado com quedas. Se um paciente bate a cabeça, por exemplo, ele precisa ser levado imediatamente ao hospital porque o risco de ter um sangramento letal é enorme”, explica Martha Arruda, hematologista que atende pacientes com a doença.
Quais os tratamentos?
Com a deficiência, o paciente com a doença precisa receber o fator de coagulação VIII para que o corpo consiga continuar o processo de coágulo.
? Até os anos 90, isso era feito por transfusão de sangue – o paciente recebia uma bolsa com o sangue de outra pessoa que não tinha deficiência do fator. Com isso, há inúmeros casos de pacientes que contraíram doenças como HIV e Hepatite.
“Até os anos 90, vimos muitos casos de pacientes contaminados por HIV e hepatite no tratamento porque recebia o sangue e eram muitas transfusões. Hoje, a medicina e a tecnologia evoluíram e conseguimos trabalhar o plasma e o paciente recebe o fator como um remédio, não mais no sangue”, explica Martha, hematologista no hospital Sírio Libanês.
? A aplicação precisa ser feita de três a sete vezes por semana, dependendo da gravidade do paciente, de forma venosa. Segundo a especialista, com isso, a pessoa consegue levar uma vida normal, apesar do cuidado com as lesões, quedas e ferimentos.
? No entanto, há pacientes que além de não terem o fator genético que atua na coagulação, têm uma resposta imune a ele. Ou seja, ao receberem o medicamento com a reposição, o sistema imunológico começa a atacar. Nesses casos eles são dependentes de um remédio de alto custo, que é um anticorpo monoclonal.
“O medicamento age como um "by pass" e supera a necessidade do fator VIII ativando a cascata de coagulação de outra maneira. Nesse caso, ele é usado subcutâneo semanal”, explica a especialista.
O medicamento está disponível no SUS para quem tem a resposta imune, mas há demanda de pacientes para que ele seja disponível a qualquer pessoa com a doença. Isso porque a aplicação é subcutânea, o que facilita para o paciente, além de precisar de menos inserções – apenas uma por semana.
A luta por tratamento
Por ser uma doença rara, o tratamento nem sempre é de fácil acesso, apesar de disponível no SUS, explica a Associação Brasileira de Pessoas com Hemofilia (Abraphem).
Mariana Battazza viveu na pele a busca por ajuda para evitar que a doença se agravasse em seu filho e que tivesse sequelas mais graves.
Fábio foi adotado e os pais já sabiam que ele tinha a doença. Mariana conta que, na infância do filho, hoje com 22 anos, não havia medicação profilática para a doença – que evita que os sangramentos internos se agravem – apenas o socorro em casos de ferimentos. Ou seja, o risco com qualquer lesão era grave.
“Eu tinha pavor de qualquer queda porque poderia ter uma hemorragia interna. Um ferimento que podia terminar em hemorragia. Todo mundo na família, na escola, sabia como aplicar a medicação em caso de emergência. Tinha uma dose em todo lugar que ele ia. Foi uma luta para não privá-lo da infância”, conta.
Mariana conta que muitas vezes os pais são desacreditados porque em qualquer queda, pedem uma bateria de exames para rastrear sangramentos.
“É uma doença rara, nem todo hospital têm uma pessoa que conhece a doença e o procedimento e isso é um risco para o paciente. Eu via isso, via a luta do meu filho e decidi que ia lutar por isso”, conta
Foi então que decidiu estudar sobre o assunto, ir a congressos, se conectar a pacientes pelo mundo e passou a presidir a associação, que hoje luta por acesso à tratamento. Ela explica que, além dos medicamentos, os pacientes precisam de acompanhamento médico constante, fisioterapia para evitar que os sangramentos articulares evoluam para lesões graves, mas isso não é realidade em todo o país.
“Em São Paulo temos 24 centros de atendimento, mas no Pará, temos quatro. Não é equânime. Tem extremos em que o paciente precisa enfrentar até viagem de barco para ser atendido. Isso faz com que alguns tenham chances que outros não têm”, explica.
Outro ponto é a luta para que o anticorpo monoclonal, que é oferecido a pacientes com a doença e resposta imunológica ao fator seja estendido a todos com o tipo A da doença. “É um tratamento mais atual, que pode trazer mais conforto para os pacientes e que está disponível para todos com o tipo A em muitos países”, explica.
Ampliação da entrega do emicizumabe
Em nota ao g1, o Ministério da Saúde explicou que, no final de 2023, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) ampliou o público que pode receber o emicizumabe. O emicizumabe é um anticorpo monoclonal apresentado como medicação injetável via subcutânea que imita a função do fator de coagulação VIII.
Licínio de Almeida: Secretaria Municipal de Saúde intensifica combate à dengue com apoio do Corpo de
ASCOM - Assessoria de Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Licínio de Almeida - Bahia - “Governando Com Responsabilidade”
Contato.: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
http://liciniodealmeida.ba.gov.br/
Cel.: (77) 99171-2223 – Assessor João José de Oliveira
Licínio de Almeida: Corpo de Bombeiros Iniciará Ações de Combate à Dengue a Partir Deste Sábado.
http://liciniodealmeida.ba.gov.br/
Cel.: (77) 99171-2223 – Assessor João José de Oliveira
Caculé: médico e ex-prefeito João Malheiros é demitido do hospital, aponta pré-candidato .
Após três anos à frente do Hospital Nossa Senhora Aparecida, o médico Dr. João Malheiros é demitido do cargo de diretor do Hospital Nossa Senhora Aparecida.
Dr. João foi prefeito de Caculé por dois mandatos, além de ter sido apoiador da base do atual prefeito, Pedro Dia (PSB), nas últimas eleições municipais. Entretanto especulações apontam um descontentando e um racha no grupo do atua gestor; o fato ganhou forte repercussão após o médico João Aliomar Pereira Malheiros comparecer e compor a mesa no lançamento da pré-candidatura de Dr. Darlan Aguiar (MDB), ocorrido na última sexta feira (22).
A notícia foi repassada pelo pré-candidato, Darlan Aguiar, no começo da noite desta segunda-feira (25), através das redes sociais.
O site Sertão em Dia entrou em contato com a direção do hospital de Caculé, mas não obtivemos sucesso até a publicação dessa matéria. Até o exato momento não foi divulgado quem estará a frente da instituição de saúde do município.
Uma revolução na saúde através dos músculos
Planos tradicionais de perda de peso são focados em restrição calórica e costumam levar a uma redução indesejável de massa muscular', diz médica.
Por Mariza Tavares — Rio de Janeiro.
A médica Gabrielle Lyon cansou de receber pacientes que lutavam para perder peso sem sucesso. Pareciam “presos numa rodinha de hamster de frustração”, diz, e também apresentavam um padrão: todos tinham a musculatura – um “estoque de saúde”, como define – pouco saudável. Foi assim que criou o Protocolo Lyon, focado na ingestão de proteínas e no treinamento de força, que chama de medicina centrada no músculo:
“Na sociedade e na medicina, temos dito há muito tempo às pessoas para perderem peso. Ao abandonar o foco na gordura e centrar na musculatura, o paciente vai ganhar músculos, reduzir gordura corporal e se sentir com mais energia. Você pode criar um impulso positivo focado no que deve ganhar, e não no que precisa perder”, afirma.
A teoria e a prática do seu trabalho estão no recém-lançado “A revolução dos músculos: uma nova estratégia científica para envelhecer bem” (Intrínseca), que inclui casos, dicas de exercícios e até exemplos de receitas. A médica enfatiza que o papel das proteínas é crucial para a longevidade:
“A recomendação nutricional em vigor é de 0,8 grama por quilo de massa corporal, ou seja, um indivíduo que pesa 68 quilos deve consumir 54 gramas de proteína por dia. São números que subestimam as reais necessidades do corpo humano. Qualquer pessoa mais velha ou sob estresse tem que consumir aproximadamente o dobro dessa quantidade”.
A doutora Lyon explica que os músculos formam um tecido dinâmico que representa 40% da massa do ser humano, sendo fundamentais na queima de gorduras, no estímulo do metabolismo e na proteção contra doenças: “fazem do seu corpo uma armadura”, sintetiza. Elege o café da manhã como a refeição mais importante do dia, seguida pelo jantar – porque antecede o período de jejum noturno – e defende o consumo de alimentos de origem animal:
“Algumas das pessoas que trato foram soterradas com abordagens veganas que destruíram qualquer equilíbrio nutricional razoável e as levaram a consumir níveis assustadoramente altos de carboidratos. Muitas vezes acabam enfrentando problemas digestivos e não conseguem se livrar da fadiga. Nenhuma quantidade de treino no mundo é capaz de compensar uma dieta ruim”.
Seu objetivo é mostrar um novo caminho para quem acha que a melhor coisa a fazer por si mesmo no fim do dia é se ajeitar no sofá e maratonar séries, se servir com uma taça de vinho ou se deleitar com uma sobremesa. Aqui vão quatro “formas de fazer mágica com os músculos”:
- Uma vez a cada hora, faça de dez a 20 agachamentos.
- Trabalhe de pé.
- Aumente sua frequência cardíaca com uma caminhada rápida até o banheiro ou o bebedouro dez vezes por dia.
- Tenha uma faixa elástica sempre por perto e faça uma série rápida de dez repetições de rosca de bíceps entre uma tarefa e outra (há diversos tutoriais na internet).
Por causa de quadro de dengue, mãe só reencontra filho 10 dias após parto
Reencontro emocionado foi mostrado pelo RJ2. Caso deixa alerta para mães com sintomas procurarem acompanhamento rapidamente.
Por Larissa Schmidt, RJ2.
Por causa da dengue, uma moradora do RJ só conseguiu reencontrar o filho 10 dias depois do parto. O encontro, mostrado pelo RJ2, foi marcado pela emoção.
A gravidez de Taiane Souza Costa, de 33 anos, ia bem até a 39ª semana da segunda gestação. Mas, na reta final, ela sentiu um mal-estar que foi além do que é esperado para o fim de uma gravidez.
Ela teve entre os primeiros sintomas febre baixa, muitas dores nas articulações e dificuldade de caminhar.
Taiane procurou um hospital municipal em Nova Friburgo, onde vive com o marido e a primeira filha e, de lá, foi transferida às pressas para o Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião, dentro do Hospital dos Servidores, no Rio.
“A suspeita era dengue grave numa paciente gestante”, conta a infectologista Ana Luiza Martins de Oliveira.
A mãe tinha hipertensão e diabetes gestacional, mas com quadros controlados. Com a dengue, a pressão de Taiane se descontrolou, ela teve muitas dores, e uma pré-eclâmpsia grave.
“As plaquetas começaram a cair, efeito da dengue. Tive medo [e pensei]: ‘Vão morrer eu e a criança’.
No Centro de Referência no Atendimento a Gestantes com dengue no estado, ela recebeu o suporte que precisava.
“Fizemos transfusões de plaquetas, transfusões de fatores de coagulação, pra evitar sangramento durante a cesárea. E ela foi então levada ao centro de cirurgia’, contou a médica.
Taiane tomou uma anestesia geral e não viu o filho Gabriel nascer. Mãe e filho foram do parto direto para a UTI.
“Quando estava na UTI e pensava no Gabriel começava me dar aflição porque tudo que a mãe quer é ter o filho do colo, e eu não tinha isso. Eu ficava aflita, agoniada, chorava o tempo inteiro, pedindo para alguém me levar lá pra ver ele mas eu não podia”, lembrou.
Foram 10 dias longe um do outro até o momento do encontro emocionado: “Oi, meu filho, a mamãe chegou", disse Taiane.
"Quando descobri que o Gabriel estava bem, que ele não soropositivo dengue apesar deu ter apresentado, aí veio aquela sensação de alivio, criança saudável de 50 com 3,8kg quase", lembra Taiane.
"Nesse instante o que eu mais desejo é que a gente está estabilizado e que a gente volte pra casa e vai viver nossa vidinha", diz ela.
O Gabriel já teve alta, mas continua no hospital para ficar juntinho da mãe enquanto ela ainda se recupera.
Alerta para as mamães
O caso de Taiane levanta um alerta para gestantes com suspeitas de dengue, como observa a médica: “A gestante com sinais e sintomas compatíveis com dengue deve se dirigir a qualquer unidade básica de suade para realizar avaliação e exames necessários para acompanhamento”", observa Ana Luiza.
Taiane também reforça aquele alerta para as futuras mamães que esperam seus bebês em meio a uma epidemia de dengue.
"Para as mulheres grávidas agora ao final , com essa epidemia de dengue que a gente está sofrendo no Rio, meu principal conselho é a prevenção, é a gente realmente eliminar todos os focos possíveis e imagináveis, usar o repelente mais do que tudo. Não tem jeito, aplicar reaplicar porque só assim que a gente vai ficar imune dessa questão e aí a gente avança para uma situação mais tranquila se Deus quiser", acrescenta.
Brasil bate recorde histórico de casos de dengue em 2024
Este ano, foram registrados 1.889.206 casos prováveis da doença, maior número desde o início da série histórica, em 2000.
Por Roberto Peixoto, g1.
O Brasil passou de 1,8 milhão de casos (prováveis e confirmados) de dengue em 2024. Segundo dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde atualizados nesta segunda-feira (18), o país registrou 1.889.206 casos nas primeiras onze semanas deste ano, uma taxa inédita.
Este é o maior número desde o início da série histórica, em 2000. O recorde anterior de casos prováveis ocorreu em 2015, com 1.688.688. Já o terceiro ano com maior número foi 2023 com 1.658.816.
No mesmo período do ano passado, em menos de 3 meses, o Brasil tinha 400.197 casos.
Além disso, até o momento, 561 mortes foram confirmadas desde janeiro e 1.020 seguem em investigação. Em 2023, foram 257 óbitos entre as semanas 01 e 11.
O que devemos fazer
A dengue só acontece se houver a presença do mosquito Aedes aegypti. Essa é, praticamente, a única forma de transmissão da doença que causa repercussão na sociedade. Para evitar, então, não há muito segredo: precisamos acabar com os criadouros do mosquito. E o combate depende de todos, seja a sociedade em geral, governo e profissionais de saúde.
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 75% dos criadouros do mosquito transmissor estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeira, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos e outros). Esses criadouros permitem a proliferação da fêmea do mosquito Aedes aegypti (transmissora da dengue).
"O controle é vetorial, precisamos combater o mosquito. A população precisa ser educada, entender que a dengue é uma doença grave e devemos controlar o criadouro. Já os gestores precisam disponibilizar larvicidas, fumacê, distribuição de inseticidas", diz o infectologista Kleber Luz.
O infectologista e consultor da OMS lembra que a dengue mata pessoas absolutamente saudáveis e de qualquer idade. Por isso, ao apresentar os primeiros sintomas, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, visto que a infecção pode evoluir rápido e o óbito pode vir no terceiro ou quarto dia.
Licínio de Almeida e mais de 40% das cidades baianas estão em epidemia.
Mais duas mortes por dengue foram confirmadas na Bahia na quinta-feira (14). De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), os pacientes moravam em Santo Antônio de Jesus, no recôncavo da Bahia, e em Santo Estevão, a cerca de 150 quilômetros de Salvador.
Ainda conforme a pasta, 175 municípios do estado estão em epidemia, o que representa 41,9% das cidades baianas.
A Sesab não detalhou o perfil dos pacientes que morreram. O sudoeste do estado concentra o maior número de mortes na Bahia, com casos em Jacaraci e Barra do Choça, por exemplo.
De acordo com a Sesab, além dos 175 municípios em estado de epidemia da dengue, 67 estão em risco e 18 em alerta.
Foram contabilizados quase 45.386 mil casos prováveis até o dia 9 de março deste ano, o que corresponde a um aumento de 307,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
No mesmo período, foram notificados 3.918 casos prováveis de Chikungunya no estado. Em 2023, foram 4.747 casos prováveis da doença, o que representa uma redução de 17,5%.
Já os casos de Zika tiveram um incremento de 38,2% em relação ao ano passado, saltando de 335 casos prováveis em 2023 para 463 casos prováveis em 2024.
Relembre as cidades que registraram morte por dengue:
- Jacaraci, no sudoeste da Bahia (4);
- Ibiassucê, no sudoeste da Bahia;
- Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia (3);
- Barra do Choça, no sudoeste da Bahia;
- Piripá, no sudoeste da Bahia;
- Irecê, no norte da Bahia;
- Feira de Santana, a 100 km de Salvador;
- Santo Antônio de Jesus, recôncavo da Bahia;
- Santo Estevão, a 150 quilômetros de Salvador.
Até então, os casos mais recentes aconteceram em Vitória da Conquista e Jacaraci. Antes disso, foram oficializadas mortes como da farmacêutica Gabriela Gomes Santos, em Barra do Choça. Ela estava grávida de quatro meses.
Uma criança de 5 anos também morreu em Jacaraci.
Veja abaixo a lista com as 175 cidades em epidemia de dengue na Bahia:
- Abaré
- Acajutiba
- Adustina
- Alcobaça
- América Dourada
- Anagé
- Andorinha
- Angical
- Antônio Cardoso
- Aracatu
- Araci
- Barra
- Barra do Choça
- Barra do Mendes
- Barra do Rocha
- Barreiras
- Barrocas
- Belo Campo
- Biritinga
- Boa Nova
- Bom Jesus da Lapa
- Bom Jesus da Serra
- Bonito
- Botuporã
- Brejões
- Brejolândia
- Brumado
- Caatiba
- Caculé
- Caetanos
- Caetité
- Cafarnaum
- Caldeirão Grande
- Camaçari
- Campo Formoso
- Canarana
- Candiba
- Caraíbas
- Caravelas
- Carinhanha
- Catu
- Caturama
- Chorrochó
- Coaraci
- Cocos
- Conceição do Almeida
- Conde
- Condeúba
- Contendas do Sincorá
- Cordeiros
- Coribe
- Cotegipe
- Dário Meira
- Encruzilhada
- Fátima
- Feira da Mata
- Feira de Santana
- Formosa do Rio Preto
- Gentio do Ouro
- Guanambi
- Iaçu
- Ibiassucê
- Ibicoara
- Ibicuí
- Ibipeba
- Ibipitanga
- Ibirataia
- Ibitiara
- Ibititá
- Ibotirama
- Igaporã
- Iguaí
- Iraquara
- Irecê
- Itaberaba
- Itaeté
- Itaguaçu da Bahia
- Itambé
- Itaparica
- Itapebi
- Itapetinga
- Itatim
- Itororó
- Iuiú
- Jacaraci
- Jacobina
- Jequié
- Juazeiro
- Jussara
- Jussari
- Laje
- Lajedão
- Lajedo do Tabocal
- Lençóis
- Licínio de Almeida
- Livramento de Nossa Senhora
- Macarani
- Macaúbas
- Macururé
- Mairi
- Malhada
- Manoel Vitorino
- Maracás
- Maraú
- Marcionílio Souza
- Mascote
- Matina
- Miguel Calmon
- Mirangaba
- Mirante
- Morro do Chapéu
- Mortugaba
- Mucugê
- Mucuri
- Mulungu do Morro
- Muritiba
- Nordestina
- Nova Viçosa
- Novo Horizonte
- Palmas de Monte Alto
- Palmeiras
- Paripiranga
- Piatã
- Pindaí
- Pindobaçu
- Piripá
- Piritiba
- Planaltino
- Planalto
- Poções
- Porto Seguro
- Prado
- Presidente Jânio Quadros
- Quijingue
- Quixabeira
- Rafael Jambeiro
- Riachão das Neves
- Riachão do Jacuípe
- Riacho de Santana
- Rio de Contas
- Rio do Antônio
- Rodelas
- Salvador
- Santa Cruz Cabrália
- Santa Maria da Vitória
- Santa Rita de Cássia
- Santana
- Santo Antônio de Jesus
- Santo Estêvão
- São Desidério
- São Gabriel
- Seabra
- Serra do Ramalho
- Serra Dourada
- Serrinha
- Serrolândia
- Sobradinho
- Souto Soares
- Tabocas do Brejo Velho
- Tanque Novo
- Tapiramutá
- Teixeira de Freitas
- Tremedal
- Ubatã
- Urandi
- Uruçuca
- Utinga
- Valença
- Várzea da Roça
- Várzea Nova
- Varzedo
- Vereda
- Vitória da Conquista
- Wanderley
- Xique-Xique
Jacaraci: Mais duas mortes por dengue são confirmadas.
Licínio de Almeida: Cras Promove Roda de Conversa Entre Mulheres no Psf da Montanha.
http://liciniodealmeida.ba.gov.br/
Cel.: (77) 99171-2223 – Assessor João José de Oliveira
Homem internado deixa aviso de que não bebe água há 50 anos, só refrigerante: 'por favor, não insist
O aposentado, Roberto Pedreira, de 70 anos, viralizou nas redes depois de deixar um aviso aos funcionários do hospital em que estava internado dizendo que não bebia água, apenas Coca-Cola.
“Não bebo água, só coca zero”.
O recado inusitado foi postado pelo seu afilhado nas redes sociais e rendeu milhões de visualizações. (Veja a imagem acima)
O baiano, que estava internado com Covid-19 em um hospital particular na Bahia, conta que não toma água há pelo menos 50 anos, nem mesmo para medicações.
“Eu não bebo água há 50 anos. Eu não gosto de água, só Coca-Cola Zero. Todos os médicos que eu vou me recomendam água, mas eu bati de frente com o meu cardiologista e o meu endocrinologista. Até meus remédios, eu tomo com coca. Nada com água, nem uma gota”, disse Roberto.
João Victor Paixão, o afilhado de 27 anos, diz que a teimosia do padrinho vem de longa data. “Parece mentira, quem vê de fora não acredita. Só que desde que eu me entendo por gente, ele só bebe refrigerante, até com sorvete”, conta João Victor.
Após a publicação, ele recebeu muitos comentários especulando sobre a saúde de Roberto por tantos anos sem beber água. Apesar de internado, ele estava apenas sendo acompanhado por causa da Covid-19, e a família diz que ele não tem problemas graves.
“Ele só prefere beber refrigerante, mas ele se cuida. Vai em todos os médicos, toma todas as medicações. Só essa questão da bebida que não muda mesmo”, completa João Victor.
Mesmo depois da repercussão da publicação, o aposentado afirma que não vai deixar de beber refrigerante no lugar de água. "Aqui em casa, eu tenho um estoque de refrigerante na varanda. Água eu não bebo de jeito nenhum”, diz.
O g1 procurou a administração do Hospital São Rafael, onde o aposentado estava internado e disseram que não tiveram uma comunicação formal sobre Roberto não beber água e que “provavelmente, o paciente fez isso de brincadeira”.
Refrigerante não substitui água.
Parece evidente, mas não custa ressaltar: refrigerante não substitui água. Nem mesmo os que são zero açúcar.
A nutricionista afirma que apesar dos refrigerantes zero não terem açúcar, eles contém outros tipos de adoçantes que podem causar problemas de saúde.
"Refrigerantes zero açúcar não têm calorias, porém são ricos em adoçantes artificiais como aspartame, ciclamato, sacarina e acessulfame K, que têm relação com alguns tipos de câncer, doenças neurológicas e também aumento da resistência à insulina", diz a nutricionista.
11% das doses de vacina contra a dengue distribuídas foram aplicadas nas primeiras semanas.
Ministério da Saúde já distribuiu 1.235.236 doses para serem aplicadas em crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. Estratégias são definidas pelos estados.
Por Lucas Machado, GloboNews.
Desde o início da campanha de vacinação contra a dengue, em 9 de fevereiro, apenas 11% das doses distribuídas pelo Ministério da Saúde aos estados e municípios foram aplicadas no público-alvo da campanha.
Foram distribuídas 1.235.236 doses da vacina até o dia 1º de março para 521 municípios de regiões endêmicas do país. Até o fim do domingo (3), o balanço apontava 135.599 doses foram aplicadas do público-alvo, que são as crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos.
“Tem a ver com a distribuição de chegada nos estados, nos municípios, nos postos, a comunicação. Não se tem uma adesão imediata, em geral, numa distribuição ainda tão fracionada desse jeito, como foi, para um foco, para um público tão específico”, comentou Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
De acordo com os dados do painel de monitoramento das arboviroses, do Ministério da Saúde, o Brasil passou de 1 milhão de casos (prováveis e confirmados) de dengue neste ano. Foram 1.038.475 nos dois primeiros meses do ano. No mesmo período do ano passado, o Brasil tinha 207.475 casos.
“Tudo indica que a gente caminha para o mesmo padrão de curva com pico em março e abril, o que significa triplicar ou dobrar, pelo menos o número de casos desse ano em relação ao ano passado”, avalia Renato.
Até o momento, 256 mortes foram confirmadas e 651 seguem em investigação. Em 2023, foram 149 mortes entre as semanas 1 e 8.
Das mortes registradas até o dia 27 de fevereiro, 42% foram pessoas de mais de 70 anos e, 10%, as vítimas tinham entre 30 e 39 anos.
O público-alvo da campanha de vacinação (10 a 14 anos) corresponde a um total de 3.250 milhões de pessoas, segundo o Ministério da Saúde.
O Ministério recebeu, ao todo, 6,5 milhões de doses para atender ao público-alvo com um esquema vacinal em duas doses, que serão distribuídas aos municípios selecionados de forma progressiva, ao longo dos próximos meses.
Baixa adesão no Rio
Na cidade do Rio de Janeiro, apenas 26,7%, ou cerca de uma em cada quatro, das 140 mil crianças de 10 e 11 anos, foram vacinadas contra a dengue, até agora.
A vacina contra a dengue é destinada ao público de 10 a 14 anos. Nesta faixa etária, a Secretaria Municipal de Saúde da cidade prevê vacinar 354 mil pessoas, no total.
No momento, crianças de 10 e 11 anos estão sendo vacinadas, mas apenas 37,5 mil receberam o imunizante contra a dengue na capital fluminense.
A baixa adesão à vacina ainda preocupa autoridades. A vacinação na cidade está ocorrendo por fases e vai atingir o público até 14 anos.
O calendário na capital foi ampliado, e atualmente estão podendo ser vacinadas crianças de 10 e 11 anos. As demais fases serão anunciadas nos próximos dias. A vacina está disponível em todas as 238 unidades de atenção primária do município do Rio.
Epidemia no Rio
O Rio de Janeiro vem sofrendo com a atual epidemia de dengue em todo o estado. Somente na capital e na Baixada Fluminense, o número de casos é 20 vezes maior que o esperado para esta época do ano.
Em todo o estado, já são 14 mortes por complicações da dengue. Ao todo, mais de 80 mil casos (84.861). 2.556 pessoas estão internadas em unidades públicas do estado, em tratamento. A incidência da dengue é de 529 casos a cada 100 mil habitantes no estado.
Os dados são do painel de arboviroses do Centro de Inteligência em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde. Em 2023, o estado registrou 51.436 casos e 36 mortes pela doença.
O aumento dos casos de dengue levou o governo estadual a decretar epidemia no Rio de Janeiro.
Na cidade do Rio já são 46.409 casos de dengue e duas mortes confirmadas. A incidência da doença é de 734,27 casos a cada 100 mil habitantes.
O infectologista Renato Kfouri avalia que é necessário capacitar os profissionais de saúde e promover assistência adequada para quem adoeceu.
”O desafio é investir na atenção dos indivíduos doentes, orientar os sinais de alerta, ter testes, ter hospitais, ter leitos, ter tudo disponível para a gente minimizar o dano desse ano, que já está posto. E é lógico, as estratégias de longo prazo, o controle de mosquito, de vetor, mais vacinas”, finaliza.