(Que Maneiro) Mãe grava reação de filha ao ganhar boneca cadeirante e vídeo viraliza
Ella Rogers tem apenas 2 anos e anda de cadeira de rodas por causa de uma doença congênita.
Por G1.
Ella Rogers tem dois anos e anda de cadeira de rodas porque nasceu com espinha bífida, uma doença congênita que causa o fechamento incompleto da coluna do bebê e o impede de andar. No caso da menina, a doença a paralisou do meio do peito para baixo.
Recentemente, Ella ganhou de sua mãe uma Barbie em uma cadeira de rodas azul. A reação de surpresa e felicidade da menina foi gravada pela mãe e postada na internet. O vídeo viralizou.
“Ela tem uma cadeira de rodas”, diz a mãe, enquanto a criança segura a boneca, maravilhada. “Ela é igual a você!”
Após o vídeo ganhar o coração dos internautas, a fabricante da boneca enviou vários modelos de Barbie versão cadeirante para menina.
Ella nasceu no dia 3 de agosto e tem um irmão de 5 anos, Zachary. A família é de Ohio, nos Estados Unidos.
Ella Rogers e o irmão Zachary. — Foto: Redes sociais/Reprodução
Bahia registra 49 casos suspeitos de coronavírus, diz Sesab; 32 deles foram descartados
Casos só são oficialmente reconhecidos como suspeitos após confirmação do Ministério da Saúde, o que ainda não ocorreu.
Por G1 BA.
A Bahia registrou 49 casos suspeitos de Covid-19 (coronavírus), de janeiro até às 17h desta segunda-feira (2). A informação foi divulgada através de uma nota conjunta da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e Secretaria Municipal de Saúde de Salvador. Casos só são oficialmente reconhecidos como suspeitos após confirmação do Ministério da Saúde, o que ainda não ocorreu.
Desse total, 21 casos foram excluídos por não se enquadrarem no protocolo do Ministério da Saúde, 11 foram descartados laboratorialmente e 17 aguardam análise laboratorial.
Os municípios notificantes foram Camaçari (3 casos), Feira de Santana (3), Ilhéus (1), Itabuna (4), Jacaraci (2), Jequié (2), Lauro de Freitas (1), Salvador (26), Teixeira de Freitas (1), Tucano (1) e Vitória da Conquista (5). Estes números representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA) em conjunto com os Cievs municipais.
A pasta alertou que o paciente com diagnóstico positivo para o novo coronavírus pode ter a doença em grau leve, moderado ou grave. A depender da situação clínica, pode ser atendido em unidades primárias de atenção básica, unidades secundárias ou precisar de internação. Mesmo definindo unidades de referência, não significa que ele só pode ser atendido em hospital.
Os casos graves devem ser encaminhados a um Hospital de Referência para isolamento e tratamento. Os casos leves devem ser acompanhados pela Atenção Primária em Saúde (APS) e instituídas medidas de precaução domiciliar.
Segundo o Ministério da Saúde, para um caso ser considerado suspeito, é necessário:
- Situação 1: Febre E pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais entre outros) E histórico de viagem para área com transmissão local, de acordo com a OMS, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas; OU
- Situação 2: Febre E pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais entre outros) E histórico de contato próximo de caso suspeito para o coronavírus (COVID-19), nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas; OU
- Situação 3: Febre OU pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais entre outros) E contato próximo de caso confirmado de coronavírus (COVID-19) em laboratório, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas.
Os países considerados área de transmissão são: Japão, Itália, Alemanha, Austrália, Emirados Árabes, Filipinas, França, Irã, Malásia, Singapura, Coreias do Sul e Norte, Tailândia, Vietnã, Cambodja e China.
O diagnóstico do coronavírus é feito com a coleta de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro). Na suspeita de coronavírus, é necessária a coleta de duas amostras, que serão encaminhadas com urgência para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-BA).
Para confirmar a doença, é necessário realizar exames de biologia molecular que detecte o genoma viral. O diagnóstico do coronavírus é feito com a coleta de amostra, que está indicada sempre que ocorrer a identificação de caso suspeito.
Dicas de Prevenção
- Cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar;
- Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
- Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal;
- Limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado;
- Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos com água e sabão ou usar antisséptico de mãos à base de álcool;
- Deslocamentos não devem ser realizados enquanto a pessoa estiver doente;
- Quem for viajar aos locais com circulação do vírus deve evitar contato com pessoas doentes, animais (vivos ou mortos), e a circulação em mercados de animais e seus produtos.
Coronavírus: veja perguntas e respostas
Como se prevenir? É verdade que é possível matar o vírus? Posso me contaminar ao apertar a mão de um infectado? Infectologistas respondem as principais dúvidas sobre coronavírus.
Por G1.
Funcionário desinfeta ônibus em Teerã, no Irã, nesta quarta-feira (26): país passa por crise com novos casos do novo coronavírus — Foto: Ebrahim Noroozi/AP Photo
O mundo está em alerta com o avanço do novo coronavírus, que surgiu em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, na China. A epidemia atual foi batizada pela Organização Mundial da Saúde como Covid-19. Abaixo, confira as principais perguntas e respostas sobre sintomas, transmissão, cuidados e possível cura.
- O que é o coronavírus?
- Como é a transmissão?
- Quais são os sintomas?
- Como se prevenir?
- É possível se contaminar por meio de aperto de mãos?
- Como lavar as mãos corretamente?
- Como é feito o tratamento?
- Que produtos de limpeza matam o coronavírus?
- É possível ser infectado mais um vez?
- Há vacina?
- Vitamina D protege contra coronavírus?
- Qual é a taxa de mortalidade do coronavírus?
- Estou com suspeita. Como devo proceder?
- Coronavírus tem cura?
- Crianças ou adultos: quem corre mais risco ao ser infectado por coronavírus?
- Encomendas vindas da China podem chegar contaminadas?
- Animais de estimação podem transmitir o novo coronavírus?
- Por que brasileiros que vieram da China ficaram em quarentena, mas os que voltaram da Itália, não?
- O clima no Brasil pode ajudar a combater o novo coronavírus?
- Qual é o tempo de incubação do novo coronavírus?
- Quanto tempo o novo coronavírus vive em uma superfície ou no ar?
- Qual é a origem do novo coronavírus?
- Qual é orientação para quem tem viagens marcadas para a China ou outros países com registro de coronavírus?
- Grávidas correm mais riscos?
- Gestantes podem transmitir o coronavírus para o feto? E durante o parto?
- Mulheres com suspeita de coronavírus podem amamentar?
1. O que é o coronavírus?
Coronavírus é o nome de uma família de vírus que têm formato de coroa. Eles causam infecções respiratórias e já provocaram outras doenças, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers).
A doença causada pelo novo coronavírus recebeu o nome de Covid-19. Ele foi descoberto no final de dezembro de 2019, na China. A primeira morte foi registrada em 9 de janeiro.
2. Como é a transmissão?
Por meio de três formas:
- Por vias respiratórias, como pelo ar e por gotículas provenientes de espirros e da fala de indivíduos infectados;
- Por contato físico, como beijos e abraços;
- Por meio do contato de superfícies contaminadas, como segurar em corrimão.
Coronavírus: entenda como ocorre o contágio e quais os sintomas — Foto: Arte/G1
3. Quais são os sintomas da doença causada por coronavírus?
Tosse seca, febre e cansaço são os principais sintomas, mas alguns pacientes também podem sentir dores no corpo, congestionamento nasal, inflamação na garganta ou diarreia.
Nos casos mais graves, que geralmente ocorre em pessoas que já tenham outras doenças associadas, há síndrome respiratória aguda e insuficiência renal.
4. Como se prevenir contra coronavírus?
Especialistas reforçam que cuidados básicos podem evitar transmissão do novo coronavírus
Higienizar as mãos e superfícies, como móveis e corrimão, são as principais formas de se prevenir contra o novo coronavírus. Mesmo com as mãos limpas, evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca. Além disso, é preciso limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado.
Já o uso de máscaras é mais recomendado para quem estiver em contato com alguém com sintoma gripal ou para quem for viajar para áreas de risco de contaminação pelo vírus. Vale lembrar que as máscaras descartáveis devem ser trocadas a cada duas horas.
O Ministério da Saúde alerta também para que não seja feito o compartilhamento de itens pessoais, como talheres e toalhas. Também é recomendável manter a uma distância mínima de um metro de pessoas que estejam espirrando ou tossindo.
5. É possível se contaminar por meio de aperto de mãos ou com beijos no rosto?
Sim. Por isso, segundo os infectologistas, é hora de rever alguns hábitos sociais, como cumprimentar com beijos no rosto ou com um aperto de mãos.
“O costume latino-americano de abraçar, beijar, manter contato mais próximo pode vir a ser um risco maior para essas culturas”, disse Wladimir Queiroz, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. “É recomendável evitar esse tipo de contato físico.”
6. Como lavar as mãos corretamente?
As mãos devem ser lavadas com água e sabão, ou higienizadas com álcool. A recomendação é que a higiene seja completa, inclua a parte inferior da ponta das unhas e alcance também a região do pulso. Veja no vídeo abaixo:
Como lavar as mãos do jeito certo com água e sabão
7. Como é feito o tratamento?
Não existe tratamento específico contra o Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus. Os pacientes infectados recebem tratamento para aliviar os sintomas.
Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento indicado é repouso e consumo de bastante água. As medidas adotadas para aliviar os sintomas são:
- Medicamentos para dor e febre (antitérmicos e analgésicos).
- Umidificador no quarto ou banho quente para aliviar a dor de garanta e tosse.
8. Que produtos de limpeza matam o coronavírus?
O novo coronavírus pode ser morto por produtos de limpeza desinfetantes de fácil acesso, como álcool 70%, água sanitária e até com a combinação de água e sabão.
"O vírus possui uma cápsula de gordura protetora, e a limpeza com estes produtos retira a cápsula e mata o vírus", afirma Wladimir Queiroz, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, especialista em doenças infecciosas e parasitárias e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia.
A boa notícia é que o coronavírus “não é um vírus muito complicado de matar, pois ele não é resistente no ambiente”, afirma Rosana Richtmann, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.
Como é o diagnóstico de coronavírus pelo Ministério da Saúde. — Foto: Arte/G1
9. É possível ser infectado mais de uma vez por coronavírus?
Os cientistas ainda não têm essa resposta. Há notícia de um caso de reinfecção no Japão: uma mulher pegou o novo coronavírus por duas vezes.
Rosana Richtmann, infectologista do Emílio Ribas, o mais provável é que, após a infecção, a maioria das pessoas criem imunidade contra o coronavírus. “Grandes epidemias começam a diminuir na hora em que uma população grande já foi infectada e já está imune, e não adoece mais”, explica a infectologista. "Se virmos o número de casos [de infecção] na China, veremos que os números começam a cair, porque eu imagino que tenha muita gente que já esteja imune."
10. Há vacina contra o coronavírus?
Ainda não, mas vários países, como Rússia, China e Estados Unidos, já pesquisam uma vacina contra coronavírus. A expectativa da comunidade científica é que os primeiros testes comecem nos próximos dois meses.
11. Vitamina D protege contra coronavírus?
Segundo o Ministério da Saúde, não. Até o momento, não há nenhum medicamento específico para prevenir a infecção pelo novo coronavírus.
12. Qual a taxa de mortalidade do coronavírus?
Ainda não há um percentual oficial de mortalidade da Covid-19, causada pelo coronavírus, segundo Nancy Bellei, infectologista, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Embora ainda não exista um percentual oficial, até a última atualização desta reportagem a taxa de mortalidade era de 2% dos casos confirmados na China, primeiro país a registrar casos da doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Já fora da China, a taxa registrada foi de 0,7%.
"A gente ainda não conhece a pirâmide epidemiológica do vírus. Por exemplo, quantas são as pessoas assintomáticas que transmitem a doença, quantos têm o sintoma mas não vão para o hospital, quantos vão para o hospital e internam e, das que internam, quantas vão para a UTI. Ao fim, provavelmente não será nem 2% nem 0,7%", disse a infectologista.
13. Estou com suspeita de infecção por coronavírus. Como devo proceder?
Em 80% dos casos, os sintomas de coronavírus são leves, semelhantes a uma gripe. Nestes casos, o essencial, segundo a Organização Mundial da Saúde, é evitar sair de casa. O Ministério da Saúde recomenda ficar em repouso e tomar bastante água.
Se precisar sair, deve-se evitar circular em lugares fechados, com muitas pessoas e com pouca ventilação. Além disso, é preciso entender que ir ao trabalho ou à escola com sintomas de gripe implica expor potencialmente outras pessoas à doença. Além disso:
- Ao espirrar, deve-se colocar o antebraço ou um lenço na frente do nariz e boca;
- Utilize lenço descartável para higiene nasal;
- Não compartilhe talheres, copos, toalhas e demais objetos pessoais;
- Mantenha uma distância mínima de um metro de qualquer pessoa.
14. Coronavírus tem cura?
Segundo a OMS, ainda não há cura e não há um tratamento medicamentoso definido. Mas, segundo o infectologista Queiroz, existe a chamada "cura espontânea", que ocorre quando o corpo reage à infecção.
15. Crianças ou adultos: quem corre mais risco ao ser infectado por coronavírus?
Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, os grupos de maior risco são crianças menores de 2 anos, gestantes, adultos com 60 anos ou mais.
- Coronavírus: como proteger os idosos, para quem doença é mais letal
Rosana Richtmann, infectologista do Emílio Ribas, lembra que, entre as vítimas fatais por coronavírus, "de 0 a 9 anos, nenhuma criança morreu.”
16. Coronavírus pode contaminar encomendas que vêm da China?
A probabilidade de uma pessoa contaminar as mercadorias comerciais é pequena, segundo a OMS. E, mesmo se o item fosse infectado, o vírus não resistiria a movimentações e diferentes condições de temperatura enfrentadas durante a viagem.
17. Animais de estimação podem transmitir o novo coronavírus?
A primeira vez que um animal de estimação foi detectado com coronavírus foi em 28 de fevereiro. Exames iniciais feitos em um cão em Hong Kong detectaram a presença de coronavírus. Os níveis detectados no cachorro são baixos e o animal não apresenta nenhum sintoma. Novos exames adicionais serão feitos para comprovar se o cão está realmente infectado pelo vírus ou se o resultado do exame se deve à contaminação ambiental do nariz e boca do animal.
Ainda assim, não há confirmação de transmissão do vírus entre animais – incluindo de estimação – e humanos. Segundo especialistas consultados pelo G1, não há provas ou evidências de que os pets podem transmitir a doença.
A única suspeita é que a carne de animais infectados pode contaminar humanos. Não há, porém, informações sobre a forma como os bichos se contaminam com o vírus.
18. Por que brasileiros que vieram da China ficaram em quarentena, mas os que voltaram da Itália, não?
Os brasileiros repatriados da China, onde teve início a epidemia do novo coronavírus, tiveram de passar um por período 14 dias em quarentena, mas a mesma medida não foi adotada no caso daqueles que chegam da Itália. O país europeu já registrou mais de dez mortes por Covid-19 – e é de lá que veio o morador de São Paulo que é o primeiro caso da doença no Brasil.
Ao G1, especialistas atribuem a diferença de conduta ao fato de a China ser um epicentro da doença aumentava – o risco de as pessoas vindas de lá espalharem o vírus por diferentes estados do Brasil era bastante alto.
Wladimir Queiroz, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, disse que nenhum país do mundo tem adotado quarentena nos casos de repatriados vindos de locais com registros de coronavírus.
19. O clima no Brasil pode ajudar a combater o novo coronavírus?
De acordo com infectologistas e especialistas ouvidos pelo G1, o clima e a temperatura podem não ter um papel tão fundamental assim na disseminação de uma doença.
"Vírus não respeita temperatura. O H1N1 atingiu os Estados Unidos em pleno verão. A Influenza é um vírus de inverno e tem todo ano no Caribe [região tropical]. No ano passado, teve surto de H1N1 no Amazonas", disse a infectologista Nancy Bellei, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Para Rosana Richtmann, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, a propagação tem menos relação com o clima do que com a movimentação de pessoas.
"No Sudeste, que tem um trânsito muito maior de voos internacionais e uma densidade populacional muito maior, o risco eu acho maior, mas por causa dessas condições, não por causa das condições climáticas", disse.
20. Qual é o tempo de incubação do novo coronavírus?
O "período de incubação" significa o tempo entre a captura do vírus pelo ser humano e o início dos sintomas da doença.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) , a maioria das estimativas do período de incubação do Covid-19 varia de 1 a 14 dias, geralmente em torno de 5 dias.
21. Quanto tempo o novo coronavírus vive em uma superfície ou no ar?
Ainda não é possível afirmar quanto tempo o novo coronavírus sobrevive na superfície ou no ar, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Estudos avaliados pela OMS apontam que o vírus pode persistir nas superfícies por algumas horas ou, até mesmo, vários dias. Isto pode variar e depende das condições do local, do clima e da umidade do ambiente.
22. Qual é a origem do novo coronavírus?
Os estudos ainda não determinaram a origem. Sabe-se que o vírus responsável pelo Covid-19 é uma variação da família coronavírus. Outras variações mais antigas de coronavírus, como SARS-CoV e MERS-CoV, já eram conhecidas pelos cientistas.
O surto inicial da doença atingiu pessoas que tiveram alguma associação a um mercado de frutos do mar em Wuhan. Uma das hipóteses é que a origem tenha relação com o consumo de carne de pangolim, um mamífero em extinção.
23. Qual é orientação para quem tem viagens marcadas para a China ou outros países com registro de coronavírus?
Não há restrição oficial para viagens a países com registro de Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, de acordo com o Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Entretanto, o hospital Albert Einstein, em São Paulo, recomenda que seja verificada a possibilidade de troca de passagem. "Caso não seja possível evitá-la, tome ainda mais cuidado com a higiene das mãos, evite aglomerações e siga as recomendações gerias de proteção", afirma a instituição.
24. Grávidas correm mais riscos?
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, explica que as mulheres grávidas passam por alterações imunológicas e fisiológicas que podem torná-las mais suscetíveis a infecções respiratórias virais, com a do COVID-19.
O Instituto afirma que as mulheres grávidas têm mais risco de doença grave, morbidade ou mortalidade em comparação ao restante da população, "como observado em casos de outras infecções relacionadas ao coronavírus - incluindo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV) e coronavírus da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS- CoV) - e outras infecções respiratórias virais, como influenza, durante a gravidez"
25. Gestantes podem transmitir o coronavírus para o feto? E durante o parto?
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, afirma que não há informações suficientes sobre a possibilidade desta transmissão, e que não há nenhum caso de bebês que nasceu infectado com o novo coronavírus.
O CDC afirma que o vírus não foi detectado em nenhuma amostra de líquido amniótico nem de leite materno, o que pode ser uma boa notícia sobre a questão da transmissão do vírus entre mãe e recém-nascido.
26. Mulheres com suspeita de coronavírus podem amamentar?
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, afirma que não há informações suficientes sobre a possibilidade desta transmissão. Nos casos analisados, o vírus não foi detectado no leite materno.
Veja as recomendações para evitar o contágio pelo novo coronavírus
G1 em 1 Minuto: Não há necessidade de pânico por causa da epidemia de coronavírus, diz OMS
Teste desenvolvido na UFBA pode identificar coronavírus em 3h, diz pesquisador
Gúbio Soares, responsável pela pesquisa, também foi um dos que identificaram o zikavírus. Ele destaca que não há motivo para preocupação e que vírus ficará concentrado na China.
Por TV Bahia.
O virologista Gúbio Soares, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (UFBA), desenvolveu junto à equipe dele um teste rápido que pode identificar o coronavírus em cerca de 3 horas.
Gúbio, que foi um dos pesquisadores que identificaram o zikavírus, conta que o teste é moderno e feito em uma máquina do instituto na Bahia. A técnica, conforme relatou, é a mesma que é usada na China, Alemanha e Estados Unidos.
"Nós usamos um teste específico para o coronavírus, que funciona só com coronavírus. Temos um equipamento mais moderno, muito mais sensível para todos os vírus que a gente queira trabalhar. Na realidade ele é um real time mais moderno, mais sensível, com resultado mais breve", explica.
O pesquisador conta que a extração do material genético do vírus é feita nesse equipamento.
"É um equipamento automatizado, não tocamos no material, colocamos com luva e máscara. A partir dali nós vamos extrair o material genético do vírus e vamos levar para outra máquina. Usamos a secreção da faringe", diz.
Equipamento onde é feito teste rápido desenvolvido pela UFBA para identificar o coronavírus — Foto: Reprodução/TV Bahia
Sobre o uso do equipamento, Gúbio conta que ele pode ser usado tanto pela rede pública, quanto a particular. Entretanto, ele explica que a rede pública tem um fluxo determinado pelo Ministério da Saúde, e que as amostras são processadas pelos laboratórios públicos.
"Meu objetivo é como foi com o zikavírus, que nós identificamos. Veio uma amostra de um hospital particular de Camaçari, e nós processamos essa amostra. Qualquer hospital que quiser mandar as amostras suspeitas para nós [do coronavírus], nós fazemos e damos o resultado ao hospital. Já existe uma normativa de fluxo para os laboratórios públicos, mas nós queremos oferecer nossa capacidade técnica, científica de um descobrimento de vírus, que a gente tem trabalhado aqui, para oferecer ao estado, ao país, à população, e beneficiar principalmente o povo", conta.
A Bahia não possui casos suspeitos de coronavírus. Já o Brasil tem nove casos suspeitos, mas nenhum confirmado. A doença já matou 637 pessoas na China.
Sobre a doença, o pesquisador diz que os brasileiros não têm motivo para preocupação, até mesmo com a chegada do carnaval.
"Esse vírus, já se sabe que ele vai ficar concentrado na China. Existe um controle muito grande do governo da China. Os casos que estão aparecendo no mundo são de turistas que estavam na China e voltaram para os seus países. A população brasileira não precisa entrar nesse medo excessivo, porque aqui no Brasil não vem muito turista chinês para o carnaval. E como a saída do chinês está mais difícil, até pelo controle do país, não vai chegar o vírus aqui no Brasil", diz.
Gúbio ainda explicou sobre a taxa de mortalidade e do público de alcance da doença.
"A taxa de mortalidade do vírus é muito baixa, é de 2%. Ele atinge, já se sabe, uma população com mais de 60 anos. Para que as pessoas venham morrer têm de ter uma deficiência imunológica, uma doença prévia. Eu acho que a população tem que se tranquilizar. Existe virologista no mundo inteiro já falando sobre isso, de que esse vírus não vai se disseminar, ele vai se controlar na China", conta.
Brasileiros compartilham fotos de viagem da China para Anápolis
Grupo deve chegar neste fim de semana à Base Aérea da cidade, onde ficarão em quarentena. Eles serão abrigados em hotel com videogame, internet e shows.
Por Vanessa Martins, G1 GO.
Brasileiros que embarcaram em Wuhan, na China, a caminho de Anápolis, compartilharam fotos da viagem de volta ao Brasil nesta sexta-feira (7). Nas imagens, eles relatam que passaram por um check-up antes de embarcar e a ansiedade de voltar para casa.
Todos aparecem usando máscaras cirúrgicas e, dentro do voo, há pessoas com roupas de proteção para o corpo todo
Chegando ao Brasil, eles ficarão hospedados nos Hotéis de Trânsito da Base Aérea de Anápolis, a 55 km de Goiânia. As 38 suítes com aparelhos de ar-condicionado, TVs e frigobar estão prontas para recebê-los.
Entre os brasileiros que estão voltando de Wuhan estão a pequena Isabela Lassalle Zhang e a mãe dela, Hui Zhang, de 33 anos. Elas estavam há três meses na China. Foram para que os familiares conhecessem a nova bebê da família e não puderam voltar.
A pequena Isabela Lassalle Zhang no avião a caminho de Anápolis — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal/Hui Zhang
Entenda quem são os tripulantes, repatriados e estrangeiros que embarcaram:
Fazem a viagem completa e ficarão em quarentena em Anápolis 34 passageiros:
- 4 chineses casados com brasileiros;
- 7 crianças com idades entre 2 e 12 anos;
- 23 brasileiros adultos – casais e homens e mulheres solteiros (sendo três diplomatas).
A tripulação das aeronaves é formada por:
- 14 médicos
- 8 tripulantes
- 2 jornalistas
Estrangeiros que tiveram autorização do governo federal para embarcar, mas que desembarcarão em escalas que serão feitas no meio do caminho até Anápolis:
- 4 poloneses;
- 1 indiano;
- 1 chinês.
Brasileiros passando por check-up em Wuhan antes de embarcar para o Brasil — Foto: Reprodução/Instagram
Cuidados
A previsão da Força Aérea Brasileira (FAB) é de que o grupo chegue a Anápolis até a madrugada de domingo (9).
Durante o tempo que ficarem na Base Aérea, só poderão sair dos quartos usando máscaras cirúrgicas. Eles devem ter seus sinais vitais monitorados três vezes ao dia. Diante de qualquer alteração mais grave no quadro clínico, a pessoa envolvida será transportada, caso necessário, para o Hospital de Base, em Brasília.
Após o período de quarentena, os brasileiros podem ir para suas respectivas cidades. Depois, caso queiram voltar para a China, as despesas são por conta própria.
Base Aérea de Anápolis conta com brinquedoteca, área verde e espreguiçadeiras — Foto: Sílvio Túlio/G1
Rotina na quarentena
A FAB deu detalhes sobre as adaptações que estão sendo feitas na Base Aérea de Anápolis para receber o grupo. Foram adquiridos itens novos como roupas de cama, berços, fraldas e até cortinas com material anti-alergênico.
Veja o que será oferecido aos repatriados na quarentena:
- Seis refeições diárias: café, colação, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia (acompanhados por nutricionistas);
- Videogame, brinquedoteca, jogos, biblioteca, apresentação de bandas militares;
- Internet, TV a cabo, frigobar e geladeira sem itens alcóolicos;
- Serviço religioso;
- Emergência odontológica;
- Apoio psicológico e pedagógico.
Espaço para banda militar se apresentar aos repatriados na Base Aérea de Anápolis Goiás — Foto: Sílvio Túlio/G1 GO
Brasil poderá ter 625 mil novos casos de câncer em 2020, estima Inca
Destes, 50,3% deverão ocorrer em homens e 49,7% em mulheres.
Por G1.
Brasil poderá ter 625 mil novos casos de câncer em 2020, estima Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão ligado ao Ministério da Saúde. Entre eles, 50,3% deverão ocorrer em homens e 49,7% em mulheres.
Os números foram divulgados nesta terça-feira (4) e fazem parte do estudo "Estimativa 2020", produzido pelo Inca com base em registros populacionais do país e de hospitais de câncer.
- Casos de câncer devem aumentar 81% nos países pobres até 2040, alerta OMS
De acordo com a instituição, a melhor forma de evitar os casos é a prevenção. O Inca cita como exemplo os casos de câncer de pulmão, que tiveram redução com as políticas de incentivo contra o fumo. A entidade afirmou, também, que outras indústrias precisam entrar nos esforços de prevenção, como a indústria de alimentos.
Tipos mais recorrentes
De acordo com a publicação, os tipos mais incidentes no País serão os de pele não melanoma, mama, próstata, cólon e reto, pulmão e estômago.
Câncer no Brasil: estimativa do Inca aponta incidência de novos casos em 2020 — Foto: Infografia/G1
Regiões
O Nordeste concentra maior incidência de câncer de próstata, segundo as estimativas do Inca. A taxa é de 72,35 a cada 100 mil habitantes.
Entre as mulheres, o maior número de casos de câncer de mama e se concentra na região Sudeste, com 81,06 a cada 100 mil habitantes.
Taxas brutas de incidência para os principais tipos de câncer para homens*
Brasil | Norte | Nordeste | Centro-Oeste | Sudeste | Sul |
Próstata (62,95) | Próstata (29,39) | Próstata (72,35) | Próstata (65,29) | Próstata (63,94) | Próstata (62,00) |
Cólon e reto (19,63) | Estômago (11,75) | Traqueia, brônquio e pulmão (11,01) | Cólon e reto (15,40) | Cólon e reto (28,62) | Traqueia, brônquio e pulmão (31,07) |
Traqueia, brônquio e pulmão (16,99) | Traqueia, brônquio e pulmão (9,24) | Estômago (10,63) | Traqueia, brônquio e pulmão (15,11) | Traqueia, brônquio e pulmão (18,10) | Cólon e reto (25,11) |
Estômago (12,81) | Cólon e reto (5,27) | Cólon e reto (8,91) | Estômago (9,38) | Estômago (13,99) | Estômago (16,02) |
Cavidade oral (10,69) | Leucemia (4,45) | Cavidade oral (7,65) | Cavidade oral (8,94) | Cavidade oral (13,58) | Cavidade oral (14,48) |
Taxas brutas de incidência para os principais tipos de câncer para mulheres*
Brasil | Norte | Nordeste | Centro-Oeste | Sudeste | Sul |
Mama (61,61) | Mama (21,34) | Mama (44,29) | Mama (45,24) | Mama (81,06) | Mama (71,16) |
Cólon e reto (19,03) | Colo do útero (21,20) | Colo do útero (17,62) | Colo do útero (15,92) | Cólon e reto (26,18) | Cólon e reto (23,65) |
Colo do útero (15,43) | Cólon e reto (6,48) | Cólon e reto (10,79) | Cólon e reto (15,24) | Glândula tireoide (17,21) | Traqueia, brônquio e pulmão (18,66) |
Traqueia, brônquio e pulmão (11,56) | Traqueia, brônquio e pulmão (6,47) | Traqueia, brônquio e pulmão (8,86) | Traqueia, brônquio e pulmão (10,87) | Traqueia, brônquio e pulmão (12,09) | Colo do útero (17,48) |
Glândula tireoide (11,15) | Estômago (6,03) | Glândula tireoide (7,98) | Glândula tireoide (8,12) | Colo do útero (12,01) | Estômago (9,15) |
Mundo
Segundo o Inca, 7,6 milhões de pessoas morrem em todo o mundo por causa do câncer a cada ano. Mais da metade delas, 4 milhões, têm entre 30 e 69 anos. A previsão, segundo o Inca, é que 6 milhões de pessoas morram prematuramente por ano até 2025, caso não sejam adotadas medidas de prevenção.
Nesta terça, a OMS também divulgou dados sobre o câncer. Segundo a organização, os registros da doença aumentarão cerca de 81% nos países em desenvolvimento até 2040.
Em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (3), a ONU alerta que se as tendências atuais se mantiverem, o mundo registrará um aumento global de 60% dos casos de câncer nas próximas décadas.
Jacaraci.: Japonês que tinha suspeita de coronavírus na Bahia é diagnosticado com Influenza A
O homem que deu entrada no Hospital Couto Maia, em Salvador, com suspeita inicial de coronavírus, foi diagnosticado com Influenza A. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (29), pela Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab).
De acordo com a pasta, a doença foi confirmada após passar por uma série de análises laboratoriais feitas pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).
O paciente é um cidadão japonês que vive no distrito de Irundiara, na cidade de Jacaraci. Recentemente, ele voltou do seu país de origem, que tem quatro casos oficiais da doença. Ele visitou o Japão, com escala nos Estados Unidos, e veio para a Bahia.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
• evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas;
• realizar lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente;
• utilizar lenço descartável para higiene nasal;
• cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
• evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
• higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
• não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
• manter os ambientes bem ventilados;
• evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença;
• evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
• profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
Jacaraci: Prefeitura emite Nota sobre caso de paciente suspeito de infecção pelo Corona Vírus
O paciente, com o quadro estável, foi transferido, via sistema de regulação, para o Hospital Couto Maia, em Salvador onde serão realizados os exames complementares para definição do diagnóstico.
Em Nota divulgado nesta quarta-feira (29), a Prefeitura de Jacaraci se manifestou sobre o caso de um paciente, suspeito de infecção pelo vírus “2019-nCov” (Corona Vírus), que foi atendido e mantido em isolamento no Hospital Municipal Nossa Senhora da Conceição.
Segundo a Prefeitura, o caso em questão se trata de um indivíduo que chegou do Japão no sábado (25) e apresentou sintomas da Síndrome Respiratória Aguda. “Ressaltamos, que o paciente é Japonês, não esteve na China, mas teve contato com chineses durante o vôo que o trouxe ao Brasil, motivo pelo qual o serviço de saúde municipal emitiu uma notificação epidemiológica.” Ressalta a Nota.
De acordo com a Prefeitura, todas as providências recomendadas pelo Ministério da Saúde e Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, bem como da OMS – Organização Mundial de Saúde, foram tomadas de forma imediata pela equipe de saúde do município.
O paciente, com o quadro estável, foi transferido, via sistema de regulação, para o Hospital Couto Maia, em Salvador onde serão realizados os exames complementares para definição do diagnóstico.
Paciente foi atendido e mantido em isolamento no Hospital Municipal Nossa Senhora da Conceição.
Suspeito de pagar R$ 20 para homem que morreu após ingerir garrafa de bebida alcoólica se apresenta
Caso aconteceu em Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador.
Por G1 BA.
Suspeito de envolvimento na morte de catador de recicláveis é ouvido e liberado
O homem suspeito de pagar R$ 20 para o catador de materiais recicláveis que morreu após ingerir garrafa de bebida alcoólica se apresentou à polícia nesta quarta-feira (22), na cidade de Feira de Santana, cidade a 100 quilômetros de Salvador.
Segundo informações do delegado Alisson de Carvalho, que investiga o caso, o homem confessou que comprou a bebida que Wellington Cardoso da Silva, de 39 anos, ingeriu e também pagou o dinheiro para o catador de materiais recicláveis.
De acordo com o delegado, o homem foi liberado após ser ouvido, porque o caso não se configurou como um crime.
Caso
Wellington morreu no dia 8 de janeiro, em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 Km de Salvador. — Foto: Reprodução / TV Bahia
O caso ocorreu no dia 8 de janeiro. O homem só foi enterrado um dia depois. A bebida que ele ingeriu foi oferecida por um grupo de colegas da vítima. Imagens divulgadas nas redes sociais mostraram o momento da "aposta".
A sobrinha de Wellington Cardoso da Silva, de 39 anos, afirmou ao G1, dois dias depois que o tio morreu, que o caso foi uma monstruosidade.
"Ele era bem conhecido e alegre. O povo se aproveitou da vulnerabilidade dele, que sempre bebia, e fez isso tudo. Isso foi uma monstruosidade. Ele deixou uma filha de 13 anos. A gente contou a ela. Está todo mundo em choque. Foi uma coisa que a gente não esperava. É uma coisa que abalou a todos nós. É uma coisa difícil para gente", disse Carolaine da Silva Santana.
Homem desmaiou e foi socorrido em uma carroça e levado para hospital, mas não resistiu — Foto: Reprodução/ TVBahia
Menina com doença rara encontra medula compatível em irmã de 1 ano: ‘Idênticas geneticamente’
Yasmim Marques Brito tem leucemia mielóide aguda (LMA). Ela tinha apenas três meses para encontrar um doador de medula.
Por Vanessa Ortiz, G1 Santos.
Ana Lívia de 1 ano tem medula 100% compatível com a irmã Yasmim — Foto: Divulgação/Ingrid Alves
A luta da pequena Yasmim Marques Brito, de apenas 7 anos, por um doador de medula 100% compatível acabou. A menina de Cubatão (SP) tem leucemia mielóide aguda (LMA) - uma doença rara e que geralmente acomete pessoas com mais de 55 anos. A irmãzinha dela, Ana Lívia, de apenas 1 ano, é 100% compatível e poderá ser a doadora que Yasmin tanto buscava.
Em entrevista ao G1, a mãe Daniela Cristina Marques de Araujo Brito informou que a filha tinha apenas três meses para conseguir encontrar um doador compatível já que, de acordo com os médicos, ela não poderia passar por muitos ciclos de quimioterapia.
“Isso pode ser muito prejudicial à saúde dela conforme a médica me falou. Essas doses são bem intensas, 10 vezes mais intensas do que ela tomou anteriormente. Quanto mais doses de quimioterapia ela tomar, mais perigoso é para ela", conta a mãe.
A descoberta do doador aconteceu na noite de terça-feira (21), quando a médica responsável pelo tratamento de Yasmim entrou em contato com a mãe. “Ela falou que haviam encontrado. Estávamos achando que seria eu ou o pai porque os médicos disseram que a chance era de 50% para nós e 25% para a irmã. Foi coisa de Deus, elas são idênticas geneticamente. Quando ela deu a notícia, foi uma alegria danada”, revela a mãe emocionada.
Agora, a menina faz parte dos 30% dos pacientes com indicação de transplante de medula que têm um doador totalmente compatível, conforme informado pela oncologista pediátrica do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc), Ana Virgínia.
Após a notícia, a primeira reação da mãe foi chorar e abraçar as enfermeiras que cuidam da garota, que permanece internada no Hospital do Graacc, em São Paulo. No fundo, a mãe diz que sabia que a mais nova teria vindo ao mundo para fazer a diferença na vida da irmã.
Irmãs são geneticamente iguais, conforme relata a mãe — Foto: Divulgação/Tania Ramalho
“Foi uma gravidez inesperada e eu tive complicações no final que quase me fizeram perdê-la. Mas, no fim deu tudo certo. Na época em que a Yasmim descobriu a leucemia, a Ana tinha pouco mais de um mês. Dentro do meu coração eu tinha certeza que seria ela, até cheguei a comentar isso com a doutora”.
Ainda não há previsão para o transplante de medula. Na próxima semana, Yasmin deve receber alta médica e ir para a casa. Logo depois, será encaminhada para um especialista no procedimento, que iniciará o processo pré-transplante.
Para a mãe, o tratamento já deu certo. “Ela está reagindo muito bem a todos os procedimentos feitos até agora. A vontade dela de vencer vai além. Deus é maravilhoso. Ela tinha três meses para achar o doador e, em menos de um, achamos um dentro de casa. A neném veio na hora certa”, finaliza.
Descoberta da doença
Yasmim recebeu o diagnóstico no dia 15 de março de 2019, após a menina apresentar manchas na esclera, a membrana branca do olho. Com a descoberta, ela deu início ao tratamento e, após cinco sessões de quimioterapia, em agosto, a medula de Yasmim entrou em remissão, ou seja, quando não há mais sinais de atividade da doença no sangue.
O acompanhamento médico continuou mensalmente para saber se a leucemia realmente havia ido embora. Em dezembro, os exames estavam sem alterações e sem sinais de células cancerígenas. Pouco depois, a garota começou a reclamar de dor nas pernas.
“Apesar disso, ela não parava, brincava o dia todo. Resolvi comentar com a médica e a equipe passou a investigar. No dia 6 de janeiro, quando voltamos para a consulta de rotina, a médica me deu a notícia de que a doença havia voltado”, informa Daniela.
Yasmin Marques tocou o 'sino da cura' em dezembro — Foto: Daniela Cristina Marques/Arquivo pessoal
Leucemia Mieloide Aguda
Conforme explica Victor Gottardello Zecchin, diretor clínico e coordenador do Centro de Transplantes de Medula Óssea do Hospital do Graacc, a leucemia é o ‘câncer do sangue’. As células sanguíneas são produzidas pela medula óssea, que é um órgão líquido localizado no interior dos ossos.
“O tempo todo nosso organismo produz células com defeitos, que passam por vários processos de ‘checagem’ antes de serem liberadas para a circulação. Se é detectado algum erro na célula, nosso organismo a destrói. Eventualmente, alguma destas células defeituosas escapa destes processos e começa a gerar outras células iguais a ela, todas com defeito, o que dá origem ao câncer”, esclarece.
O médico informa que a necessidade de transplante de medula ocorre em casos de alto risco ou então quando a doença é tratada e volta a aparecer. Ainda de acordo com ele, o resultado do transplante depende de uma série de fatores, porém, ainda hoje os melhores resultados são obtidos com um doador familiar (em geral, o irmão ou irmã) totalmente compatível.
Yasmim Marques Brito, de Cubatão, SP, luta contra leucemia mielóide aguda — Foto: Arquivo pessoal
Idosa ganha roupas e móveis após mutirão retirar 10 caminhões de lixo da casa em Ribeirão Preto
Moradora, de 72 anos, conta que perdeu o controle da compulsão há 10 anos e comemora limpeza: 'É daqui para melhor'. Coordenadora de comitê afirma que caso será acompanhado.
Por Adriano Oliveira, G1 Ribeirão Preto e Franca.
Geladeira limpa, cama nova, televisão funcionando. Roupas lavadas na gaveta e lençóis com cheiro de amaciante. Elídia de Oliveira, de 72 anos, mal reconhece a própria casa, após a limpeza que terminou com a retirada de 10 caminhões de lixo em Ribeirão Preto (SP).
Acumuladora, a idosa passou cerca de 10 anos guardando roupas velhas, móveis quebrados, materiais recicláveis, entulho e lixo doméstico dentro do imóvel. A situação estava crítica e o caso foi denunciado ao Comitê de Atenção às Pessoas em Situação de Acumulação.
“Ainda não fizemos tudo, mas só de lavar ficou lindo. Não tenho por que não estar feliz. Olha tudo isso que fizeram para mim! Agora, tem que conservar, senão, de que adiantou fazer tudo isso? É daqui para melhor, não pode parar”, afirma.
Elídia de Oliveira, de 72 anos, conta que perdeu o controle em relação ao acúmulo de lixo — Foto: Adriano Oliveira/G1
Elídia diz que comprou o imóvel, no Jardim Marchesi, na década de 1960. O local ficou alugado por muitos anos, enquanto ela vivia com a mãe na casa de um irmão, em um bairro vizinho. No início dos anos 2000, ela e o filho adotivo, de 22 anos, voltaram a morar na residência.
Desde então, a compulsão por recolher e guardar lixo dentro de casa foi se agravando, principalmente após a morte do marido. A idosa conta que perdeu o controle e já não encontrava mais solução para o problema, apesar dos alertas do filho.
“Tinha pedido a Deus alguém para me ajudar, para a minha casa ficar, pelo menos, uma casa mesmo. Eu dizia: ‘meu Deus, não estou entendendo o que tenho que fazer, sozinha é tão ruim, se tivesse alguém para me ajudar seria tão bom’, e vieram”, diz.
Elídia de Oliveira conversa com agente de saúde e a coordenadora do Comitê de Atenção às Pessoas em Situação de Acumulação, Kelly Cristina de Oliveira — Foto: Adriano Oliveira/G1
Recuperação
Elídia já é acompanhada pela equipe do programa Saúde da família, mas deve receber tratamento para controlar a compulsão, conhecida como “Síndrome de Diógenes”, segundo explicou a coordenadora do Comitê Intersecretarial, Kelly Cristina da Silva.
“Ela perde a memória às vezes. Se ela não esquecesse tanto, estaria em uma condição muito melhor. Mas, o filho está junto e cuida”, afirma. “A gente montou uma pasta com o caso dela, tem que acompanhar, tem que receber visita frequente”, completa.
Tudo o que estava na casa de Elídia foi descartado, inclusive objetos pessoais dela e do filho, em um mutirão que teve início na segunda-feira (9) e durou três dias. Segundo Kelly, cerca de 20 ratos e cinco escorpiões foram mortos pelas equipes em meio ao lixo acumulado.
Equipes de limpeza retiram lixo da casa de Elídia de Oliveira, de 72 anos — Foto: Alexandre de Azevedo/Prefeitura de Ribeirão Preto
O imóvel está sendo mobiliado a partir de doações. Kelly previa pintar os cômodos e cimentar o quintal ainda neste final de semana, mas descobriu que há telhas quebradas na cozinha. A coordenadora do Comitê está providenciando os reparos necessários.
“De imediato, foram disponibilizadas cama, cômoda, TV, depois vem o restante. Os móveis, eu consegui como doação. Areia e pedra, já consegui. Já liguei em uma loja de tintas para pedir doação, tem um irmão de igreja do dono que pode pintar”, diz Kelly.
A coordenadora do Comitê explica que entre os 10 caminhões de objetos recolhidos da casa, dois foram cheios com recicláveis. A venda desses materiais possibilitou arrecadar dinheiro para comprar alimentos à idosa, que recebe Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Elídia de Oliveira, de 72 anos, acumulava lixo dentro de casa em Ribeirão Preto — Foto: Kelly Cristina da Silva/Arquivo pessoal
“Estou guardando o dinheiro para comprar fogão, panelas. Ela ainda precisa de panela de pressão, copos, pratos. Quando eu faço, faço como se fosse para mim. Sempre acompanho tudo e me preocupo com o depois, que é o mais importante”, explica.
Elídia comemora o recomeço aos 72 anos de idade. Para superar a compulsão, a dona de casa também espera contar com o apoio dos vizinhos, que sempre lhe oferecem alimentos. Nesta quinta-feira (12), por exemplo, o almoço foi feito por uma das moradoras da rua.
“Vão me deixar mal acostumada. Até para assistir TV eu tenho lugar agora. A cama serve de cadeira e para dormir. Você viu meu relógio? Também estou roupa nova. Não vou pegar mais nada, não. Se pegar, meu filho cata e joga fora, ele também cuida de mim”, diz.
Maconha medicinal é usada no tratamento de epilepsia e dor crônica; estudos sobre efeitos ainda avan
Anvisa regulamentou comércio e fabricação de produtos à base de cannabis no Brasil nesta terça-feira (3). Veja o que estudos e médicos dizem sobre os efeitos de substâncias derivadas da maconha no corpo humano.
Por Fabio Manzano e Patrícia Figueiredo, G1.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na terça-feira (3) a venda de produtos à base de cannabis para uso medicinal no Brasil, mediante prescrição médica.
O tipo de prescrição médica indicada para cada tratamento vai depender da concentração de tetra-hidrocanabidiol (THC), que é o principal elemento tóxico e psicotrópico da planta, ao lado do canabidiol (CBD), conhecido por seus efeitos analgésicos e anticonvulsivantes.
Estudos científicos já mostraram como essas duas substâncias atuam na redução de crises de epilepsia e dores crônicas. No entanto, o uso dos derivados de maconha para outras condições, como enxaqueca e Mal de Parkinson, por exemplo, ainda precisa ser estudado mais a fundo, de acordo com especialistas ouvidos pelo G1.
Por isso, entidades médicas como Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) se posicionaram contra a regulamentação do plantio de cannabis no Brasil. Já a agência reguladora de medicamentos norte-americana (FDA) autoriza, desde junho de 2018, o uso de CBD no tratamento de epilepsia.
Abaixo, entenda quais são os principais efeitos dos produtos derivados de maconha, como as principais substâncias agem no organismo e quais doenças elas podem combater:
Indicações médicas
As principais indicações médicas dos produtos derivados de cannabis são para tratar:
- Crises epiléticas, especialmente em crianças
- Dores neuropáticas
- Náuseas decorrentes de quimioterapia
- Sintomas do autismo
- Agitação noturna em pacientes com demência
- Espasmos decorrentes da esclerose múltipla
Segundo Alexandre Kaup, neurologista do hospital Albert Einstein, esses são os usos "comprovadamente eficientes" das substâncias CBD e THC.
- Decisão da Anvisa vai ajudar brasileiros que sofrem com doença crônicas, diz associação
Além dessas utilizações, também há estudos preliminares que trazem indícios de que o CBD e o THC têm efeitos positivos para controle de:
- Mal de Parkinson
- Alzheimer
- Enxaqueca crônica
- Sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC)
- Glaucoma
- Ansiedade
- Artrite
Para Kaup, ainda faltam estudos com grande amostragem de pacientes para comprovar que os derivados de maconha também podem ser usados no tratamento dessas doenças.
Segundo o analista de desenvolvimento regulatório e projetos científicos da HempMeds Brasil, Gabriel Barbosa, a maior parte das importações de substâncias derivadas da maconha para tratamento são as do óleo de canabidiol, que contém tanto CBD quanto uma pequena quantidade de THC.
"Trata-se de uma mistura de um óleo integral com o extrato da planta", explicou. "Os canabinoides são lipossolúveis, o que significa que se diluem na gordura, e não na água. E é um produto que não tem somente o CBD, mas mais de 500 componentes."
Com esta forma de extração, o canabidiol atua em conjunto com outros componentes para melhores resultados. "Além das propriedades do CBD, há na solução flavonoides, que têm efeitos anti-inflamatórios", ressaltou Barbosa.
No país, pacientes com quadro de epilepsia são os que mais buscam o medicamento, segundo a HempMeds. No entanto, o cenário é diferente nos Estados Unidos, onde o maior uso de medicamentos à base de maconha é feito por pacientes em tratamento de transtorno pós-traumático.
Planta de 'Cannabis sativa', da qual é possível extrair o canabidiol — Foto: Kimzy Nanney/Unsplash
Efeitos das substâncias
Enquanto o THC presente na maconha é considerado um perturbador do sistema nervoso central, o CBD é um depressor do sistema nervoso central. Por isso, eles têm efeitos muito diferentes no organismo.
"O THC age em três receptores do sistema nervoso e tem atividade analgésica e antiespasmódica. Ele também ajuda na redução de náuseas e vômito e provoca a estimulação do apetite", explica Alexandre Kaup, neurologista do hospital Albert Einstein.
É o THC que altera as funções cerebrais e provoca os mais conhecidos efeitos do consumo da maconha, droga cujo consumo recreativo é ilegal no Brasil. Entretanto, estudos indicam que o THC também pode ser usado como princípio ativo para fins medicinais.
"Ele tem uma má fama, mas não é vilão. Se criou uma impressão de que o THC é ruim, mas há benefícios. Ele só não pode ser usado indiscriminadamente, porque há mais riscos", explica Kaup.
Segundo o neurologista, produtos com THC não devem ser receitados para pessoas com menos de 25 anos, porque existe uma maior indução de efeitos colaterais, como quadros psicóticos.
Óleo extraído da cannabis ajuda a combater epilepsia — Foto: Reprodução
De acordo com a Anvisa, produtos com dosagem de THC superior a 0,2% precisarão de receita médica restrita para serem vendidos nas farmácias.
Nas formulações com concentração de THC inferior a 0,2%, o produto deverá ser prescrito por meio de receituário tipo B e renovação de receita em até 60 dias.
Já os produtos com concentração superior a 0,2% só poderão ser prescritos a pacientes terminais ou que tenham esgotado as alternativas terapêuticas de tratamento. Neste caso, o receituário para prescrição será do tipo A, mais restrito, padrão semelhante ao da morfina.
Enquanto o THC é considerado mais polêmico, o CBD é o principal ingrediente dos produtos derivados de maconha mais populares no exterior. Ele não causa dependência nem tem efeitos colaterais significativos. Ele tem propriedades anticonvulsivas, ansiolíticas e anti-inflamatórias, além de também agir como analgésico.
"No Brasil são cinco patologias principais que buscam tratamento com CBD: epilepsia, Parkinson, Alzheimer, dor crônica e autismo", afirmou Barbosa, da HempMeds. "No entanto, a Anvisa já autorizou a importação para mais de 60 patologias diferentes."
Segundo ele, os principais efeitos adversos dos produtos a base de cannabis são conhecidos: tonturas, fadiga, euforia e depressão, além de dependência, são as mais citadas. Por isso, é importante que a dosagem e o perfil de cada paciente seja levado em consideração na hora da prescrição médica.
Anvisa libera venda de produtos medicinais à base de maconha nas farmácias
Estudos científicos comprovam eficácia
Diversos estudos comprovaram que o CBD pode ser usado no tratamento de crises epiléticas, especialmente as que ocorrem em crianças.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia anunciaram em maio deste ano que puderam sintetizar uma substância análoga ao canabidiol (CBD) e obter bons resultados em cobaias no tratamento da epilepsia.
A alternativa sintetizada é, segundo o estudo, mais fácil de se manipular que a substância retirada da planta. A molécula sintética recebeu a identificação 8,9-Dihydrocannabidiol (H2CBD) e, diferentemente da versão natural, não pode ser convertida para THC, composto com características tóxicas.
A Sociedade Americana de Química anunciou em abril deste ano que há evidências que apontam para o uso de CBD no "transporte" de medicamentos para o cérebro. A substância atuaria como um "cavalo de Troia" e conseguiria vencer a barreira hematoencefálica, que protege o sistema nervoso central.
Entre os riscos para o uso de CBD em tratamentos, cientistas dos Estados Unidos alertaram no ano passado que a substância pode piorar casos de glaucoma e também aumentar a pressão intraocular.
Na Inglaterra, cientistas da Universidade de Londres observaram, em abril deste ano, que o CBD atua para reduzir os efeitos danosos do consumo de maconha, que libera o composto tóxico tetrahydrocannabinol (THC), responsável pelo aumento do vício e por casos de psicose relacionados ao uso da droga.
A descoberta foi corroborada pelos pesquisadores da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, que apresentaram em setembro de 2019 as descobertas de ensaios em cobaias. Eles mostraram o CBD atuando para proteger os danos cerebrais causados pelo THC.
Além disso, usuários de heroína podem encontrar nos produtos derivados de CBD uma forma de poder controlar os efeitos da droga. Médicos do hospital Monte Sinai, nos Estados Unidos, registraram uma redução em surtos e casos extremos de ansiedade em viciados.
Folhas da planta cannabis sativa, conhecida como maconha, que dá origem ao canabidiol — Foto: Unsplash
Posição de entidades médicas
A discussão sobre a regulamentação da maconha medicinal começou há quatro anos, quando a Anvisa retirou um importante derivado de maconha da lista de substâncias proibidas no país. Em 2017, foi registrado o primeiro medicamento com derivado de cannabis no Brasil.
Desde então, os médicos brasileiros podem receitar produtos à base de cannabis para seus pacientes, mas eles tinham que importar o produto, porque a Anvisa ainda não havia regulamentado sua venda no país.
Nos Estados Unidos, a FDA aprovou o consumo da planta em seu estado natural apenas para alguns casos, porque a agência de saúde americana defende que ainda faltam evidências de qualidade que comprovem a eficácia da planta em outros usos.
Outras instituições, como a Sociedade Americana de Medicina de Dependência, argumentam que não existe "cannabis medicinal", porque as partes da planta não cumprem os requisitos das normas para aprovação de medicamentos.
Já no Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) se posicionaram contra a regulamentação do plantio de cannabis no Brasil. Eles pediram a revogação e o cancelamento da consulta pública sobre o tema, quando ela estava aberta para orientar a decisão da Anvisa sobre o tema.
Salomão Rodrigues Filho, psiquiatra e integrante do Conselho Federal de Medicina (CFM), diz que a instituição é favorável ao uso do canabidiol, mas que "é necessário ter cautela".
O Conselho diz que a esclerose múltipla é uma doença, assim como o Parkinson, que ainda está em fase experimental de pesquisa em outros países. "Ainda não há evidência científica que recomende o uso. Não há segurança. Além de não fazer o bem, não pode fazer o mal", afirma.
Cerca de 135 mil pessoas desconhecem que estão com HIV no país, diz Ministério da Saúde
Dia Mundial de Luta Contra a Aids é lembrado neste domingo (1º). Entre 1980 e junho de 2019, foram detectados 966.058 casos de Aids no país.
Por Brenda Ortiz, G1 DF
O Ministério da Saúde estima que 135 mil pessoas vivem com HIV no Brasil e não sabem. Com base nessa estimativa, a campanha lançada em alusão ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids quer incentivar as pessoas que se colocaram em risco a procurar uma unidade de saúde para realizar o teste rápido. Considerando o período entre 1980 e junho de 2019 foram detectados 966.058 casos de Aids no país.
Segundo o diretor do departamento de doenças crônicas e infecções sexualmente transmissíveis, Gerson Pereira, o país adotou a recomendação do início do tratamento para todas as pessoas após o diagnóstico de HIV, independente da condição clínica do paciente.
“Os últimos dados mostram que a pessoa diagnosticada com HIV tem praticamente o mesmo tempo de vida que uma pessoa que não vive com o vírus", afirmou.
"Se essa pessoa mantiver o tratamento regular, pode ter uma vida normal, assim como quem tem diabetes ou hipertensão. Mas para isso, é importante ter o diagnóstico cedo, tratar imediatamente e se manter em tratamento", disse Gerson Pereira.
- Vacina contra o HIV será testada em humanos pela primeira vez no Brasil
Por causa do tratamento mais acessível, o governo informou ainda que os casos de Aids reduziram em 13,6% entre 2014 e 2018. O índice equivale a 12,3 mil casos evitados da doença.
Já a mortalidade por Aids caiu em 22,8%, nesse mesmo período, evitando 2,5 mil óbitos. Segundo o Ministério da Saúde, quando um paciente infectado com o vírus HIV recebe o tratamento adequado, sua carga viral pode chegar a ser indectável. Quando isso acontece, considera-se que não existe uma quantidade suficiente do vírus para que ele seja transmissível.
Saúde: saiba como ter acesso ao autoteste para detecção do vírus HIV
Campanha
Nesta sexta-feira (28), o Ministério da Saúde lançou uma campanha que celebra as conquistas dos 31 anos do Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Com o slogan “HIV/AIDS. Se a dúvida acaba, a vida continua”, a ação quer mudar, na população jovem brasileira, a atitude e a percepção da importância da prevenção, teste e tratamento contra o HIV.
A peça informa que, caso o teste de HIV dê positivo, com o tratamento adequado, o vírus pode ficar indetectável e a pessoa não desenvolve a doença. Todo o tratamento contra HIV e AIDS é oferecido pelo SUS, gratuitamente.
A campanha tem filme para TV, peças de mídia exterior como outdoor social, peças para internet e redes sociais, cartazes e spot para rádio.
Até dezembro de 2019, a previsão é distribuir 462 milhões de preservativos masculinos, e 7,3 milhões de unidades de preservativos femininos. Até o final de dezembro, está previsto a finalização da entrega de 12,1 milhões de testes rápidos de HIV, para diagnóstico de pessoas infectadas.
Segundo o ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta, a campanha é para vencer desafios. “O maior desafio ainda é o medo”, afirma o ministro sobre o receio de muitos ao fazer o teste de HIV.
Mulher grávida gestante gestação gravidez — Foto: Pixabay
Transmissão vertical
No Brasil, entre os anos 2000 e 2019 foram notificadas 125.144 gestantes infectadas com HIV. A transmissão vertical do HIV ocorre quando a gestante que possui o vírus transmite o HIV para o bebê durante a gestação, o parto ou a amamentação.
Segundo o ministério, o maior número de mulheres grávidas que possuem o vírus está entre jovens de 20 a 24 anos (27,8%).
O Brasil é signatário do compromisso mundial de eliminar a transmissão do HIV de mãe para filho. Três municípios brasileiros receberam o Certificado de Eliminação da Transmissão Vertical de HIV: no Paraná, Curitiba e Umuarama receberam a certificação em 2017 e 2019.
A previsão é que São Paulo receba o título na próxima terça-feira (3). A certificação possibilita a verificação da qualidade da assistência ao pré-natal, do parto, puerpério e acompanhamento da criança e do fortalecimento das intervenções preventivas.
Aos 67 anos, mulher dá à luz na China
Nome escolhido para a bebê significa 'presente do céu'. Gravidez pode representar novo recorde mundial.
Por France Presse.
Mulher de 67 anos dá luz na China nesta sexta-feira (25) — Foto: Reprodução/South China Morning Post
Uma mulher de 67 anos deu à luz uma menina no leste da China na sexta-feira (25). Ela afirma ser a chinesa mais velha a ter um bebê fruto de uma gravidez natural. A mãe, identificada como Tian, teve sua filha por cesariana na província de Shandong, segundo a imprensa local.
Perguntada pela AFP, a maternidade da cidade de Zaozhuang confirmou que uma mulher de 67 anos deu à luz em sua sede, mas disse que não podia comentar sobre as condições da concepção porque Tian entrou em contato com a clínica quando ela já estava grávida.
"A menina é um presente do céu para nós dois", declarou o marido de Tian, de 68 anos, no site de informações Guancha.cn.
Segundo o jornal Global Times, a bebê foi chamada de "Tianci", que significa "presente do céu" em chinês.
Se for confirmado que a gravidez de Tian foi natural, o nascimento pode ser um novo recorde mundial. Segundo o livro do Guinness, a mulher mais velha a dar à luz uma criança naturalmente concebida foi uma britânica de 59 anos em 1997.
Com a ajuda da fertilização in vitro, o recorde mundial é de uma espanhola, María del Carmen Bousada Lara, que teve gêmeos em 2006, quando estava prestes a comemorar seus 67 anos. Ela morreu de câncer dois anos depois.
O jornal local Jinan Times disse que Tian já tinha dois filhos, incluindo um nascido em 1977, pouco antes da aplicação da política do filho único imposta para impedir a explosão populacional na China. Agora os casais podem ter dois.
Tanhacu.:Homem morre eletrocutado em fazenda no sudoeste da Bahia após encostar em arame
Caso ocorreu em fazenda localizada na zona rural de Tanhaçu. Polícia informou que arame estava conectado a fio que conduzia eletricidade para bomba de água instalada em tanque.
Por G1 BA.
Um homem de 28 anos morreu eletrocutado na tarde desta quarta-feira (24), após encostar em um arame farpado que divide uma fazenda localizada na zona rual de Tanhaçu, sudoeste da Bahia. A informação é da Polícia Civil da cidade.
Segundo o delegado Edson Silva, titular da delegacia no município, o homem identificado como Maxsuel Rocha da Silva, estava nos fundos da residência onde morava, quando levou a descarga elétrica. A vítima acabou tocando na cerca e morreu no local. Não há detalhes se ele era funcionário da fazenda.
O delegado informou ainda que o arame estava conectado a um fio que conduzia eletricidade para uma bomba de água instalada no tanque da casa da vítima. O reservatório fica a cerca de 50 metros do fundo da casa onde Maxsuel estava.
O Departamento de Polícia Técnica (DPT) da cidade foi acionado para realizar a perícia do local e removeu o corpo para o Instituto Médico Legal (IML). Não há informações sobre o sepultamento da vítima.
De falta de esgoto a moradores demais, os problemas de lares brasileiros que atrasam o desenvolvimen
O ambiente em que a criança vive em seus primeiros anos de vida importa porque interfere diretamente em sua saúde e desenvolvimento cerebral em um período crucial.
Por BBC.
Moradias de renda insuficiente, com excesso de pessoas, sem saneamento básico. A descrição se encaixa em um número considerado preocupante de lares brasileiros que abrigam crianças de zero a seis anos, com impactos sobre seu bem-estar, aprendizado e desenvolvimento ao longo de toda a sua vida futura – e com grande chance de isso se reverter em mais custos futuros para o Estado.
Das 18,4 milhões de crianças que o Brasil tinha em 2017, 41,3% delas habitavam casas com ao menos uma inadequação de saneamento, seja ausência de esgoto, abastecimento de água ou coleta de lixo. Quase um quarto das casas delas tinha ao menos uma inadequação de moradia, ou seja, sem banheiro próprio, paredes de materiais não resistentes, adensamento excessivo (mais de três pessoas dividindo cada dormitório) ou custos de aluguel que não cabiam no bolso da família.
No que diz respeito a renda, eram quase 2,8 milhões de crianças de zero a seis anos vivendo em lares com rendimento real per capita de no máximo US$ 5,50 por dia – linha de pobreza definida pelo Banco Mundial e equivalente, na cotação atual, a R$ 22 por pessoa por dia.
Os dados foram levantados na pesquisa do IBGE Pnad Contínua para a BBC News Brasil pelo economista Naercio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, que traçou um quadro sobre a vulnerabilidade de lares que abrigam crianças pequenas para o Simpósio Internacional de Equidade na Primeira Infância, realizado na última semana, em São Paulo.
De acordo com o levantamento, 5,4% dos lares com crianças pequenas estavam em situação de pobreza extrema, vivendo com o equivalente a menos de R$ 8 por dia por pessoa.
O ambiente em que a criança vive em seus primeiros anos de vida importa porque interfere diretamente em sua saúde e desenvolvimento cerebral em um período crucial: é na primeira infância que "o cérebro constrói a base das habilidades cognitivas e de caráter necessárias para o sucesso na escola, na saúde, na carreira e na vida", segundo costuma descrever o economista americano James Heckman, ganhador do Nobel e referência em pesquisas do desenvolvimento humano do ponto de vista econômico.
"Em um país como o Brasil, que chegou a ser a sétima economia do mundo, é muito impressionante que a gente não esteja investindo nessas crianças e não deixando que elas cresçam em ambientes minimamente protegidos", diz Naercio Menezes Filho.
"Essas crianças vão se tornar jovens e vão ter problemas de aprendizado, de evasão escolar – muito provavelmente muitas não vão concluir o ensino médio –, vão pegar um emprego informal, ou se tornar nem-nem (grupo que nem estuda, nem trabalha) e podem depender do Estado para o resto da vida", diz ele.
"O melhor é investir agora, resolver esses problemas (de condições básicas de vida), e economizar dinheiro no futuro. (...) A primeira infância tem a maior taxa de retorno no ciclo de vida das políticas públicas."
Um estudo da ONG britânica Shelter apontou que as crianças do país que viviam em condições inadequadas de habitação tinham maior chance de desenvolver problemas mentais, comportamentais e educacionais – e, em consequência, maior dificuldade em conseguir empregos e sair da pobreza.
A Unicef, agência da ONU para a infância, estima que o desperdício de potencial humano na primeira infância tenha impacto de 20% na produtividade futura dessas crianças quando adultas.
"O que acontece nesses primeiros anos é crucial para o desenvolvimento de qualquer criança. É um período de grande oportunidade, mas também de vulnerabilidade a influências negativas", diz a entidade. "Esforços para melhorar o desenvolvimento de crianças pequenas são um investimento, e não um custo. Intervenções indicam que para cada dólar investido em melhorar o desenvolvimento na primeira infância tem retorno de quatro a cinco vezes maior que a quantia investida, ou até mais em alguns casos."
A agência destaca, ainda, que a falta de acesso a condições sanitárias adequadas e maus hábitos de higiene chegam a responder, historicamente, por cerca de metade dos casos globais de desnutrição infantil – o que, por sua vez, também impacta negativamente o desenvolvimento cognitivo, motor e socioemocional das crianças, com efeitos diretos em seu desempenho escolar.
População do bairro Riacho Doce, na Zona Norte de Maceió: ninguém tem coleta de esgoto no bairro — Foto: Marcelo Brandt/G1
Diferenças regionais e raciais
Ainda segundo os dados levantados por Menezes, quase 42% dos brasileiros que moram com crianças pequenas têm rendimento domiciliar per capita de no máximo US$ 5,50 (R$ 22) por dia. E, apesar de viverem na pobreza, 14% dessas pessoas não recebem nenhum tipo de transferência de renda estatal.
O estresse que a pobreza e as condições inadequadas de habitação impõem sobre os adultos pode refletir nas crianças, explica o economista.
"É muito difícil morar em domicílios com adensamento excessivo, sem transferência de renda, sem saneamento. (...) Se mães sozinhas ficarem deprimidas por essa situação, será um fator importante, que dificulta sua interação (com os filhos) e prejudica o desenvolvimento infantil. Alguns estudos mostram que os problemas (de saúde mental) da mãe se transferem para os filhos."
Menezes identificou, também, significativas diferenças regionais entre as condições habitacionais de crianças pequenas.
Em Estados como Alagoas, Maranhão, Acre e Piauí, por exemplo, um terço das crianças pequenas vive em lares com renda efetiva diária de até US$ 5,50 – o dobro da média nacional.
As diferenças se evidenciam também no recorte racial. As inadequações em saneamento básico (acesso a esgoto, água ou coleta de lixo) afetam os lares de cerca de 30% de meninas e meninos brancos, mas o índice sobe para cerca de 50% entre meninas e meninos negros e pardos.
Outro levantamento prévio, feito pela Fundação Abrinq, também com base em dados do IBGE, aponta que o Brasil tem 9,4 milhões de crianças e adolescentes em situação domiciliar de pobreza extrema, ou seja, com renda per capita mensal inferior ou igual a um quarto do salário mínimo (quantia equivalente a R$ 250).
Perspectivas opostas
Menezes aponta que é possível enxergar os dados de pobreza sob duas perspectivas opostas: o quadro maior dá sinais positivos, enquanto o cenário de curto prazo é pessimista.
"Historicamente, houve uma redução muito grande na proporção (de lares vulneráveis), porque o Brasil vivia em situação de alta pobreza nos anos 1980 e 1990, sem mecanismos de proteção social e quando o saneamento era pior ainda", afirma.
"O Brasil melhorou muito desde a Constituição (de 1988) até agora. Mas a crise econômica pode ter contribuído para piorar um pouco (o cenário) desde 2015. O IBGE mostra que houve um aumento (na vulnerabilidade dos mais pobres) entre 2016 e 2017, provavelmente também entre as crianças. Alguns dados mostram que a desigualdade também aumentou nesse período."
Esse aumento foi contido, segundo Menezes, pela rede de políticas públicas e transferência de renda criada nas últimas décadas, incluindo o Bolsa Família, a expansão do Sistema Único de Saúde (SUS), seguro-desemprego e programas como Criança Feliz (de atendimento à primeira infância em lares vulneráveis) e Saúde da Família.
"Tudo isso serve para impedir que em momentos de crise você tenha um aumento muito grande" na pobreza, diz.
Desigualdade de oportunidades
Ao mesmo tempo, Menezes explica que essa soma de adversidades logo no início da vida impede que tantas crianças tenham condições de atingir seu pleno potencial para competir com quem teve suas necessidades básicas atendidas desde a primeira infância.
"Não existe meritocracia no sentido estrito do termo no Brasil, à medida que você tem tanta desigualdade de oportunidades", afirma Menezes.
"Talvez exista meritocracia entre as pessoas que já nascem sem esses problemas todos (relacionados à pobreza extrema), daí o esforço e a garra são recompensados. Mas quando você vê uma parcela grande de (crianças com) ao menos uma inadequação na moradia – essas crianças não vão ter igualdade de oportunidades, e se não conseguirem sucesso na vida não vai ser unicamente por causa do esforço delas, mas pelas condições em que cresceram (e o impacto disso) no desenvolvimento futuro delas."
Brasil.: Morador de Coronel Vivida de 117 anos pode ser um dos homens mais velhos do mundo
Sebastião Batista dos Santos nasceu no dia 15 de março de 1902. Ele recebeu uma nova identidade e registro de nascimento de técnicos do Instituto de Identificação do Paraná.
Por RPC Foz do Iguaçu.
Sebastião Batista dos Santos pode ser um dos homens mais velhos do mundo. Com 117 anos, o centenário, que mora em Coronel Vivida, no sudoeste do Paraná, gosta de passar o tempo na varanda de casa tocando a gaita que ganhou dos amigos. O segredo da longevidade é a alegria. Ele está sempre sorrindo.
“Estou sempre alegre, graças a Deus! A riqueza que Deus me deu foi essa, sou pobre mas alegre”, se diverte o centenário.
Outra paixão é a horta. Há uma semana ele plantou pés de mandioca no quintal de casa com a ajuda da filha e da neta. Seu Sebastião teve uma doença e ficou um pouco debilitado, mas ainda espera voltar a cuidar das plantas.
“Estou com esperança que daqui mais uns dias já vou de novo limpar, plantar mais um pouco. Tenho esperança de trabalhar mais um pouco ainda”, diz Sebastião Batista dos Santos, de 117 anos
A filha de Sebastião diz que muitas pessoas chegaram a duvidar da idade do pai.
"Algumas pessoas não acreditavam que ele tinha essa idade. A gente apresentava a identidade e o CPF, mas aí perguntavam se tínhamos o registro de nascimento. Não tínhamos", conta Joceli Santos.
Depois de saber da história do centenário, os técnicos do Instituto de Identificação do Paraná foram pesquisar os registros e conseguiram confirmar, Sebastião nasceu em 15 de março de 1902. Com ajuda dos servidores, ele recebeu a certidão de nascimento e uma nova carteira de identidade.
"A gente tinha uma certidão dele lá no setor de microfilmagem quando ele fez a primeira identidade nos anos 70”, explicou o papiloscopista Roque da Silva.
Agora, com toda documentação oficial, Sebastião pode até ser reconhecido como o homem mais velho do mundo.
A assessoria do Instituto de Identificação do Paraná entrou em contato com o livro mundial dos recordes que está analisando o caso.
A expectativa é de que a resposta seja enviada em até seis meses.
Registro de nascimento comprova que homem nasceu em 1902 — Foto: Reprodução/RPC
Projeto de Lei torna obrigatória apresentação da Carteira de Vacinação em creches e escolas na Bahia
A Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa (Alba) aprovou nesta terça-feira (24), um Projeto de Lei que torna obrigatória, em todo o estado, a apresentação da Carteira de Vacinação de crianças e de adolescentes, em todas as creches e escolas da rede pública, que ofereçam educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, durante o ato da matrícula. De acordo com o Projeto de Lei, no caso de o matriculado não possuir a carteira de vacinação, seu responsável terá o prazo de 30 dias para providenciá-la junto ao órgão responsável, sob pena de comunicação ao Conselho Tutelar para as devidas providências. Agora o projeto segue para votação no plenário da casa legislativa e, caso aprovado, vai para sanção do governador.
Câncer de colo de útero: no caminho da extinção?
O câncer de colo de útero pode deixar de ser um problema de saúde pública — Foto: Divulgação/Hey Paul Studios/VisualHunt
Podemos efetivamente conseguir que o câncer de colo de útero deixe de ser uma preocupação de saúde para as mulheres das futuras gerações?
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a resposta a esta pergunta é “SIM, o câncer de colo de útero pode deixar de ser um problema de saúde pública”.
- Uma mulher grávida ou bebê morre a cada 11 segundos no mundo, diz Unicef
O câncer de colo de útero é hoje a quarta causa de morte por câncer mais frequente em todas as mulheres do mundo. Na região das Américas, segundo a OPAS (Organização Pan-americana de Saúde) em 2018 houve 1,8 milhão de mulheres diagnosticadas com câncer de colo de útero, e foram registradas 658 mil mortes por essa causa.
Tudo isso, segundo a OMS, poderia ter sido evitado.
Qual a estratégia da OMS para eliminar o câncer de colo de útero do cenário mundial?
1. Vacinação dos adolescentes
O câncer de colo de útero é causado por um vírus, o papiloma vírus, ou HPV. Há mais de 100 tipos desses vírus. Alguns são reconhecidamente mais cancerígenos. Existe uma vacina que eficazmente protege contra esse vírus cancerígeno.
No Brasil, a vacina protege contra 4 tipos de HPV que podem dar câncer de colo de útero, ânus, pênis, vulva, vagina e orofaringe.
A vacina é pública e gratuita, e está indicada para garotas de 9 a 14 anos e garotos a partir de 11 a 14 anos. São necessárias duas doses.
2. Diagnóstico Precoce e Tratamento Imediato
Quanto antes for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, melhor.
Por isso, recomenda-se que todas as mulheres que já tiveram ou têm vida sexual ativa, entre 25 e 64 anos de idade, façam regularmente o exame de papanicolau, que pode detectar o câncer em suas fases iniciais.
Se o câncer de colo de útero for diagnosticado precocemente, a chance de tratamento é próxima de 100%.
Importante saber:
- O câncer de colo de útero desenvolve-se lentamente e, no começo, é silencioso. Isto é, não dá nenhum sinal clínico. Por isso o papanicolau de rotina é muito importante.
Atenção aos seguintes sinais:
- Manchas de sangue entre os períodos de menstruação;
- Sinais de sangramento após a menopausa;
- Sangramento após a relação sexual;
- Corrimento vaginal persistente, às vezes com mau cheiro.
Esses sinais podem indicar algum problema, dentre os quais o câncer de colo de útero. Procure um médico se você apresentar quaisquer um desses sintomas.
O câncer de colo de útero tem cura quando reconhecido no início. A vacina é extremamente eficaz, segura, está recomendada para jovens – garotos e garotas – e é gratuitamente distribuída na rede pública.
Portanto, a OMS, mais uma vez tem razão: o câncer de colo de útero pode deixar de ser um problema de saúde pública para as futuras gerações. Desde que nós façamos nossa parte, claro.
Após surto entre jumentos criados para exportação de carne, doença do mormo é controlada na Bahia
De acordo com a Agência de Defesa Agropecuária (ADAB), últimos casos foram registrados em fevereiro deste ano, em fazendas de criação para abate. Cinco animais foram sacrificados.
Por G1 BA.
A doença do mormo, responsável pela morte de ao menos cinco jumentos na Bahia só neste ano, está controlada no estado. A informação foi divulgada pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB).
De acordo com o diretor geral do órgão, Maurício Bacelar, não há registros da doença no estado desde fevereiro deste ano, quando a Bahia teve um surto da bactéria, que também pode atingir humanos.
O último caso, segundo Maurício Bacelar, ocorreu em uma fazenda ilegal de criação para abate e exportação da carne de jumentos, na cidade de Euclides da Cunha. Na ocasião, dois animais infectados com a doença foram sacrificados e a propriedade ficou temporariamente interditada.
"O protocolo de sanidade animal recomenda que todos os animais da propriedade sejam submetidos a exame laboratorial num espaço de 30 dias, não sendo detectada a bactéria, o surto é considerado controlado e a propriedade desinterditada. Foi o que ocorreu em Euclides da Cunha", disse o diretor.
Além de Euclides da Cunha, neste ano também houve registro na cidade de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador. No entanto, segundo a ADAB, nenhum humano foi infectado pelo mormo no estado.
Ainda de acordo com Maurício Bacelar, o primeiro registro de doença de mormo na Bahia ocorreu em 2012, na cidade de Guanambi, na região sul.
"Hoje não temos nenhuma ocorrência no estado. O último registro no estado foi em 2018, no município de Euclides da Cunha", destaca.
Doença de mormo
O mormo é uma doença infectocontagiosa, que atinge equinos e que pode ser transmitida para humanos.
Em animais, os sintomas da zoonose são: febre, fraqueza, corrimento viscoso nas narinas e a presença de nódulos subcutâneos, nas mucosas nasais, nos pulmões e gânglios linfáticos.
O contágio acontece através do contato com o material infectante, como pus, secreção nasal, urina e fezes.
Estudante faz descoberta científica ao tentar ajudar o pai, um vendedor de caldo de cana
João, de 19 anos, encontrou a solução de como manter o caldo fresco por mais de um dia. Descoberta pode ajudar no combate a uma grave questão de saúde no Brasil.
Por Fantástico.
A curiosidade fez João, filho de vendedores de caldo de cana, levar um problema que ele via no dia a dia para as aulas de ciência: como manter o caldo de cana fresco por mais de um dia?
Pois o estudante do Mato Grosso do Sul, de apenas 19 anos, encontrou a solução, e ainda fez uma descoberta científica que pode ajudar no combate a uma grave questão de saúde no Brasil.
Atendimentos do SUS a jovens com depressão crescem 115% em três anos
Levantamento do Ministério da Saúde divulgado nesta terça-feira (17) inclui procedimentos ambulatoriais e internações no Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2015 e 2018.
Por Rafaella Viana, TV Globo — Brasília.
Os atendimentos ambulatoriais e internações no Sistema Único de Saúde (SUS) relacionados à depressão cresceram 52% entre 2015 e 2018, passando de 79.654 para 121.341. Na faixa etária de 15 a 29 anos, o crescimento foi de 115%, segundo um levantamento do Ministério da Saúde divulgado nesta terça-feira (17).
A pasta explica que o aumento nos dados pode estar relacionado à maior procura pela assistência, mas não descarta um possível aumento nos casos de depressão na população.
- Dra. Ana Escobar | Suicídio: precisamos falar sobre isso
"A depressão às vezes ela é vista como 'frescura'", destacou em coletiva de imprensa o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. "As pessoas diminuem a importância, eventualmente, de um drama pra um adolescente que, em tempos de internet, é super amplificado".
Em 2019, dados parciais mostram que já foram feitos, no SUS, 49.176 atendimentos relacionados à depressão e 16.311 internações.
Aumento nos diagnósticos de depressão
Entre 2011 e 2018, foram notificados 339.730 casos de violência autoprovocada, 33% deles classificados como tentativa de suicídio. Jovens entre 15 e 29 anos representam 45% do total. Os estudantes são 30% dos casos notificados, logo após vêm as donas de casa, com 23% das notificações.
No Brasil, estima-se que 14,1 milhões de pessoas tenham diagnóstico de transtornos ou sofrimentos mentais, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com depressão aumentou 18,4% nos últimos dez anos.
A depressão é um transtorno mental caracterizado por tristeza persistente e pela perda de interesse em atividades normalmente prazerosas. O SUS oferece atendimento a pessoas com transtornos mentais nas Unidades de Saúde da Família e nos Centros de Atenção Psicossocial, os Caps. Nesses serviços é possível ter uma avaliação profissional e, se necessário, ser encaminhado para outro serviço especializado da Rede de Atenção Psicossocial do SUS.
Campanha de apoio à vida
Os números sobre a doença foram divulgados durante o lançamento da campanha "Se liga! Dê um like na vida", que tem o objetivo de estimular a população jovem a dialogar e "desmistificar a vida virtual".
A ideia, segundo os responsáveis, é valorizar as relações presenciais e reforçar a importância de estar sempre alerta aos sintomas da depressão, além de buscar ajuda.
- Na contramão da tendência mundial, taxa de suicídio aumenta 7% no Brasil em seis anos
"Faltava essa pegada, essa linguagem pra juventude", disse a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. O filme da campanha será veiculado até 1º de outubro em cinemas e na internet.
Busque ajuda
Em caso de sintomas de depressão, procure a ajuda de um profissional habilitado. O Ministério da Saúde divulga os seguintes endereços para ajuda:
- CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da Família, Postos e Centros de Saúde).
- UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro; Hospitais
- Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita). O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e voip, 24 horas por dia, todos os dias. A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número 188, é gratuita a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular.
- Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre a ligação gratuita.
Síndrome metabólica é uma bomba relógio para saúde do coração: 6 sintomas
- Estresse
- Sono irregular
- Sedentarismo
- Acúmulo de gordura abdominal,
- Alimentação inadequada (com excesso de gorduras saturadas e carboidratos simples)
- Obesidade central ou periférica denominada pelo Índice de Massa Corporal (IMC) ou pelo tamanho da circunferência abdominal (nos homens até 102 cm e, nas mulheres, até 88 cm)
- Fatores genéticos ligados a casos de diabetes ou pressão alta na família
- Síndrome do ovário policísticos
- Índice glicêmico em jejum oscilando entre 100 e 125
- Valores baixos de HDL (colesterol bom) e elevados de LDL (mau colesterol)
- Níveis aumentados de triglicérides
- 4 alimentos que fortalecem veias e artérias e previnem doenças vasculares
- Inchaço, fadiga e mais sintomas pouco falados de problemas no coração
- Por que o frio aumenta chance de ter infarto e AVC e quem corre mais risco?
Sobe para quatro o número de casos confirmados de sarampo na Bahia
Pacientes tiveram contato com vírus em outros estados, segundo Sesab. Mais 103 casos estão sob investigação.
Por TV Bahia.
O número de casos confirmados de sarampo na Bahia subiu de 3 para 4, segundo o último balanço da doença, divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) nesta quinta-feira (5).
Segundo a Sesab, todos os pacientes diagnosticados com sarampo na Bahia contraíram o vírus fora do estado. Há casos importados da Espanha, São Paulo e Minas Gerais.
Entre os pacientes está uma menina de 12 anos, que mora em Salvador. Além dela, dois casos foram registrados em Porto Seguro, no sul do estado, e o outro em Souto Soares, na Chapada Diamantina.
Conforme a Sesab, além dos casos confirmados, há 103 sob investigação. Destes, 52 estão em Salvador, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Na Bahia, segundo a Sesab, a cobertura da 1ª dose da vacina está em 63%, porém, deveria ter alcançado 95%. A 2ª dose tem cobertura vacinal de apenas 49% no estado.
A Bahia ainda não tem registro de mortes pela doença neste ano, contudo, 4 casos já foram registrados em outros pontos do país.
Em alerta divulgado na quarta-feira (4), a Sesab chama atenção de baianos que estão com viagem marcada para São Paulo, estado em que há maior incidência de casos.
A orientação é de que todos se vacinem contra o vírus antes de viajar.
O esquema de vacina por idade para o atual cenário epidemiológico, orientado pelo Ministério da Saúde, é o seguinte:
- De 6 a 11 meses: A criança deve receber a dose zero da vacina Tríplice Viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba
- 12 meses : 1ª dose da vacina Tríplice Viral
- 15 meses: 2ª dose da vacina Tríplice Viral
- 12 a 29 anos: Caso não tenha sido vacinado anteriormente, deve receber duas doses da vacina Tríplice Viral, com intervalo de 30 dias
- 30 a 49 anos: Caso não tenha sido vacinado anteriormente, deve receber uma dose da vacina Tríplice Viral
Sesab orienta que baianos que irão viajar para SP se vacinem contra sarampo — Foto: Susan Hortas/Divulgação
Vírus da zika pode causar complicações neurológicas em adultos, diz estudo da UFRJ
Antes acreditava-se que a doença afetava somente as células progenitoras ou neurônios ainda imaturos, como no cérebro dos fetos. Segundo pesquisador, corte de bolsas da Capes torna 'impossível' continuidade da pesquisa.
Por Cristina Boeckel, G1 Rio.
Um estudo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) publicado nesta quinta-feira (5) na Nature Communication – um dos principais veículos de divulgação científica do mundo – indica que o vírus da zika é capaz de infectar tecidos cerebrais adultos.
Antes, acreditava-se que a doença afetava somente as chamadas células progenitoras ou neurônios ainda imaturos, como ocorre no cérebro dos fetos. A doença é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti.
O coordenador do estudo e professor do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da UFRJ, Sérgio Teixeira Ferreira, explicou que a principal contribuição da pesquisa foi revelar que o vírus não afetava apenas cérebros em desenvolvimento.
"Todos os estudos até então focaram em como o zika afetava os fetos quando as mães eram infectadas", destacou o neurocientista.
- Mayaro, dengue, zika e chikungunya: veja semelhanças e diferenças entre os vírus transmitidos por mosquitos
A descoberta dos cientistas brasileiros esclarece casos de complicações neurológicas em adultos infectados durante o surto da doença, em 2015. Em algumas situações, o vírus gerava desde confusão mental até dificuldade motora.
Para chegar às conclusões, os pesquisadores infectaram com o vírus amostras de tecidos de cérebros adultos operados no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, o hospital universitário da UFRJ.
"Depois de um tempo incubado, verificamos que este tecido era infectado, principalmente os neurônios", destacou a neurocientista Claudia Pinto Figueiredo, professora da Faculdade de Farmácia da UFRJ, também uma das responsáveis pela coordenação da pesquisa.
Aedes aegypti — Foto: Fiocruz/Divulgação
Danos
Figueiredo destaca que estudos prévios já haviam demonstrado a presença do vírus da zika no líquor – tecido que banha o sistema nervoso central de pacientes adultos na fase aguda da infecção.
Os estudos para a comprovação da infecção dos cérebros de adultos seguiram sendo realizados com camundongos adultos infectados pela zika.
"O vírus não causa uma má formação do cérebro, pois ele já está pronto. Não há uma degeneração, mas vimos que o vírus ataca os neurônios e causa alterações que levam a perdas de controle e de memória", ressaltou o professor Sérgio Teixeira Ferreira.
Os dados também mostraram que os sintomas de problemas neurológicos permanecem mesmo após a infecção ter sido controlada.
"Estes prejuízos não foram só na fase aguda da infecção. Em 30 dias, quase não há vírus no cérebro, mas ainda há danos", destacou a professora Claudia Pinto Figueiredo.
Medicamento para artrite
Outra descoberta do estudo é que um medicamento anti-inflamatório, hoje usado para o tratamento da artrite reumatoide, cujo nome genérico é infliximab, pode reduzir os prejuízos neurológicos causados pelo vírus.
"Esse estudo é importante para traçar políticas públicas para avaliar os efeitos da doença na população. Isso, a longo prazo, pode trazer benefícios para a população, além de diminuir os gastos", explicou Figueiredo.
A pesquisa, que também tem como uma das coordenadoras a médica virologista Andrea DaPoian, professora do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ, começou no início de 2016. Todos os profissionais que fizeram parte do estudo são da universidade.
O estudo teve financiamento público, com a Rede de Pesquisa em Zika, Chikungunya e Dengue no Estado do Rio de Janeiro, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Cortes podem comprometer pesquisa
A professora Cláudia Figueiredo acredita que com os cortes em bolsas de pesquisa, o futuro do estudo pode ser comprometido.
"Quanto aos próximos passos da pesquisa, nosso grupo pretendia seguir avaliando os efeitos das arboviroses [doenças transmitidas por mosquitos] sobre o sistema nervoso de adultos, mas com o corte de bolsas dos pesquisadores e orçamento da CNPq previsto para 2020, isso será impossível. O que é uma pena, principalmente para a população que esta exposta a epidemia de Chikungunya atualmente - que também tem resultado em quadros neurológicos graves e dor crônica, e pode estar exposta em um futuro próximo a novos surtos de Zika", destacou a pesquisadora.
Segundo ela, toda a população perde com os cortes, não somente os pesquisadores.
"É importante ressaltar que a formação da nova geração de mestres e doutores é um pilar fundamental para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação do Brasil, potencializando o crescimento econômico e social, diminuindo as assimetrias, e levando a melhores condições de vida da população brasileira", explicou.
O que fazer quando alguém está tendo um infarto? 8 passos de primeiros socorros salvam vidas
- Dor no peito
- Queimação e/ou aperto no peito que pode irradiar para os braços ou mandíbula
- Enjoo ou vômito
- Suor frio
- Falta de ar
- Palpitações
- Tontura intensa
- Desmaio
- Passo 1: posicione o corpo com as costas no chão. Se ajoelhe ao lado e fique bem perto do tronco da pessoa.
- Passo 2: coloque uma mão sobre a outra. Elas ficarão no meio do peito, na altura dos mamilos.
- Passo 3: deixe os braços esticados e lembre-se: a força deve ser feita com os ombros, não com os cotovelos.
- Passo 4: aplique uma pressão vigorosa, de modo que a caixa torácica desça até 5 centímetros.
- Passo 5: repita o movimento sem parar 120 vezes por minuto, ou duas vezes a cada segundo.
- Passo 6: se você cansar, chame alguém para continuar realizando a ação.
- Passo 7: não faça a respiração boca a boca (as diretrizes atuais desaconselham o procedimento).
- Passo 8: mantenha a massagem cardíaca até a chegada da ambulância.
- Queda de temperatura pode aumentar risco de infarto em até 30%
- Pular café da manhã faz mal ao coração e aumenta chances de ter infarto
- Mulher morre mais de infarto do que homem: este exame ajuda a prevenir
Mulher é presa suspeita de estuprar garoto de 12 anos na Bahia; crime foi filmado
Segundo a Polícia Militar, vídeo do crime circulava na internet e foi feito por dois adolescentes, que foram apreendidos.
Por G1 BA.
Mulher é presa suspeita de estuprar garoto de 12 anos — Foto: CIPE Sudoeste/ Polícia Militar
Uma mulher foi presa suspeita de estuprar um garoto de 12 anos, na noite de segunda-feira (26), em Vitória da Conquista, cidade do sudoeste da Bahia. Segundo a Polícia Militar, o crime foi filmado por dois adolescentes e o vídeo compartilhado em redes sociais.
De acordo com a PM, a guarnição localizou a suspeita no bairro Henriqueta Prates após uma denúncia anônima. A mulher, conhecida como "Rosa Cigana", confessou o crime e informou que dois menores de 12 e 17 anos participaram da filmagem do crime. Eles foram apreendidos.
Conforme informações da polícia, os adolescentes foram localizados no bairro Urbis 5 e todos os envolvidos foram levados para a Delegacia de Vitória da Conquista.
A suspeita vai responder pelo crime de estupro de vulnerável.
Jacaraci .: A Nutricionista Joelma Siqueira dá Dica de Como Emagrecer Com Saúde?
Após 1 ano, mãe de menino que teve espeto cravado no olho relembra drama e diz que ainda aguarda
Acidente ocorreu, em julho de 2018, enquanto criança brincava com amigos, na rua da casa onde mora, na cidade de Santa Luzia, no sul da Bahia.
Por G1 BA.
Raio-x mostra espeto cravado na cabeça da criança — Foto: Ascom da Santa Casa de Misericórdia
Passado um ano, Marinalva Santos, mãe do menino Rian Santos, de 9 anos, que teve um espeto cravado no olho enquanto brincava com amigos na rua da casa onde mora na cidade de Santa Luzia, no sul da Bahia, conta que ainda não conseguiu esquecer o drama que passou com o filho.
Hoje, no entanto, bem mais tranquila depois que tudo acabou bem, já que a criança não teve nenhuma sequela, ela diz que só o que a incomoda é o fato de ainda não ter conseguido levar o menino para fazer um acompanhamento com um neurologista.
O acompanhamento foi indicado pelos médicos após o menino ter recebido alta, em agosto de 2018, depois de um mês internado -- ele tinha oito anos quando o acidente ocorreu. No entanto, Marinalva diz que ela ainda não encontrou vaga na rede pública para que o filho possa passar por um profissional da área na cidade.
"Ele não conseguiu passar por um neuro ainda, desde que deixou o hospital. Eu venho cobrando direto e nada. Assim que ele teve alta, chegamos em casa e, no outro dia, eu levei os papeis na prefeitura, na secretaria de saúde, e disse que ele precisava passar por um neuro", contou a mãe do garoto.
"Mas todas as vezes que fui lá, eles vêm com a mesma desculpa de que estão sem médico. Somente agora, no mês passado, disseram que um médico já estava atendendo e que iriam marcar, mas não deram nenhuma previsão. Então, infelizmente, esse acompanhamento não está acontecendo", disse.
Marinalva diz que ela e o marido não têm condições de arcar com os custos médicos e que, por conta disso, depende da rede pública.
"A gente não tem condições de pagar. A situação aqui é difícil, não tem trabalho. Meu marido trabalha na roça de cacau, e eu estou desempregada e tenho só como renda o Bolsa Família. Quando tem cacau na roça, a gente consegue um dinheirinho, mas acaba logo".
O G1 não conseguiu contato com a assessoria de comunicação da prefeitura de Santa Luzia e nem com a secretaria de saúde para falar sobre a indisponibilidade de um médico para fazer o acompanhamento de Rian.
Rian Santos em foto de 2018, quando ainda estava se recuperando de grave lesão no olho. — Foto: Reprodução/TV Bahia
"Quando os médicos deram alta para ele, avisaram que, depois, era para ele ter um acompanhamento de um neuro e de um oftalmologista. Com o oftalmologista a gente conseguiu marcar quatro meses depois da alta dele, mas com o outro está difícil", afirma.
Segundo a mãe, o oftalmologista que atendeu Rian disse que a visão do menino não foi afetada.
"Às vezes ele reclama de dor de cabeça. Além disso, perto do local onde ele fez a cirurgia, nasceu um pequeno caroço e isso me deixa preocupada. Por isso eu quero que ele passe logo pelo neuro, mas até agora estou sem respostas", afirma.
Marinalva diz que, apesar de tudo, Rian está levando uma vida normal. Ele completou nove anos de idade no dia 27 de março. "Ele brinca muito e está estudando normalmente, no quarto ano [do ensino fundamental]. Está um pouco mais atento às brincadeiras, evitando se envolver em novos acidentes", diz.
"Eu, até agora, quando ele está brincando, fico olhando e agradecendo a Deus cada vez mais, por cada segundo da vida dele. Cada vez que eu vejo ele brincando é uma alegria", conta a mãe.
Caso
Raio-x mostra espeto cravado na cabeça da criança — Foto: Ascom da Santa Casa de Misericórdia logo aacima
O caso aconteceu em 22 de julho e chamou a atenção pela gravidade. Rian contou que brincava quando caiu e o espeto, que estava na mão dele, acabou perfurando o olho.
O espeto de ferro que perfurou o olho de Rian tinha, ao todo, 38,5 centímetros. Mas a parte do objeto que entrou no cérebro do menino foi de 12,5 centímetros de comprimento.
Rian Santos ficou mais de quatro horas com o espeto cravado na cabeça e, por alguns dias, ficou com dificuldade para enxergar.
Após o acidente, ele ficou internado no Hospital Manoel Novaes, em Itabuna, cidade a cerca de 100 km do município onde ele mora, também no sul da Bahia.
A cirurgia para retirada do espeto foi bastante delicada e durou três horas.
Espeto que perfurou o olho de Rian tinha 38,5 centímetros de comprimento. — Foto: Reprodução/ TV Globo
Os médicos relataram que, por pouco, Rian não teve graves sequelas. O espeto entrou pela órbita direita, cavidade onde fica o olho, raspou pela carótida, artéria que leva o sangue para o cérebro e atingiu o tronco encefálico, região que comanda as funções vitais, como o batimento do coração, respiração.
Segundo os médicos, o objeto ficou a um milímetro do nervo ótico do garoto. Essa pequena diferença podia ter deixado o menino sem enxergar ou, até, ter levado ele à morte. Os médicos contaram que o espeto ficou, justamente, na área que poderia ser mexida sem comprometer a saúde do menino.
A recuperação do garoto surpreendeu a toda equipe médica que cuidou do caso. Ele teve alta no dia 23 de agosto de 2018.
Rian seguia para casa quando caiu e o espeto, que estava nas mãos dele, perfurou o olho. — Foto: Reprodução/ TV Globo
'Maiores construções do mundo', diz pesquisador sobre colônia de cupins na BA que tem quase o tamanh
Murundus, torres de terra formadas pelos cupins, tem idade de quase 3,8 mil anos, disse biólogo americano que estuda fenômeno. Colônia fica na Chapada Diamantina.
Por TV Bahia.
Muruduns, montes feitos pelos cupins na Bahia — Foto: Reprodução/TV Bahia
Uma colônia descoberta por pesquisadores na região da Chapada Diamantina possui mais de 200 mil m² e ocupa parte da Bahia e de Minas Gerais. A colônia já é quase do tamanho de um país como a Grã-Bretanha, que possui cerca de 209 mil m².
A Chapada Diamantina, que abriga grutas, cavernas, cânions, piscinas naturais, cachoeiras do país e elevações de pedra monumentais, guarda também essa "cidade" dos cupins que não está aos olhos daqueles que visitam a região, pois fica abaixo do chão.
Com a vegetação fechada, os murundus ficavam escondidos, mas imagens de satélite revelaram a extensão das formações. Os pesquisadores não têm a lista das cidades por onde os murundus passam, mas na Bahia, eles ocupam o território de municípios da Chapada como Palmeiras, Lençóis, Mucugê e seguem pelo norte de Minas Gerais.
Biólogo americano Roy Funch mostrando os murundus na Chapada Diamantina, na Bahia — Foto: Reprodução/TV Bahia
O americano Roy Funch foi o primeiro a estudar o assunto, há 30 anos. Ele chegou à Bahia em 1978 para trabalhar como biólogo e logo ficou encantado com os murundus, que são torres de terra formadas pelos cupins. O acúmulo de terra é resultado dos túneis que os insetos vão cavando pelo chão.
"Para cavar esses túneis eles [os cupins] têm que tirar muito material, ao invés de espalhar eles jogam a terra em um só lugar. Eles ficam jogando esse material fora e não têm espaço de morada. Aí dentro é só área de despejo", explicou.
Roy decidiu estudar sobre os cupins da região, uma espécie conhecida como bate-cabeça, e fez diversas descobertas como a dimensão do trabalho dos cupins ao longo do tempo e a idade dos murundus.
"É um fenômeno único aqui da Bahia. São as maiores construções do mundo, fora do ser humano. Não tem bichos que fazem construções dessa grandeza em qualquer parte do mundo. A datação dos murundus tem idade de quase 3,8 mil anos", contou Funch.
Muruduns, montes feitos pelos cupins na Bahia — Foto: Reprodução/TV Bahia