Brasil tem 70 mil mortes por coronavírus e mais de 1,8 milhão de infectados, mostra consórcio de veículos de imprensa.

O consórcio de veículos de imprensa divulgou novo levantamento da situação da epidemia de coronavírus no Brasil a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, consolidados às 20h desta sexta-feira (10).

O país registrou 1.270 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas, chegando ao total de 70.524 óbitos. Com isso, a média móvel de novas mortes no Brasil na última semana foi de 1.039 por dia, uma variação de 3% em relação aos óbitos registrados em 14 dias. Em casos confirmados foram 45.235 registrados no último dia, com o total de 1.804.338 de brasileiros infectados pelo novo coronavírus.

Ao comparar a curva do Brasil com outros países também duramente afetados pela doença, especialistas apontam que a pandemia no país não chegou a um pico e uma queda na sequência. Em vez desse comportamento, visto em países da Europa como Reino Unido, Itália e França, os dados mostram que as mortes seguem estáveis em um platô, com patamar alto na média de mortes.

Veja a seguir:

Brasil, em 10 de julho

  • Total de mortes: 70.524
  • Mortes em 24 horas: 1.270
  • Média de novas mortes nos últimos 7 dias: 1.039 por dia (variação em 14 dias: 3%)
  • Total de casos confirmados: 1.804.338
  • Casos confirmados em 24 horas: 45.235

(Antes do balanço das 20h, o consórcio divulgou dois boletins parciais, às 8h, com 69.316 mortes e 1.762.263 casos confirmados, e às 13h, com 69.406 e 1.768.970.)

Estados e DF

Veja como o número de novas mortes tem variado nas últimas duas semanas:

  • Subindo: PR, RS, SC, MG, DF, GO, MS, MT, TO, PI
  • Em estabilidade: ES, SP, AM, AL, BA, CE, MA, PB, RN, SE, RR, RO
  • Em queda: RJ, AC, AP, PA, PE

Essa comparação leva em conta a média de mortes nos últimos 7 dias até a publicação deste balanço em relação à média registrada duas semanas atrás (entenda os critérios usados pelo G1 para analisar as tendências da epidemia).

 

Sul

  • PR: +84%
  • RS: +85%
  • SC: +24%

Sudeste

  • ES: 0%
  • MG: 60%
  • RJ: -19%
  • SP: -1%

Centro-Oeste

  • DF: +61%
  • GO: +74%
  • MS: +56%
  • MT: +31%

Norte

  • AC: -44%
  • AM: -1%
  • AP: -40%
  • PA: -22%
  • RO: -14%
  • RR: -3%
  • TO: +42%

Nordeste

  • AL: +5%
  • BA: +10%
  • CE: 0%
  • MA: -8%
  • PB: +9%
  • PE: -26%
  • PI: +18%
  • RN: -10%
  • SE: +6%
Publicado em BRASIL E MUNDO
Publicado em BRASIL E MUNDO
Quarta, 08 Julho 2020 09:54

"A ciência não é cheia de certezas"

Por Helio Gurovitz
Diretor de redação da revista Época por 9 anos, tem um olhar único sobre o noticiário. Vai ajudar você a entender melhor o Brasil e o mundo. Sem provincianismo.
ma conversa com Artur Avila, o brasileiro que ganhou o maior prêmio da matemática, sobre a ciência aqui e lá fora, as incertezas da pandemia – e o uso da palavra "negacionismo"

Da última vez que entrevistei Artur Avila, em 2014, ele estava em Seul. Acabara de receber a Medalha Fields, honraria frequentemente comparada ao Prêmio Nobel, concedida aos melhores matemáticos do mundo com menos de 40 anos. Único brasileiro agraciado com a láurea, Artur é não apenas um dos cientistas de maior sucesso do país. Também é a prova viva de como é possível formar pesquisadores de qualidade internacional aqui no Brasil. Doutorado pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) em 2001, ele divide seu tempo desde então entre pesquisas em Paris, Rio de Janeiro, Zurique e aonde mais a matemática o levar. Como parte da iniciativa #CientistaTrabalhando, promovida pelo Instituto Serrapilheira para celebrar o Dia Nacional da Ciência, Artur conversou comigo ontem, enquanto caminhava por ruas e bulevares parienses. Descreveu as dificuldades e oportunidades para cientistas no Brasil, criticou as ambições de modelos matemáticos adotados na pandemia, analisou as origens do pensamento anticientífico e, distraído, percebeu a certa altura que estava perdido. Queria ir para casa, perto da Praça da Bastilha, mas a caminhada o levara até a Praça da Nação. “Sou totalmente sem noção de direção”, disse. “Fui pra onde o nariz apontou na conversa.” Mas rapidamente recobrou o rumo. Da caminhada e da prosa. Abaixo, os trechos principais:

 

O que mudou na sua vida depois da Medalha Fields? Você é reconhecido na rua? Pedem autógrafo?

Na carreira acadêmica, isso põe você numa posição mais tranquila. Tenho a vantagem de poder escolher onde vou trabalhar e facilidades pessoais. Mas, no final das contas, matemática é matemática. Entre as ciências, é a que dá menos importância à hierarquia. Não existem argumentos de autoridade. A liderança depende da capacidade de tomar decisões certas a cada hora. Um pesquisador hiper-reconhecido pode dialogar com um estudante principiante e, se o estudante estiver certo e mostrar isso, terá de aceitar. Isso é muito bom, é uma maneira de não viciar a prática. Eu já tinha reconhecimento entre matemáticos antes da medalha. O que mudou foi o reconhecimento fora da matemática, que se traduz no fato, por exemplo, de dar esta entrevista, porque podem considerar que sou alguém a ouvir como cientista. No Brasil, não há tantos cientistas com reconhecimento público. Quando sou levado a encontros com jovens, então, tenho um papel que pode ser motivante, útil para um iniciante ter a ideia de que é possível haver um pesquisador de sucesso internacional vindo do Brasil. No nível pessoal, quando estou no Brasil, não tem muita diferença, não costumo ser reconhecido na rua.

Você é um dos cientistas brasileiros mais bem-sucedidos. Também mora há muito tempo fora do país. Quais as dificuldades de fazer ciência no Brasil? Há vantagens?

Há dificuldades específicas do Brasil e existe um panorama mais geral, internacional. Não devemos ter essa ideia de que a vida do cientista fora do país é essa maravilha toda. Depende do nível da carreira. Fora, a situação do jovem pesquisador que tenha terminado um doutorado costuma ser bastante precária. Não há empregos permanentes por muito tempo. Muitos ficam em situação de dificuldade, de pós-doutorado em pós-doutorado, com poucos anos de diferença, frequentemente têm que mudar de país. Fica difícil criar laços familiares. É psicologicamente bem pesado, mas é a realidade. Um pesquisador que atingiu a estabilidade já terá uma situação diferente. Isso é válido na Europa, nos Estados Unidos e em outros lugares. No Brasil, existem dificuldades específicas, que se traduzem em problemas e oportunidades também. A ciência no Brasil é jovem em comparação com os grandes centros internacionais. Uma dificuldade que vem daí, associada a outros problemas do país, é que não existe política estável de pesquisa. Mas existe alguma coisa que pode ser positiva em relação à Europa: essa mesma juventude significa que há um potencial de crescimento bem maior. Na Europa, a situação está saturada, a comunidade acadêmica está consolidada, não há espaço para crescer. Só há abertura para novos pesquisadores na medida em que outros se aposentam. No Brasil, há potencial de crescimento. Não é realizado de maneira eficaz, mas é algo que dá esperança.

 

O que o Impa, onde você se formou, tem de diferente em comparação com o resto da ciência nacional?

É uma instituição não muito comum no cenário brasileiro. Por uma questão da formação e questões históricas, foi um instituto criado com uma concepção específica, por pesquisadores independentes, que tentaram fazer um grupo pequeno, focado na excelência. Cresceu com a ideia de sempre chegar num alto nível internacional de pesquisa. Isso foi possível, em particular, porque você não precisava de recursos para competir imediatamente. Precisava criar a oportunidade de atrair pessoas. Mas isso é menos complicado que competir com um laboratório no exterior. Não é uma instituição ligada a uma universidade, que sofra as mesmas pressões. Está focada na pesquisa e no ensino de pós-graduação, embora depois tenha se tornado algo que influencia a matemática num nível maior no Brasil. Várias coisas permitem que o Impa tenha se estabelecido nessa situação ao longo do tempo. Hoje funciona de maneira eficiente, tem reconhecimento internacional, as questões práticas são bem resolvidas. Mesmo que seja afetado pelo que acontece no nível nacional, continua insulado das principais dificuldades que afetam outros departamentos e universidades.

Que tipo de dificuldade?

A maioria dos governos que se estabelecem não tem muita noção de por que se investe em ciência e de como a ciência funciona. Entra governo, sai governo, você tem a impressão de que o ministério correspondente é um adendo para distribuir cargos a aliados políticos, não algo central ao país. Não há política de desenvolvimento científico. Na instabilidade, pode haver oportunidades num certo momento, depois muda a situação, aí elas são cortadas brutalmente. Isso afeta todo mundo que tinha investido sua educação e seus sonhos, que acaba tendo as esperanças traídas por sucessivas decisões governamentais. Minha impressão é que é algo que acham que têm de fazer, mas não sabem por que nem como se faz.

 

Há ignorância a respeito da importância da ciência mesmo na elite política?

De como a ciência funciona também. Não sabem nem para que nem como se faz. As decisões tomadas são incompatíveis com ciência de qualidade. Você cria grupos, inicia projetos, depois corta. Toda essa ciência que para no meio do caminho não obtém resultados. Costumo fazer uma analogia: o governo é sensível à ideia de que é importante buscar estabilidade nos mercados, para investidores sentirem confiança e apostarem no país. Essa compreensão é fácil na economia. Pois o mesmo raciocínio se aplica à ciência. Você não desenvolverá ciência numa situação de instabilidade. Isso vale do ponto de vista pessoal. Quem tem certas características e habilidades não investirá a juventude numa direção, quando de repente tudo pode mudar completamente. Você faz um doutorado, acaba, daí as coisas não existem mais. Não é razoável. Não dá para atrair capital humano para fazer um investimento pessoal nessa situação. Dependendo de como for, as pessoas não vão topar. O mesmo talento de que precisam para ser cientistas capazes serve para arrumar empregos mais estáveis. Por mais que você ame fazer ciência, que isso faça você sonhar, pode ser até loucura seguir a carreira num panorama assim.

Do ponto de vista do trabalho, a matemática é diferente?

Cada atividade científica tem suas características. A matemática é uma coisa relativamente barata de fazer, se comparada a ciências em que você tenha experimentos. Se não tiver condições e recursos para eles, simplesmente não pode avançar. Em matemática, só é preciso ter os pesquisadores. Na maioria dos casos, trabalham com a própria cabeça, precisam apenas de um quadro negro ou coisa do tipo. É uma atividade mais barata.

Nunca a ciência foi tão atacada. Na pandemia, o negacionismo tem consequências dramáticas. Existe algo que possamos fazer? Como sair desse impasse?

 

Nem é preciso entrar em muitos exemplos – penso logo nas vacinas – para ver que a postura anticientífica é atraente em certos meios. Por que isso acontece? Primeiro, está associado à polarização política. As pessoas escolhem seu campo a priori. Estão tão atreladas à própria posição, que a ciência que desafiá-la precisa ser descartada para continuarem a viver bem. Quando se recusam a criticar o próprio campo ideológico, isso conduz, de certa maneira, a rejeitar a ciência que apresentar uma crítica a ele. É parte da maneira como as pessoas vivenciam a política. Todo mundo na verdade está exposto a isso. É preciso reconhecer que, em qualquer lado da polarização que você esteja, filtrará as informações e rejeitará conclusões científicas contrárias. Não é questão de dizer que todo mundo é igual. Mas, quando a gente faz uma crítica – e deve sempre criticar – a posições como o terraplanismo, é sempre bom ver se não se dispõe a fazer o mesmo quando a crítica vier na sua própria direção. O discurso político é muito raso para comportar a complexidade de uma discussão científica. Inclusive porque a ciência não é cheia de certezas. Lidar com a nuance e com a maneira como ela se desenvolve, com margens de erro, é complicado. Quando vira um Flá-Flu, quando você fica torcendo pra sair o resultado que quer, não olha para a ciência como uma fonte de saber, mas só para tentar justificar ações que já tinha decidido anteriormente.

Isso vale para a pandemia, não?

É realmente um assunto complexo. As pesquisas que a gente tem que fazer neste momento são muito difíceis. As evidências são parciais, porque você simplesmente não tem condições de esperar o tempo natural da ciência, que é lento, para tomar decisões com o nível de certeza que todos gostaríamos. Gostaria de poder ter mais e mais dados para tomar a decisão correta. Só que não agir pode levar a consequências piores. Pela própria natureza, são questões não só científicas, mas decisões da sociedade. Todos os campos, inclusive ciências humanas, têm de interagir para entendermos como atuar na situação em que estamos. E não só ciência. A ciência só pode fazer uma parte do papel. Por outro lado, para além das asneiras e teses conspiratórias, a população passa a encarar a ciência como um recurso numa situação dessas. Os cientistas é que vão ajudar. Não sendo milagreiros, eles são nossa melhor esperança. Isso reforça a importância da ciência.

 

Também é um desafio para os próprios cientistas, que não estão acostumados a fazer a ciência em tempo real…

Não é aquilo a que eu, pelo menos, estou acostumado (risos). Faço matemática pura, num tempo em que não existem deadlines. Meus problemas não respondem às pressões do mundo real. Mas, como muita gente que não é epidemiologista nem especialista, me interessei pelos temas e tentei entender quais eram as dificuldades. Há primeiro problemas metodológicos: como obter dados de qualidade enquanto há pessoas morrendo? Não é a situação ideal para conseguir dados muito limpos, e você tem de lidar com o tem. Isso também pode levar a questões teóricas: como lidar com esses dados ruins para chegar a alguma conclusão que preste?

Como a área que você pesquisa, sistemas dinâmicos, se relaciona com o que a gente está vivendo na pandemia?

Gosto de brincar que, quando olho para as equações gravitacionais, formulo questões que dizem respeito a escalas de tempo muito maiores que a vida do Sistema Solar. São modelos em que o fato o Sol ter explodido não interfere no que vejo. Obviamente, olhando para a pandemia, interessado em estimar qual era a real situação, tentei fazer considerações sobre as possíveis dificuldades. Na minha capacidade de analisar, observei que, de maneira geral, há a tendência de a modelagem ser feita em excesso. O problema é às vezes ter confiança demais nos modelos. Há modelos extremamente complexos, complicados demais para a situação atual, porque as incertezas passam por cima das capacidades deles. Falo isso orientado por sistemas dinâmicos. Quando modelo com extrema precisão o que acontece, tenho perfeita noção de que essa análise tão fina só será válida se valer esse modelo. Se houver uma pequena variação, talvez precise de uma análise mais robusta. As pessoas ficam achando que, se puserem mais e mais complexidade no modelo, podem ter mais confiança. Isso não é necessariamente verdade. Você precisa aceitar a incerteza. Pensa no problema que a gente está tentando entender: a progressão da pandemia nos estágios iniciais. Seria fundamental ser capaz de dar uma previsão válida para daqui a algumas semanas, para orientar os recursos. Seria desejável. Por outro lado, a natureza do problema introduz um nível de incerteza tão grande que torna um pouco inúteis os números que sairiam daí. A natureza das interações humanas e a heterogeneidade das redes de relações podem ter muito mais relevância. O pessoal estava tentando achar números que representassem a transmissão, mas o mais importante podem ser pequenos detalhes da rede de interação, especialmente num momento de pequena prevalência do vírus. Os modelos se tornam bem mais robustos quando boa parte da população já está infectada, aí se torna mais razoável supor certas uniformidades na distribuição. A gente tem o desejo de poder dar a melhor informação possível, mas o que a ciência frequentemente ensina, quando olho para problemas da realidade, é que você deve se preocupar com o limite do que poderia conhecer. Deve tentar identificar o ponto além do qual você não terá mais certeza, por mais que se esforce, por mais que tente modelar. Cheguei a isso. É uma coisa compreendida em previsões de tempo. A incerteza faz com que, por mais que você coloque novas estações meteorológicas, chega um momento – e não é muito longe – em que não consegue dizer se faz sol ou chuva. A perda de informação é muito rápida, você não consegue lutar contra efeitos exponenciais. A situação da pandemia não é muito diferente. Mas esse conhecimento que a ciência traz, mesmo que seja um conhecimento negativo, é útil, porque você fica sabendo como pode reagir. A gente sabe que terá de tomar uma decisão diante de uma situação inerentemente incerta. Talvez não seja a informação que a gente gostaria, mas é alguma coisa.

 

Quem olha para a ciência esperando a verdade, como uma espécie de oráculo que separa o certo do errado, está no fundo iludido. Quanto do negacionismo não se origina nessa expectativa absolutista diante da verdade? Afinal, a ciência não tem resposta para tudo.

A gente tem muita incerteza, principalmente nessa situação em que faz ciência em tempo real. Não é o tempo natural da ciência. Pessoalmente, reservo a palavra "negacionismo" para situações bem estabelecidas. Há tanta incerteza no momento, que usá-la muito cedo acaba por associá-la a situações mais claras, em que o consenso científico é muito maior. Não é que eu tenha dúvidas da ciência, não tenho nenhuma. Mas é que isso encoraja o pessoal a reagir de maneira mais virulenta. A ciência, neste momento principalmente, aparentará oscilar. Uma hora os cientistas recomendarão uma coisa, outra hora podem recomendar o contrário. Não é bom usar prematuramente essa terminologia, numa situação em que a coisa pode mudar. O problema de quem adota uma posição inerentemente anticientífica é que, por acidente completo, de repente pode estar certo por acaso. Se as recomendações se tornarem o contrário do que eram, não quer dizer que a ciência estava errada. A ciência foi apenas ampliando o conhecimento. Usando essa terminologia, porém, as pessoas se sentirão encorajadas a fazer interpretações de que a ciência na verdade tem uma função política. É por isso que tento evitar. É um vocabulário que pode encorajar o lado anticientífico. A gente tem que aceitar a incerteza e dizer que existe uma gama de possíveis conclusões a partir do nosso conhecimento atual. E guardar o negacionismo para situações mais claras, como o Holocausto, bem diferente de questões que os cientistas ainda debatem. É preciso evitar o excesso no uso de linguagem, porque a gente pensa que está ajudando a clarificar uma coisa, mas pode ter o efeito inverso: levar as pessoas a duvidar mais ainda, porque as incertezas evidentes podem dar a impressão de que a ciência não é uma coisa séria.

 

O que seria mais importante para os leigos entenderem de como funciona a ciência ou a matemática?

A gente usa o termo ciência para várias coisas diferentes. Minha área particular, de que posso falar com conhecimento de causa, lida com conceitos totalmente abstratos, com pouca preocupação com as possíveis aplicações. O trabalho do matemático, nessa concepção quase artística, é útil no desenvolvimento de outros campos da matemática, mais aplicados. Descobertas em certos contextos particulares, dissociados de aplicações, podem depois ser essenciais em aplicações. Isso acontece a todo momento. Também funciona de maneira mais geral. Áreas científicas diversas podem se beneficiar mutuamente. A física se beneficia da matemática. A matemática se beneficia da física. A física cria problemas que chamarão atenção dos matemáticos e abrirão perspectivas que não teriam sido descobertas isoladamente. Existe essa coerência. Quando se pensa no desenvolvimento da ciência, é particularmente importante enxergá-la como um todo. É equivocado tentar traçar cedo demais em que direção a pesquisa deve ir. Pode ser tentador, se a gente tem recursos limitados, dirigir esses parcos recursos para tentar fazer coisas úteis de maneira mais direta. Mas isso não levará aos melhores resultados, mesmo dentro dessa perspectiva limitada. Simplesmente porque você não sabe. A pesquisa original, aquela que pode ser chamada realmente de pesquisa, só responderá àquilo você não sabia antes. Envolve um processo de descoberta em que não se sabe de onde as coisas virão. Podem vir de outra área que você nunca poderia intuir. Precisa haver então um desenvolvimento amplo para responder mesmo às questões práticas, mesmo àquelas que parecem bem claras. Falo em geral isso restrito à matemática. Você precisa pensar na matemática unificada, não dá pra pensar em pura e aplicada. É preciso haver o diálogo, porque é o diálogo que leva as coisas para frente. A mesma perspectiva funciona de maneira mais ampla nas interações da matemática com outras ciências e das demais ciências entre si. É algo que precisa ser compreendido quando se faz qualquer política de ciência. As pessoas acham que a ciência existe para responder a questões precisas, que é possível dar recursos para responder somente a essas questões. Mas aí você não responde nem a elas, nem coisa nenhuma, porque não faz ciência de verdade.

Publicado em BRASIL E MUNDO
© Juarez Rodrigues/EM/D.A.Press Santa Casa só atende pacientes do SUS e entrou em colapso 
A situação de Belo Horizonte na pandemia da COVID-19 se agrava a cada dia quanto à ocupação dos leitos de UTI e de enfermaria. Em um cenário de recorde de mortes em 24 horas em Minas Gerais, a Santa Casa BH entrou em colapso em sua oferta de unidades de terapia intensiva: 100% das vagas disponíveis para pacientes infectados pelo novo coronavírus estão em uso neste sábado (4).
 Segundo o hospital, a situação das enfermarias também é crítica: ocupação de 96,8%.  O indicador também vale apenas para os leitos ligados à COVID-19.
O hospital dispõe de 80 leitos de UTI e 158 de enfermaria para COVID-19. Restam somente cinco vagas para pacientes menos graves da doença, que enfrentam a chamada síndrome gripal.
A Santa Casa BH, localizada na Avenida Francisco Sales, no Centro-Sul da capital mineira, é o maior hospital 100% SUS de Minas Gerais.
Durante a pandemia, o hospital foi dividido em duas unidades para separar o fluxo de pacientes com outras doenças dos infectados pelo coronavírus, justamente para evitar a transmissão da doença: a unidade respiratória (alas B, C e D) e a geral (ala A).
A reestruturação teve investimento de R$ 5 milhões, a partir de esforços de empresas privadas e do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que deslocou a maior parte do recurso: R$ 2,1 milhões.
 SUS-BH
 Conforme o balanço mais recente da Secretaria Municipal de Saúde, a situação da ocupação das enfermarias dedicadas à COVID-19 é de 67% de ocupação. O quadro é seis pontos percentuais inferior ao informado no levantamento anterior, quando foi detectado o recorde de uso até aqui na pandemia: 73%.
 Com isso, o indicador deixou a chamada classificação vermelha, considerada a mais crítica da escala de risco. Tal atribuição é dada quando a taxa ultrapassa a marca dos 70%. Com os atuais 67% de ocupação, as enfermarias de BH voltam à categoria amarela, a intermediária.
 Nas UTI’s, por outro lado, a taxa de ocupação continua a mesma do boletim anterior: 87%. Houve uma pequena ampliação na oferta, com adição de quatro unidades de terapia intensiva, mas a situação não se alterou e continua no vermelho.
Publicado em BRASIL E MUNDO
Por: Maurício Leal Prates  e Ana Maria Monção M. Prates (ADVOGADOS) (imagem ilustrativa)
Ao segurado ou segurada da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança é devido salário-maternidade pelo período de 120 (cento e vinte) dias.
A adoção feita por casal homoafetivo também gera direito ao salário maternidade.
No caso de falecimento do segurado ou da segurada que fazia jus ao benefício, este será pago ao cônjuge ou companheiro sobrevivente por todo o período ou pelo tempo remanescente.
A percepção do salário maternidade está condicionado ao afastamento do trabalho ou da atividade desempenhada, sob pena de suspensão do benefício.
Publicado em LICÍNIO DE ALMEIDA

Por G1.

Uma nova onda de casos de Covid-19 está atingindo o estado de Victoria, na Austrália, após falhas de segurança em hotéis onde pessoas que chegaram do exterior cumpriam quarentena. Entre as denúncias, há inclusive casos em que os seguranças contratados para impedir a circulação dos hóspedes teriam feito sexo com alguns deles.

Atualmente, apenas australianos ou pessoas com residência no país podem entrar na Austrália, e mesmo assim, são obrigados a cumprir 14 dias de quarentena, em isolamento em hotéis, que estão sendo controlados pelo governo.

Em pelo menos três deles foram relatados casos de contaminação devido às irregularidades na segurança. Apenas no Stamford Plaza, em Melbourne, foram 31 casos, além de um número não especificado nos hotéis Rydges e Swanton, segundo a imprensa australiana.

Com isso, foram relatados 73 casos novos na quarta-feira (1), elevando a 370 o número de casos ativos em Melbourne. As autoridades locais decidiram, inclusive, reativar medidas de isolamento em partes da cidade.

Na quinta-feira, a polícia montou postos de verificação em 36 subúrbios atingidos pelas ações.

"Mais de 300 mil australianos... estão entrando em uma situação difícil pela qual todos nós passamos", disse o ministro da Saúde, Greg Hunt, em uma coletiva de imprensa, referindo-se aos moradores das regiões afetadas.

 

"Sabemos que podemos sair disso, mas mesmo assim é uma imposição enorme sobre suas vidas", acrescentou.

O primeiro-ministro Daniel Andrews anunciou que um inquérito será aberto para apurar as falhas no programa de quarentena nos hotéis em Victoria, pelo qual já passaram cerca de 60 mil pessoas.

"É bastante claro que o que aconteceu aqui é completamente inaceitável e precisamos saber exatamente o que aconteceu", afirmou Andrews.

Desde o início da pandemia, a Austrália registra 8.255 casos de Covid-19 e 104 mortes pela doença, segundo a Universidade Johns Hopkins.

Publicado em BRASIL E MUNDO

Por BBC.

Imprensa estatal diz que Kim fez alerta contra relaxamento apressado das restrições — Foto: Getty Images via BBC

 

O líder norte-coreano Kim Jong-un elogiou o "sucesso brilhante" de seu país ao enfrentar a pandemia de Covid-19, segundo a agência de notícias estatal "KCNA".

Falando em uma reunião do Politburo, Kim disse que o país "impediu a invasão do vírus maligno e manteve uma situação estável".

A Coreia do Norte fechou suas fronteiras e isolou sua população há seis meses, quando o novo coronavírus começou a se espalhar pelo mundo.

O governo norte-coreano alega que não possui casos da doença, embora analistas digam que isso é improvável.

Kim teria "analisado em detalhes" a estratégia nacional de combate ao novo coronavírus dos últimos seis meses em uma reunião do Politburo nesta quinta-feira (2). Ele disse que o sucesso no tratamento da doença foi "alcançado pela liderança perspicaz do Comitê Central do Partido".

Mas o líder norte-coreano enfatizou a importância de manter "o alerta máximo sem relaxamento na frente antiepidêmica", acrescentando que o vírus ainda estava presente nos países vizinhos.

"Ele alertou repetidamente que a flexibilização apressada das medidas antiepidêmicas resultará em uma crise inimaginável e irrecuperável", informou a reportagem da KCNA nesta sexta-feira.

Máscaras obrigatórias

No fim de janeiro, a Coreia do Norte agiu rapidamente contra o vírus — selando suas fronteiras e depois colocando em quarentena centenas de estrangeiros na capital, Pyongyang.

 

Também isolou dezenas de milhares de cidadãos e fechou escolas.

O país já reabriu as escolas, mas manteve a proibição a aglomerações e tornou obrigatório o uso de máscaras em locais públicos, informou a agência de notícias "Reuters" no último dia 1º de julho, citando um funcionário da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A OMS também assinalou que apenas 922 pessoas foram testadas no país — todas tiveram resultados negativos.

A Coreia do Norte, que compartilha uma longa fronteira com a China, sustenta há muito tempo que não registrou nenhum caso do vírus.

No entanto, Oliver Hotham, editor-chefe do site "NK News", especializado em notícias da Coreia do Norte, disse à BBC no início deste ano que isso provavelmente não era verdade.

"É muito improvável que a Coreia do Norte não tenha registrado casos porque faz fronteira com a China e a Coreia do Sul. [Especialmente com a China], dada a quantidade de comércio transfronteiriço ... realmente não vejo como é possível que eles (norte-coreanos) possam ter evitado isso", disse.

"[Mas] eles realmente tomaram precauções cedo [então] acho que é possível que eles tenham evitado um surto completo."

Análise

por Laura Bicker, correspondente da BBC em Seul, na Coreia do Sul

O coronavírus se espalhou pela Coreia do Norte? Ninguém realmente sabe. O país está fechado desde 30 de janeiro. Muito poucas pessoas conseguiram entrar ou sair.

A Cruz Vermelha tinha voluntários na área de fronteira trabalhando em medidas de prevenção de vírus e houve vários relatos não confirmados de casos no país.

Mas a maioria dos relatos do cotidiano na capital nas últimas semanas parece indicar que a vida segue normal.

Qualquer que seja a situação real, Pyongyang quer passar a imagem de que aniquilou a Covid-19.

Internamente, trata-se de uma mensagem forte de que as medidas rígidas que Kim Jong-un tomou funcionaram.

 

O resto do mundo pode estar sob uma pandemia e Kim deseja que seu povo saiba que ele os salvou.

Mas isso tem um custo. Todo o comércio fronteiriço foi cortado. Isso significa que é impossível obter suprimentos essenciais para o país empobrecido.

Fontes diplomáticas me disseram que existem estoques de equipamento de proteção individual e suprimentos médicos, incluindo vacinas, acumulados na fronteira, sem poder entrar no país.

Houve inúmeros relatos de compras de mercadorias internacionais em lojas de departamento motivadas por pânico em Pyongyang.

As prateleiras estão sendo esvaziadas em meio à escassez de produtos.

Também vale a pena notar que apenas 12 desertores chegaram à Coreia do Sul entre abril e junho deste ano — o número mais baixo já registrado neste período do ano.

O povo norte-coreano pode não estar sofrendo de coronavírus, mas agora está mais isolado do mundo exterior.

Publicado em BRASIL E MUNDO

Por BBC.

Cientistas descobriram evidências de infecção recente em pessoas que trabalhavam na indústria suína na China — Foto: Getty Images.BBC

 

Uma nova cepa do vírus da gripe com potencial de causar uma pandemia foi identificada na China, segundo um novo estudo.

Essa linhagem surgiu recentemente e tem os porcos como hospedeiros, mas pode infectar seres humanos, dizem os autores da pesquisa.

  • 'COROA': Mutação pode aumentar a capacidade de infecção do coronavírus, aponta estudo
  • PEIXE: por que as autoridades chinesas culpam o salmão pelo novo foco de Covid

Os cientistas estão preocupados com o fato de que ela poderia sofrer uma mutação ainda maior e se espalhar facilmente de pessoa para pessoa e desencadear assim um surto global.

Eles dizem que a cepa tem "todas as características" de ser altamente adaptável para infectar seres humanos e precisa ser monitorada de perto.

Como se trata de uma nova linhagem do vírus influenza, que causa a gripe, as pessoas podem ter pouca ou nenhuma imunidade a ela.

Ameaça pandêmica

Uma nova cepa do influenza está entre as principais ameaças que os especialistas estão monitorando, mesmo enquanto o mundo ainda tenta acabar com a atual pandemia do novo coronavírus.

A última gripe pandêmica que o mundo enfrentou, o surto de gripe suína de 2009 que começou no México, foi menos mortal do que se temia inicialmente, principalmente porque muitas pessoas mais velhas tinham alguma imunidade a ela, provavelmente por causa de sua semelhança com outros vírus da gripe que circulavam anos antes.

 

O vírus da gripe suína, chamado A/H1N1pdm09, agora é combatido pela vacina contra a gripe que é aplicada anualmente para garantir que as pessoas estejam protegidas.

A nova cepa de gripe identificada na China é semelhante à da gripe suína de 2009, mas com algumas mudanças.

Até o momento, não representou uma grande ameaça, mas o professor Kin-Chow Chang e colegas que o estudam dizem que devemos ficar de olho nele.

Qual é o perigo?

O vírus, que os pesquisadores chamam de G4 EA H1N1, pode crescer e se multiplicar nas células que revestem as vias aéreas humanas.O vírus H1N1, que causou uma pandemia de gripe — Foto: Reprodução

O vírus H1N1, que causou uma pandemia de gripe — Foto: Reprodução

Eles descobriram evidências de infecção recente em pessoas que trabalhavam em matadouros e na indústria suína na China.

As vacinas contra a gripe atuais não parecem proteger contra isso, embora possam ser adaptadas para isso, se necessário.

Kin-Chow Chang, que trabalha na Universidade de Nottingham, no Reino Unido, disse à BBC: "No momento estamos distraídos com o coronavírus e com razão. Mas não devemos perder de vista novos vírus potencialmente perigosos".

Embora esse novo vírus não seja um problema imediato, ele diz: "Não devemos ignorá-lo".

Os cientistas escrevem na revista "Proceedings", da Academia Nacional de Ciências britânica, que medidas para controlar o vírus em porcos e monitorar de perto as populações trabalhadoras devem ser rapidamente implementadas.

 

O professor James Wood, chefe do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade de Cambridge, disse que o trabalho "vem como um lembrete salutar" de que estamos constantemente sob o risco do surgimento de patógenos e que animais de criação, com os quais os seres humanos têm maior contato do que com a vida selvagem, podem ser uma fonte de vírus pandêmicos.

Publicado em BRASIL E MUNDO
© Leonardo/YouTube Leonardo/YouTube

Leonardo fez uma transmissão ao vivo no último sábado (27), mas se irritou com uma falha técnica logo no início e acabou se exaltando com sua equipe ao notar instabilidades no som.

O sertanejo chegou a interromper a live "Canto, Bebo e Choro" e ficou furioso com o erro. O cantor soltou uma série de palavrões para descobrir quem era o culpado e gerou reações na web.

Leonardo se exalta após falha técnica em live

Leonardo/YouTube© Leonardo/YouTube Leonardo/YouTube

Tudo estava fluindo bem, até que um problema no retorno do som acabou incomodando Leonardo, que parou a live de imediato e questionou o que estava acontecendo: "O que deu aí? Hein? Como eu cantei as primeiras e não tinha delay?".

O momento aconteceu logo no início da apresentação. Irritado, Leonardo soltou uma série de palavrões e começou a se exaltar: "Quem foi o filho da p*** que estava mexendo aí? Vocês cagam no pau e depois... Quem foi?".

Leonardo/YouTube© Leonardo/YouTube Leonardo/YouTube

O cantor continuou nervoso durante um tempo e, soltando algumas farpas para a equipe, mas explicou que tiveram tempo suficiente para a preparação da live: "São três dias que vocês estão montando esse trem".

"Quando o cara não bebe não tá com nada. O povo falou para eu não beber nessa live. Bonitos estão vocês que não bebem", reclamou. Assim que a falha foi corrigida, o cantor seguiu com o repertório.

Assista ao vídeo:

Publicado em BRASIL E MUNDO
Na mensagem a filha também esclarece que nenhuma pessoa da família, que mora em Caculé, teve contato com o Sr. Alcebíades após o contágio com o vírus.
Por: Aloísio Costa
Estado de saúde do paciente é estável. Ele contraiu a COVID-19 durante internamento em unidade de saúde de Vitória da Conquista.
Em mensagem compartilhada nas redes sociais nesta sexta-feira (26), por uma das filhas do Sr. Alcebíades Marques Aguiar, 84 anos, a família tronou púbica a informação de que o patriarca da família é o paciente que contraiu a COVID-19 durante internação em um hospital de Vitória da Conquista.
“Seu estado é estável, sua saúde tem melhorado dia a dia, com a graça de Deus e os cuidados médicos. Temos fé, acreditamos na cura e pedimos a quem acredita, juntar-se a nós em súplica, não por ele apenas, mas por todas as famílias que sofrem e temem por essa dor.” Diz a publicação.
Na mensagem a filha também esclarece que nenhuma pessoa da família, que mora em Caculé, teve contato com o Sr. Alcebíades após o contágio com o vírus.
“Ele saiu de Caculé há 22 dias por outros motivos de saúde e contraiu a doença lá em Vitória da Conquista, e só retornará à nossa cidade são e salvo. Cremos nisso. Não há motivo para pânico.”
Publicado em BAHIA E REGIÃO
Por: Reprodução/Instagram  Por: Redação BNews 

No Instagram, a esteticista Cristiane Boneta denuncia uma clínica odontológica em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, que pediu para ela usar sacos de lixo para realizar uma cirurgia bucal.

A paciente afirmou que os profissionais da clínica pediram que ela vestisse e enrolasse os cabelos com um saco de lixo. Uma auxiliar que acompanhou a cirurgia disse que os cabelos dela eram muito grandes para caber na touca.

"Ao entrar no consultório eu questionei o dentista sobre o saco de lixo e a reposta dele é que o saco estava limpo. Como precisava muito finalizar essa cirurgia, acabei me submetendo a essa situação", relatou Boneta.

Segundo a esteticista, a justificativa do dentista para o pedido foi a segurança. "Devido a todas as circunstâncias que estamos vivendo e com foco na biossegurança, o que nos assegura a integridade do profissional e do paciente, a minha integridade foi bruscamente violada. Realmente não sei definir se foi racismo ou descaso, mas como profissional da saúde certo eu sei que não está", escreveu a esteticista nas redes.

.

Publicado em BRASIL E MUNDO

Por G1.

22 de junho - Faixa de conscientização sobre o coronavírus escrito '50 mil brasileiros mortos, não é só uma gripezinha', pendurada no Viaduto do Chá, em São Paulo (SP), nesta segunda-feira (22) — Foto: Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo

22 de junho - Faixa de conscientização sobre o coronavírus escrito '50 mil brasileiros mortos, não é só uma gripezinha', pendurada no Viaduto do Chá, em São Paulo (SP), nesta segunda-feira (22) — Foto: Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo

 
22 de junho - Vista aérea do cemitério São Luiz, em meio ao surto de coronavírus (COVID-19), em São Paulo — Foto: Andre Penner/AP

22 de junho - Vista aérea do cemitério São Luiz, em meio ao surto de coronavírus (COVID-19), em São Paulo — Foto: Andre Penner/AP

22 de junho - Funcionário do cemitério São Luiz trabalha em uma seção onde vítimas do COVID-19 foram enterradas, em São Paulo — Foto: Andre Penner/AP

22 de junho - Funcionário do cemitério São Luiz trabalha em uma seção onde vítimas do COVID-19 foram enterradas, em São Paulo — Foto: Andre Penner/AP

 
22 de junho - Movimento de pedestres na região central de Florianópolis (SC), nesta segunda-feira (22) — Foto: Antônio Carlos Mafalda/Estadão Conteúdo

22 de junho - Movimento de pedestres na região central de Florianópolis (SC), nesta segunda-feira (22) — Foto: Antônio Carlos Mafalda/Estadão Conteúdo

21 de junho - O Brasil teve 601 novas mortes registradas em razão do novo coronavírus em 24 horas, mostra levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde. Com isso, são 50.659 óbitos pela Covid-19 até este domingo (21) no país.

21 de junho - Vista aérea do cemitério Nossa Senhora Aparecida em Manaus, no Amazonas.  — Foto: Michael Dantas/AFP

21 de junho - Vista aérea do cemitério Nossa Senhora Aparecida em Manaus, no Amazonas. — Foto: Michael Dantas/AFP

21 de junho - Movimentação intensa de pessoas praticando exercício ao ar livre no entorno da Praça da Lagoa Seca, no Belvedere, região Sul de Belo Horizonte (MG), neste domingo (21 — Foto: Cristiane Mattos/O Tempo/Estadão Conteúdo

21 de junho - Movimentação intensa de pessoas praticando exercício ao ar livre no entorno da Praça da Lagoa Seca, no Belvedere, região Sul de Belo Horizonte (MG), neste domingo (21 — Foto: Cristiane Mattos/O Tempo/Estadão Conteúdo

 
21 de junho - Movimentação intensa de banhistas nas praias de Florianópolis (SC), neste domingo (21) — Foto: Roberto Zacarias/Mafalda Press/Estadão Conteúdo

21 de junho - Movimentação intensa de banhistas nas praias de Florianópolis (SC), neste domingo (21) — Foto: Roberto Zacarias/Mafalda Press/Estadão Conteúdo


20 de junho - O Brasil teve 968 novas mortes registradas em razão do novo coronavírus em 24 horas, mostra levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde. Com isso, são 50.058 óbitos pela Covid-19 até este sábado (20) no país.

20 de junho - Movimentação no cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste da cidade de São Paulo, onde funcionários com roupas especiais fazem sepultamentos na tarde deste sábado (20) — Foto: Robson Rocha/Agência F8/Estadão Conteúdo

20 de junho - Movimentação no cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste da cidade de São Paulo, onde funcionários com roupas especiais fazem sepultamentos na tarde deste sábado (20) — Foto: Robson Rocha/Agência F8/Estadão Conteúdo

20 de junho - Movimentação nas praias do Rio de Janeiro, neste sábado(20) — Foto: Gilvan De Souza/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

20 de junho - Movimentação nas praias do Rio de Janeiro, neste sábado(20) — Foto: Gilvan De Souza/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

 
20 de junho - Movimentação de pessoas no comércio de rua em Recife, Pernambuco, na tarde deste sábado (20) — Foto: Lidianne Andrade/Myphoto Press/Estadão Conteúdo

20 de junho - Movimentação de pessoas no comércio de rua em Recife, Pernambuco, na tarde deste sábado (20) — Foto: Lidianne Andrade/Myphoto Press/Estadão Conteúdo

19 de junho - O Brasil chegou a 1 milhão de casos de coronavírus na tarde desta sexta-feira (19), mostra um boletim extra do levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.

19 de junho - Coveiros com roupas de proteção enterram homem que morreu vítima de Covid-19, no cemitério de Vila Formosa — Foto: Amanda Perobelli/Reuters

19 de junho - Coveiros com roupas de proteção enterram homem que morreu vítima de Covid-19, no cemitério de Vila Formosa — Foto: Amanda Perobelli/Reuters

19 de junho - Movimentação na região da Rua 25 de Março, área de comércio popular na região central de São Paulo. O Brasil chegou a 1 milhão de casos de coronavírus na tarde desta sexta-feira (19), mostra um boletim extra do levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde. — Foto: Amanda Perobelli/Reuters

19 de junho - Movimentação na região da Rua 25 de Março, área de comércio popular na região central de São Paulo. O Brasil chegou a 1 milhão de casos de coronavírus na tarde desta sexta-feira (19), mostra um boletim extra do levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde. — Foto: Amanda Perobelli/Reuters

 
19 de junho - Movimentação na região da Rua 25 de Março, área de comércio popular na região central de São Paulo. O Brasil chegou a 1 milhão de casos de coronavírus na tarde desta sexta-feira (19), mostra um boletim extra do levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde. — Foto: Amanda Perobelli/Reuters

19 de junho - Movimentação na região da Rua 25 de Março, área de comércio popular na região central de São Paulo. O Brasil chegou a 1 milhão de casos de coronavírus na tarde desta sexta-feira (19), mostra um boletim extra do levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde. — Foto: Amanda Perobelli/Reuters

18 de junho - O Brasil teve 1.204 novas mortes registradas em razão do novo coronavírus em 24 horas, mostra levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde. Com isso, são 47.869 óbitos pela Covid-19 até esta quinta-feira (18) no país.

18 de junho - Homens do exército usando equipamentos de proteção individual (EPI) realizam sanitização no prédio da prefeitura da cidade de Campinas, em  São Paulo, nesta quinta-feira (18), durante a pandemia provocada pelo coronavírus (COVID-19) — Foto: Rogério Capela/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

18 de junho - Homens do exército usando equipamentos de proteção individual (EPI) realizam sanitização no prédio da prefeitura da cidade de Campinas, em São Paulo, nesta quinta-feira (18), durante a pandemia provocada pelo coronavírus (COVID-19) — Foto: Rogério Capela/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

18 de junho - Bangu e Flamengo se enfrentam no Maracanã vazio — Foto: Thiago Ribeiro/Agif/Estadão Conteúdo

18 de junho - Bangu e Flamengo se enfrentam no Maracanã vazio — Foto: Thiago Ribeiro/Agif/Estadão Conteúdo

 
18 de junho - Movimentação do Monotrilho Prata, na cidade de São Paulo, SP, nesta quinta-feira (18) — Foto: Willian Moreira/Futura Press/Estadão Conteúdo

18 de junho - Movimentação do Monotrilho Prata, na cidade de São Paulo, SP, nesta quinta-feira (18) — Foto: Willian Moreira/Futura Press/Estadão Conteúdo

18 de junho - Obras de ampliação no Cemitério Parque das Flores, em Recife, Pernambuco  — Foto: Veetmano Prem/Fotoarena/Estadão Conteúdo

18 de junho - Obras de ampliação no Cemitério Parque das Flores, em Recife, Pernambuco — Foto: Veetmano Prem/Fotoarena/Estadão Conteúdo

17 de junho - O Brasil teve 1.209 novas mortes registradas em razão do novo coronavírus em 24 horas, mostra levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde. Com isso, já são 46.665 óbitos pela Covid-19 até esta quarta-feira (17) no país.

17 de junho - A Prefeitura de Campinas, interior de São Paulo, implantou a sinalização de solo para pedestres na Rua 13 de Maio, principal corredor de compras da área central, nesta quarta-feira (17). A pintura tem como objetivo organizar o fluxo de pessoas na via, que foi dividida em duas faixas, com setas indicando sentidos opostos para a circulação de pedestres. A sinalização busca orientar o fluxo de consumidores e evitar a aglomeração de pessoas — Foto: Denny Cesare/Código19/Estadão Conteúdo

17 de junho - A Prefeitura de Campinas, interior de São Paulo, implantou a sinalização de solo para pedestres na Rua 13 de Maio, principal corredor de compras da área central, nesta quarta-feira (17). A pintura tem como objetivo organizar o fluxo de pessoas na via, que foi dividida em duas faixas, com setas indicando sentidos opostos para a circulação de pedestres. A sinalização busca orientar o fluxo de consumidores e evitar a aglomeração de pessoas — Foto: Denny Cesare/Código19/Estadão Conteúdo

 
17 de junho - A Prefeitura de Campinas, interior de São Paulo, implantou a sinalização de solo para pedestres na Rua 13 de Maio, principal corredor de compras da área central, nesta quarta-feira (17). A pintura tem como objetivo organizar o fluxo de pessoas na via, que foi dividida em duas faixas, com setas indicando sentidos opostos para a circulação de pedestres. A sinalização busca orientar o fluxo de consumidores e evitar a aglomeração de pessoas — Foto: Denny Cesare/Código19/Estadão Conteúdo

17 de junho - A Prefeitura de Campinas, interior de São Paulo, implantou a sinalização de solo para pedestres na Rua 13 de Maio, principal corredor de compras da área central, nesta quarta-feira (17). A pintura tem como objetivo organizar o fluxo de pessoas na via, que foi dividida em duas faixas, com setas indicando sentidos opostos para a circulação de pedestres. A sinalização busca orientar o fluxo de consumidores e evitar a aglomeração de pessoas — Foto: Denny Cesare/Código19/Estadão Conteúdo

17 de junho - Com a volta do transporte coletivo nesta quarta-feira (17) as ruas e comércio de Florianópolis estão mais cheios e apresentam pontos de aglomeração entre a população. — Foto: Eduardo Valente/Framephoto/Estadão Conteúdo

17 de junho - Com a volta do transporte coletivo nesta quarta-feira (17) as ruas e comércio de Florianópolis estão mais cheios e apresentam pontos de aglomeração entre a população. — Foto: Eduardo Valente/Framephoto/Estadão Conteúdo

16 de junho - O Brasil teve 1.338 novas mortes registradas em razão do novo coronavírus nas últimas 24 horas, aponta levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde. Com isso, já são 45.456 óbitos pela Covid-19 até esta terça-feira (16) no país.

16 de junho - Vista do Cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste de São Paulo, em meio à pandemia do coronavírus (Covid-19) — Foto: Marcello Zambrana/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

16 de junho - Vista do Cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste de São Paulo, em meio à pandemia do coronavírus (Covid-19) — Foto: Marcello Zambrana/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

 
16 de junho - Vista do Cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste de São Paulo, em meio à pandemia do coronavírus (Covid-19) — Foto: Marcello Zambrana/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

16 de junho - Vista do Cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste de São Paulo, em meio à pandemia do coronavírus (Covid-19) — Foto: Marcello Zambrana/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

16 de junho - Vista do Cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste de São Paulo, em meio à pandemia do coronavírus (Covid-19) — Foto: Marcello Zambrana/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

16 de junho - Vista do Cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste de São Paulo, em meio à pandemia do coronavírus (Covid-19) — Foto: Marcello Zambrana/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

16 de junho - Sessão para convidados do cinema Drive-in no Memorial da América Latina, na cidade de São Paulo, nesta terça-feira (16). O cinema drive-in estreia para o público nesta quarta-feira (17) no Memorial da América Latina com sessões esgotadas até julho — Foto: Marcello Zambrana/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

16 de junho - Sessão para convidados do cinema Drive-in no Memorial da América Latina, na cidade de São Paulo, nesta terça-feira (16). O cinema drive-in estreia para o público nesta quarta-feira (17) no Memorial da América Latina com sessões esgotadas até julho — Foto: Marcello Zambrana/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

 
16 de junho - Sessão para convidados do cinema drive-in no Memorial da América Latina, na cidade de São Paulo, nesta terça-feira (16). O cinema drive-in estreia para o público nesta quarta-feira (17) com sessões esgotadas até julho — Foto: Marcello Zambrana/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

16 de junho - Sessão para convidados do cinema drive-in no Memorial da América Latina, na cidade de São Paulo, nesta terça-feira (16). O cinema drive-in estreia para o público nesta quarta-feira (17) com sessões esgotadas até julho — Foto: Marcello Zambrana/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

16 de junho - Famílias acompanham enterro de pessoas vítimas do Covid-19 no cemitério da Vila Formosa, Zona Leste de São Paulo, na manhã desta terça-feira (16) — Foto: Bruno Rocha/ Fotoarena/Estadão Conteúdo

16 de junho - Famílias acompanham enterro de pessoas vítimas do Covid-19 no cemitério da Vila Formosa, Zona Leste de São Paulo, na manhã desta terça-feira (16) — Foto: Bruno Rocha/ Fotoarena/Estadão Conteúdo

16 de junho - Saara, no Centro do Rio, teve lojas abertas e movimentação de clientes nesta terça (16) — Foto: Marcos Serra Lima/G1

16 de junho - Saara, no Centro do Rio, teve lojas abertas e movimentação de clientes nesta terça (16) — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Publicado em BRASIL E MUNDO
Facebook/VEJA Fachada do Hospital Ronaldo Gazolla, localizado no Rio de Janeiro (RJ)
A invasão de cinco pessoas ao Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, referência para o tratamento para a Covid-19 no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira 12, pôs a categoria de saúde em alerta. O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio, Alex Telles, chama a atenção para a gravidade do caso e diz acreditar que o episódio tenha sido estimulado pela fala do presidente Jair Bolsonaro no dia anterior. Pelas redes sociais, Bolsonaro havia pedido a apoiadores que “arranjem” um jeito de entrar em hospitais públicos ou de campanha que atendam pacientes com coronavírus e filmem o seu interior. A intenção, explicava, era mostrar a dimensão real da epidemia. Novamente, o presidente levantou suspeitas de que os dados relativos ao novo vírus estariam sendo manipulados para atingir seu governo.
Logo após o incidente ocorrido no hospital carioca, o presidente do sindicato esteve na unidade e conversou com vários plantonistas que presenciaram a ação na área restrita de risco biológico 3 (grande risco de contágio, transmissão por suspensão no ar). “É muita coincidência que no dia seguinte ao presidente ter incitado as pessoas a invadirem os hospitais tenhamos tido um problema destes”, ressalta o médico clínico Alex Telles, que também dá plantão no Ronaldo Gazolla. “Essas pessoas que entraram na área restrita e de forma agressiva puseram em risco médicos, enfermeiros, internos e elas próprias”, completa.
O tumulto no hospital de referência para a Covid-19 no Rio, que fica em Acari, na Zona Norte da cidade, segundo os relatos dos profissionais que estavam no local no momento, foi provocado por cinco pessoas de uma mesma família que acabara de saber do falecimento de um parente. Uma senhora, de 56 anos, que havia sido transferida há dois dias para aquela unidade, teve uma piora repentina do caso e morreu com suspeita de coronavírus. Os familiares, revoltados com a notícia, dada no setor de informações no primeiro andar do prédio, invadiram às instalações e foram até o quinto andar, onde entraram na ala B, reservada aos pacientes da nova doença. Exaltados, chutaram portas, derrubaram computadores e tentaram invadir outras áreas restritas.
Por vários momentos, os invasores, segundo relatos de profissionais, xingaram funcionários e gritavam “mentira, mentira”, assustando funcionários e pacientes. Ontem o hospital tinha cerca de 130 pacientes com a Covid-19 internados na área de clínica médica e 106 na Unidade de Terapia Intensiva (CTI). Os familiares da senhora que acabara de falecer foram contidos com a chegada da Guarda Municipal.
No dia anterior, quinta-feira 11, o presidente Bolsonaro havia levantado suspeitas sobre manipulação de dados e dito: “Seria bom você fazer… na ponta da linha, se tem um hospital de campanha perto de você, se tem um hospital público… arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente tem feito isso, mas mais gente tem que fazer pra mostrar se os leitos estão ocupados ou não. Se os gastos são compatíveis ou não. Isso ajuda. Tudo o que chega para mim nas redes sociais a gente faz um filtro e eu encaminho para a Polícia Federal ou Abin (Agência Brasileira de Inteligência)”.
A Secretaria municipal de Saúde divulgou uma nota sobre o problema ocorrido na unidade de referência para atendimento aos casos de coronavírus.
O que ocorreu foi um tumulto causado por cinco pessoas de uma mesma família que, desesperadas ao receberem a notícia da morte de uma parente internada no local – uma senhora de 56 anos – entraram alteradas na unidade, quebraram uma placa de sinalização e bateram uma porta, causando danos. Vigilantes, guardas municipais de uma viatura que fica baseada no hospital e integrantes da equipe assistencial ajudaram a contornar a situação. Uma das pessoas da família, uma mulher, precisou ser medicada para se acalmar.
Publicado em BRASIL E MUNDO
A comunidade de Taquaril dos Fialhos, localizada no município de Licínio de Almeida – Bahia, vem a público repudiar a forma arbitrária com que uma empresa de pesquisa mineral tem utilizado para assediar e intimidar agricultores e agricultoras da nossa comunidade e colocar em risco a saúde pública da nossa centenária Taquaril.
O mundo passa por uma pandemia e as organizações de saúde e autoridades municipais recomendam o distanciamento social como principal medida de prevenção ao COVID19. Enquanto isso, representantes da empresa circulam pela comunidade, adentram à propriedade sem autorização do proprietário e colocam em risco nossas famílias e a preservação da vida.
Cabe ressaltar que a comunidade já esclareceu para os representantes da referida empresa que NÃO ACEITA a realização da pesquisa mineral que ameaça os modos de vida e subsistência do nosso povo. É fundamental nos posicionarmos como forma de resistir a esse modelo de exploração que desconsidera a vida, a cultura e a memória da nossa comunidade!
Por isso, dizemos NÃO a esse modelo mineral que coloca o lucro acima de tudo! Reafirmamos que este modelo de mineração predatório não nos serve, pois ele é inviável ambiental, social e ecologicamente!
Seguiremos em luta e intensificamos a cobrança de um posicionamento dos órgãos do Estado (municipal, estadual e federal) em defesa da nossa comunidade!
Nossa vida vale mais!
Comunidade Taquaril dos Fialhos, Junho de 2020
Associação dos Pequenos Agricultores de Taquaril dos Fialhos
Estrada de acesso exclusivo à propriedade do senhor Carlito.
Na segunda semana do mês de junho de 2020
foi acessada por pessoas não identificadas.
 
Registro de exploração de pedras minerais sem o consentimento do proprietário.
Marcas de pedras quebradas dentro da propriedade.
Marcas de pedras quebradas dentro da propriedade.
Publicado em LICÍNIO DE ALMEIDA

Por Lucas Vidigal, G1.

O Brasil tem cerca de 43 mil pessoas reconhecidas atualmente como refugiadas, informou o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) na segunda-feira (8). O número representa mais de sete vezes o registrado no início de dezembro, quando havia cerca de 6 mil pessoas em situação de refúgio no país.

Segundo o comitê, ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, o aumento se explica pelas três levas de aprovação dos pedidos feitos por venezuelanos: uma em dezembro, uma em janeiro e outra em abril — essa, destinada a um contingente de filhos de refugiados da Venezuela.

Operação acolhida mantém processo de interiorização de imigrantes venezuelanos em RROperação acolhida mantém processo de interiorização de imigrantes venezuelanos em RR

Com isso, desde dezembro, o governo brasileiro aprovou cerca de 38 mil solicitações de venezuelanos, o que representa 88% do total. O Conare classifica o país vizinho há um ano como em situação de "grave e generalizada violação de direitos humanos", o que acelera a aprovação dos pedidos de refúgio.

 

O coordenador-geral do Conare, Bernardo Laferté, explicou ao G1 que, mesmo com as medidas adotadas, não é o comitê quem determina se haverá mais ou menos pedidos de refúgio no Brasil.

"Não somos nós que mexemos na causa do refúgio, é uma questão de demanda", afirma Laferté.

Efeito da pandemia

Refugiados venezuelanos começam a ser realocados em novo espaço de acolhimento, em Belém — Foto: Camila Diger/Agência Belém

Refugiados venezuelanos começam a ser realocados em novo espaço de acolhimento, em Belém — Foto: Camila Diger/Agência Belém

O número de pedidos de refúgio aprovados deverá demorar a apresentar outros aumentos significativos devido à pandemia do novo coronavírus. Segundo o coordenador-geral do Conare, o comitê não tem identificado um movimento migratório de entrada no Brasil por causa do fechamento das fronteiras terrestres.

"Embora a situação por lá ainda seja grave, muitos venezuelanos estão voltando para a Venezuela. A gente entende que é pela situação da pandemia, mas tem que esperar passar para ver se a tendência vai se manter", apontou Laferté.

Por causa da Covid-19, a Polícia Federal não recebe mais os pedidos de refúgio ou de residência, salvo em casos excepcionais: por exemplo, se um estrangeiro no Brasil precisar entrar em um voo de interiorização a outras partes do país.

Venezuela em crise

Tumulto em Cumunacoa, na Venezuela, nesta quarta-feira (22) começou após saques a comércios — Foto: Reprodução/Robert Alcalá/Twitter

Tumulto em Cumunacoa, na Venezuela, nesta quarta-feira (22) começou após saques a comércios — Foto: Reprodução/Robert Alcalá/Twitter

 

A pandemia do novo coronavírus e a derrubada dos preços do petróleo em março pioram a situação já difícil de uma Venezuela marcada pela violência e pela disputa de poder entre o regime chavista de Nicolás Maduro e a oposição liderada pelo parlamentar Juan Guaidó, que se declarou presidente interino do país no início do ano passado.

Com a crise da Covid-19, cidades venezuelanas registraram saques e confrontos violentos, inclusive com morte, nos últimos meses.

Dados do monitoramento da Universidade Johns Hopkins mostram que a Venezuela registrou 2.377 casos e 22 mortes por Covid-19 até esta segunda. No entanto, segundo observadores internacionais, esse número pode estar subestimado.

Publicado em BRASIL E MUNDO

Por G1 BA.

O crescimento da incidência de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti vem causando preocupação em toda a Bahia. Em Vitória da Conquista, no sudoeste, o índice de infestação do mosquito é 6,6%, seis vezes maior que o tolerado pelo Ministério da Saúde, que é de menos de 1%. Há bairros onde este número chega a ser 20 vezes maior. Os dados são do Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) realizado em fevereiro deste ano.

Desde o começo deste ano, Vitória da Conquista registra 3.938 notificações de dengue, chikungunya e zika. São 547 casos confirmados de dengue e três mortes por dengue hemorrágica, além de sete casos de zika e 11 de chikungunya.

Para o coordenador de Endemias de Vitória da Conquista, Eliezer Almeida, esse aumento tem uma explicação:

"Há um novo vírus da dengue circulando na região [sudoeste]. Isto desencadeou uma série de novos casos de dengue, zika e chikungunya. Ninguém na cidade havia tido contato com ele, por isso todos estão expostos a essas doenças, a partir deste novo vírus", explica.

Para combater o mosquito, estão sendo realizadas ações na cidade. Um carro fumacê está sendo utilizado e agentes de endemias estão fazendo trabalho de conscientização de porta em porta. No entanto, os agentes não podem entrar nas casas devido à pandemia de Covid-19.

 
"Estamos fazendo um trabalho voltado para os imóveis desabitados e terrenos baldios. Nossos agentes também estão falando com as pessoas, mas mantendo uma distância segura, de, no mínimo, dois metros. Ele passa informações, mas não está podendo entrar nos imóveis", completa Eliezer Almeida.

Na Bahia, até o mês de março, 16.459 pessoas foram diagnosticadas com alguma das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, de acordo com o último levantamento divulgado pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Foram 13.162 diagnósticos de dengue, 2.867 casos prováveis de chikungunya e 430 casos prováveis de zika.

Publicado em BAHIA E REGIÃO
por.: Agência Estado. © Marcos Correa/ PR.
O governo federal retirou R$ 83,9 milhões que seriam usados no programa Bolsa Família para destinar à Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência (Secom). A medida atinge os recursos previstos para a região Nordeste do País e causou críticas no Congresso por ocorrer durante a pandemia do coronavírus, quando muitas famílias estão sem fonte de renda. O dinheiro será utilizado para comunicação institucional, ou seja, para fazer publicidade das ações da gestão de Jair Bolsonaro.
A portaria que prevê a transferência dos recursos do Orçamento foi publicada na edição desta terça-feira, 2, no Diário Oficial da União (DOU). O ato foi assinado pelo secretário executivo do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues. Segundo técnicos do Congresso, como não há recurso extra, apenas realocação dentro do Orçamento, não é preciso de aval dos parlamentares. O valor total destinado ao Bolsa Família no ano inteiro é de R$ 32,5 bilhões.
Procurado, o Ministério da Cidadania informou que o pagamento do benefício está garantido, mas não esclareceu o motivo da realocação dos recursos.
Para comparação, os R$ 83,9 milhões transferidos para Secom bancar publicidade institucional dariam para comprar 1.263 respiradores hospitalares - ao custo de R$ 66,4 mil cada, um dos preços que o governo federal pagou em compras da Saúde. Ou ainda 856.164 mil testes tipo RT-PCR para detectar a infecção pelo novo coronavírus em pacientes - o preço unitário foi de R$ 98.
A Secom já havia aumentado para R$ 17,8 milhões suas despesas com propaganda durante a pandemia do novo coronavírus. Os recursos estão sendo utilizados para divulgar peças publicitárias com o mote de que é preciso "proteger vidas e empregos". Depois do fracasso com a campanha "O Brasil não pode parar", vetada judicialmente, a secretaria e o presidente também adotaram a frase "ninguém fica para trás".
A campanha institucional da Secom é diferente da produzida pelo Ministério da Saúde para fins de utilidade pública, que tem objetivo de passar orientações sobre a doença covid-19 e o novo coronavírus, bem como recomendações de higiene, etiqueta e distanciamento social e até convocar estudantes de Medicina e Enfermagem, Fisioterapia e Farmácia. O ministério já gastou R$ 61 milhões e deve ampliar a despesa com produção de mais conteúdo.
O dinheiro para bancar a publicidade institucional do governo Bolsonaro tem saído do orçamento de "Enfrentamento da Emergência de Saúde Nacional", de dois dos ministérios mais envolvidos em ações diretas para atendimento à população, Saúde e Cidadania. A Secom centralizou a produção das peças publicitárias.
A campanha é feita pela agência Calia Y2, sem que tenha havido uma seleção interna das propostas das outras agências contratadas pela Secom, a NBS e a Artplan, como é regra. Isso porque, segundo documentos internos da secretaria, a Calia propôs a realização da campanha, e o governo aprovou e adotou a sugestão. Nesse caso, o processo de seleção é dispensado, conforme previsto nas normas da secretaria.
Na terça-feira, 2, relatório produzido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso apontou que governou veiculou 2 milhões de anúncios em canais com conteúdos considerados "inadequados". A lista inclui páginas que disseminam fake news, propagam jogos de azar ilegais e até sites pornográficos.
A Secom disse que a escolha de onde os anúncios seriam veiculados coube ao Google, mas a empresa rebateu e informou ser possível bloquear que propaganda institucional seja publicada neste tipo de site.
Parlamentares criticam realocar recursos em publicidade
Parlamentares criticaram a realocação dos recursos nesta quinta-feira, principalmente por envolver dinheiro que seria destinado à população de baixa renda. "É importante lembrar que isso acontece no momento de aumento da fila do Bolsa Família, ao mesmo tempo que pairam sobre a Secom denúncias de mal uso de suas verbas para a propagação de fake news e mensagens e ódio", disse a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) ao Estadão/Broadcast.
O líder do Novo, deputado Paulo Gamine (RJ), classificou a medida como "imoral". "No meio a uma crise onde os brasileiros estão perdendo emprego, renda e a extrema miséria vem crescendo no País, é preocupante ver o governo preocupado com publicidade institucional", disse. Ele afirmou ainda que o recurso da Secom foi reduzido de R$ 273 milhões para R$ 73 milhões na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2020. "Nós reduzimos esse gasto e agora o governo que recompor esse valor. A que custo? Para que?", afirmou.
A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) criticou a ação no plenário da Câmara. "Tirar R$ 83 milhões da boca de famílias pobres para fake news é crime", disse ela.
"Enquanto tivermos pessoas sofrendo na fila do Bolsa Família ou do Auxílio Emergencial, qualquer redução no orçamento do ministério da Cidadania é questionável. Mais ainda quando o recurso acaba direcionado para comunicação", afirmou o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
O Estadão revelou em março que a região Nordeste, que teve recursos do Bolsa Família transferidos nesta quinta-feira, só recebeu 3% dos novos benefícios concedidos no mês de janeiro de 2020. Por outro lado, Sudeste e Sul foram priorizadas nas novas concessões e reuniram 75% dos benefícios liberados no primeiro mês deste ano. O Tribunal de Contas da União avalia se houve irregularidade.
Pasta não esclarece motivo da realocação do recurso
O Ministério da Cidadania, responsável pelo Bolsa Família, enviou nota sobre a transferência de recursos do programa assistencial para a Secretaria de Comunicação do Governo, mas não esclareceu o motivo para a realocação do recurso.
"A folha de pagamento do Programa Bolsa Família (PBF), no mês de abril, foi custeada em 95% por recursos do auxílio emergencial. Naquele mês, 13.566.568 famílias beneficiadas com o PBF receberam o benefício. Em abril foram destinados às famílias mais de R$ 15 bilhões", diz a pasta comandada por Onyx Lorenzoni
"É importante destacar que o auxílio emergencial destinou às famílias do PBF, na Região Nordeste, mais de R$ 7,7 bilhões, em abril, o que beneficiou a 6.851.543 famílias", conclui o ministério.
O Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) procurou o Ministério da Economia, responsável pela operação, além da Secom, para questionar o motivo da transferência, mas não teve resposta até a publicação desta reportagem.
Publicado em BRASIL E MUNDO
por.:  Elton Alisson | Agência FAPESP.
Publicado em BRASIL E MUNDO
© Handout Até 26 de maio, pelo menos 304 pessoas haviam morrido no país devido ao lockdown
No 62º dia do lockdown do coronavírus na Índia, um menino tenta acordar sua mãe, deitada em uma plataforma de trem na estação de Muzaffarpur, no Estado de Bihar, no leste do país.
Os anúncios de chegada e partida de trens continuam soando nos alto-falantes da estação.
 
Sem entender que sua mãe está morta, o filho caminha até o corpo e puxa o cobertor colocado sobre ela, colocando-o sobre sua própria cabeça.
Dois dias depois deste episódio, essas imagens começaram a se difundir pelas mídias sociais.
A mulher morta foi identificada. Trata-se de Arbina Khatoon, uma trabalhadora de 23 anos na cidade de Ahmedabad. Ela estava viajando com seus dois filhos e alguns parentes em um trem especial para trabalhadores migrantes, em direção a sua cidade natal, Bihar, em uma jornada de 1,8 mil quilômetros.
"Ela morreu de forma repentina no trem", disse seu cunhado Wazir à BBC Hindi, serviço em língua hindi da BBC.
Eles só tinham comido uma refeição desde o começo de sua jornada, ele conta, e alguns biscoitos e batatinhas.
"A água era quente demais para se beber", conta Wazir.
© BBC
De acordo com a imprensa local, ela morreu de fome e desidratação, como muitos trabalhadores migrantes que faleceram durante o lockdown decretado em função do coronavírus. As autoridades locais, no entanto, disseram que ela morreu devido a algum outro problema de saúde pré-existente.
Arbina Khatoon é uma entre mais de 300 trabalhadores migrantes que morreram desde que o lockdown foi decretado na Índia, no dia 25 de março. As estatísticas vão até o dia 26 de maio. A maioria das vítimas estava tentando voltar para suas cidades natais após perderem seus empregos praticamente do dia para noite.
Caminhando sob o sol
A paisagem urbana da Índia está cheia de trabalhadores informais que dependem de salários pagos diariamente para sua sobrevivência. Eles são a base da economia das metrópoles — responsáveis por construir casas, cozinhar, servir e entregar comidas, cortar cabelos, fabricar automóveis, limpar banheiros e entregar jornais.
A maior parte dos 100 milhões de trabalhadores informais está tentando fugir da pobreza extrema. Muitos moram em péssimas condições e sonham com mobilidade social.
Mas milhares deles estão sem empregos ou qualquer outra forma de renda desde o começo do lockdown. Eles passaram a depender de doações de comida por parte do governo ou de instituições de caridade. Alguns agora precisam mendigar. Quem tentava voltar para casa não tinha acesso a trens ou ônibus. Rapidamente eles se transformaram praticamente em refugiados.
Milhares de pessoas deixaram cidades grandes durante a pandemia© BBC Milhares de pessoas deixaram cidades grandes durante a pandemia
Homens, mulheres e crianças começaram suas jornadas a pé. A maioria dizia estar sem dinheiro e com medo de passar fome.
Eles traziam consigo seus parcos pertences em sacos — geralmente comida, água e roupas. Os jovens andavam com mochilas. Quando as crianças ficavam exaustas de caminhar, os pais as carregavam nos ombros.
Eles caminhavam sob o sol e sob as estrelas, enfrentando fome e exaustão, mas motivados por uma espécie de vontade coletiva de chegar em casa. Nas suas cidades natais, eles teriam um mínimo de comida e o conforto da presença de seus familiares.
'Pelo menos verei meus filhos'
Lallu Ram Yadav, de 55 anos, era um desses refugiados do lockdown. Ele trabalhava como segurança em Mumbai em turnos de 12 horas por dia e seis dias por semana.
Ele costumava se encontrar todo domingo com seu primo, Ajay Kumar, para falar sobre suas memórias da terra natal que havia deixado na década anterior, em busca de uma vida melhor na cidade grande. Ele enviava dinheiro para sua mulher e seus seis filhos.
Mas todo esse trabalho duro foi por água abaixo quando o lockdown começou. A poupança que ele e Ajay tinham logo se esvaiu.
Lallu Ram telefonou para seus familiares e informou que estaria voltando — pelo menos assim, imaginou que poderia voltar a ficar com seus filhos. Seria preciso viajar 1,4 mil quilômetros até o distrito de Allahabad, no Estado de Uttar Pradesh.
Os caminhoneiros cobravam caro demais pela carona. Então os dois resolveram fazer malas pequenas e começar a jornada a pé, na companhia de quatro amigos.
Em 48 horas, eles conseguiram caminhar 400 quilômetros, com a ajuda de algumas caronas. Mas a travessia se provou mais difícil do que haviam previsto.
"Estava quente demais e logo nós ficávamos cansados", disse Ajay. "Os sapatos de couro que usávamos eram extremamente desconfortáveis."
Eles ficaram com bolhas nos pés depois de caminhar por um dia inteiro. Mas não tinham mais a opção de desistir.
Uma noite, Lallu Ram começou a ter dificuldades para respirar. Quando chegaram ao Estado de Madhya Pradesh, ainda tinham um longo caminho pela frente, mas decidiram parar para descansar.
Lallu Ram nunca mais acordou. Os amigos que o levaram para o hospital contam que ele morreu de parada cardíaca, provavelmente desencadeada por exaustão.
"O único ganha-pão da família se foi", disse Ajay. "Ninguém nos ajudou. Meu primo não precisava ter morrido, mas ele teve de escolher entre a fome e uma longa viagem."
Lallu Ram não conseguiu cumprir sua promessa de passar mais tempo com seus filhos.
"Nós, os pobres, geralmente precisamos escolher a melhor opção, entre várias péssimas", diz Ajay. "Não deu certo para meu primo dessa vez. Raramente dá certo para pobres como ele."
Muitos tiveram dificuldades de conseguir comida durante as viagens© Handout Muitos tiveram dificuldades de conseguir comida durante as viagens
Um destino semelhante foi encontrado por 16 trabalhadores exaustos no Estado de Maharashtra. Depois de 36 quilômetros caminhando, eles pegaram no sono em trilhos de trem. Quando o trem passou, atropelou todos.
A imprensa local noticiou que os trabalhadores imaginaram que não haveria trens passando por aqueles trilhos devido ao lockdown. Algumas imagens compartilhadas nas mídias sociais mostrava pedaços de roti, uma espécie de pão indiano, jogados no canto da ferrovia.
'Queria nunca ter começado esta viagem'
A maioria dos trabalhadores migrantes que morreram esteve envolvida em algum tipo de acidente de trânsito. É o caso de Sanju Yadav.
Ela chegou em Mumbai, a capital financeira da Índia, na década passada, com seu marido Rajan e seus dois filhos, Nitin e Nandini. Eles tinham poucos pertences, mas muitos sonhos. A esperança de Sanju era de que seus filhos prosperassem na cidade.
O trabalho duro dos dois parecia estar compensando. Rajan usou sua poupança e um empréstimo para comprar um tuk-tuk, um veículo triciclo típico da Índia e de outros países asiáticos.
Mas então veio o coronavírus.
Rajan Yadav, sua esposa Sanju e os dois filhos, que buscavam uma vida melhor em Mumbai© Handout Rajan Yadav, sua esposa Sanju e os dois filhos, que buscavam uma vida melhor em Mumbai
A poupança da família era usada para pagar aluguel, comida e o empréstimo. Eles conseguiram aguentar o lockdown nos meses de março e abril, na expectativa de que tudo reabrisse em maio, mas o lockdown foi estendido.
Sem dinheiro e alternativas, eles decidiram voltar ao distrito de Jaunpur, em Uttar Pradesh. Eles solicitaram bilhetes de trem que estavam sendo distribuídos a trabalhadores migrantes, mas passaram uma semana sem sucesso.
Desesperados e exaustos, decidiram encarar a viagem de 1,5 mil quilômetros a bordo do tuk-tuk. Eles partiram de Mumbai no dia 9 de maio.
Rajan começava a dirigir às cinco da manhã por seis horas sem parar. Eles descansavam durante o dia e voltavam à estrada das seis da tarde até as onze da noite.
"Nós comíamos qualquer coisa que tivéssemos e dormíamos no asfalto. A perspectiva de estar na segurança de nosso vilarejo nos motivava", diz ele.
Mas nas primeiras horas de 12 de maio, faltando apenas 200 quilômetros para chegar na cidade natal, um caminhão atingiu o tuk-tuk. Sanju e Nandini morreram na hora. Rajan e Nitin escaparam com arranhões.
"Tudo acabou rápido demais. Nós estávamos tão perto do nosso vilarejo. Estávamos tão felizes. Mas agora não me sobrou nada — só um vazio enorme."
Ele diz que não para de pensar nos bilhetes de trem que nunca vieram.
"Eu queria ter conseguido os bilhetes. Eu queria nunca ter começado essa viagem. Eu queria não ser pobre."
'Ele sonhava com a comida caseira'
Sagheer Ansari e seu irmão Sahib eram bons alfaiates. Eles nunca tiveram problemas para achar emprego na indústria têxtil de Nova Déli. Até o lockdown ser decretado.
Em poucos dias, ambos ficaram desempregados. Eles imaginaram que tudo voltaria ao normal em algumas semanas e seguiram em sua pequena casa de um cômodo.
Quando o dinheiro acabou, eles pediram ajuda a seus parentes, em sua cidade natal. Mas quando o lockdown foi estendido em maio, eles perderam a paciência.
"Nós já não podíamos pedir mais dinheiro para nossa família. Nós é que deveríamos estar ajudando eles financeiramente, e não o contrário", disse Sahib.
Sagheer Ansari era alfaiate mas perdeu seu emprego© Handout Sagheer Ansari era alfaiate mas perdeu seu emprego
Eles então embarcaram em uma viagem de 1,2 mil quilômetros em direção ao vilarejo de Motihari, em Bihar.
Junto com outros amigos, eles decidiram comprar bicicletas. Mas conseguiram comprar apenas seis bicicletas para um grupo de oito pessoas. A solução encontrada foi revezar as bicicletas entre si, com duas pessoas sempre na garupa.
Eles partiram de Nova Déli cedo, no dia 5 de maio. Era um dia quente e a cada dez quilômetros todos ficavam exaustos.
"Nossos joelhos doíam, mas seguíamos pedalando. Raramente comíamos uma refeição decente e isso deixava tudo mais difícil", diz Sahib.
Depois de cinco dias, o grupo chegou a Lucknow, a capital de Uttar Pradesh. Eles já não comiam uma refeição havia dois dias e estavam praticamente à base de arroz tufado.
"Todos estávamos famintos. Nos sentamos na barreira da estrada para comer, porque não havia quase nenhum trânsito", ele lembra.
Sagheer deixou esposa e filho© Alamy Sagheer deixou esposa e filho
Mas, de repente, apareceu um carro em alta velocidade, que atingiu a barreira onde Sagheer estava. Ele morreu poucas horas depois no hospital.
"Meu mundo desabou", conta Sahib. "Eu não fazia ideia do que contaria para seus filhos e sua esposa. Ele adorava comida caseira e estava sonhando com isso. Ele morreu sem nem ter podido comer uma refeição decente durante vários dias."
Sahib conseguiu chegar a seu destino. Ele trouxe o corpo de seu irmão em uma ambulância. Mas nem teve tempo para confortar seus parentes, pois foi colocado em quarentena em um local isolado logo após o velório.
"Eu não sei quem eu devo culpar pela morte dele — o coronavírus, a fome ou a pobreza", diz Sahib.
"Eu descobri uma coisa: eu nunca mais vou deixar meu vilarejo. Eu posso até ganhar menos dinheiro, mas pelo menos vou seguir vivo."
Histórias parecidas como essas continuam provocando indignação na Índia. Uma criança de 12 anos de idade desmaiou depois de passar três dias caminhando. Ela morreu a poucos quilômetros de sua casa.
Um trabalhador de 60 anos morreu em Uttar Pradesh, provavelmente de inanição.
Uma pessoa de 26 anos foi atropelada por um carro quando comia seu café da manhã ao lado de uma estrada.
Um casal, Krishna e Pramila Sahu, foi morto em um acidente de trânsito depois de percorrer 750 quilômetros de bicicleta.
Muitos trabalhadores migrantes disseram que não voltarão para cidades grandes© BBC Muitos trabalhadores migrantes disseram que não voltarão para cidades grandes
Governos estaduais correm para tentar conseguir transporte, acomodações e comida para os trabalhadores migrantes. O premiê, Narendra Modi, pediu desculpas pela forma como o lockdown causou dificuldades nas vidas de todos, sobretudo dos mais pobres, mas disse que "medidas difíceis são necessárias para se vencer essa batalha".
Autoridades indianas dizem que ele está certo e que o lockdown é necessário para salvar vidas. Mas muitos cidadãos disseram que a falta de planejamento do governo está provocando uma crise humanitária.
"Qualquer que seja o motivo, Modi e os governos estaduais parecem ter feito um grande estrago ao não antecipar esse êxodo", diz o correspondente da BBC na Índia, Soutik Biswas.
"Modi foi extremamente rápido ao lidar com o sofrimento dos indianos no exterior, com centenas sendo trazidos de volta para casa em voos especiais. Mas deixou a desejar ao lidar com a dor dos trabalhadores migrantes domésticos."
No começo de maio, o governo finalmente começou a transportar trabalhadores migrantes em trens especiais. Primeiro 30 linhas de trens iniciaram os serviços, mas os preços dos bilhetes eram abusivos.
Houve reclamações generalizadas sobre esses preços, e o Partido do Congresso, de oposição, chegou a se oferecer para pagar por bilhetes.
Trabalhadores de baixa renda, que estavam havia semanas sem ganhar nenhum dinheiro, precisavam pagar até 800 rupias (o equivalente a US$ 11 ou R$ 54). Um trabalhador diário recebe em média de 200 a 600 rupias por dia.
O governo disse que era necessário cobrar pelos bilhetes para garantir que os trens fossem usados apenas por aqueles trabalhadores que realmente precisavam deles. Depois que o assunto se tornou um escândalo nacional, o governo disse à imprensa que "nunca havia pedido que os Estados cobrassem dinheiro dos trabalhadores" e que havia, na verdade, sugerido que o custo da passagem fosse dividido entre o Estado e as operadoras de trem.
Dinheiro não foi o único problema. Muitas pessoas não conseguiram agendar a compra dos bilhetes pela internet e precisaram enfrentar multidões e filas nos balcões de vendas. Muitos balcões nem sabiam que esses serviços de trens estavam disponíveis.
Na metade de maio, o governo passou a oferecer comida gratuita aos trabalhadores migrantes por dois meses, como parte de um pacote econômico de US$ 266 bilhões (R$ 1,3 trilhões) para combater os efeitos do lockdown.
Mas centenas de migrantes que não conseguiam ônibus ou trens continuaram fazendo suas jornadas a pé ou de carona em caminhões.
'Sem comida ou água nos trens'
Cerca de quatro milhões de trabalhadores viajaram de trem das cidades grandes para seus vilarejos em mais de meia dúzia de Estados nas últimas semanas.
Pelo menos 80 deles não chegaram a seus destinos, segundo um relatório inicial da autoridade ferroviária indiana RPF. A maioria dos mortos eram dos Estados de Uttar Pradesh e Bihar.
Cada passageiro tem sua temperatura medida antes de embarcar em trens© BBC Cada passageiro tem sua temperatura medida antes de embarcar em trens
O relatório ressalta alguns dos motivos das mortes, como câncer, doença grave ou problemas de fígado. Uma pessoa testou positivo para covid-19. O corpo de um trabalhador foi encontrado dentro do banheiro de um dos ônibus. Provavelmente ele estava ali há dias, segundo a emissora NDTV.
A BBC conversou com algumas pessoas que pegaram esses trens. Eles passaram longos períodos com pouca água e comida. Um deles, Manish Pandey, de 20 anos, passou 40 horas em um dos trens.
"Não havia comida e praticamente nenhuma água", ele contou para a repórter da BBC Chinki Sinha.
As lojas da estação estavam fechadas devido ao lockdown. Ele foi então levado a um centro de quarentena no Estado de Bihar, que também não tinha água e comida adequadas.
"Alguns banheiros estavam entupidos e não havia ninguém ouvindo nossas reclamações. Nós deixamos o centro depois de seis dias", ele conta.
Algumas pessoas disseram terem sido espancadas por policiais ao tentarem procurar por água.
A imprensa local noticiou um incidente em que trabalhadores migrantes desesperados foram vistos atacando uma pessoa com sacos de comida em uma estação de trem.
O ministro das Ferrovias, Piyush Goyal, reconheceu que houve também atrasos dos trens, mas advertiu que as pessoas não deveriam "prejudicar os enormes esforços" feitos por trabalhadores do setor para ajudar os migrantes a chegar a suas casas.
"Houve casos de atrasos e eu peço desculpas por eles. A questão não estava nas nossas mãos e alguns Estados, como Maharashtra, atrasaram trens desde a origem. Por isso, tivemos que fazer desvios e muitos trens se atrasaram para chegar a seus destinos em tempo."
'Eu perdi meu pai e meus sonhos'
A Índia tem uma população de 1,3 bilhões de pessoas e registra cerca de 200 mil casos de coronavírus, com mais de 5,5 mil mortes. Agora, o país começou a aliviar as medidas de lockdown, apesar de o número de casos ainda estar em ascensão.
Mais trabalhadores migrantes estão conseguindo chegar a suas casas, mas o impacto da crise entre os mais pobres do país continuará sendo forte.
Muitos estão expostos a riscos enormes na tentativa de viajar© BBC Muitos estão expostos a riscos enormes na tentativa de viajar
Jaikrishna Kumar, de 17 anos, se arrepende de ter aconselhado seu pai, Balram, a voltar para casa quando começou o lockdown. Balram vinha de um vilarejo no distrito de Khagadia, mas estava trabalhando em Gujarat, um dos mais atingidos pelo coronavírus.
Um policial ajudou ele e seu amigo Naresh Singh, junto com vários outros, a pegar carona em um caminhão. O veículo tinha uma carga mal amarrada na sua traseira— algo bastante comum nas estradas indianas.
O motorista perdeu controle do veículo quando passava pela cidade de Dausa, no Estado do Rajastão, e bateu em uma árvore. Balram morreu no acidente.
Agora, Jaikrishna Kumar diz que provavelmente precisará abandonar os estudos para achar um emprego que sustente a família.
"O acidente me tirou meu pai e meus sonhos de conquistar minha educação. Eu queria poder ter outro caminho. Eu não gosto da ideia de ir para a cidade grande e trabalhar, mas qual é a alternativa? Meu pai queria que eu quebrasse o ciclo da pobreza. Eu não sei fazer isso sem ele."
Publicado em BRASIL E MUNDO

Por G1.

O Brasil superou a Itália em número de mortos por complicações da Covid-19 nesta quinta-feira (4). Com mais um recorde diário de mortes, o país acumula 34.021 vidas perdidas durante a pandemia e está atrás apenas do Reino Unido e dos Estados Unidos, segundo o balanço mais recente do Ministério da Saúde.

Os principais dados do ministério são:

  • 34.021 mortes, eram 32.548 na quarta (3)
  • Foram 1.473 registros de morte incluídos em 24 horas
  • 614.941 casos confirmados, eram 584.016 na quarta
  • Foram incluídos 30.925 casos em 24 horas
  • 325.957 pacientes estão em acompanhamento (53 %)
  • 259.963 pacientes estão recuperados (41,5 %)

O balanço da quinta-feira, que foi divulgado por volta das 22 horas, registrou também 366 mortes que aconteceram nos últimos 3 dias. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, há mais 4.159 suspeitas que estão sob investigação.

O Brasil chegou a terceiro país com mais mortes no mundo 79 dias depois do registro da primeira vítima da Covid-19, em 17 de março.

Veja as mortes nos países mais afetados:

  1. Estados Unidos: 107.979
  2. Reino Unido: 39.987
  3. Brasil: 34.021
  4. Itália: 33.689

No mundo inteiro, a pandemia já fez cerca de 389,6 mil mortes, de acordo com o painel da universidade norte-americana Johns Hopkins. A doença começou na China, que hoje tem pouco mais de 4,6 mil mortes. O país asiático mais atingido é o Irã, com mais de 8 mil óbitos.

 

A Europa, que já foi o epicentro da doença, tem flexibilizado as regras de confinamento que foram estabelecidas por causa do novo coronavírus. O Coliseu, em Roma, outros museus e estabelecimentos foram reabertos.

Comparação entre países

A taxa para cada 100 mil habitantes aponta que o Brasil tem 14 mortes a cada 100 mil. Essa taxa mostra o efeito do vírus em países menos populosos, como o Reino Unido (66,6 milhões) e a Itália (60,3 milhões de habitantes), em comparação com os EUA (329,5 milhões) e Brasil (209,5 milhões).

Número de mortes por Covid-19 a cada 100 mil habitantes — Foto: Guilherme Luiz Pinheiro/G1

Número de mortes por Covid-19 a cada 100 mil habitantes — Foto: Guilherme Luiz Pinheiro/G1

Nessa comparação, o país fica atrás dos Estados Unidos (32,9), da Itália (55,8) e do Reino Unido (59,9).

Nestes países, o pico diário de mortes foi alcançado há mais tempo que no Brasil, e muitos já passam por um processo de desaceleração na contagem de mortos.

Os Estados Unidos tiveram o maior registro (2.612) em 29 de abril, o Reino Unido (1.172) em 29 de abril e a Itália (919) em 27 de março, segundo o mesmo levantamento da Johns Hopkins.

Brasil ultrapassa Itália e é o terceiro país em número de mortos pela Covid-19
 

Brasil ultrapassa Itália e é o terceiro país em número de mortos pela Covid-19

 

Balanço por estados

O Ministério da Saúde divulgou também a distribuição dos casos e mortes por complicações do coronavírus Sars-Cov-2 por estado brasileiro.

  • Consulte aqui quantos casos e mortes há em sua cidade

São Paulo se manteve como o estado com mais casos e mortes pela doença, são 129,2 mil confirmações e ao menos 8,5 mil mortes. O Rio de Janeiro é o segundo do país com mais casos e mortes: respectivamente 60,9 mil e 6,3 mil.

Veja abaixo a distribuição dos casos e mortes por estado:Balanço do Ministério da Saúde de casos e mortes por Covid-19 em 4 de junho — Foto: Ministério da Saúde

Balanço do Ministério da Saúde de casos e mortes por Covid-19 em 4 de junho — Foto: Ministério da Saúde

Publicado em BRASIL E MUNDO

Com estatísticas aquém da realidade, país tem recorde de mortos por Covid-19 num só dia, atrás apenas do Brasil na América Latina..

Ao mesmo tempo em que começou a flexibilizar a quarentena adotada tardiamente, no fim de março, o México registrou, nesta quarta-feira, mais de mil mortes por dia, atrás apenas do Brasil em vítimas fatais por Covid-19 na América Latina. Como o presidente Jair Bolsonaro, André Manuel López Obrador optou pelo negacionismo, minimizando a ação do novo coronavírus quando a pandemia deu seus primeiros sinais no país.

O presidente estimulava os mexicanos a levarem vida normal, fora de casa, por pertencerem a “uma etnia forte que consegue vencer vários tipos de peste”. Abraços e reuniões familiares eram incentivados. “Não vai acontecer nada”, assegurava.

Aconteceu o pior. No fim de março, López Obrador, conhecido também por suas iniciais AMLO, capitulou e confinou a população em casa durante dois meses. O México registra 101.238 casos de Covid-19 e 11.729 mortos. As estatísticas, contudo, não são confiáveis e não refletem a realidade.

O vírus circula ativamente no país, infectando uma média de 3.900 novos doentes por dia. No ranking da Universidade Johns Hopkins, o país de 130 milhões de habitantes ocupa o oitavo lugar entre países com mais mortos e o 14º em número de infectados.

O governo rechaçou o programa de testagem em massa, sob o pretexto de ser caro e inútil, de acordo com o subsecretário de Saúde, Hugo López- Gattel, que lidera a força-tarefa do coronavírus. Dele vem também a previsão de que o número de mortos poderá chegar a 30 mil.

 

Mas o prognóstico é pior: sem dados, não há controle sobre a doença. Um levantamento de certidões de óbito realizado pela ONG Mexicanos Contra a Corrupção e a Impunidade entre 18 de março e 12 de maio constatou que o número de mortes por suspeitas de Covid-19 na Cidade do México é o triplo do que divulgado pelo governo.

As mortes pela doença só são contabilizadas se ocorrerem em hospitais. No Estado do México, laboratórios têm capacidade de analisar apenas mil exames diários, e a fila de espera é gigantesca.

Outra investigação, do jornal espanhol “El País”, mostrou que oito entre dez mortos não ingressaram na UTI, sequer foram intubados. Dados conflitantes e defasados não permitirão ao México construir um histórico do novo coronavírus no país.

 

Mais grave ainda é o fato de que as atividades foram retomadas quando doença está no seu pico, conforme admite o subsecretário López-Gattel.O apelo da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para que o país que não reabrisse a economia, sob o risco de que o contágio poderia se agravar, não comoveu as autoridades.

Pelo menos 500 mil pessoas perderam o emprego em abril. O governo associou o fim do bloqueio a um sinal de trânsito, que determina o grau de risco em cada cidade. Permanecerá vermelho até dia 15 de junho, embora atividades como mineração e construção já tenham sido autorizadas.

 

López Obrador rejeita as críticas ao manejo da doença, que oscilou entre o negacionismo e a pressa para pôr fim ao bloqueio. “Que não haja psicose, não haja medo e que não prestemos atenção ao sensacionalismo”, assim reagiu o presidente mexicano à cifra de 1.090 mortos num só dia.

Como aqui, o presidente está em guerra com sete governadores de oposição, que traçaram suas próprias estratégias para sair da quarentena. A transição para a nova normalidade se revela tão caótica quanto a pandemia em si.

Publicado em BRASIL E MUNDO

Por BBC.

A presença de cerca de 20 mil garimpeiros na Terra Indígena Yanomami durante a pandemia do novo coronavírus e a frágil assistência de saúde no território ameaçam fazer com que até 40% dos indígenas que moram perto das minas ilegais se infectem com a doença.

Nesse cenário, o grupo poderia perder até 6,5% dos seus integrantes, tornando-se uma das populações mais impactadas pela Covid-19 em todo o mundo.

  • 1,8 mil indígenas são infectados por Covid-19 em 78 povos no Brasil, diz organização

As análises estão em um estudo produzido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo Instituto Socioambiental (ISA), que classifica os yanomami como "o povo mais vulnerável à pandemia de toda a Amazônia brasileira".

Segundo a pesquisa, revisada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a etnia corre o risco de sofrer um "genocídio com a cumplicidade do Estado brasileiro" caso não se tomem medidas urgentes para expulsar os garimpeiros e melhorar a assistência médica às comunidades.

Com área equivalente à de Portugal, a Terra Indígena Yanomami abriga cerca de 27.398 membros dos povos yanomami e ye'kwana, espalhados por 331 aldeias.

O território ocupa porções do Amazonas e de Roraima e se estende por boa parte da fronteira do Brasil com a Venezuela.

 

Rica em depósitos de ouro, a área é alvo de garimpeiros desde pelo menos a década de 1980 — atividade que não foi suspensa nem mesmo após a demarcação da terra indígena, em 1992.

No início de abril, quando a pandemia ainda não havia chegado à região, a BBC News Brasil publicou uma reportagem sobre o avanço de garimpeiros em uma área habitada por uma comunidade yanomami que vive em isolamento voluntário.

'Bibliotecas vivas'Com área equivalente à de Portugal, Terra Indígena Yanomami ocupa partes dos Estados de Amazonas e Roraima e fica na fronteira do Brasil com a Venezuela — Foto: VICTOR MORIYAMA / ISA

Com área equivalente à de Portugal, Terra Indígena Yanomami ocupa partes dos Estados de Amazonas e Roraima e fica na fronteira do Brasil com a Venezuela — Foto: VICTOR MORIYAMA / ISA

O estudo da UFMG e do ISA alerta para as consequências que a disseminação da Covid-19 poderá ter entre idosos da etnia.

"O desaparecimento repentino dos mais velhos, conhecidos como 'bibliotecas vivas', pode impactar na reprodução social dos yanomami e implica em consequências irreversíveis para a sobrevivência do patrimônio cultural do povo yanomami e ye'kwana", diz o estudo.

Para chegar às conclusões, os autores usaram modelos matemáticos baseados em dados das populações indígenas brasileiras, os índices de mortalidade por Covid-19 em cada Estado e informações sobre o atendimento médico nas regiões habitadas pelas etnias, como o número de leitos de UTI e de respiradores.

Um dos indicadores usados no cálculo mede a vulnerabilidade dos polos base (postos de saúde) das comunidades, considerando informações como a capacidade de transporte de doentes, a oferta de água encanada e a expectativa de vida ao nascer.

 

Todos os 37 postos do território yanomami obtiveram a pior nota dentre os 172 estudados: 0,7. O índice vai de 0 a 1, sendo 1 a pior nota.

Trânsito de garimpeiros

Guerreiros Yanomami cruzam riacho durante um encontro de lideranças na comunidade watoriki, na Terra Indígena Yanomami, em novembro de 2019 — Foto: VICTOR MORIYAMA / ISA

No levantamento, foram considerados os 13,9 mil indígenas (50,7% da população do território yanomami) que vivem a até cinco quilômetros de áreas de garimpo.

Essas comunidades são vistas como mais vulneráveis ao contágio por conta da circulação dos garimpeiros entre cidades e o território. Muitos garimpeiros recorrem às aldeias para trocar alimentos ou aliciar trabalhadores indígenas.

Segundo a pesquisa, estudos anteriores já mostraram que o garimpo está associado à maior incidência de doenças infecciosas na Amazônia, como a malária.

Os autores simularam vários cenários para estimar quantas pessoas seriam infectadas a partir de um único paciente com Covid-19 que tivesse contato com as comunidades.

Em um cenário de transmissão menos intensa, em que a taxa de contágio (R0) fosse 2 (o que significa que cada infectado transmitiria a doença para outras duas pessoas), 2.131 pessoas seriam infectadas em 120 dias.

No pior cenário, adotando a taxa de contágio (R0) de valor 4, um único caso na região resultaria em 5.603 infectados após 120 dias — ou 40,3% da população abarcada pelo levantamento.

 

Os autores dizem que os yanomami, assim como outros povos indígenas, são altamente suscetíveis a doenças contagiosas por conta de alguns hábitos culturais. Membros do grupo costumam compartilhar utensílios domésticos, como cuias, e viver em casas que agregam várias famílias.

Mesmo antes da Covid-19, doenças respiratórias já eram a principal causa de mortes para a etnia.

"Se uma doença altamente contagiosa como a Covid-19 entrar na comunidade, é muito difícil impedir a sua transmissão", diz o estudo.

Caso a letalidade da doença entre os indígenas seja duas vezes maior do que a que atinge a população geral de Roraima e do Amazonas — o que os autores consideram provável por conta da assistência médica deficiente nas comunidades —, haveria até 896 óbitos no grupo.

Nesse cenário, as comunidades que vivem perto das frentes de garimpo perderiam 6,5% de seus integrantes em apenas quatro meses.

Mesmo considerando-se as comunidades yanomami mais afastadas que não seriam afetadas pela doença, o índice de mortalidade para toda a etnia seria cerca de 50 vezes maior do que o da Espanha, país com a mais alta taxa de mortes por Covid-19 por habitante do mundo.

Até a última segunda-feira (01/06), havia 55 casos confirmados de Covid-19 entre os povos yanomami e ye'kwana e três mortes, segundo a Rede Pró-Yanomami e Ye'kwana, que abarca pesquisadores e apoiadores dos grupos.

A primeira morte ocorreu em 19 de abril e vitimou um jovem de 15 anos.

Estudo apontou alto índice de contaminação por mercúrio em comunidades yanomami próximas a zonas de garimpo — Foto: VICTOR MORIYAMA / ISA

 

Para o engenheiro agrônomo Antonio Oviedo, pesquisador do ISA que participou do estudo, o governo deveria priorizar duas ações para impedir o avanço da Covid-19 no território.

Uma seria expulsar imediatamente os garimpeiros, o que limitaria a possibilidade de novos contatos e infecções nas aldeias.

A outra seria "fazer a busca ativa de casos" no território para testar e isolar pacientes o quanto antes. Hoje, os serviços de saúde só agem quando procurados pelas comunidades.

Segundo Oviedo, doentes têm passado vários dias em contato com parentes até serem diagnosticados — isso quando são atendidos.

O pesquisador afirma que, embora a covid-19 seja uma doença nova, já há informações suficientes sobre formas de limitar seu impacto. "A partir do momento em que o governo não embasa suas ações nos conhecimentos já existentes, ele está sendo negligente com as mortes que possam vir a ocorrer", afirma.

Origem de epidemias

Vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami, principal organização indígena da etnia, Dario Kopenawa diz à BBC News Brasil que as comunidades estão tentando se isolar e evitando idas à cidade, mas que o trânsito de garimpeiros compromete a eficácia da estratégia.

Segundo ele, as infecções entre os yanomami ocorridas até agora têm relação com os garimpeiros.

Kopenawa afirma que, na filosofia da etnia, a cobiça humana por riquezas subterrâneas é associada ao surgimento de várias epidemias mortíferas como a Covid-19. Na língua yanomami, essas doenças são conhecidas como xawara.

"Nosso criador, Omama, colocou as xawara embaixo da terra. Quando alguém fura o solo atrás de minérios, petróleo e gás, elas podem sair de lá e se espalhar entre humanos", diz ele.

Kopenawa é filho do xamã Davi Kopenawa, presidente da Hutukara e um dos mais conhecidos líderes indígenas do Brasil.

Ele afirma que o pai está isolado em sua comunidade e, a exemplo de outros xamãs da etnia, tem trabalhado intensamente para "enfraquecer os efeitos da doença e para que ela volte ao lugar de onde saiu".

Publicado em BRASIL E MUNDO

Por G1 BA.

Publicado em BAHIA E REGIÃO
Um novo remédio antiviral da Gilead, chamado remdesivir, se mostrou promissor em alguns testes pequenos de eficiência contra Covid-19 e está sendo dado a pacientes de alguns países seguindo regras de uso compassivo ou emergencial. O medicamento antiviral foi registrado com o nome de Avifavir e se mostrou promissor em testes; atualmente, não existe vacina para a doença  A Rússia disponibilizará este medicamento  para o tratamento de pacientes de covid-19 a partir da próxima semana. O Avifavir, conhecido genericamente como favipiravir, foi desenvolvido inicialmente nos anos 1990 por uma empresa japonesa comprada mais tarde pela Fujifilm quando esta migrou para o setor de saúde. O chefe da RDIF, Kirill Dmitriev, disse que cientistas russos modificaram o remédio para otimizá-lo e que Moscou estará pronta para compartilhar os detalhes destas modificações dentro de duas semanas. O Japão vem testando o mesmo medicamento, conhecido lá como Avigan. O primeiro-ministro, Shinzo Abe, o elogiou e lhe concedeu o equivalente a 128 milhões de dólares de financiamento estatal, mas ainda não aprovou seu uso. Dmitriev disse que a Rússia conseguiu reduzir o cronograma dos testes, que costumam durar muitos meses, porque o genérico japonês no qual o Avifavir se baseou foi registrado em 2014 e passou por testes consideráveis antes de especialistas russos o modificarem.
Publicado em BRASIL E MUNDO

Por G1 BA.

Publicado em BAHIA E REGIÃO

Vítima não tem a identidade revelada pela secretaria Municipal de Saúde, mas segundo informações o paciente é um Homem e se encontra bem e está em isolamento no seu domicílio, o próprio paciente procurou a sua Unidade de Saúde  alegando ter os sintomas  do Covid-19 onde a equipe de plantão de imediato fez o teste rápido constatando positivo.

A  Prefeitura  Municiapl de Licínio de Almeida juntamente com a Secretaria Municiapal de Saúde está monitorando o paciente e seus familiares em sua residência.
confira o Boletim.
boletim pandemia licinio

Publicado em LICÍNIO DE ALMEIDA
A Prefeitura Municipal de Licínio de Almeida, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, comprou totens de dispensação de álcool gel para distribuir em pontos estratégicos da cidade. Este primeiro lote recebido priorizará o hospital, as unidades de saúde , prefeitura, secretaria de saúde, secretaria de ação social e feira livre de Licinio e Tauape.
O totem funciona com o pé, você pisa, em cima vai liberar um jatinho com álcool gel direto nas mãos, assim, evita que as pessoas tenham contato com qualquer superfície possivelmente contaminada.
Outras ações
Além disso, a Prefeitura Municipal de Licínio e a Secretaria Municipal de Saúde continua com as barreiras sanitárias nos principais pontos de acesso a cidade e também com a distribuição de Máscaras confeccionadas em nosso município que estão sendo distribuídas para a população por meio dos profissionais da saúde.
O prefeito municipal Frederico Vasconcelos (dr Fred) apela à população que, se necessitar sair de casa, use máscara, cada um precisa fazer sua parte, só assim é possível sair da pandemia sem graves consequências.
“Apelamos para a população se for sair de casa mantenham os cuidados de prevenção ao Covid-19, usem máscara e se puder fiquem em casa, estamos fazendo nossa parte”, finaliza o gestor.
Publicado em LICÍNIO DE ALMEIDA

Por Reuters.

Um grupo de macacos atacou um profissional de saúde e pegou amostras de sangue de pacientes que tiveram diagnóstico positivo do coronavírus na Índia, disseram autoridades nesta sexta-feira.

O ataque ocorreu nesta semana quando um técnico de laboratório percorria o campus de uma universidade médica estatal de Meerut, situada 460 quilômetros ao norte de Lucknow, capital do Estado de Uttar Pradesh.

Índia sofre com onda de calor e infestação de gafanhotos

Índia sofre com onda de calor e infestação de gafanhotos

"Macacos agarraram e fugiram com as amostras de sangue de quatro pacientes de Covid-19 que estão em tratamento... tivemos que tirar amostras de sangue de novo", contou o douto S. K. Garg, uma autoridade graduada da universidade.

 
Coronavírus pode ser transmitido para animais

Coronavírus pode ser transmitido para animais

As autoridades disseram que não têm certeza se os macacos derramaram as amostras de sangue, mas pessoas que moram perto do campus arborizado temem uma disseminação ainda maior do vírus se os macacos levarem as amostras para áreas residenciais.

 

Garg disse que tampouco está claro se os animais podem contrair o coronavírus se tiverem contato com sangue infectado.

"Não tem se encontrado indícios de que macacos podem contrair a infecção", disse Garg à Reuters.

Acredita-se que o vírus passou de animais para pessoas no mercado de animais silvestres da cidade chinesa de Wuhan no final do ano passado.

A Índia teve 165.799 casos de coronavírus e 4.706 mortes até agora.

 

Os macacos vêm adentrando cada vez mais em assentamentos humanos da Índia e causando distúrbios, chegando a atacar pessoas. Ambientalistas dizem que a destruição do habitat natural é a principal razão para eles migrarem para áreas urbanas em busca de alimento.

Publicado em BRASIL E MUNDO

Por TV Bahia e G1 BA.

Uma pessoa que está acompanhando um paciente do Hospital Geral de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, denunciou más condições na unidade, como banheiros sujos, sem estrutura e vasos sanitários sem tampas.

Em um vídeo feito por volta das 5h desta sexta-feira (29) é possível notar que há acompanhantes dormindo no chão da unidade de saúde. nesta madrugada, a cidade registrou temperaturas de 12ºC.

"Quando a gente chega, o hospital tem uma frente arrumada, e quando entra é isso aqui. Uma parte está precária, não tem álcool gel, não tem sabão, nem lençol. Trouxemos tudo. As pessoas deitadas no chão, muita sujeira. Fico na preocupação de uma infecção. Os pacientes precisam de cuidados", ressaltou a acompanhante.

A direção geral do hospital informou que vai apurar a denúncia, mas disse que a situação causou estranheza, já que o vídeo foi gravado na enfermaria do hospital e, por lá a taxa de ocupação está abaixo do esperado. Disse ainda que nas enfermarias não existe leito para acompanhante, mas que deveria haver pelo menos poltrona para descanso.

Além disso, a Secretaria de Saúde do estado (Sesab), informou que há poltronas para todos no hospital. Entretanto, as imagens feitas pela acompanhante de paciente não mostram os equipamentos.

Publicado em BAHIA E REGIÃO

Por G1 BA.

Durante protesto, galpão é incendiado em Campo Alegre de Lurdes, norte da Bahia

 

Moradores realizaram um protesto na zona rural do município de Campo Alegre de Lurdes, norte da Bahia, devido à chegada de funcionários de um consórcio que atua nas linhas de transmissão de energia da região, que estão com a Covid-19.

Ao todo, 34 profissionais que trabalhavam distrito de Nova Holanda, que pertence à cidade de Pilão Arcado, foram contaminados pelo novo coronavírus. Por conta disso, parte destes trabalhadores foram transferidos para isolamento nas cidades de Campo Alegre de Lurdes e Barreiras.

Em nota, a Andrade Gutierrez, empresa responsável pelo Consórcio Linhão T-BA-PI, informou que populares impediram o acesso dos funcionários do consórcio ao alojamento durante algumas horas, “inclusive com uso de armas, e atearam fogo em parte das instalações”.

G1 tentou contato com a delegacia de Polícia Civil e a Polícia Militar de Campo Alegre de Lurdes, mas as ligações não foram atendidas.

A empresa acrescenta que o incêndio foi contido, “sem prejuízo ao ambiente de isolamento dos funcionários” e que a acomodação dos trabalhadores foi feita após negociação.

De acordo com a Andrade Gutierrez, a transferência dos profissionais aconteceu por conta de o alojamento dispor de maior infraestrutura de saúde. A empresa garante que o isolamento dos funcionários em Campo Alegre de Lurdes não coloca em risco a população local, “uma vez que as instalações têm amplo espaço e todos os cuidados estão sendo tomados”. Os trabalhadores passam bem e estão assintomáticos.

Entenda o caso

Os funcionários transferidos para Campo Alegre de Lurdes integram um grupo de 34 profissionais do Consórcio Linhão T-BA-PI, de responsabilidade da Andrade Gutierrez, que se contaminaram durante os trabalhos em Nova Holanda. No último domingo (24), um funcionário da empresa veio a óbito pela Covid-19 no Hospital Maternidade Nossa Senhora da Luz, em Buritirama.

Veja a nota completa divulgada pela Andrade Gutierrez:

A Andrade Gutierrez e o Consórcio de linhas de transmissão Linhão BA-PI esclarecem que o incidente mostrado nas fotos foi provocado por protesto na zona rural de Campo Alegre de Lurdes (BA), para onde parte dos colaboradores diagnosticados com Covid-19 foi levado para isolamento. Populares impediram o acesso dos funcionários do consórcio ao alojamento durante algumas horas, inclusive com uso de armas, e atearam fogo em parte das instalações. O incêndio foi contido, sem prejuízo ao ambiente de isolamento dos funcionários, e a acomodação de todos foi feita após negociação. A construtora e o consórcio ressaltam que o isolamento não coloca em risco a população local, uma vez que as instalações têm amplo espaço e todos os cuidados estão sendo tomados. É importante reforçar ainda que os trabalhadores passam bem e estão assintomáticos, mas foram transferidos para a região por ter maior infraestrutura de saúde. A Andrade Gutierrez e o consórcio lamentam a postura da população, que em nada contribui para a resolução desse problema de saúde pública e coloca em risco a vida das pessoas.

Publicado em BAHIA E REGIÃO